Plano de Porto Alegre e seus subúrbios
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Rio Grande do Sul (cont.)
Porto Alegre
Como acontece com tantas outras cidades brasileiras, o primeiro golpe de vista
que o recém-chegado obtém de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, desperta uma duradoura impressão de beleza quase incomparável. A
cidade está num anfiteatro natural, como uma jóia em escrínio das mais encantadoras belezas naturais; e ao redor uma centena de colinas erguem os
seus cumes para as nuvens.
De todos os lados o sol rebrilha nas águas dos rios circundantes. Ano Norte, é o
município limitado pelos rios Jacuí e Gravataí; ao Sul, pelo Ribeiro Araçá; a Leste, pelo Feijó, Taquara e Chico Barcellos; e ao Oeste, pelo Grande
e pelos Ratos.
A um lado da cidade, corre o Guaíba, cujas plácidas águas são sulcadas por toda
a sorte de embarcações, desde as pequenas canoas até os navios de alto mar; e ao seu estuário afluem numerosos ribeiros que atravessam o município
em todas as direções.
A cidade foi fundada no ano de 1742; e os primeiros habitantes, segundo os
documentos existentes, consistiam em 60 casais com suas famílias, cerca de 400 almas ao todo, imigrantes vindos dos Açores. Foi essa circunstância a
causa de ser a povoação conhecida, por mais de 30 anos, como Porto dos Casais.
Em 1773, porém, foi a aldeia elevada à dignidade de paróquia, com o nome de
Porto Alegre, e também se tornou sede do governo, o qual até então tinha estado estabelecido em Viamão. Foi só em 1810 que o desenvolvimento da
paróquia lhe permitiu ser agraciada com o título de vila; e 12 anos depois, foi elevada a cidade, por decreto imperial, e gozou daí em diante de
todos os direitos civis e privilégios. Desde o tempo da fundação da cidade, com 400 indivíduos, em1742, não se encontram esclarecimentos quanto ao
crescimento da população até 1780, data em que a população foi avaliada em 1.500 habitantes; nada que se assemelhe a um recenseamento parece ter
sido feito até 1803, quando se verificou que o número de habitantes era de 3.927, excluindo a guarnição militar e as crianças de menos de 12 meses.
A emancipação política resultante da declaração da independência, em 1822, e o
pronunciado movimento emigratório que começou em 1824, imprimiram tão rápido aumento à população de Porto Alegre, que o naturalista Arséne Isabelle,
quando visitou a cidade em 1834, calculou o número de seus habitantes em 15.000. Um período de guerra civil, que se prolongou de 1835 a 1845,
retardou consideravelmente o, até então, contínuo desenvolvimento; uma vez, porém, passado esse período, o crescimento tem sido constante e rápido e
por ocasião da proclamação da República, em 1889, verificou-se ser a população de 50.000 almas. Em 1890, segundo o recenseamento municipal, a
população tinha se elevado a 52.186; em 1900, a 73.274; em 1910, a 130.227, dos quais 64.364 homens e 65.863 mulheres.
O Palácio da Municipalidade, Porto Alegre
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Área, clima e salubridade
Porto Alegre tem a área de 241.205 hectares e o seu perímetro é de 383
quilômetros. O clima foi qualificado por Saint-Hilaire como o melhor do Brasil. Segundo estatísticas meteorológicas que abrangem um período de
alguns anos, a média termométrica anual é de 20,26, oscilando entre o máximo de 28º C em dezembro, janeiro e fevereiro (meses de verão) e o mínimo
de 13º C em junho, julho e agosto (meses de inverno).
No inverno, as maiores quedas da temperatura são causadas pelo forte vento de
Sudoeste, conhecido por Minuano, que sopra dos Andes. Os dias quentes de verão são quase invariavelmente seguidos de chuvas e trovoadas, as quais
cessam geralmente com a chegada do vento de Oeste, que purifica a atmosfera e é muito tonificante.
A queda da chuva, em média anual, é de cerca de 774 milímetros, sendo o outono a
estação mais seca; e a média de umidade atmosférica é de 68,85. A pressão barométrica, tomando-se a média dos anos de 1902 e 1903, atinge o máximo
de 760 e 5 décimos em junho, e o mínimo de 753 e 5 décimos em janeiro.
A cidade, pela sua salubridade, compara-se às melhores da América e da Europa; e
a perfeição dos seus serviços sanitários é demonstrada pela escassez de óbitos por moléstias infecciosas. O número total de óbitos, na zona, foi por
muitos anos consideravelmente inferior a 22 por 1.000, proporção esta tida pelas autoridades alemãs, em higiene, como a norma abaixo da qual uma
cidade pode ser considerada perfeitamente salubre. Este resultado foi em grande parte devido aos excelentes sistemas de abastecimento de água e
serviço de esgotos estabelecidos nos últimos anos, com enormes despesas.
Monumentos públicos
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Ruas, praças e edifícios
A cidade de Porto Alegre é, a todos os respeitos, um centro de população bem
planejado e moderno. Geralmente falando, as suas ruas são largas e excelentemente iluminadas a gás e eletricidade; e as linhas das companhias de
tramways proporcionam fácil acesso aos vários subúrbios pitorescos que emolduram a cidade. A maior parte das ruas são macadamizadas e calçadas a
paralelepípedos.
Tanto nos planos primitivos como no desenvolvimento de Porto Alegre, houve
sempre especial cuidado em se deixarem áreas consideráveis para praças ajardinadas e espaços de arejamento. O maior destes, conhecido como Campo da
Redenção, ocupa uma posição muito central e tem uma área de cerca de 700.000 metros quadrados; ao longo da face Sudeste corre uma bela avenida
arborizada; na extremidade Norte fica a esplêndida pista e a sede da União Velocipédica.
Bem perto, está um magnífico parque traçado por ocasião da grande exposição de
1901, com encantadores campos artisticamente ornamentados de canteiros de flores, plantas e arbustos, e com largas alamedas. O parque tem várias
cascatas artificiais, assim como pavilhões, coretos para bandas de música, restaurantes, um teatro etc.
Não muito distante ficam os edifícios ocupados pelo Liceu de Artes e Ofícios,
Escola de Engenharia e Museu do Estado, todos eles situados em jardins de muito gosto.
Na extremidade Sul do campo, está a Escola Militar, construção magnífica,
acabada em 1887, e do custo de Rs. 600:000$. Tem uma fachada de 160 metros, com alas de 93 metros de fundo; e, no interior, há um quadrângulo da
área de 8.500 metros quadrados.
Em frente ao Mercado Público, outra bela praça denominada Praça 15 de Novembro.
Entre os seus atrativos, contam-se lindas plantas e árvores, uma gruta, um pequeno córrego atravessado por pontes rústicas, e uma fonte ornamental.
É este um dos jardins mais freqüentados da cidade.
Entre outros largos ou praças, arborizados ou ajardinados, devem ser mencionadas
as praças General Osório, General Marques, D. Feliciano, Conceição, Senador Florêncio, Martins de Lima, Marechal Deodoro, Júlio de Castilhos,
Concórdia e Menino Deus. A área total dessas praças é de 60.000 metros quadrados.
Há grande número de belos edifícios em Porto Alegre, sendo talvez o mais notável
o Palácio Municipal, pela sua arquitetura de muito gosto. A sua construção custou Rs. 500:000$; e ocupa uma área de 1.355 metros quadrados com um
pátio de 100 metros quadrados. Todas as repartições públicas estão instaladas neste edifício, assim como a farmácia, consultório médico e cirúrgico,
salas de operações do serviço da Assistência Pública. O principal salão de honra, no qual se efetuam as sessões do Conselho, é magnificamente
ornamentado com ricas tapeçarias e bustos dos homens mais notáveis da História do Brasil.
O Mercado Público é um grande edifício retangular, construído há cerca de 40
anos e que custou Rs. 245:000$000; e dá atualmente uma renda anual de 150 contos de réis. Tem 80 lojas com frente para a rua e 70 no interior. Entre
os estabelecimentos religiosos, há alguns dos mais imponentes edifícios da cidade.
O Seminário Episcopal é uma construção majestosa, com belas linhas
arquitetônicas, que foi completado em 1888 e importou em Rs. 600:000$000. As suas aulas foram abertas em 1879
(N.E.: SIC: notada a divergência de datas, 1888/1879), com 170 alunos; e desde então, milhares de estudantes, muitos dos quais matriculados depois nas academias nacionais,
têm ali recebido uma sã educação. Uma parte deste edifício é reservada para residência do bispo da Diocese, que foi criada em 1847.
Para fins gerais de educação, o Departamento da Instrução Pública mantém
numerosas escolas e colégios distritais, com grande freqüência de alunos. Do ponto de vista das instituições de caridade, está a cidade em condições
muito vantajosas. A Santa Casa de Misericórdia é um edifício solidamente construído, com 27 enfermarias, das quais 6 reservadas para casos
infecciosos. O serviço clínico é dividido em 18 seções, dirigidas por eminentes profissionais, enquanto as irmãs franciscanas se dedicam ao mister
de enfermeiras com infatigável zelo e dedicação.
Entre outras instituições, devem ser mencionados o Hospício de S. Pedro, o Asilo
para Alienados, o Asilo de Mendicidade, que dá guarida a mendigos e enfermos; o Asilo de Santa Tereza, em que são educadas as meninas órfãs; o
Hospital de Nossa Senhora das Dores, sob a direção das Irmãs das Mercês da ordem Franciscana; o Asilo de Nossa Senhora da Piedade, para meninas
órfãs, e vários outros.
Edifícios públicos, Porto Alegre: 1) Tesouro Estadual e Teatro São Pedro; 2) Hospital Militar; 3)
Teatro São Pedro; 4) Um recente melhoramento municipal (chalé na Praça 15 Novembro); 5) A Secretaria de Obras Públicas
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Indústrias
A situação das várias indústrias de Porto Alegre, conquanto suficientemente
lisonjeira, oferece ainda grande número de oportunidade aos comerciantes e capitalistas de países estrangeiros que estejam procurando emprego de
capitais onde a concorrência seja menos renhida. Em nenhum outro lugar se podem encontrar elementos mais numerosos e favoráveis para o
desenvolvimento de indústrias em geral.
Em tempo, produzirá o estado trigo bastante para suprir o Brasil e ainda se
exportar algum. A cultura do trigo, todavia, foi abandonada pela indústria da carne seca, que tem provado ser uma fonte inexaustível de riqueza. Com
a introdução de grande número de imigrantes, voltou, entretanto, a agricultura à sua antiga importância. Grandes quantidades de produtos são
exportados do município, tais como fumo, feijão, cebolas, frutas, erva-mate, batatas, arroz, legumes, açúcar etc.
Várias indústrias derivadas da agricultura têm também atingido um próspero
estado de desenvolvimento, tais como: o fabrico de licores e bebidas fermentadas, as carnes salgadas e em latas, banha, laticínios etc.
As indústrias de fiação e tecelagem são já exploradas com êxito e proveito, mas
a produção ainda está longe de bastar para satisfazer à procura local. Estabeleceu-se uma grande fábrica que é a única no mundo a manufaturar papel
de fibra de bambu; mas ainda neste artigo a procura excede em muito a produção local. As extensas florestas de valiosas madeiras, que se encontram
nas proximidades da cidade, têm contribuído para o desenvolvimento de uma importante fabricação de móveis; e a indústria de couro está bem
estabelecida em vários pontos, havendo também fábricas de calçados, produtos químicos, sabão, cigarros, charutos, roupas etc.
Igreja das Dores, Porto Alegre
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Companhia Força e Luz Porto-Alegrense - Existiam em Porto Alegre duas empresas de
tramways a tração animal: a Companhia Carris de Ferro Porto-Alegrense e a Companhia Carris Urbanos. para ser feita a mudança no sistema de
tração, fundiram-se as duas companhias em 1906. Feita esta fusão, a empresa reformulou os seus estatutos, nascendo então a atual Companhia Força e
Luz Porto-Alegrense, que assinou contrato com a Municipalidade, em 14 de abril de 1906, para a instalação de tramways elétricos.
Este serviço foi inaugurado em 10 de março de 1908, com o capital de Rs. 2.652:000$000 e mais um
empréstimo em debêntures da mesma soma, com a força motriz de 900 quilowatts-hora e 37 carros elétricos e outros tantos de reboque.
Atualmente (1911) o capital é de Rs. 5.000:000$000 e o empréstimo ainda de Rs. 2.652:000$000. A
força motriz representa 1.750 quilowatts-hora. O número de carros elétricos eleva-se a 47, estando encomendados mais 20. No ano de 1909, o número de
passageiros transportados foi de 5.996.346 e a receita bruta cifrou-se em Rs. 1.157:976$820; e no ano de 1910, foi o número de passageiros 6.733.179
e a receita bruta Rs. 1.282:727$630.
A companhia, que também explora o serviço de fornecimento de força motriz e de luz, está
atualmente assentando cabos subterrâneos nas ruas centrais da cidade.
O Mercado Público
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Faculdade Livre de Medicina e Farmácia de Porto Alegre - Esta escola, fundada em fevereiro
de 1897, após os maiores esforços, conseguiu abrir as suas aulas, com 35 alunos matriculados. Era então somente Escola de Farmácia; mas, graças à
dedicação da União Farmacêutica, fundadora de tal instituição, esta se desenvolveu, e alguns membros da classe médica agitaram a idéia da instalação
duma Faculdade de Medicina, em fusão com a Escola de Farmácia. Formou-se então a Faculdade Livre de Medicina e Farmácia.
As matérias ensinadas na faculdade são as seguintes: História Natural Médica, Química Médica,
Anatomia Descritiva, Física Médica, Histologia, Bacteriologia, Matéria Médica, Farmacologia e Arte de Formular, Clínica Propedêutica, Clínica
Dermatológica e Sifiligráfica, Anatomia e Fisiologia Patológicas, Patologia Médica, Patologia Cirúrgica, Clínica Cirúrgica, Clínica Oftalmológica,
Operações e Aparelhos, Terapêutica, Higiene Médico-Legal e Toxicológica, Clínica Obstétrica e Ginecológica; e no curso de Farmácia: História Natural
Médica, Farmacologia, Física Médica etc.
Existem na escola dois laboratórios, o de Física e o de Química. A diretoria se preocupou também
com a instalação do Museu de História Natural, e para este fim foi adquirida uma bela coleção mineralógica. A administração superior compõe-se dos
srs. dr. Serapião Henrique Mariante, diretor; dr. Eduardo Sarmento Leite da Fonseca, vice-diretor; dr. Francisco de Carvalho Freitas, secretário e
tesoureiro; dr. Diogo Martins Ferraz, bibliotecário; dr. João Dias Campos, diretor do Museu; dr. Eduardo Sarmento Leite da Fonseca, diretor do
Instituto Anatômico. Os cursos são dirigidos por 28 catedráticos e 5 substitutos.
Município de Porto Alegre: 1) Entrada para o Reservatório Público; 2) Usina de força elétrica; 3)
Casa das bombas e das máquinas; 4 e 5) Vistas do Gasômetro
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Instituto Ginasial Júlio de Castilhos - Possuindo todas as condições prescritas pela
higiene e moderna Pedagogia, está este instituto preparado para dar uma completa educação intelectual, modelando-se pelos processos americanos hoje
mais dignos de louvores. Ensina à criança desde as primeiras letras, levando-a até o último ano do curso e proporcionando-lhe também exercícios
físicos, de reconhecida utilidade. O curso do instituto está dividido em oito anos, sendo dois primários, dois médios e quatro secundários. No
primeiro curso, poderão matricular-se crianças desde os 5 anos.
A princípio, dispunha a escola de um único edifício, depois ampliado por meio de construções
provisórias de madeira. Atualmente, os seus institutos funcionam em edifícios próprios, entre os quais se destaca o do Ginásio Júlio de Castilhos,
como uma obra de arte, de grande mérito, pelo apurado gosto arquitetônico e perfeita adaptação aos seus fins.
Está em elaboração um projeto de reforma do edifício principal da escola, projeto que não só a
embeleza, como também a aumenta. E em construção, quase concluído, existe um belo e amplo edifício destinado ao Instituto Agronômico.
A escola, que começara por um simples curso de Engenharia Civil, no ano de 1897, hoje, que são
decorridos 14 anos, conta os seguintes cursos: o de Engenharia, com a freqüência de 119 alunos; o do ginásio, com 280; o Instituto Técnico
Profissional, com 300; o de Eletro-técnica, com 20; e o Instituto de Agronomia e Veterinária, com 44 alunos. O total é de 763 alunos.
1) Asilo São Pedro; 2) Escola Militar
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Os diversos institutos são dotados das instalações próprias ao desenvolvimento do ensino
experimental e demonstrativo, sem prejuízo da base teórica indispensável. Brevemente serão melhorados os gabinetes de Física, Química, Resistência
dos Materiais, Mineralogia, Geologia, Topografia, Estradas e Arquitetura. Ao tempo em que são tomados estes apontamentos, acha-se na Europa o
secretário da escola, incumbido de adquirir material, para reforço das diversas instalações e gabinetes daquele estabelecimento.
O Instituto Técnico Profissional, que conta atualmente 300 alunos, destina-se exclusivamente à
matrícula gratuita de meninos pobres, que nele aprendem uma profissão. Este instituto deve preparar o operariado estadual, apto para trabalhar com
aproveitamento de tempo e de forças. O curso de capatazes rurais é também para a matrícula gratuita, mas na relação de um aluno por município do
estado.
A escola teve por primeiro diretor o sr. Alvaro Nunes Pereira, que se manteve nesse posto até 4 de
junho de 1898, data em que pediu exoneração, sendo substituído pelo dr. João José Pereira Parobé. O dr. Pereira Parobé, engenheiro militar pela
Escola Militar de Porto Alegre, ex-deputado e ex-secretário de Estado, até hoje se conserva naquele cargo, que desempenha com grande zelo e
competência.
Vista do subúrbio de São Leopoldo
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A Escola de Engenharia de Porto Alegre está destinada a desempenhar importante papel na vida
econômica e intelectual do estado, pela adoção de métodos de ensino adiantados que influirão necessariamente na atividade profissional e industrial
do Rio Grande do Sul.
Eis a relação nominal dos professores desta escola: engenheiros João José Pereira Parobé, diretor;
João Simplicio Alves de Carvalho, Manoel Theophilo Barreto Vianna, Manoel Itaqui, João Lüderitz, Lino Carneiro da Fontoura, João Vespucio de Abreu e
Silva, Joaquim Marques da Cunha, João Luiz de Faria Santos, José da Costa Gama, Candido José de Godoy, Rodolpho Ahrons, Ignacio de Alemcastro
Guimarães, Idefonso Soares Pinto, Luiz Englert, Fernando M. P. e Souza, Mathias Alfredo Wiltgen, Adolpho Alfredo Stern, Syvio Brum, Dyogenes
Monteiro Tourinho, Hans Emilio Goetze, Augusto Gonçalves Borges, João Ferlini, Olavo Ottoni Barreto Vianna, Henrique Pereira Netto, João Manoel da
Fontoura Leite, Dario Pederneiras, Conrado Alvaro de Campos Penafiel, Cherubim Febeliano da Costa, Conrado Bertinasco, Antonio Pradel, Benito Ilha
Elejalde, Antonio Verissimo de Mattos, Francisco Avila da Silveira, Oscar de Oliveira Miranda, Ildefonso Borges Toledo da Fontoura, José Coelho
Parreira, drs. João Pitta Pinheiro, Benjamin Torres, Antonio Carlos Penafiel, padre Ambrosio Schupp.
Seria grave injustiça deixar sem referência os importantíssimos serviços prestados à Escola de
Engenharia pelo hoje deputado ao Congresso Federal dr. João Simplicio Alves de Carvalho, que sempre por ela mostrou o maior interesse e dedicação.
Foi ele que conseguiu obter para aquele estabelecimento subvenções dos governos estadual e federal. É opinião geral que, sem ele, a tão útil
instituição teria sucumbido a dificuldades de que afinal saiu vitoriosa. Assim, a escola conferiu o dr. João Alves o título de benfeitor.
Escola de Engenharia de Porto Alegre: 1) O Ginásio Júlio de Castilhos; 2) Instituto
Eletro-Técnico; 3) Escola de Engenharia; 4) Instituto Astronômico; 5) Vista geral da escola; 6) Instituto Agronômico e de Veterinária, em via de
construção
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Clube do Comércio - Este clube, formado a 6 de junho de 1896, admite pessoas de ambos os
sexos, nacionais ou estrangeiras. Tem por fim proporcionar aos seus associados distrações agradáveis por meio de reuniões diárias, leitura de
jornais nacionais e estrangeiros, todos os jogos permitidos, reuniões familiares, bailes, concertos e outros divertimentos, promovidos pela
diretoria.
O Clube do Comércio conta atualmente 400 sócios, na sua maioria comerciantes e sendo estes os
sócios efetivos; mas há outras classes de sócios, como sejam os contribuintes. O clube assina diversos jornais e revistas nacionais e estrangeiros;
e comporta uma sala com 6 bilhares, jogos de gamão, xadrez etc., um excelente bufê e ricos salões para bailes e concertos. É um dos principais
clubes de Porto Alegre.
Porto Alegre, com vista da baía
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Club Germania - O Germania, fundado em 1855, é o clube alemão mais antigo de Porto Alegre.
O Club Germania conta 320 sócios e suas respectivas famílias, a maior parte dos quais alemães ou descendentes de alemães; e assim compreende a parte
mais seleta da colônia alemã em Porto Alegre. O fim que o clube tem em vista é promover festas e reuniões sociais entre os seus sócios.
É proprietário, à Rua das Flores, dum grande e confortável edifício, onde há, mobiliadas com gosto
e comodidade, salas de leitura, sala de bilhar e um galeria para jogo de bola. Possui o clube também uma biblioteca com mais de 3.000 volumes, e o
seu salão de recepções, vasto e luxuosamente mobiliado, tem um palco, onde podem ser dadas representações teatrais.
Tenciona o clube aumentar o seu edifício, e para esse fim tem já angariada uma soma de mais de
180.000 marcos, por subscrição promovida entre os seus membros.
A diretoria do clube se compõe atualmente dos srs. Theodor Jacobi, presidente; F. F. Krahe,
vice-presidente; Franz Reimer, tesoureiro; Max Bornhorski, secretário; e D. I. Steidle, bibliotecário.
Vista geral do reservatório público de Porto Alegre
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