Rui Barbosa, ministro da Fazenda, na sede da A.C.S.
Muitas personalidades estiveram na sede da
Associação Comercial, ou para simples visita protocolar ou para cuidar de altos interesses da economia regional e nacional.
Entre os visitantes ilustres, destacou-se Rui
Barbosa, que, como ministro da Fazenda do Governo Provisório da República, chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca, veio ver e sentir as
necessidades do porto, que, à falta de armazéns alfandegados, funcionava precariamente, com as mercadorias amontoadas nos pátios descobertos e nas
ruas, expostas à intempérie e à ação dos ratoneiros.
Os importadores da capital e do interior e os
comerciantes santistas de há muito se vinham batendo contra essa situação vexatória, não sendo poucas as queixas e reclamações levadas à Associação,
que se pôs à frente desse movimento reivindicatório e requereu providências urgentes ao governo da República.
Foi esse o motivo central da visita de Rui Barbosa
a Santos, nos dias 11 e 12 de fevereiro de 1890.
O grande brasileiro era homem de ação. Pondo de
lado as homenagens, inspecionou o porto e a Alfândega, de que era inspetor interino o sr. Francisco Alves da Silva, viu muita coisa errada e tratou
de corrigi-la de imediato. Fazendo da sede da Associação seu gabinete de trabalho, nomeou comissão para exarar parecer sobre as obras que deveriam
ser executadas prioritariamente e da qual participaram os srs. Antônio Carlos da Silva Teles e Fritz Christ.
Saiu logo o parecer, entregue pessoalmente ao alto
delegado do Governo da República. Por ocasião do almoço que lhe foi oferecido na residência do dr. Antônio Lacerda Franco, Rui afirmou que, sensível
às queixas e reclamações do Comércio e da Indústria, o Governo Provisório da república decidira naquele instante executar as obras reivindicadas,
não apenas pelo respeito que a entidade líder da Praça desfrutava na administração superior do País, como também pelo imperativo de salvaguarda dos
direitos da Nação.
Na realidade, as obras
foram executadas mercê do empenho e energia do ministro da Fazenda da época. Valeram, ademais, como alentado serviço que nossa Associação prestou a
Santos, ao Estado e à União.
Os presidentes
Adail de Camargo Viana (1957-1958)
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