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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [41-H]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 850 a 859, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Cie. Française du Port de Rio Grande do Sul: 1) Titan usado na construção dos diques da Barra (capacidade de descarga: 2.000 toneladas em 10 horas); 2) Transportador para carregar com pedra os saveiros de fundo falso; 3) Pedreira em Monte Bonito e guindastes elétricos; 4) Molhe para os vagões carregados com pedra (10 vagões de 20 toneladas cada um, por hora); 5) Plano geral das obras do porto
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Rio Grande do Sul (cont.)

Rio Grande (do Sul)

A cidade do Rio Grande do Sul, situada na extremidade meridional da Lagoa dos Patos, na altura do canal de comunicação entre a lagoa e o oceano, é o principal porto marítimo do estado e o porto de passagem obrigatória para os navios que se dirigem a Pelotas e Porto Alegre.

O Lloyd Brasileiro e a Companhia Costeira mantêm um serviço semanal entre este porto e o Rio de Janeiro, sendo que os navios da primeira dessas companhias transbordam os passageiros, neste porto, para navios menores, que os levam a Porto Alegre.

Além destes navios, muitos outros, costeiros, fazem escala no Rio Grande. Alguns dos navios da Hamburg Amerika fazem também escala neste porto, conquanto o enorme banco de areia à entrada da barra tenha sido empecilho ao desenvolvimento do comércio marítimo estrangeiro. Atualmente, porém, estão os poderes públicos empenhados na abertura duma passagem cômoda através do banco, com 33 pés de profundidade e permitindo assim a entrada de grandes navios em qualquer época do ano.

O município tem uma população total de cerca de 45.000 habitantes, dos quais 25.000 residem na cidade e subúrbios, ligados por linhas de tramways. Falando de modo geral, as ruas da cidade são estreitas, á antiga maneira dos portugueses; estão, entretanto, bem calçadas e muito bem iluminadas.

A cidade possui alguns belos jardins e praças públicas. A Praça Tamandaré, considerada a mais bela em todo o estado, é margeada de ótimos edifícios. Entre os mais importantes prédios, notam-se a Intendência, o Quartel, o Correio, a Alfândega, a Beneficência Portuguesa e a Biblioteca Pública. Esta última contém cerca de 40.000 volumes e é provavelmente a melhor coleção que no Brasil se encontra para o Sul de São Paulo. As igrejas, escolas e institutos de caridade ocupam edifícios espaçosos e de boa arquitetura.

O progresso industrial da cidade tem sido muito notável durante estes últimos anos, salientando-se principalmente as fábricas de lãs que são das mais importantes do Brasil. O desenvolvimento da lavoura tem também merecido a atenção do governo, e a Municipalidade fundou um posto zootécnico, por intermédio do qual podem os fazendeiros melhorar o seu gado.

A estatística rural feita em 1911 mostrou existirem dentro dos limites do município 10.093 cabeças de gado bovino, 105.552 carneiros e 60.762 porcos. A produção agrícola do município, em 1910, foi de 73.020 sacos de milho, 711 sacos de feijão, cerca de 2.000.000 de tomates e 2.591.146 quilos de cebolas. O matadouro municipal está otimamente instalado, sendo a matança de gado fiscalizada com rigor.

À medida que passam os anos, vai a cidade do Rio Grande recebendo melhoramentos constantes. Atualmente estão em via de execução as obras do porto e a extensão das linhas de tramways. Naturalmente, para que se empreendam melhoramentos, torna-se necessária a presença de homens de boa vontade e energia à testa dos negócios públicos; e no atual intendente, tenente-coronel Trajano Augusto Lopes, tem o município um dirigente ao qual se podem atribuir muitos dos melhoramentos executados e que continua a se esforçar pelo progresso material da cidade.

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Palácio da Municipalidade de Rio Grande
Foto publicada com o texto, página 852. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Banco da Província do Rio Grande do Sul - Este importante estabelecimento possui na cidade do Rio Grande uma sucursal instalada em edifício apropriado e faz avultado número de transações. Em outra parte desta obra, se encontra notícia detalhada do antigo e reputado Banco da Província do Rio Grande do Sul.

London & Brazilian Bank Limited - Considerável número de transações bancárias são efetuadas por intermédio deste banco, cuja sucursal no Rio Grande fica situada à Rua Marechal Floriano Peixoto, 43. Uma notícia detalhada sobre a importante instituição bancária se encontra noutra parte desta obra.

Banco do Comércio de Porto Alegre - A sucursal, na cidade de Rio Grande, do Banco do Comércio de Porto Alegre, foi fundada em 1899 e faz transações bastante avultadas. O gerente da sucursal é o sr. Abilio C. de Souza, nascido em 1876 na cidade do Rio Grande, onde foi educado e fez o seu tirocínio comercial. Trabalhou como despachante da Alfândega, durante 15 anos; e foi nomeado para o cargo de gerente do banco em 1911. É membro dos principais clubes da cidade e presidente da Biblioteca Pública.

Coronel Antonio Chaves Campello - O coronel Antonio Chaves Campello nasceu em Pelotas em 1840; aí foi educado e veio para a cidade de Rio Grande com treze anos de idade. Trabalhou doze anos em uma casa de comércio inglesa, aproveitando o seu tempo de folga para o estudo do francês, inglês, italiano e espanhol. Em 1866 se estabeleceu como despachante da Alfândega. Foi prefeito da cidade do Rio Grande por duas vezes, de 1877 a 1883. É coronel da Guarda Nacional. Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia e do silo de Órfãos do Coração de Maria.

Atualmente, ocupa os dois importantes cargos de diretor da Companhia União Fabril e diretor também da Companhia de Seguros Rio-Grandense. Em 1898 foi nomeado cônsul da Bélgica no Rio Grande, cargo que ocupa ainda. Quando ocupava o cargo de prefeito, promoveu o calçamento das ruas da cidade e embelezamento de praças e jardins públicos, além de muitos outros melhoramentos.

O sr. Campello é um dos mais antigos moradores da cidade; e no exercício de seus cargos públicos e particulares, não só prestou grandes serviços à causa pública, como também auxiliou financeiramente instituições de interesse público, dedicando-lhes ainda um parte do seu tempo. É o único fundador sobrevivente do Asilo de Órfãos, instituição à qual tem amparado desde o seu início. É considerado um dos mis liberais e generosos habitantes da cidade. Faz parte do Clube do Comércio, do qual tem sido presidente por várias vezes.

Coronel José Bernardino da Fonseca - O coronel José Bernardino da Fonseca nasceu em Santa Victoria do Palmar (estado do Rio Grande do Sul) e conta 47 anos de idade. È adiantado criador e goza de excelente fortuna. Graças às suas elevadas qualidades de cidadão e de político, mereceu a distinção de ser escolhido para o cargo de vice-intendente do município do Rio Grande, tendo já por vezes desempenhado, como substituto legal, as funções de intendente, com subido critério e inteligência. É chefe político de grande merecimento no 4º distrito do município.

Dr. Trajano Lopes - O dr. Trajano Lopes nasceu na cidade do Rio Grande, em 1869. Fez o curso de Humanidades no Rio de Janeiro, seguindo depois para Philadelphia, onde conquistou o grau de doutor em Prótese Dentária. Voltando ao seu pais, atraíram-no as lutas políticas; e tanto se distinguiu, desde os tempos da propaganda republicana, que hoje desempenha, amplamente prestigiado, as funções de chefe do Partido Republicano do município, sendo também deputado à Assembléia dos Representantes do Estado do Rio Grande do Sul.

Está indicado para intendente do município do Rio Grande, no próximo quadriênio. A sua lealdade e boa orientação em política tornaram-no um dos mais considerados chefes no estado. É abastado criador e possui três estâncias, uma delas de primeira ordem. Dispõe de avultada fortuna. É um dos mais fortes propagandistas das vantagens da seleção pecuária no município e liga o maior interesse a todas as questões que se relacionam com a agricultura.

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Banco da Província do Rio Grande do Sul, sucursal de Rio Grande
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Indústrias

Compagnie Française du Port de Rio Grande do Sul - O contrato para a construção do porto do Rio Grande do Sul foi primitivamente dado ao engenheiro americano E. Corthell, a 12 de setembro de 1906. A 9 de julho de 1908, foi, pelo governo federal, transferido este contrato à Compagnie Française du Port de Rio Grande. O capital desta empresa é constituído por 20 milhões de francos em ações ordinárias e 10 milhões de francos em ações preferenciais.

A companhia, devido à importância dos trabalhos a realizar, emitiu também uma série de obrigações, sendo que, devido a condições especiais do contrato, o juro e amortização desse empréstimo está garantido pelo poderoso grupo financeiro Société Générale de Construction, que é, ao mesmo tempo, a principal empreiteira de obras; esta última, por sua vez, sub-empreitou os trabalhos à firma Entreprise Daydé et Pillé, Fougerolles Frères et J. Groselier.

Os trabalhos, cuja responsabilidade por contrato assumiu a Compagnie du Port de Rio Grande, consistem em trabalhos na barra e trabalhos no porto propriamente dito. Os trabalhos a executar na barra consistem na construção de dois quebra-mares, revestimento dos bordos do Canal do Norte, de modo a terem eles estabilidade, e retenção, por meio de plantações de árvores, das areias, na costa Leste do Canal do Norte.

Os trabalhos a executar no porto consistem na dragagem dum canal de acesso entre o Canal do Norte e o porto, e dragagem deste último; terraplenagem a Noroeste e a Este do porto, com material proveniente das dragagens; construção em alvenaria duma muralha a Oeste do porto, de modo a aí poderem atracar navios do calado de 10 metros; aparelhamento deste cais com armazéns, linhas férreas, guindastes etc.; construção duma muralha a Leste do canal de acesso, para proteger o porto contra a invasão das areias; outros trabalhos anexos, tais como balizagens, iluminação, abastecimento de água, calçamento do cais e anexos, construção de depósito frigorífico, depósito para inflamáveis, edifício para correio e telégrafo, doca fixa ou flutuante, conservação do canal da barra etc. etc.

As obras vão já bem adiantadas e para a sua rápida execução dispõe a companhia de instalações completas. A pedra é fornecida por duas pedreiras, Monte Bonito e Capão do Leão; os processos empregados para a extração da pedra são dos mais modernos. Possui a companhia, em torno de cada pedreira, verdadeiras vilas operárias, com uma população de 3.000 almas. A instalação completa que, nas pedreiras, tem a companhia, compreende usina elétrica e pneumática com força de 500 cavalos, fábrica de explosivos, represas formando reservatórios, com a capacidade de 35.000.000 de litros, armazéns, oficinas etc., e todos os maquinismos necessários à rápida extração da pedra, tais como escavadores a vapor, perfuradeiras a ar comprimido, balanças, linhas férreas sistema Decauville, etc. etc. Na Boca do Arroio, ficam as instalações para o transbordo da pedra trazida em vagões para os saveiros.

Num grande estaleiro, construído paralelamente ao rio, foi instalado um guindaste elétrico para o transbordo da pedra, com 120 hp de força, e que corre paralelamente ao rio. Este guindaste levanta, duma só vez, a caixa do vagão, que pesa, só por si, 5 toneladas, e contém, além disso, em média, 21 toneladas de pedra, e a coloca no saveiro; cada saveiro tem capacidade para 24 dessas caixas, dispostas em 8 pilhas de 3 caixas cada uma.

Os saveiros, de fundo móvel, são também carregados por este guindaste que, no caso, descarrega automaticamente os vagões cheios de pedra nos diversos compartimentos do saveiro. No primeiro caso, o rendimento é de 250 toneladas por hora, e no segundo (saveiros de fundo falso) o rendimento é de 400 toneladas de pedra por fora.

Em Cucuruto, possui também a companhia instalações em tudo idênticas às da Boca do Arroio. Em cada uma das muralhas em construção tem a companhia um titã. Cada titã é constituído por uma plataforma giratória de 50 metros de comprimento e 5 metros de altura máxima; o peso total é de 520 toneladas, suportado por 32 eixos de 16 trucks.

Cata titã possui, na própria plataforma giratória, uma usina geradora de 120 hp de força, que fornece a energia elétrica necessária aos 15 motores independentes que movimentam esta grande aparelho, nas manobras múltiplas que efetua simultaneamente. Todas as manobras se efetuam com grande rapidez, de modo a produzir um rendimento mínimo de 200 toneladas por hora e portanto 1.500 toneladas por dia e por titã.

Os trabalhos no porto propriamente dito consistem atualmente em dragagens, terraplenagens e muralhas de enrocamento para suporte do aterro. A dragagem é feita por dragas de sucção nas camadas de areia e por dragas de baldes nas camadas argilosas, aliás pouco abundantes.

O material para dragagem se compõe de três dragas de sucção, com motores de 600 e 900 cavalos e capacidade para 850 metros cúbicos. Pela importância das suas instalações e material e pelo adiantamento que apresentam as obras, três anos apenas após o seu início, já se pode prever, em período relativamente pouco remoto, a terminação dessa obra gigantesca, que virá trazer ao estado do Rio Grande do Sul o fator mais importante da sua grande prosperidade futura.

Leal, Santos & Cia. - Esta firma, fundada em Lisboa em 1881, abriu uma fábrica no Brasil em 1889, iniciando os seus negócios na cidade do Rio Grande. Em 1911, foi aberta uma sucursal em Pelotas. Os fundadores foram os srs. Francisco M. Leal Pancada, José Antonio J. Santos e o dr. Moysés Marcondes. O capital da firma é de Rs. 2.200:000$000. As fábricas da empresa manufaturam toda a sorte de biscoitos, considerados absolutamente iguais, como qualidade, aos produtos similares europeus, apenas modificados de acordo com os gostos do país. A produção anual vai a mais de 800.000 quilos.

A fábrica de conservas faz também largo negócio, produzindo anualmente 2.000.000 de latas de conservas de toda a sorte: legumes, peixe, carne, caça, frutas etc. Tem também a empresa uma fábrica, no Rio de Janeiro, cuja especialidade é a fabricação do chocolate. A firma vende os seus produtos por todo o Brasil, para o quê mantém 15 viajantes, espalhados pelos estados.

Há 600 operários trabalhando nas fábricas de Pelotas, Rio Grande e Rio de Janeiro. A casa de Lisboa produz sardinhas em latas, para as sucursais do Brasil, e também exporta para os países da Europa. Os principais artigos de importação consistem em folha-de-flandres para manufatura das latas, chumbo, estanho e borracha em fio.

O maquinismo, compreendendo três caldeiras e dois motores de 120 cavalos, é de manufatura alemã, dos conhecidos fabricantes Woolf. Há também grande número de máquinas operadoras, para os diversos serviços. A fábrica tem instalação elétrica própria, cuja força é obtida por motores a vapor. Todas as máquinas usadas para a fabricação de biscoitos são de manufatura inglesa e dos tipos mais modernos. A empresa possui uma moderna oficina de litografia e gravura, cujos produtos são usados na fábrica.

Os atuais sócios da firma são os srs. Henrique e Leonel Marques Leal Pancada, J. Amaro de Carvalho e Hyppolito dos Santos.

O sr. Henrique Marques Leal Pancada nasceu em 1874, em Portugal, onde foi educado, estudando também em Inglaterra; e fez a sua educação comercial naqueles dois países. Veio para o Rio Grande em 1895 e tomou conta da gerência da sucursal da firma nesta cidade. Tem desempenhado cargos importantes na Praça do Comércio e faz parte dos principais clubes locais.

O sr. Leonel Marques Leal Pancada, também nascido em Portugal, em 1876, fez a sua educação e aprendizagem comercial naquele país. Veio para o Brasil em 1897, ocupando-se dos interesses sociais da firma; é membro dos principais clubes.

O sr. J. Amaro de Carvalho nasceu em Portugal em 1872 e veio para o Brasil em 1888; casou-se com uma filha do fundador da casa e entrou depois, como sócio, para a firma. É também membro dos principais clubes.

O sr. Hyppolito dos Santos nasceu no Brasil, em 1882. Foi educado na Inglaterra e regressou ao seu país em 1906. Os dois primeiros sócios-gerentes da firma foram condecorados pelo governo de Portugal com as comendas de Mérito industrial.

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Arredores da cidade de Rio Grande: 1) Praça Tamandaré; 2) Rua General Osório; 3) Vista do porto
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Companhia União Fabril - A firma Rheingantz & Vater foi estabelecida em 1874 pelo sr. Carlos Guilherme Rheingantz, hoje falecido, de sociedade com o sr. Vater. Em 1875, passou a ser Rheingantz & Cia., retirando-se o sr. Vater, e em janeiro de 1884 foi transformada em sociedade comanditária em ações Rheingantz & Cia., que, finalmente, em 1890, foi convertida em uma sociedade anônima, com o título de Companhia União Fabril, que ainda conserva.

A empresa manufatura lãs e tecidos de algodão, exportando para todo o Brasil. Tão avultado é o numero de encomendas que recebe, que dificilmente pode atender a todas. O número de operários que trabalham na fábrica é de 1.200, aos quais foram pagos, em 1910, Rs. 1.092:378$000 de salários. A produção anual da fábrica vai a 900.000 quilos de tecidos de algodão, diversos, e 700.000 quilos de aniagens para sacaria.

O capital da companhia é de Rs. 3.500:000$000 com um fundo de reserva de Rs. 1.500:00$000. O dividendo distribuído em 1910 foi de Rs. 630:000$000. A companhia tem, para uso dos seus operários, 120 casas e está construindo um creche e um clube destinados aos mesmos operários. Além disso, existem, para auxílio aos empregados da companhia, um fundo de auxílios, um armazém cooperativo, uma sociedade de mutualidade e outra de amparo mútuo.

O fundador da empresa, o falecido comendador Carlos G. Rheingantz, nasceu em Pelotas e foi educado no Rio Grande e na Alemanha. Voltando ao Rio Grande, esteve empregado no comércio durante alguns anos. Em 1874, por ocasião da fundação da empresa, contribuiu pecuniariamente para se melhorarem as condições das classes operárias. Foi membro da Câmara Municipal no tempo da monarquia e continuou a sê-lo, mais tarde, no período republicano.

Muito considerado na cidade, de que foi um benemérito, era condecorado pelo imperador d. Pedro II com a Ordem da Rosa, por serviços prestados à Indústria. Era filho do sr. Jacob Rheingantz, fundador da próspera colônia de São Lourenço. Desde o falecimento do comendador Carlos Rheingantz, está a direção da empresa a cargo de seu filho, sr. Eduardo M. Rheingantz.

Poock & Cia. - Esta fábrica de charutos havaneses e nacionais foi fundada em 1891, na cidade de Rio Grande, pelo sr. Gustavo Poock, ao qual exclusivamente pertenceu durante longo tempo. Atualmente, trata-se da transformação da firma em Companhia de Charutos Poock, Sucessora de Poock & cia., continuando, porém, o mesmo pessoal administrativo, técnico e comercial. Esta transformação é apenas a conseqüência da elevação do capital da empresa a Rs. 1.500:000$000. Continua como principal administrador o sr. Gustavo Poock Senior, auxiliado por novos diretores, membros do alto comércio e indústria, e por gerentes preparados no ramo, entre os quais o sr. Gustavo A. Poock Filho.

Os produtos desta fábrica,uma das mais importantes do país, são conhecidos por todos os estados da União, e justamente apreciados; as suas marcas constituem um atestado de excelência. As recompensas obtidas por esta empresa nas exposições em que os seus produtos têm figurado são em grande número e incluem grandes prêmios e medalhas de ouro, nos Estados Unidos, no Rio de Janeiro etc. Os srs. Poock & Cia. têm uma sucursal na Bahia, denominada Seção Baiana, que fabrica charutos especiais com fumo daquele estado.

O único gerente que a fábrica tem tido, desde o seu início, é o sr. Poock, que, como já se disse, foi o seu iniciador, há 20 anos. O sr. Gustavo Poock nasceu em Hamburgo, onde foi educado. Entrou a praticar na fábrica de charutos havaneses de seu pai, sr. Ed. Poock, falecido em 1876.

O sr. Gustavo Poock Senior exerceu as funções de cônsul alemão durante 14 anos, sendo nomeado em 1897, em caráter efetivo, para esse cargo, que exerceu até 1903. Nesse ano foi substituído, a seu pedido. Também exerceu as funções de cônsul austríaco. Foi condecorado pelos governos alemão e austríaco, por mais de uma vez. O sr. Poock goza da geral consideração e estima. É presidente de muitas sociedades, clubes, escolas etc., na cidade de Rio Grande e nas colônias. Escreveu muitos artigos e brochuras que lhe têm valido o aplauso geral; e durante a sua recente visita à Europa tomou parte em um congresso realizado na Áustria, onde se fez notar num debate sobre a aplicação de ar congelado no preparo do fumo etc.

Companhia de Conservas Rio-Grandense - A fábrica Tullio, fundada pelo sr. Major Tullio Martins de Freitas, no ano de 1906, foi, a 10 de agosto de 1911, transferida à Companhia de Conservas Rio-Grandense, constituída na mesma data, com o capital de Rs. 600:000$000, dividido em 3.000 ações do valor nominal de Rs. 200$000. Ocupando atualmente 112 pessoas, inclusive o pessoal do seus escritórios, eleva, por ocasião das safras, ao dobro o seu pessoal operário. A sua exportação no ano de 1910 atingiu a Rs. 800:000$000, inclusive as vendas efetuadas para o interior deste estado.

Além de muitas e variadas conservas de doces, carnes, peixes etc., das quais tem presentemente um estoque de cerca de Rs. 300:000$000, refina também banha de porco. A companhia, independente do fabrico de conservas, possui também seções especiais para a completa confecção de todas as latas e caixas necessárias ao acondicionamento dos seus produtos; e todas essas seções funcionam com máquinas movidas a vapor. O seu horário de trabalho é o seguinte: das 7 às 11 a.m. e meio-dia às cinco p.m. O seu corpo administrativo compõe-se dos srs. major Tullio Martins de Freitas e Affonso Il. Faveret, diretores; e o seu Conselho Fiscal, do Banco da Província do Rio Grande do Sul, Banco do Comércio de Porto Alegre e sr. Romeu José Andreassi.

Albino Cunha - O Moinho Rio-Grandense foi fundado em 1894, pela Companhia Sul Brasil, sendo o sr. Albino Cunha um dos fundadores. A empresa se ocupa exclusivamente da fabricação de farinha, de que produz 45 toneladas diariamente, em três qualidades. O trigo é importado da Argentina e descarregado em ponte própria, sendo transportado em vagonetes para o moinho. Entre a ponte e o estabelecimento, há uma pequena linha de trilhos, que muito facilita os trabalhos de carga e descarga.

A sua marca de farinha Primor é muito conhecida e apreciada em todo o estado do Rio Grande do Sul, onde tem uma enorme procura. A usina é montada com maquinismos de E. R. e F. Furrer, Ipswich, Inglaterra, e compreende o que há de mais moderno em roller millers, etc.; e está aparelhada para produzir artigos de primeira ordem no seu gênero de indústria. O capital da empresa é de Rs. 600:000$000. O edifício tem 4 andares, com vários depósitos para trigo e farinha, e incluindo o terreno onde fica situada, tem cerca de 100 metros quadrados. O número dos empregados é de 68.

O sr. A. J. Cunha nasceu em Portugal em 1850, vindo para o Rio Grande em 1864. Aí praticou o comércio em casas exportadoras e importadoras, fundando mais tarde o seu próspero estabelecimento; tem visitado a Europa por diversas vezes. O sr. Cunha é também sócio comanditário da firma Cunha, Freitas & Cia., importadora de secos e molhados da Bahia, Pernambuco e Europa, que negocia em vinhos, espíritos, açúcar etc., vendendo esses gêneros por todo o estado. O sr. Cunha faz parte de vários clubes da cidade.

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Sucursal de Bromberg & Cia., em Rio Grande: 1) Interior do armazém; 2) A Loja Naval; 3) Sucursal na Rua General Bacellar; 4) O edifício na Rua Marechal Floriano
Foto publicada com o texto, página 854. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Comércio

Bromberg & Cia. - A firma Bromberg & Cia. foi estabelecida em Rio Grande pelo sr. Martin Bromberg, posteriormente à fundação da casa matriz em Porto Alegre. Esta importante casa comercial importa ferragens de toda a sorte, óleos, tintas, utensílios domésticos, arames, cimento, ferro bruto, carvão, folha, breu e soda, máquinas para a indústria e para a lavoura etc. A casa vende máquinas de costura, typewriters (máquinas de escrever), acessórios para eletricidade, querosene, pólvora, munições etc.

O sócio-gerente da casa é o sr. Fernando Bromberg. A sucursal que a firma mantém em Pelotas está sob a direção dum gerente, nomeado pela casa do Rio Grande. Esta casa importa diretamente da Europa, principalmente da Inglaterra, Alemanha, França e Áustria, por intermédio da casa matriz em Hamburgo; e faz também importação direta dos Estados Unidos.

Nos fundos da casa de atacado, há um estabelecimento para a venda a varejo; e em outros pontos da cidade, a Loja Naval, de artigos navais, e a casa Ao Cilindro, especial para a seção de eletricidade, máquinas de costura e de escrever etc. Na seção de máquinas, tanto em Pelotas como em Rio Grande, há sempre em exposição máquinas de toda a sorte. A seção técnica é dirigida por hábeis engenheiros.

Fraeb & Cia. - Esta casa foi fundada em 1829 pela firma H. Fraeb, mais tarde Fraeb, Neickele & Cia., e que em 1910 se tornou Fraeb & Cia. O seu movimento anual vai a Rs. 25.000:000$000. Esta firma faz um largo comércio de importação e exportação. As suas importações provêm da Alemanha, Inglaterra e outros pontos da Europa, por intermédio da sua casa de Hamburgo, e também, diretamente, da Argentina. Os artigos importados da Europa consistem em fazendas, secos e molhados, arame farpado e outros, cimento etc.

A firma exporta, em enormes quantidades, couros secos e salgados, lã, crinas, chifres, carne seca, sebo etc., para vários pontos do Brasil e Argentina. A casa é agente da Royal Insurance Co., do Banco Transatlântico, Rio de Janeiro; do Banco Alemão, Berlim; da Machine Cottons Co., Glasgow.

O sr. Charles Fraeb, chefe da firma, nasceu em 1865, em Porto Alegre, e foi educado na Alemanha, onde fez o seu tirocínio comercial durante 6 anos. Em 1890, voltou ao Rio Grande, e entrou para a firma, como sócio, em 1900.

A sede da firma é no Rio Grande, onde reside também o sr. Fraeb, que é possuidor da Comenda da Águia Vermelha da Prússia e tem desempenhado por várias vezes as funções de cônsul da Alemanha, bem como da Áustria-Hungria, não só no Rio Grande como também em Porto Alegre.

É um dos membros mais influentes da colônia alemã e do Club Germania, do qual tem sido presidente por vários anos. Desde 1910, são sócios da firma, também, os srs. Christiano Nygaard e Hermann Meissner, ambos de nacionalidade alemã. Este último é o atual presidente do Club Germania; e foi recentemente nomeado vice-cônsul da Áustria-Hungria.

Corrêa Leite & Cia. - A casa Corrêa Leite & Cia., considerada uma das maiores casas de importação e exportação do Rio Grande, foi fundada em 1895. Faz larga importação da Europa, Estados Unidos, Uruguai, Argentina e de vários portos brasileiros; e negocia em muitas espécies de artigos, tais como açúcar, arroz, sal, café, farinhas, querosene, arame farpado, ferragens, tintas e uma infinidade de miudezas.

As suas exportações consistem em carne seca e alguns outros produtos de menor importância. A firma vende para diversos pontos do Brasil e para isso mantém quatro empregados viajantes em constante serviço. A casa tem uma sucursal em Pelotas e uma importante agência em Porto Alegre. O seu capital registrado é de Rs. 600:000$000 e o seu movimento anual vai a Rs. 2.000:000$000.

Os sócios da firma são diretores da Empresa de Navegação Sul Rio-Grandense e agentes da Companhia de Seguros Eqüitativa. São estes sócios a Viúva Corrêa Leite, comanditária; srs. dr. A. da Costa Corrêa Leite e José Lourenço Tricate, solidários; e srs. Manoel Pereira Braga e Lucrecio de Oliveira Leite, interessados.

O dr. Arlindo Corrêa Leite entrou para a casa há cerca de 6 anos, por morte de seu irmão dr. Alfredo, que foi um dos fundadores da firma, de sociedade com o sr. Arthur de Oliveira Leite, também falecido, pai do sr. Lucrécio. O primeiro sócio comanditário foi o marido da Viúva Corrêa Leite, que também foi um dos sócios fundadores.

Foram, pois, quatro os fundadores da firma, a saber: dr. Alfredo, engenheiro civil; comendador Corrêa Leite, capitalista; Arthur de Oliveira Leite e José Lourenço Tricate. Este último nasceu em Portugal, criando-se, porém, no Brasil, para onde veio em 1870. Praticou o comércio desde a sua mocidade, no Rio Grande, na extinta casa do sr. Seraphim José Vasques, onde esteve durante 22 anos. Em 1890, entrou para a firma Tricate & Leite, que durou cinco anos, até a formação da nova firma de que é sócio.

O sr. Pereira Braga fez a sua aprendizagem comercial em Portugal e esteve empregado, na cidade do Rio Grande, na casa Corrêa Braga & Cia., durante cinco anos. Fundou depois, com o sr. Leite, a firma Borges & Leite, que durou quatro anos, até que os dois sócios entraram para a atual firma de Corrêa Leite & Cia.

O sr. Lucrecio de Oliveira Leite nasceu em Portugal, em 1879, e veio para o Brasil em 1880, criando-se, assim, neste país, onde também fez a sua aprendizagem comercial. Trabalhou em diversas casas do Rio Grande. Em 1907, associou-se com o sr. Braga e, mais tarde, entraram ambos para a firma atual. Desempenha as funções de vice-cônsul de Portugal e faz parte dos principais clubes da cidade.

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Importantes edifícios da cidade: 1) Alfândega; 2) Igreja de N. S. da Conceição; 3) O quartel do Exército; 4) Estação da E. F. Central
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Otero, Gomes & Cia. - Esta importante firma foi fundada em 1867 no Rio Grande, e tem agora a sua casa matriz em Porto Alegre e duas sucursais, uma em Pelotas e a outra no Rio Grande. Os srs. Otero, Gomes & Cia. são grandes importadores e exportadores, podendo-se dizer que a firma é uma das mais importantes do país. Entre outros muitos artigos, em que negocia a firma, figuram: papel, folha-de-flandres, vermute, vinhos, cimento, querosene, gasolina, terebintina, breu, arroz, carbureto de cálcio, arames, chapas de ferro galvanizado, sal, óleos lubrificantes, farinhas de trigo argentina e americana, barrilha, soda cáustica etc.; e açúcar e café dos portos brasileiros.

Os srs. Otero, Gomes & Cia. exportam, em grande escala, os seguintes artigos: farinha de mandioca, polvilho, fumo, sebo, cola, charque, vinho do Rio Grande, crina vegetal, banha etc., para os portos do Brasil; e para o Uruguai e Argentina, erva-mate.

O sr. Carlos Otero, sócio e gerente da filial de Rio Grande, nasceu em 1879, nesta cidade, onde recebeu a sua primeira educação. Foi depois para a Europa e durante dois anos praticou o comércio em Hamburgo. Viajou longamente pelo Velho Mundo, demorando-se mais tempo na França, Itália e Suíça. Voltou a Porto Alegre em 1901, e assumiu a gerência dos negócios da firma na cidade do Rio Grande em 1902.

O sr. Carlos Otero é muito conhecido nas rodas sociais e comerciais da cidade, e faz parte da maioria dos clubes locais. A sede da firma é em Porto Alegre, onde tem os seus armazéns à Rua Sete de Setembro, 68, e os escritórios à mesma Rua Sete de Setembro, esquina da Rua General Câmara. As sucursais ficam: a de Pelotas, à Rua Voluntários, 40 e 42; e a do Rio Grande, à Rua Riachuelo, 8.

Georg Wachtel & Cia. - A importante casa de Georg Wachtel & Cia. foi fundada em 1897 sob a firma de Paul Stooss & Cia., depois Stooss Wchtel & Cia. Com a retirada do sr. Stooss em 1906, ficou a firma com a denominação presente. Esta firma é agente geral no estado do Rio Grande do Sul do serviço combinado geral da Hamburg Sudamerikanische Dampfschifffahrts Gesellschaft e Hamburg America Linie, Sudamerika Dienst, companhias estas que são sócias comanditárias da firma.

Mantêm elas um serviço semanal de Hamburgo, com escalas em Antuérpia, Havre, Lisboa, Porto e em diferentes portos brasileiros, até Rio Grande, onde a carga dirigida a Pelotas e Porto Alegre representa, mais ou menos, 2/3 do total. A firma transporta a carga em seus próprios saveiros, que são rebocados através do lago por rebocadores, que também lhe pertencem, até Pelotas, Porto Alegre ou mais acima. As barcas, saveiros e rebocadores da firma navegam com a bandeira brasileira nos portos do Norte do Brasil, a saber: Pará, Ceará e Maranhão; e nos do Sul da República, a saber: Paranaguá, São Francisco, Florianópolis e estado do Rio Grande do Sul, sendo todos eles registrados com a mesma firma.

As linhas hamburguesas têm também outra linha de Nova York, fazendo viagens mensais diretamente ao Rio Grande, com escalas em vários portos brasileiros. Quando a carga é muita, fretam essas companhias vapores para fazer viagens extraordinárias, a fim de transportar a carga a que o serviço regular não pode dar escoamento. O serviço Atlas, da Hamburg Amerika Linie, em Nova York, se ocupa desta parte da linha de Nova York.

Vêm dirigidos à firma 5 vapores mensalmente por parte das companhias, excluindo aqueles que foram fretados para o serviço extraordinário, de acordo com as necessidades do tráfego.

As importações anuais da Europa e dos Estados Unidos sobem a cerca de 120.000 e 30.000 toneladas, respectivamente, só para o estado do Rio Grande do Sul, e a maior parte para Porto Alegre. O comércio de exportação consiste em produtos do estado, a saber: gado, crinas, couros secos e salgados, ossos, crina, chifres, lãs e outros produtos derivados do gado, para os quais Hamburgo e os outros portos europeus são os principais mercados. Para Nova York vão algumas garras, cabelo, lã e couros secos.

A companhia, para todo esse movimento de importação e exportação do porto do Rio Grande, dispõe de mais de 40 saveiros, com tonelagem entre 60 e 550 toneladas, pesando uma totalidade de 8.000 a 9.000 toneladas e com capacidade para 13.000, assim como também poderosos rebocadores para o serviço de reboque e salvamentos na costa, na proximidade da barra do Rio Grande do Sul. Possui também a firma grandes lanchas a gasolina e uma cábrea (N.E.: guindaste em plataforma flutuante) a vapor, flutuante, que trabalha em Porto Alegre.

O sr. Georg Wachtel nasceu em Berlim, em 1868; aí foi educado e freqüentou durante 3 anos a universidade. Veio para o Rio Grande em 1889, entrando para a casa comercial da Viúva Clausser & Cia., onde esteve empregado durante 10 anos, tendo nos últimos anos procuração da casa. Em 1900, foi nomeado agente da Companhia de Navegação Alemã A. C. de Freitas & Cia., lugar que ocupou durante seis meses, até que esta companhia foi comprada pela H. A. L. Com o acordo posterior da H. A. L. e da H. S. D. G., ficou, de sociedade com o sr. Paul Stooss, representando estas companhias no Rio Grande. Faz parte, como conselheiro, da Câmara Municipal, e é sócio da Associação Comercial e de vários clubes e instituições beneficentes.

Campos Assumpção - Esta firma individual, fundada pelo sr. Antonio Campos Assumpção, foi estabelecida em 1889, no Rio Grande, com armazém de molhados por atacado e escritórios à Rua Riachuelo, 54, e negócio de madeiras, também por atacado, à Rua Riachuelo, 1 e 4. A casa importa vinhos e licores de Portugal, açúcar de Pernambuco e outros produtos nacionais de diversos estados; cimento, folhas de zinco e madeiras para construção, de vários países da Europa.

O seu principal negócio consiste, porém, no transporte de madeiras de conta própria, em 3 palha-botes de sua propriedade, do interior do estado para o Rio Grande, onde tem depósitos, à margem do rio. Exporta também a casa madeiras para diversos estados do Brasil, República Oriental (N.E.: do Uruguai) e Argentina.

O sr. Campos Assumpção nasceu em 1866, em Portugal. Veio para o Rio Grande com 12 anos de idade; e aí praticou o comércio, como empregado em diversas firmas, até que, como já foi dito, se estabeleceu por conta própria em 1889. O sr. Assumpção é membro dos principais clubes locais e tesoureiro da Sociedade Portuguesa de Beneficência.

José da Silva Fresteiro & Cia. - Esta importante firma da cidade do Rio Grande foi fundada em 1878, para o comércio de importação, exportação e bem assim negócios em comissão e consignação. As importações consistem em secos e molhados, provenientes da Argentina e América do Norte, e também da Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Portugal e outros países da Europa. As exportações constam de couros, peles e buchos para a Europa e produtos do estado para todos os estados do Norte do Brasil.

A casa tem um capital de Rs. 200:000$000, e faz um movimento anual de Rs. 1.500:000$000 a Rs. 2.000:000$000. Traz três viajantes percorrendo as zonas do interior do estado. A firma tem depósitos à margem do rio e um palha-bote para o transporte de cargas. Os membros da firma são o sr. José da Silva Fresteiro e dois interessados, os srs. Alberto Silva e Alvaro F. Braga.

O sr. José da Silva Fresteiro nasceu em 1858, em Portugal, onde foi educado. Veio com 16 anos de idade para o Rio Grande, e aqui fez o seu tirocínio comercial. Foi empregado em várias casas comerciais até 1878, ano em que, como foi dito, fundou a presente firma. Foi presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência e é membro dos principais clubes locais, nos quais tem desempenhado diversos cargos da diretoria. No antigo consulado português, faz sempre parte do corpo de conselheiros; e ainda hoje é um dos vultos proeminentes da colônia portuguesa da cidade do Rio Grande.

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A casa de C. Albrecht & Cia., Rio Grande
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C. Albrecht & Cia. - Esta importante firma, fundada em 1896, é sucessora de H. Kellenburg & Cia., casa estabelecida em 1857, na cidade de Rio Grande. Negocia em fazendas de toda a sorte, botões etc., importando principalmente da Europa, mas também dos Estados Unidos; e faz as suas vendas por todo o estado, para o que mantém quatro viajantes, percorrendo as diversas zonas. A casa vende também produtos das manufaturas locais.

São sócios da firma os srs. Carlos Albrecht Senior e seus filhos, srs. Franz Albrecht e Carlos Albrecht Junior. A casa tem o capital de Rs. 500:000$000 e faz anualmente um movimento de Rs. 900:000$000.

O sr. C. Albrecht Senior, que se ocupa com a gerência da casa, nasceu em 1852 e foi educado em Hamburgo, onde também praticou o comércio durante três anos. Veio para o Rio Grande em 1871 e entrou para a casa antecessora, de que, mais tarde, se tornou sócio; finalmente, comprou o negócio, que gira hoje sob a sua firma. Seus filhos Franz e Carlos, hoje seus sócios, nasceram no Rio Grande do Sul, mas foram educados na Alemanha e praticaram o comércio, não só em Hamburgo, como também em Manchester, durante três anos. Fazem parte da firma desde a sua volta ao Rio Grande.

Tollens & Costa - Esta firma, uma das mais importantes na cidade do Rio Grande, foi fundada em 1911, pelos atuais sócios srs. Alexandre Tollens Junior e Octavio Costa. Os srs. Tollens & Costa são grandes importadores de ferragens, metais, artigos de montaria, artigos de reclame, cartão, máquinas etc., que recebem de toda a Europa e da América do Norte, mas especialmente da Alemanha. Dispõe a firma de vastos armazéns e depósitos, e vende por atacado e a varejo por todo o interior do estado.

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Os armazéns de Tollens & Costa
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Thomsen & Cia. - A firma Thomsen & Cia. foi estabelecida há dez anos, na cidade de Rio Grande, pelo falecido barão Albert Thomsen. Esta importante casa faz grande comércio de importação e exportação. Recebe mercadorias dos Estados Unidos da América do Norte, tais como máquinas para trabalhar o ferro, máquinas para a lavoura, querosene, óleos lubrificantes; terebintina da América do Norte e do Paraná; sal em larga escala para os saladeros; grande variedade de produtos da Espanha, Alemanha e Inglaterra, e vende as suas mercadorias por todo o estado do Rio Grande do Sul.

As suas exportações constam de couros secos e salgados, ossos, cinzas, chifres peles etc., lã e uma pequena porcentagem de tabaco. A sua exportação de lã atinge a 1.000 toneladas anualmente, além do suprimento à indústria local e da que é enviada para o Uruguai.

A firma tem agências em Porto Alegre, Pelotas, Bagé e Santa Maria. Representam também a Vacuum Oil Co. e a North British & Mercantile Insurance Co. Esta casa é uma sucursal da importante firma de New York, Thomsen & Cia., e faz todas as suas compras na América do Norte. Os sócios, tanto em Nova York como no Rio Grande, são os srs. Hugo A. Thomsen, de Nova York; H. J. Riedel e Gustav Feddersen.

A casa, no Rio Grande, faz um movimento de Rs. 5.000:000$000 anualmente. Tem a seu cargo os interesses da firma no Brasil o sr. G. C. Feddersen, filho mais velho do sócio da casa, sr. Gustav Feddersen. Nasceu no RIo Grande, em 1884, e foi educado na Alemanha, onde também praticou o comércio durante três anos. Residiu em França durante um ano e esteve no México como gerente comercial da Silver Lead Mining Co., por sete anos. Veio para o Rio Grande, em 1910, para se familiarizar com os negócios da firma. Por morte do gerente da casa, foi promovido ao seu atual posto em maio de 1911. É membro do Clube do Comércio de Pelotas; secretário do Club Germania, e faz parte de várias outras sociedades. É grande amador de esporte.

J. Gianuca - Esta firma individual tem o seu estabelecimento na cidade do Rio Grande, à Rua General Netto, 2. Foi fundada em 1900, pelo seu atual proprietário, e ocupa-se da exportação de produtos do estado, que envia para todos os outros estados do Brasil, onde tem agentes. O seu movimento anual vai a Rs. 3.000:000$000. A firma está estabelecida num prédio próprio, avaliado em Rs. 25:000$000, e possui quatro lanchas para o transporte de cargas, avaliadas em Rs. 45:000$000.

O sr. J. Gianuca é proprietário de várias casas, avaliadas em Rs. 80:000$000. É membro da Junta Comercial e da Praça do Comércio e presidente da Sociedade Protetora das Famílias.

Companhia Nacional de Navegação Costeira – Esta importante companhia de navegação faz duas viagens semanais entre o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro (malas do correio, carga e passageiros), e também uma viagem semanal para Pernambuco, transportando somente carga e malas do correio e fazendo várias escalas.

A companhia possui 16 vapores e entre eles alguns navios de passageiros, bons, velozes e modernos, com excelentes acomodações para cerca de 60 passageiros de primeira classe e 200 de terceira. Os vapores são de cerca de 850 toneladas de registro e providos de instalação frigorífica, luz elétrica e todos os melhoramentos modernos.

A companhia tem atualmente em construção três navios novos; possui também cinco barcaças grandes, para aliviar os navios de parte da carga, a fim de que possam navegar no lago até Porto Alegre e também para trazer a carga até Rio Grande.

O agente da companhia é o sr. Pedro Fernandes Braga, que nasceu no Rio Grande em 1874 e foi educado em Porto Alegre, praticando depois o comércio em sua cidade natal. O sr. P. F. Braga entrou para a companhia em 1899, como ajudante do agente; e ocupa o cargo de agente desde 1910. É muito conhecido nos círculos esportivos e membro de vários clubes desse gênero. Foi, em tempo, campeão do remo.

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Vistas da cidade de Rio Grande
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Manoel Luiz da Silva - O Lloyd Brasileiro mantém atualmente um serviço semanal de ida e volta, entre o Rio de Janeiro e Montevidéu, tocando nos portos intermediários. O vapor Javary faz a combinação, recebendo passageiros e cargas destinados a Pelotas e Porto Alegre. Este paquete é auxiliado no transporte de cargas pelas chatas Cahy e Tempestade, que são conduzidas a reboque pela lancha Pelotas. O serviço da Lagoa Mirim é feito pelos vapores Colombo e Juncal, que se empregam no transporte de passageiros e cargas, tocando em Pelotas, Jaguarão e Santa Vitória. As agências de Pelotas e Porto Alegre aceitam cargas para todos os portos do Brasil e para os do Rio da Prata, sendo feito o transbordo no Rio Grande.

Além dos serviços já citados, há o de cargueiros que fazem duas viagens mensais entre Pernambuco e Porto Alegre, com escalas na Bahia, Maceió, Rio, Santos, Rio Grande e Pelotas.

O sr. Manoel Luiz da Silva, agente do Lloyd Brasileiro no Rio Grande, esteve ao serviço da antiga Companhia Nacional de Navegação e continuou sempre em todas as outras que lhe sucederam in nomine; serviu cerca de dois anos como agente em Pelotas; e veio dali para o Rio Grande, tendo depois seguido em comissão para Montevidéu. Atualmente é o sr. Manoel Luiz da Silva agente na cidade do Rio Grande e superintendente no estado. O sr. Silva faz parte do Conselho Municipal do Rio Grande e é provedor da Santa Casa de Misericórdia da mesma cidade.

Eduardo J. Wigg & Cia. - Esta firma, fundada na cidade de Rio Grande, em 1911, é agente de várias companhias de navegação, entre outras a Lamport & Holt, a Prince Line e a Sud-Atlantica, empresa argentina, que faz o comércio do transporte de trigo, farinha, mate etc. A firma é também agente de outros navios, que trazem carvão para a companhia de estrada de ferro, de cujo material flutuante e serviço de carga e descarga ela própria tem a gerência. A firma tenciona desenvolver o seu negócio, ocupando-se também do comércio de importação e exportação.

O sr. Eduardo Wigg tem como sócios os seus três filhos. O sr. Wigg nasceu em 29 de julho de 1851, no Rio Grande, e foi educado em Winchester, Inglaterra; voltando ao Rio Grande, com a idade de 21 anos, entrou para a casa de seu pai, negociante estabelecido nesta cidade, e, por morte dele, de sociedade com seu cunhado, negociou pelo espaço de 25 anos em Rio Grande. Foi também durante 11 anos sócio da firma brasileira José da Silva Fresteiro & Cia., da qual se desligou ultimamente, fundando então a sua presente firma individual.

Antes de voltar ao Brasil, adquirira o sr. Eduardo Wigg a sua prática comercial numa casa londrina importadora de artigos da Índia, China, Ceilão etc. Foi nomeado vice-cônsul da Inglaterra em 1909, funções essas que já exercia desde 1901. Foi também agente do Lloyd em Porto Alegre, e faz parte de vários clubes da cidade.

Drogaria Franco-Brasileira - O sr. Antonio Carlos Lopes, proprietário desta importante drogaria e farmácia, nasceu e foi educado no estado do Rio Grande, onde se formou em Farmácia. Possui o sr. Lopes várias medalhas de bronze e prata obtidas na Exposição de São Luiz, pelos seus produtos, que foram também premiados na Exposição do Estado do Rio Grande do Sul.

Importa em larga escala toda a sorte de drogas, não só para a manufatura dos seus produtos, como também para a venda a retalho em sua farmácia, onde tem também um grande estoque de utensílios e acessórios cirúrgicos importados da Europa.

O sr. Lopes tem no mercado vários preparados farmacêuticos de sua manufatura, e também fabrica tintas para escrever e outras. A firma negocia para os principais centros do país, onde mantém correspondentes.

O sr. A. F. Rodrigues, sócio do sr. Lopes, é escritor muito conhecido no estado e membro da Academia Rio-Grandense de Letras; entre várias publicações suas, contam-se o Almanack do estado do Rio Grande do Sul, de real valor comercial e profissional. O sr. Rodrigues foi professor de Matemáticas. Durante algum tempo, foi gerente da firma editora Pintos & Cia., também estabelecida com livraria. o sr. Rodrigues, nascido e educado no Rio Grande do Sul, faz parte de várias e importantes empresas literárias e editoras do Estado.

Alvaro de Castro e Silva - A casa comercial Alvaro de Castro e Silva foi fundada na cidade de Rio Grande em 1903. Consiste o negócio desta casa na importação de ferragens, maquinismos, quinquilharia, cutelaria, artigos para embarcações, tintas, óleos, vernizes etc. A firma faz também toda a sorte de contratos. Fornece a vários departamentos do governo e faz largo negócio em artigos navais, encarregando-se também do serviço de carga, de consertos em navios etc. A casa vende não só no estado do Rio Grande do Sul, como também em outros pontos do Brasil; o seu movimento anual vai a Rs. 300:000$000.

O sr. Alvaro de Castro e Silva nasceu em 1875 no estado do Rio Grande do Sul, onde recebeu as primeiras luzes de sua educação, que depois foi completar na Europa. Praticou o comércio no Rio Grande, e se estabeleceu por conta própria em 1903. O sr. Silva é grande amador de esporte e jogos atléticos e faz parte dos principais clubes sociais e esportivos da cidade.

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Gasômetro Municipal de Rio Grande
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Carl Engelhardt- A firma Carl Engelhardt foi fundada em 1901, para fazer o comércio de exportação. O sr. Carl Engelhardt nasceu na Alemanha, em 1859; aí foi educado, iniciando, muito moço, a sua aprendizagem comercial. Veio para Porto Alegre com 22 anos de idade, e foi sócio da firma Viúva Clauser & Cia. durante alguns anos. Começou a negociar por conta própria em 1901. Vive há cerca de 25 anos no Rio Grande, onde tem exercido as funções de cônsul da Áustria-Hungria; é atualmente vice-cônsul da Rússia e agente da Companhia de Seguros de Hamburgo.

O sr. Rudolf Finke, gerente da casa, nasceu em Hamburgo, onde foi educado e praticou o comércio; esteve estabelecido por conta própria de 7 a 8 anos, na Alemanha. Vindo em 1902 para o Rio Grande, entrou para a casa do sr. Engelhardt. É membro dos principais clubes da cidade.

Menditeguy & Cia. - Esta firma, cujos escritórios ficam à Rua Riachuelo, 63, na cidade do Rio Grande, faz largo negócio de importação de secos e molhados e fazendas da Europa e América do Norte; e exporta, também em grande escala, produtos nacionais. As suas transações são feitas por atacado.

O sócio solidário da firma é o sr. Octaviano Menditeguy, sendo sócios comanditários os srs. Octavio Pereira da Silva (sócio solidário da firma Silva & Santo, no estado de Santa Catarina) e Gabriel da Silva Santos (sócio solidário da firma Azevedo & Cia., de Buenos Aires). O sr. Menditeguy faz também parte da firma Mendes & Guimarães, desde a sua fundação.

Rache, Leite & Cia. - Esta firma é sucessora da extinta firma Augusto Leivas & Cia., fundada na cidade do Rio Grande em 1867. A casa exporta charque, sebo e outros produtos para os estados do Brasil e lã para a Europa; faz um movimento anual de Rs. 3.000:000$000, e tem uma sucursal em Jaguarão. A casa no Rio Grande tem 10 empregados. Os atuais sócios da firma são os srs. barão J. Leite, nascido em Portugal; P. F. Rache, brasileiro; Jesus Vieira e João Duhá.

O sr. Vieira nasceu em 1880 em Pelotas, onde foi educado e fez o seu tirocínio comercial. Veio para o Rio Grande em 1909 e entrou para a firma em 1910. O sr. João Duhá nasceu no Rio Grande, em 1883, e foi educado e praticou o comércio em São Paulo. Voltou para o Rio Grande em 1899 e entrou para a firma em 1910. A gerência ativa dos negócios da casa está a cargo dos srs. Vieira e Duhá.

Oscar Ritter - Esta firma, estabelecida em 1911 na cidade do Rio Grande, faz importante movimento no comércio de importação e exportação e negocia também como casa de comissões e consignações, com escritórios à Rua Riachuelo, 59.

A maior parte das suas mercadorias são importadas diretamente da Europa; entretanto, faz também considerável importação de açúcar de Pernambuco e de café do Rio de Janeiro. Vende por todo o estado, para o que mantém dois viajantes. Exporta também a firma para os estados do Norte do Brasil grande quantidade de produtos do estado do Rio Grande do Sul.

O sr. Ritter é natural do estado do Rio Grande do Sul; e antes de fundar esta casa, fora, durante 6 anos, sócio do sr. Menditeguy.

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Comerciantes da cidade de Rio Grande: 1) Carl Albrecht; 2) Charles Fraeb; 3) Campos Assumpção; 4) A. J. Silva Guimarães; 5) Christian Nygaard; 6) Hermann Meissner; 7) Georg Wachtel; 8) Gustav C. Federsen; 9) Ricardo L. Nieckele; 10) Joaquim M. Garcia
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Joaquim Martins Garcia - Esta firma importadora foi fundada em 1879 pelo sr. Joaquim Martins Garcia, nascido no Rio Grande em 1852. O sr. Martins Garcia recebeu a sua educação no Rio Grande, e aos 20 anos de idade foi para a Alemanha, onde praticou o comércio durante sete anos na cidade de Hamburgo. Voltando ao Rio Grande, em 1899, aí trabalhou, como corretor, pelo espaço de 3 anos. Começou depois a importar carvão; e hoje é um dos principais importadores, no estado, desse combustível.

Teve também importante casa de câmbio, negócio esse que abandonou em 1909 para dedicar toda a sua atividade e atenção ao presente negócio. Importa também a casa artigos navais, terragens, carvão etc.

O sr. Joaquim Martins Garcia exerce as funções de cônsul da Holanda, na parte Sul do estado do Rio Grande do Sul, desde 1885. É devotado amador do esporte e membro dos principais clubes locais. Os seus escritórios ficam à Rua do Riachuelo, 73, na cidade do Rio Grande.

Affonso Faveret - Esta importante firma individual foi fundada em 1905, para a exportação, em grande escala, de todos os produtos do estado do Rio Grande do Sul. A firma Affonso Faveret é agente da fábrica de fósforos Jung, Secco & Cia., da Sociedade de Seguros Porto-Alegrense, da Companhia Paulista de Navegação e da Companhia Paulista de Fabricação de parafusos. O escritório da casa fica à Rua Riachuelo, 18.

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Algumas personalidades de Rio Grande: 1) Pedro Fernandes Braga; 2) O falecido Francisco M. Leal Pancada; 3) Cel. Antonio Chaves Campello; 4) Lucrecio d'Oliveira Leite (vice-cônsul de Portugal); 5) O falecido barão Adalbert Thomsen; 6) O falecido Carlos Guilherme Rheingantz; 7) Alvaro de Castro e Silva; 8) Cel. Augusto Cesar de Leivas
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