HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
OVNIS
Visitantes, de lugar muito, muito distante...(3)
"No creo em brujas, pero que las hay, hay..."
Pelo menos neste caso, o objeto voador foi identificado. E a
história registrada na primeira página pelo jornal santista A Tribuna, no domingo, 30 de dezembro de 1984:
*A bola de fogo se desintegrava à medida que caía
lentamente
Reproduções da matéria publicada em 30/12/1984, com foto de Anésio Borges
Bola de fogo assusta a população
Ontem, pouco antes das 17 horas, centenas de pessoas,
inclusive repórteres de A Tribuna e alguns doqueiros, presenciaram a queda de um objeto voador, em forma de bola de fogo e deixando atrás de
si um longo rastro de fumaça. À medida que caía lentamente, se desintegrava, como pode se observar na foto do repórter Anésio Borges.
A reportagem de A Tribuna se encontrava no cais do
porto entre a Santa e a unidade de silos, quando a bola de fogo foi avistada no final da
Avenida Senador Dantas, entre a Av. Pedro Lessa e a Avenida Conselheiro Rodrigues Alves. De imediato parecia com um meteorito.
No entanto, quando os repórteres chegaram à redação, alguns telefonemas anônimos
confirmaram o fato e adiantavam que três tambores gigantes (com uma largura de 10 a 12 metros) tinham sido vistos sobrevoando a área da fábrica da
Dow Química no Canal do Estuário ao lado de Guarujá. Outros garantiam ter notado balões brancos fazendo
evoluções sobre o parque industrial de Cubatão, mas que acabaram perdendo a nitidez em conseqüência da poluição
atmosférica.
Consultada, a Base Aérea de Santos, sediada em
Vicente de Carvalho, não pôde dar maiores informações, pois nada sabia oficialmente a respeito. |
No dia seguinte, segunda-feira, 31 de dezembro de 1984, o mesmo jornal publicava a explicação,
em seu noticiário policial (e que merece ser confrontada com os relatos feitos no dia anterior em telefonemas ao jornal):
Vigia de escola localiza estranho objeto no Macuco
O estranho objeto que desceu pelos céus da Cidade, em
chamas, na tarde de sábado, assustando a população, foi identificado ontem: era um pára-quedas rústico. Mas não um pára-quedas comum: um conjunto de
peças que foram lançadas por uma espécie de foguete doméstico e que, a uma distância muito alta, pegou fogo em pleno ar e caiu queimando até
alcançar o telhado de uma escola do Macuco.
Ninguém sabe de onde veio e quem foi o autor da proeza. Mas o pára-quedas foi montado
num pano fino, forro de tecido, amarrado a uma correntinha, de onde, na ponta, estava ligado o mecanismo incendiário. Ele sobrevoou os céus por
volta das 17 horas de sábado, à altura da Avenida Senador Dantas, entre a Avenida Pedro Lessa e Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, exatamente onde
caiu.
Não havia ninguém na Escola Pré-Primária Antônio de Oliveira Passos Sobrinho, a não
ser o vigia Figueiredo e uma servente. Eles também se assustaram com o objeto e ficaram mais perplexos ainda quando viram que havia caído sobre o
telhado do colégio. O barbeiro José dos Santos fazia a barba de um cliente, em sua barbearia bem em frente à Escola, e correu para verificar do que
se tratava.
Foram minutos de pânico, enquanto o artefato era recolhido e guardado. Moradores da
área, temerosos, nem queriam chegar perto. "Se não é balão, o que será?", perguntava o Figueiredo, vigia do colégio. Refeitos do susto, os moradores
criticaram o autor da brincadeira, argumentando que Santos não é uma área para se fazer demonstrações desse tipo, principalmente por dispor de áreas
perigosas como a Ilha Barnabé e armazenar, ao longo do cais, produtos perigosos que podem pegar fogo com muita facilidade. |
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