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Galeria biográfica dos santistas ilustres
Grandes vultos que se destacaram pela sua atuação notável na história de Santos
e do Brasil
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Cons. Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva
- Nascido em Santos, a 1º de novembro de 1773, do consórcio do coronel Bonifácio José de Andrada com d. Maria Bárbara da Silva. Teve o mesmo início
intelectual de seus irmãos, e como eles seguiu para Portugal, onde, cursando a Universidade de Coimbra, diplomou-se em leis, deixando lá mesmo a
fama de notável orador e jurista.
Voltando ao Brasil, cerca de 1807, foi nomeado juiz de fora em Santos, e ouvidor geral em S.
Paulo. Mais tarde foi nomeado como ouvidor da Câmara de Olinda, em Pernambuco, onde foi surpreendê-lo o ano de 1817, com os seus sangrentos
acontecimentos. Não obstante seu elevado cargo, envolveu-se na famosa Revolução Liberal de Pernambuco, daquele ano, que proclamou a República
naquela parte do país e regiões limítrofes, estabelecendo nova bandeira.
Essa revolução, que produziu para a história do país as figuras veneráveis de tantos
mártires - como o padre Roma, assassinado sumariamente pelo conde dos Arcos na tarde de 29 de março de 1818; o padre João Ribeiro, o padre Antonio
Ferreira, o padre Tenório; José de Barros Lima, "o leão coroado"; Domingos José Martins, José Luís de Mendonça, o padre Miguel de Castro (Padre
Miguelinho) e tantos outros -, teve em Antonio Carlos, logo após a tomada da fortaleza do Brum, um excelente conselheiro da Junta Provisória da
República de Pernambuco.
Vencida, porém, a revolução, pelas tropas do rei, presos todos os cabeças e remetidos
para a Bahia, seguiu também Antonio Carlos, a ferros, para sofrer a justiça feroz do conde dos Arcos. Foi condenado à morte e, quando já se
preparava para a subida à forca, chegou do Rio de Janeiro uma ordem régia em seu favor, comutando-lhe a pena em prisão.
Quatro longos anos passou Antonio Carlos no fundo das masmorras baianas, e aí, no
famoso Oratório, foi que ele, pouco antes de receber a comutação régia, escreveu nas paredes da prisão o seu imortal soneto, desafiando o
despotismo e a morte, zombando de ambos e jurando inteira fidelidade ao seu caráter e à sua atitude.
Anistiado em 1821, após quatro anos de custódia, saiu Antonio Carlos da treva do
Oratório baiano, para a glória luminosa da deputação brasileira às Cortes Constituintes de Lisboa, porque, nomeado ao mesmo tempo desembargador
para a Relação da Bahia, preferiu seguir para Portugal, representando São Paulo, sua terra. Naquele conclave, distinguiu-se pela grande eloqüência,
opondo o poder de sua palavra à prepotência dos deputados portugueses que pretendiam conservar o Brasil sob seu jugo, e aí negou sua assinatura à
Constituição por eles redigida e organizada. Perseguido, refugiou-se na Inglaterra, em companhia de outro santista, seu parente, Antonio Manoel da
Silva Bueno, que, como ele, recusara sua assinatura à Constituição Portuguesa.
Logo depois, em 1823, era distinguido com sua eleição por São Paulo, para deputado à
Constituinte Brasileira. Como se sabe, Antonio Carlos, com a violência de seu verbo inflamado, arrastando a prudência de Martim Francisco e a
capacidade de José Bonifácio, provocou a dissolução da Constituinte, sendo então deportado com seus irmãos, a bordo da velhíssima charrua Luconia,
cumprindo um tristíssimo degredo, repudiados e maltratados por Espanha e Portugal, até conseguirem refúgio na França.
Voltou ao Brasil em 1828. Foi preso e processado. Absolvido, mereceu várias honras e
compensações, com sua eleição para deputado em várias legislaturas, empenhando-se em 1840 pela maioridade de d. Pedro II. Foi então ministro do
Império e depois novamente deputado.
Faleceu no Rio de Janeiro, na noite de 5 de dezembro de 1845.
Foi o maior orador brasileiro, segundo testemunhos da época. Como seus irmãos, jogava
com facilidade com diversas línguas vivas e mortas, deixou cerca de 30 obras científicas, políticas e literárias, e mereceu diversos títulos e
comendas, que jamais usou.
Cons. Antonio Carlos
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