Soldados do Tiro de Guerra EIM53, mantido pela Associação Instrutiva José Bonifácio,
em 1944
Foto: acervo de Manoel de Moura, publicada na seção Imagem do Passado
do jornal santista A Tribuna, em 13/1/2006
Os Tiros de Guerra existentes em Santos
Três são as Linhas de Tiro em Santos: os Tiros de Guerra
n. 11, "Nilo Peçanha" e 598, "Docas de Santos", e o Tiro Naval do Estado de S. Paulo, além das escolas que mantêm cursos de instrução militar, como
sejam: Ginásio Santista, Escola de Comércio "José Bonifácio", Instituto "D. Escolástica Rosa", Liceu São Paulo e Ginásio "Tarquínio Silva", e outro,
recentemente instituído no Clube de Regatas Saldanha da Gama.
Pode-se calcular em cerca de seis mil o número de reservistas que aquelas Linhas de
Tiro e os estabelecimentos de ensino citados deram ao Exército e à Armada, desde sua fundação até hoje.
O Serviço Militar, no Brasil, foi regulado pelo marechal Hermes da Fonseca,
instituindo o sorteio militar, entre as classes de cidadãos com a idade de 20 anos completos, de maneira a incorporá-los ao Exército, depois de
atingirem a maioridade (21 anos).
Até então o Exército supria-se de seus elementos por meio do voluntariado.
Verificou-se, porém, que mesmo com o sorteio, não ficaria completa a obra de defesa nacional, já motivo de preocupação, naquela época, se não
dispusesse o Exército de outros viveiros.
E foi dentro desse objetivo feita a criação da Confederação do Tiro Brasileiro e a
fundação dos Tiros nos vários recantos do país.
Tiro de Guerra n. 11 - Esta disciplinada corporação militar foi fundada por
iniciativa do oficial do Exército, dr. Conrado Mueler de Campos, em 25 de janeiro de 1908, e, desde então, vem prestando serviços relevantes e de
várias naturezas.
Na instrução militar tem primado em preparar os seus reservistas, principalmente em
manobras de campo, organizando várias excursões pelo interior do Estado e marchas longas, nas quais desenvolve temas de combate. Entre elas se
destaca a marcha a S. Paulo de toda a companhia, equipada completamente, realizando, no percurso, exercícios de acampamento, com instalação de
barracas, combates simulados etc.
Tem auxiliado o governo federal na manutenção da ordem, assim como as autoridades
constituídas do Estado e do município. Auxiliou, também, com os Tiros Naval e 598, a debelação da "gripe espanhola", em 1918, perdendo atiradores,
vítimas de sua dedicação pela causa pública.
Prestou serviços aos Correios, por ocasião do seu desabamento, no dia 1º de maio de
1910, e também por ocasião do desmoronamento do Monte Serrat, quando manteve uma grande turma no salvamento dos soterrados naquele desastre, com os
componentes das outras Linhas de Tiro.
O Tiro 11, que tem o seu quartel no velho e histórico prédio da
Rua Tiro Onze, deu ao país 1.800 reservistas, até hoje.
Desfilando pela Rua XV de Novembro, em comemoração ao Sete de Setembro,
a turma de 1939 do Tiro de Guerra 11
Foto: acervo de Henrique Dieguez, publicada na seção Imagem do Passado
do jornal santista A Tribuna, em 18/3/2005
Tiro de Guerra n. 598 - O Tiro de Guerra n. 598 (Docas de Santos) foi fundado no dia
26 de dezembro de 1917, sendo os seus principais organizadores os srs. Vicente Garcia, Estevão Lisboa, Cesar Dantas Bacellar, José Martins, Genciano
Bueno e cerca de 400 auxiliares da Companhia Docas de Santos.
Como o Tiro 11 e o Tiro Naval, tem prestado, em diferentes épocas, relevantes serviços
às autoridades constituídas e à população santista.
Atualmente, a sua direção está construindo, em terreno doado pela Companhia Docas, o
seu grande quartel. O Tiro Docas já forneceu à reserva do Exército cerca de 1.500 reservistas, 40 cabos e 10 sargentos.
Tiro Naval - O Tiro Naval do Estado de São Paulo, que congrega uma plêiade de
elementos santistas de grande valor cívico e militar, foi fundado em 21 de outubro de 1917, por iniciativa do sr. Marcolino Cerne. A assembléia de
fundação realizou-se no Polytheama Rio Branco, sob os auspícios das autoridades da Armada Nacional.
O primeiro quartel foi instalado na antiga garage "De Dion Bouton", à Rua General
Câmara, passando depois, e sucessivamente, para o velho prédio em que funcionou o Grupo Escolar "Cesário Bastos", à Rua Braz Cubas, canto da Rua
Sete de Setembro, e, mais tarde, funcionou no antigo edifício da Imigração, cedido pelo Estado.
Foi sempre uma corporação disciplinada e tida em alta conta pelas autoridades navais.
Depois da Revolução Constitucionalista de 32, em que uma grande parte de seus elementos se incorporou às fileiras paulistas,
o Tiro Naval foi dissolvido, permanecendo ainda nessa situação.
Não obstante, aquela corporação militar cedeu à nossa brilhante marinha de guerra
cerca de 1.800 reservistas, que, na sua maior parte, se dedicaram a causa pública e da ordem, em diferentes oportunidades.
Grupo de reservistas do Tiro de Guerra nº 11, de Santos
Foto: acervo de Osmar Diegues (o segundo, em pé, da direita para a esquerda),
publicada na seção Imagem do Passado do jornal santista A Tribuna, em 1º/9/2006
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