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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIOGRAFIAS
Galeria dos militares santistas (7)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade (exemplar no arquivo do historiador Waldir Rueda), o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução parcial da matéria original

Galeria de notáveis militares santistas

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Cel. Joaquim Antonio Dias - Nasceu em Santos a 15 de agosto de 1825, como filho legítimo do major Joaquim Antonio Dias e de d. Eugênia Maria de Albuquerque Dias.

Em 1842, aos 17 anos, obtido o consentimento paterno, sentou praça em um dos batalhões de Infantaria do Exército, em São Paulo, onde serviu pelo espaço de 33 anos.

De sua brilhante fé de ofício, passada por Eugênio Augusto de Mello, oficial da Imperial Ordem da Rosa, capitão comandante da Cia. de Infantaria da Província de S. Paulo, consta o seguinte, que reproduzimos:

"Assentou praça em 21 de março de 1842. A 15 de abril era reconhecido cadete de 2ª classe. Logo em seguida marchou para a Província de Minas, a debelar a revolta iniciada lá e em S. Paulo pelo brigadeiro Tobias e outros militares, e de lá, pacificada a Província, rumou para a Corte, onde passou a pertencer ao Depósito de Recrutas, e daí para o 8º Batalhão de Caçadores, por ofício do Quartel General do Rio de Janeiro.

"A 25 de outubro de 1842 marchou para a Província do Rio Grande do Sul, onde fez toda a campanha dos Farrapos, até sua completa pacificação, assistindo à derrota da revolução famosa, feita de surpresa, a 14 de novembro, em Porongos.

"Em 1846 era promovido a 2º sargento. Em 1848 era reconhecido cadete de 1ª classe. Em 1849 marchou com o Batalhão de que fazia parte, para Pernambuco, a 9 de fevereiro. Nesse ano era promovido a alferes. Reuniu-se ao 9º Batalhão de Infantaria, seguindo para o Sul da Província, onde tomou parte em diversas refregas. Em 1850 seguiu para a Província de Alagoas, a 25 de março, e em fins de abril voltou para Pernambuco, seguindo para a barra de Natuba, na Província de Paraíba, sempre em trabalhos militares. Voltou, então, para a sua Província, onde prestou serviços em várias unidades.

"Em 1860 estava em Santos. Nesse período sobe a tenente e a capitão. A 18 de novembro daquele ano faz parte da comitiva do governador da Província em sua visita a Santos. Em 1861 era comandante da 2ª Companhia, deixando-a logo após para ocupar o lugar de ajudante de ordens da presidência da província. Em ordem do dia da mesma presidência, sob n. 41, de 24 de setembro de 1862, é elogiado pelo governador e louvado pela lealdade e correção dos serviços prestados.

"A 26 de maio de 1865 é promovido a major, em comissão, para o 7º Corpo de Voluntários, sendo elogiado por ordem do Governo Imperial, pela organização desse Corpo de Voluntários, destinado aos campos do Paraguai. Aqui começam os seus melhores serviços. Marchou da capital da Província com destino a Mato Grosso, em 26 de julho de 1865. Desembarcou em Corrientes a 26 de dezembro desse ano. Seguiu para Flacorat em fevereiro de 1860, e acampou nas margens do Rio Paraná a 2 desse mês. Ocupou a ilha da Redenção de 5 a 9 de março. A 20 de abril de 1866 seguiu a ocupar o Passo da Pátria. Entrou em combate no dia 2 de maio, avançada de 20, reconhecimento de 22, batalha de 24 e combate de 28 desse mês. Foi elogiado em menção honrosa pelo comandante em chefe do Exército Brasileiro, pela bravura demonstrada durante a batalha. Assistiu, em seguida, a todos os bombardeios feitos sobre o exército em Tuiuty. Ocupou a ilha em frente ao forte de Itapiru, a 5 de junho, assistindo a todos os bombardeios feitos pelo dito forte sobre a ilha, até ao dia 9 de julho.

"Marchou a 21 de julho de 1867, com o exército de Tuiuty, chegou a Tuyu-Coé a 30. Seguiu para São Solano a reunir-se ao 50º de Voluntários, a 14 de agosto. Assistiu, no 3º Corpo do Exército da Vanguarda, a 15 de novembro, e daí em diante participou de vários feitos importantes, em Passo-pócu, em Pencôe, em Humaitá, no Chaco, em Itororó e em Angustura. Em 1869 fez parte da expedição que ocupou Assunção, onde desembarcou na tarde de 1º de janeiro.

"Foi mandado elogiar novamente em nome do imperador, conforme ofício do marquês de Caxias, de 13 de janeiro de 1869. A 19 de março entrou para a Divisão Expedicionária ao mando do general João Manoel Menna Barreto, e nessa ocasião, a Câmara dos Deputados, conforme aviso do ministério da Guerra, em sessão de 5 de junho, consignou na ata um voto de felicitação e reconhecimento, por 'ter alcançado para a Pátria glórias imorredouras e para si renome e gratidão do país', o que foi público em ordem do dia, do comando em chefe, número 23.

"Foi condecorado com os Hábitos de Aviz, de Cristo e da Rosa, recebendo ainda a medalha do Mérito Militar a 28 de junho. Voltou ao Brasil em 31 de março de 1870, sendo, por decreto de 23 de abril daquele ano, agraciado com o título imperial de cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro. Em 11 de novembro foi promovido a major, reformando-se pouco depois, no posto de coronel".

Este ilustre militar, cuja fé de ofício é uma das mais brilhantes que se podem encontrar no exército brasileiro, faleceu em São Paulo a 23 de janeiro de 1901, deixando uma filha única, d. Maria Dias Moura, que se uniu naquela capital com o dr. Ernesto Moura.


Cel. Joaquim Antonio Dias
Imagem publicada com a matéria


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