Cia. de Fiação e Tecidos Corcovado
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Algodão (cont.)
Cidade e estado do Rio de Janeiro
Companhia América Fabril – A Companhia América Fabril, antes Companhia do Pau Grande, foi organizada em 4 de agosto de 1885, com o capital de 400:000$000 (£40.000
ao câmbio de 24 d. por mil réis), capital que foi elevado a £60.000 em julho de 1890 e a £180.000 em 30 de outubro de 1891, quando a companhia tomou
o nome de América Fabril. Na mesma ocasião foi resolvida a construção da Fábrica do Cruzeiro.
Em 4 de julho de 1894 foi o capital novamente elevado, desta vez para Rs.
2.400:000$000, e em 24 de janeiro de 1903 foi ainda elevado a Rs. 3.600:000$000. Foi nesta ocasião comprada a Fábrica do Bomfim, cujo pagamento se
realizou em ações. Em 2 de setembro de 1911 foi novamente elevado o capital a Rs. 6.000:000$000, sendo nessa ocasião construída a nova Fabrica
Mavilis.
Assim, atualmente, possui a companhia as seguintes fábricas: Pau Grande, 330
teares e 10.564 fusos; Bomfim, 385 teares e 12.852 fusos; Cruzeiro, 844 teares e 25.312 fusos; Mavilis, 642 e 26.432 fusos; total para as quatro
fábricas: 2.201 teares e 75.160 fusos. A força motriz compreende 3.660 hp, força elétrica, e 350 hp, força hidráulica; total, 4.010 hp.
As manufaturas da companhia compreendem tecidos estampados, musselinas,
xadrezes, riscados, cetinetas, tecidos para forros e toalhas. A força elétrica é fornecida por 192 motores elétricos de corrente alternativa de 500
volts; e a hidráulica por duas turbinas, acionadas pela queda d'água do Pau Grande. Os motores elétricos e outras máquinas da instalação
elétrica foram fornecidos pelos srs. Bruce, Peeblest & Cia., por intermédio de seus representes no Rio, srs. Mac-Laugghlan, Machado & Cia.
As máquinas de fiação e de tecelagem da Fábrica Mavilis foram fornecidas pela
firma dos srs. Brooks & Dorey, por intermédio dos srs. James, Scott & Sons, correspondentes da companhia em Manchester. Este último maquinismo,
moderno e perfeito, trabalha com os melhores tipos de algodão brasileiro, permitindo fiar o nº 60 e o 80, que pela primeira vez no Brasil está sendo
usado; há, portanto, entre os clientes da fábrica, grande procura daquele artigo.
Na Fábrica do Cruzeiro foi recentemente instalado o mais moderno maquinismo para
tinturaria, branqueamento e estamparia, não só para os tecidos manufaturados nesta fábrica, como também para os provenientes das fábricas Mavilis,
Bomfim e Pau Grande.
O escritório de gravura, habilmente dirigido, produz um trabalho de primeira
ordem. O laboratório químico, organizado recentemente, presta já serviços inestimáveis. A construção do novo edifício e montagem dos maquinismos
respectivos, providos de todos os melhoramentos modernos, foi executada sob a hábil direção do sr. Mark Sutton, que faz parte da diretoria e que se
tem sempre esforçado por dar à companhia o melhor dos seus valiosos serviços, colocando-a assim entre os mais importantes estabelecimentos
congêneres.
A companhia construiu 259 casas, para seus operários, com todas as condições e
higiene possíveis e de acordo com as circunstâncias. O pequeno aluguel destas casas faz com que sejam grandemente procuradas; e a companhia está
empenhada na construção de outras mais.
Na Fábrica do Cruzeiro, em confortável e higiênica escola, funcionam durante o
dia e a noite aulas para os operários; a freqüência é de cerca de 200 alunos. Na Escola do Pau Grande, matricularam-se 154 alunos durante o último
ano, sendo a freqüência média de 97. As farmácias no Cruzeiro e no Pau Grande, mantidas pelo Fundo Beneficente, sem necessidade de contribuição por
parte dos operários, amplamente satisfazem todas as necessidades dos empregados e suas famílias. A companhia mantém farmácias custeadas pelo fundo
beneficente em suas fábricas do Cruzeiro e Pau Grande. Os serviços médicos e auxílio pecuniário são fornecidos a todos que, necessitando-os, os
reclamam.
Existe na Fábrica do Cruzeiro um armazém cooperativo. Ao principiar o primeiro
semestre de 1911, foram pagos 10% a todos aqueles que haviam comprado 100$000 ou mais em gêneros; foram distribuídos presentes de Natal a todos os
operários e dados prêmios semestrais aos tecelões mais hábeis.
O sr. Domingos Alves Bebiano, presidente da companhia, nasceu em Castanheira de
Pera, em Portugal, em 1849, onde também foi educado. Veio para o Brasil com 15 anos de idade, empregando-se como caixa de um de seus tios,negociante
em Minas Gerais, com um salário de £6 ou 8 por ano. Esse ordenado foi elevado ao dobro no segundo ano e depois de permanecer mais três anos naquele
posto, estabeleceu-se o sr. Bebiano por conta própria e ficou em Minas Gerais até 1880. Por essa época, tendo £2.000 de economias, veio para o Rio
de Janeiro com a sua família e começou a negociar como importador. Em 1896, foi eleito diretor da poderosa empresa America Fabril, um dos maiores
estabelecimentos para manufatura de tecidos em algodão no Brasil. Foi o promotor e fundador das fábricas do Cruzeiro e do Pau Grande, ambas agora
pertencentes à companhia: e é membro da Society of Arts e da Meteorological Society, de Londres.
O sr. Mark Sutgton, diretor técnico das fábricas, é natural do Yorkshire e fez o
seu tirocínio em várias casas de Manchester, como engenheiro prático. Em 1889, foi mandado ao Brasil pelos srs. Hill, Gomes & Cia., de Manchester,
para examinar e remediar as dificuldades sobrevindas à força motriz na Fábrica de Tecidos Carioca. Ficou nesta fábrica durante três anos, deixando-a
em bom funcionamento, entrando, a pedido dos diretores no Rio, para o lugar de engenheiro na Fábrica do Bangu. Deixou este cargo em 1895, indo
superintender a construção da Fábrica do Cruzeiro. Depois, ficou com a direção técnica das fábricas da companhia. Em 1907, foi eleito diretor da
Companhia América Fabril e deve-se dizer que é o principal responsável pelo êxito fenomenal das quatro fábricas de propriedade da companhia. O sr.
Sutton visita freqüentemente a Inglaterra e assim está sempre bem ao par de todos os melhoramentos que aparecem para os maquinismos de fiar e tecer
algodão. Entre as várias corporações de que faz parte, podem ser mencionados o Instituto de Engenheiros Mecânicos, a Sociedade de Artes e a
Sociedade Meteorológica, todas de Londres.
Fábrica de Tecidos Botafogo
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Companhia de Fiação e Tecidos Confiança Industrial – Esta companhia foi constituída em assembléia geral de 22 de abril de 1885, sendo seus incorporadores os srs. comendadores
Manoel Salgado Zenha e Francisco Tavares Bastos. Acompanhando o desenvolvimento industrial do país, foi a primeira fábrica de fiação e tecidos de
algodão que trabalhou no Brasil com 1.500 teares – 25 de março de 1905.
O seu grande estabelecimento industrial, situado em Vila Isabel, às ruas D. Elisa, 67 e Maxwell, 64, compreende hoje três
fábricas e dependências importantes: tinturaria mecânica, edifício de depósito e de acabamento de pano, casa de transformadores elétricos, oficinas
mecânicas, carpintaria, garagem, residências do diretor e sub-diretor das fábricas, almoxarifado, escritório, escola, consultório médico, casa da
música etc.
A área em que foram construídas as três fábricas, as 149 casas para operários, e
os terrenos ainda não edificados, de propriedade da companhia, têm 93.000 metros quadrados. A área edificada das fábricas, exclusivamente, é de
22.000 metros quadrados, na quase totalidade de dois pavimentos. O capital da companhia, pelo balanço de 30 de junho de 1911, publicado no dia 16 de
julho, é de 9.000:000$000, somando as reservas, naquela data, Rs. 2.764:440$040. As suas fábricas e dependências representam Rs. 11.033:010$020, e
as suas casas de operários, terrenos e edifícios, Rs. 792:030$640.
Substituído o vapor da sua força motora pela energia da The Rio de Janeiro
Tramway, Light and Power Company, todos os seus maquinismos estão sendo acionados por diversos motores elétricos da Westinghouse Electric and
Manufacturing Company, na totalidade de 2.600 cavalos efetivos. Conserva, entretanto, os antigos motores a vapor, em condições de poderem atender a
qualquer possível necessidade. Todas as suas máquinas de preparo de algodão, de fiação e de tecelagem, são de Platt Brothers & Co.; as da
tinturaria, de C. G. Haubold, Schilde & Broadbent; as da seção de acabamento, de Mather & Platt, Bentley & Jackson e C. G. Haubold.
Trabalha atualmente com 1.500 teares e 51.624 fusos, produzindo diariamente, em
média – semanas de 56 horas de trabalho – 7.500 quilos de fio até número 50, e 55.000 metros de pano, o que perfaz, durante o ano, 22.500 quilos de
fio e 16.500.000 metros de pano. A média das vendas anuais, nos últimos cinco anos, é de 16.000.000 de metros. A primeira e a segunda fábrica estão
protegidas por sprinklers, servidos por um depósito d'água, existente na torre da segunda fábrica, de 38.000 litros, que é abastecido por uma
bomba possante, de 100 libras de pressão, ligada aos três reservatórios d'água, que possui a companhia, com a capacidade de 22.000.000 de litros.
A companhia construiu uma escola para os filhos dos operários, com dois cursos –
diurno e noturno – o diurno para alunos, meninas e meninos, até 12 anos, e o noturno para homens e rapazes de mais de 12 anos. O curso da escola é
de três anos, e todos os alunos que o completam têm garantido um luar em qualquer das seções das fábricas, à sua escolha, com ordenado igual ao
menor da seção preferida.
Depois de três anos de funcionamento da escola, a fábrica não admitiu mais ao
seu serviço crianças analfabetas. Todo o material de ensino, inclusive compêndios, é fornecido gratuitamente pela companhia. A freqüência média dos
últimos anos tem sido de 220 alunos.
As diversas seções das fábricas ocupam regularmente 1.450 operários, assim
discriminados: 558 homens, 475 mulheres e 417 menores, rapazes e meninas, de mais de 12 anos. Mantém um serviço de assistência aos seus operários,
tão eficaz e solícito quanto possível, com consultório médico na fábrica, e visitas domiciliares pelo médico da companhia, recorrendo a operadores e
a especialistas reputados, sempre que é necessário. Os auxílios em dinheiro excedem anualmente, quase sempre, Rs. 24:000$000. Nos últimos cinco anos
– 1906 a 1910 – a cifra exata é de Rs. 24:121$080. São diretores atuais do notável estabelecimento fabril os srs. J. M. da Cunha Vasco,
presidente; Isidoro Pinho, secretário; Manoel Pinto Leite de Campos, tesoureiro.
Companhia Progresso Industrial do Brasil – A Companhia Progresso Industrial do Brasil foi fundada em 6 de fevereiro de 1889. Foram seus organizadores o comendador
Manoel Antonio da Costa Pereira, Estevam José da Silva, representantes, como diretores, do Banco Rural e Hipotecário, e conde de Figueiredo, por
parte do Banco Nacional Brasileiro. O capital inicial da companhia foi de Rs. 3.000:000$000, sendo aumentado em 1898 para Rs. 6.000:000$000, e em
1906 para Rs. 9.000:000$000.
A construção da fábrica foi feita sob os planos do engenheiro dr. Henrique de
Morgan Snell, representante da firma social de Morgan Snell & Cia., que contratou a construção da fábrica de fiação e tecelagem para 1.200 teares,
com acessórios necessários para fabricação completa de chita, morins e mais artigos para
fio tinto,
pela importância de Rs. 4.100:000$000, no prazo de dois anos. A fábrica está atualmente muito aumentada, tendo 2.000 teares; e de 37.340 fusos
iniciais, possui agora 53.168.
A força motriz era composta de três motores de Buckley & Taylor, de Oldham, com
força de 1.900 hp, dividida em três motores, sendo um de 1.100 hp para a fiação, um de 500 hp para tecelagem e um de 300 hp para a seção e
estamparia. Com o aumento da fábrica, foram substituídos os motores acima por pequenos motores elétricos de pequena força, em número de 149, assim
discriminados:
Motores da corrente alternativa trifásica |
81 com 2.471 hp |
Ditos de corrente alternativa monofásica |
43 com 336 hp |
Ditos de corrente contínua |
25 com 383½ hp |
Totais |
149 com 3.190½
hp |
Destes 149 motores, 110 são dos fabricantes Mather & Platt, e 39 de Brown Boveri
& Co. Possui a companhia dois mananciais de água potável, sendo um a 6 quilômetros ao Norte da fábrica e mais 300 metros de altitude em relação a
ela, com 3.000.000 de litros em 24 horas, denominado Rio Guandu do Senna; e outro ao Sul, na mesma distância, tendo 5.500.000 litros, 350 metros
acima do nível do mar, e 315 metros acima do nível da fábrica e denominado Rio da Prata.
A fábrica está construída numa vasta planície com uma área coberta de
30.611
metros quadrados, e os terrenos de propriedade da companhia têm 32.000.000 de metros quadrados. Fica a fábrica a 32 quilômetros de distância da
estação inicial da Estrada de Ferro Central do Brasil. Trabalham atualmente na fábrica 2.700 operários efetivos. São consumidos 1.800 fardos de
algodão mensalmente, tendo cada fardo o peso mais ou menos de 80 quilos. Todo este algodão provém do Norte do Brasil.
O carvão empregado na fábrica é
o de Cardiff, mas unicamente para aquecimento de máquinas, calandras, engomadeiras e estufas. Ainda assim,
vai o seu
consumo a 300 toneladas mensalmente. A produção mensal de fio é de 120.000 quilogramas, mais ou menos. Na
fábrica,
estão em movimento 5 máquinas de estampar, podendo estampar até 12 cores. Todos os maquinismos são dos fabricantes Platt Brothers & Co. e Mather &
Platt, Limited (Inglaterra).
A seção de gravura, que vem a ser realmente uma escola onde se ensina o desenho,
a fotografia, a gravura em aço, cobre, madeira etc., é que prepara as matrizes e os cilindros de cobre para a estamparia. Na mesma seção se
imprimem, em tricromia, as estampas e rótulos para as peças de fazenda.
As casas para operários são todas iluminadas a luz elétrica e têm água potável,
fornecidas pela companhia; assim também as ruas centrais do lugar são iluminadas a eletricidade. Nas proximidades da fábrica construiu a companhia,
para desenvolvimento intelectual e social dos seus operários e respectivas famílias, uma escola gratuita, que tem tido a freqüência, na média, de
500 alunos nos cursos diurnos e noturnos, com corpo docente de 6 professores.
Os alunos que terminam o curso com distinção têm como prêmio os melhores lugares
na fábrica e, às vezes, auxílio para continuarem em escolas superiores. A companhia, no intuito de facilitar e desenvolver as necessidades do culto
da população do Bangu, auxiliou a construção de uma igreja católica, em estilo gótico, a qual comporta 700 pessoas.
Construiu também a companhia um edifício, o Casino, cujos associados se dedicam
à arte dramática, outros à música, com uma banda composta de 40 figuras; além disso, nesse mesmo edifício existe uma biblioteca, com livros de
variada leitura. A diretoria do Casino é composta de três diretores e três membros do Conselho Fiscal, eleitos entre os associados pelo prazo de um
ano. Além do Casino, há também divertimentos esportivos para os operários da fábrica, tais como Bangu Athletic Club, Football, Cricket, Lawn Tennis,
Bowls, Croquet etc., etc. Mediante uma pequena contribuição de 3% dos seus ordenados, têm os operários auxílio médico, farmácia, ambulância e
funeral.
A primeira diretoria da companhia era composta dos srs. comendador Estevam José
da Silva, presidente; Antonio Xavier Carneiro, secretário; e Manoel Moreira da Fonseca, tesoureiro. A atual, que há muitos anos está à testa da
empresa, compõe-se dos srs. comendador Manoel Antônio da costa Pereira, presidente; João Ferrer, secretário e gerente da fábrica; e Francisco
Ferreira Real, tesoureiro. A sede da companhia é na cidade do Rio de Janeiro.
A fábrica de algodão da Cia. Fabril, São
Joaquim, em Niterói
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Companhia de Fiação e Tecidos Aliança – Esta empresa, uma das mais antigas do Brasil, é uma daquelas que, começando em pequena escala, com o esforço continuado dos seus
dirigentes e a aplicação sucessiva dos métodos e máquinas que estão sempre a aparecer para o melhor aproveitamento dos processos industriais, se
convertem nesses grandes centros de trabalho em que o Brasil nada tem a invejar ao estrangeiro.
Fundada por uma firma particular, com 200 teares apenas, começou a Fábrica
Aliança, em 1880, a trabalhar, procurando desde então, como tem sido até hoje seu objeto, manufaturar tecidos dos melhores tipos na indústria de
tecidos em algodão do país. Os produtos da fábrica obtiveram desde logo grande aceitação e, com os lucros obtidos, ia a firma procurando completar
as suas instalações.
Para ocorrer ao desenvolvimento que ia tendo a empresa não bastavam, porém, os
pequenos aumentos; era preciso criar um estabelecimento grande e moderno que correspondesse às proporções que vai tomando a indústria. Foi então
organizada, em 1886, uma companhia com o capital de Rs. 2.600:000$000 e resolvida a construção de uma grande fábrica nova, para 1.000 teares, fiação
correspondente e todo o maquinismo acessório. Pode-se dizer que foi a Companhia de Fiação e Tecidos Aliança uma das primeiras empresas de tecidos a
abandonar o sistema de pequenas fábricas, então existente, e a entrar resolutamente na via da construção de grandes fábricas.
Montada a fábrica nova, foi em 1888 o capital elevado a Rs. 6.000:000$000, mas a
história deste estabelecimento é, como a da indústria de algodão no Brasil, um desenvolvimento constante e rápido. Novos aumentos justificaram em
breve a elevação do capital da companhia a Rs. 10.000:000$000.
Em 1904 foi a diretoria, por assembléia geral dos acionistas, autorizada a
resgatar 5.000 ações no valor de Rs. 1.000.000$000, ficando assim o capital constituído em Rs. 9.000:000$000, divididos em 45.000 ações de Rs.
200$000 cada uma.
Os edifícios das fábricas da companhia ocupam uma situação excepcional,
absolutamente isolados em um vale cujas vertentes, aos lados e ao fundo, são propriedade da companhia; ficam situadas no bairro das Laranjeiras, a
15 minutos do centro da cidade. A água, fator importante nas empresas deste gênero, é fornecida por nascentes e poços tubulares, todos em terrenos
de propriedade da companhia.
Os edifícios deste grande centro de trabalho compõem-se da fábrica primeira, a
mis antiga, construída de alvenaria de pedra, e que hoje, com os aumentos sucessivos, compreende dois pavimentos em grande parte de sua extensão e
tem uma área útil de 10.600 metros quadrados. A fábrica segunda (Fábrica Nova), com um pavimento, à exceção do corpo na fachada principal, que tem
dois pavimentos, construída caprichosamente em sólida alvenaria de pedra com a superestrutura para suporte dos eixos e cobertura, constituída por
colunas de ferro travadas por vigamento também de ferro; o telhado é em dente de serra, tendo a sua parte vertical guarnecida por caixilhos de
vidro, que dão ótima luz aos salões; tem uma área total de 13.640 metros quadrados.
Um corpo lateral, separado das duas fábricas por uma rua e que se prolonga em
toda a extensão das mesmas, construído de alvenaria de pedra e tijolo, com dois pavimentos, onde ficam os maquinismos exigidos pelos constantes
aumentos dos últimos anos, tem uma área de 8.128 metros quadrados. A área total útil, ocupada, nos três edifícios principais, pelo maquinismo e
instalações diversas, é assim de 32.188 metros quadrados.
Além destes, existem três grandes armazéns para matéria-prima etc., ocupando uma
área de 980 metros quadrados; três grandes reservatórios de água ocupando uma área de 1.421 metros quadrados; edifício dos transformadores de
energia elétrica; oficina de carpinteiros, com uma área de 1.050 metros quadrados, e vários outros edifícios menores para fins diversos. Toda a
cobertura dos edifícios da companhia é feita com telha de Marselha. O número de batedores e abridores nas duas fábricas é de 16, e as cardas são em
número de 156 máquinas, com uma capacidade total para 12.000 quilos de algodão diários.
Na fábrica primeira existem 15.000 fusos e na fábrica nova 50.500, o que dá
65.500 fusos para a fiação nas duas fábricas. São fabricados fios desde o número 4 até o número 80, compreendendo também a fiação máquinas para
torcer o fio em grupos, máquinas para produção de fios de fantasia etc. A tinturaria fica situada na fábrica primeira, e é de instalação completa e
moderna, para fio e pano, tendo também máquinas para mercerizar e estampar o fio; e cumpre notar que as cores dadas na Fábrica Aliança são reputadas
pela sua aparência e firmeza.
Os teares são em número total de 1.520; destes, 1.000 ficam na Fábrica Nova,
distribuídos em dois vastos salões de 500 cada um, providos de ótima luz, boa ventilação e umedecedores automáticos para o ar ambiente; os restantes
ficam na fábrica primeira e compreendem, instalados em uma seção à parte, 186 teares automáticos, tipo Northrop, acionados independentemente cada um
pelo seu pequeno motor elétrico.
A seção de branqueamento, esplendidamente montada com maquinismos da conhecida
firma Mather & Platt, de Manchester, fica no corpo lateral e tem capacidade para 15.000 metros de pano por dia. A seção de estamparia, também
situada no corpo lateral, é instalada com maquinismos e aparelhos completos e que representam a última palavra no assunto; as suas máquinas são
acionadas independentemente, cada uma por seu motor elétrico; possui duas câmaras de vaporização para fixagem das cores e tem uma capacidade para
20.000 metros diários.
As salas de pano são em número de três, respectivamente para panos crus, panos
alvejados ou estampados, outros panos de cor e brins. As manufaturas da companhia compreendem algodõezinhos, riscados, brins, panos mercerizados, de
fantasia, morins, panos estampados e praticamente toda a sorte de tecidos em algodão. A produção das fábricas da companhia atingiu, em 1910,
10.632.232 metros de pano, na maior parte tecidos finos e de fantasia, de confecção difícil e demorada.
A companhia possui também uma bem instalada oficina mecânica e anexos, onde são
executados todos os reparos de que careçam as suas máquinas, e também uma oficina de carpinteiros, onde se encontram todos os tipos de máquinas de
trabalhar madeira; nesta última são feitas as caixas para acondicionamento dos tecidos finos.
A força motriz é fornecida por cinco motores a vapor e grande número de motores
elétricos. Entre os primeiros, destaca-se um motor a vapor de dupla expansão, tipo tandem, do fabricante Edward Wood, com 1.400 hp, instalado
em uma bela sala; o seu volante tem 14 metros de diâmetro e a sua instalação ficou em Rs. 200:000$000; este motor aciona toda a Fábrica Nova. Há
ainda um motor de 450 hp e três menores, sendo a força total desenvolvida pelos motores a vapor de 2.140 hp.
Para estes motores e serviços da tinturaria, alvejamento e estamparia, existem 9
caldeiras em três grupos de 4, 3 e 2 caldeiras cada um, com os grupos correspondentes de condensadores. Os motores elétricos estão distribuídos
pelas várias seções, sendo que alguns deles movem grupos de máquinas e grande número estão diretamente ligados cada motor à sua máquina; a força
total destes motores é de 1.348 hp, o que dá para força motriz total empregada nas fábricas da companhia 3.488 hp.
A corrente elétrica é fornecida pela The Rio de Janeiro Tramway, Light & Power
Co. Ltd. e recebida em uma estação particular de 6 transformadores, que a reduzem a 440 volts para fornecimento de energia aos motores e a 220 volts
para a iluminação e pequenos motores auxiliares. A iluminação é feita profusamente em todos os edifícios da fábrica por lâmpadas de arco e
incandescentes.
A companhia emprega 1.800 operários, entre homens, mulheres e crianças, para os
quais tem, nas vizinhanças das fábricas, 152 casas de diversos tamanhos. Mantém a companhia para os seus operários um serviço de dois médicos, uma
farmácia, duas escolas - uma para meninos e outra para meninas -, uma creche; e ultimamente criou um fundo para assistência operária, para atender
às pensões dos operários ou às suas famílias em caso de falecimento, depois de bons serviços prestados à companhia.
A organização social operária na Fábrica Aliança compreende uma Sociedade
Beneficente e Recreativa dos Operários d'Aliança, com duas seções, uma de auxílio a seus sócios e outra com o intuito de promover diversões sociais;
qualquer das duas seções tem um patrimônio elevado e funciona em um edifício expressamente construído pela companhia, com palco cênico, salão de
baile e uma Escola Dramática, um cinematógrafo e uma banda de música com 42 figuras. Esta organização é inteiramente operária e composta
exclusivamente de operários da Aliança, que têm também uma cooperativa para venda de gêneros alimentícios e outros a preços reduzidos e cujo lucro
anual é repartido entre os seus sócios.
São diretores da Companhia de Fiação e Tecidos Aliança os srs. Joaquim C. de
Oliveira e Silva, presidente, e o sr. Alfredo L. Ferreira Chaves; o gerente é o sr. Raul Salgado Zenha. O sr. Joaquim C. de Oliveira e Silva fez
parte da firma fundadora e está à testa dos interesses da empresa, ininterruptamente, desde 1880.
Fábrica de Fiação e Tecidos Corcovado – Produziram os teares desta fábrica, um dos maiores e mais importantes estabelecimentos industriais do Brasil, nada menos
de 5.940.851 metros, durante a primeira metade de 1910; esta produção foi elevada a 5.953.003 metros no segundo semestre do ano. A fábrica começou a
trabalhar em 1894 com 11.592 fusos e 500 teares, todos para tecidos de algodão. Desde então, a história da empresa se resume num desenvolvimento
constante e, atualmente, os fusos (de anel) são em número de 24.244 e existem 1.008 teares trabalhando constantemente, principalmente em fazendas de
cor, listados, xadrezes e tecidos de fantasia.
O aparelhamento de mecanismos modernos na fiação pode fiar os números desde 6s a
32s, e todas as máquinas de preparação do algodão, cardas etc., e de fiação são provenientes dos srs.
Platt Brothers & Co.
De Oldham, enquanto que as máquinas de enrolar em espula, torcer e engomar o fio
são parte de Platt Brotthers & Co. e parte de Henry Livesey, de Blackburn. Os teares são destes dois últimos fabricantes e também de Hocking & Co.,
Bury.
Ligada à fábrica, existe uma seção de tinturaria das melhores do país, a qual
produz diariamente uma média de 3.000 quilos em algodão bruto, meadas e fazenda em peça. Existe também uma seção completa de alvejamento e
acabamento. A matéria-prima empregada é toda comprada na praça do Rio de Janeiro; os artigos manufaturados na fábrica são todos perfeitamente
enfardados ou encaixotados, prontos para transporte, no próprio estabelecimento, que faz ele mesmo as suas caixas.
Até há dois anos passados, o maquinismo era todo movido a vapor, mas agora a
única força motriz empregada na fábrica é a elétrica, sendo os edifícios também iluminados a luz elétrica. A força era gerada anteriormente por um
motor duplo a vapor de 1.400 cavalos e um motor duplo também a vapor. Anexa, há uma oficina mecânica para os reparos do maquinismo e outros
trabalhos, aumentos etc.
Em relação aos seus operários, em número de cerca de 1.000, a companhia se
esmerou sempre em lhes dispensar a máxima atenção e consideração. Assim, mantém duas escolas respectivamente para meninos e meninas, onde, durante o
dia, o ensino é ministrado às crianças até 12 anos, enquanto que à noite as podem freqüentar os operários da fábrica. Esse ensino é inteiramente
gratuito e até os livros e utensílios são fornecidos pela companhia.
Com o fim de prestar toda a assistência possível aos operários do
estabelecimento, foi também fundada uma creche, onde, durante o dia, são guardadas e cuidadas as crianças até 5 anos de idade. Aí tomam as crianças
um banho pela manhã, ao entrar e são vestidas com roupas do estabelecimento, que conservam durante o dia. É dado almoço e jantar às crianças que têm
já idade bastante para tomar estas refeições; àquelas que não o podem ainda fazer, é dado leite para a sua alimentação; e às mães é permitido
visitarem as crianças duas vezes ao dia. Todas as manhãs recebe a creche a visita de um médico.
Há também, anexos ao estabelecimento, um armazém de comestíveis e uma farmácia.
Conquanto dirigidos pelos chefes do estabelecimento, foram estes pequenos negócios fundados com capital dos operários e os lucros são distribuídos
semestralmente entre os operários-acionistas.
Os empregados da fábrica têm também três sociedades beneficentes, que lhes
prestam assistência de vários modos, em caso de necessidade. A companhia construiu um grande edifício para recreio de seus empregados, onde são
dados bailes e representações teatrais e onde há também uma sala de bilhares.
Para acomodação dos operários, construiu a companhia cerca de 140 casas de
vários tipos, que lhes são alugadas por quantias inferiores às que exigem os proprietários da vizinhança. O estabelecimento compreende atualmente
três edifícios, respectivamente de 183 metros por 95 metros, 95 por 38 metros e 32 por 30 metros, havendo ainda edifícios menores para armazenagem
de algodão em bruto, drogas e outros materiais.
O capital da companhia é de Rs. 4.500:000$000, em ações, tendo ainda Rs.
1.400:000$000 em debêntures de primeira hipoteca e Rs. 1.200:000$000 em debêntures de segunda hipoteca. O seu fundo de reserva era, em fins de julho
de 1910, de Rs. 1.195:609$294.
Fábrica de Tecidos Botafogo – Esta fábrica foi inaugurada em 15 de novembro de 1907, pelos srs. dr. Jorge Street e dr. Joaquim de Lamare, para tecelagem de lãs, com a
produção anual de 60.000 metros. A 1º de março de 1909, foi a empresa constituída em sociedade anônima, com o capital de Rs. 600:000$000 dividido em
3.000 ações de Rs. 200$000 cada. O seu capital atual é de Rs. 1.200:000$000, tendo mais em circulação um empréstimo por debêntures no valor de Rs.
1.200:000$000, ao juro anual de 7%.
A sua produção anual é de 300.000 metros de panos diversos, entre os quais
casimiras, sarjas, diagonais de todas as cores, xales para senhora, palas, cobertores etc.
Os seus edifícios fabris estão situados nos bairros de Botafogo, à Rua Visconde
de Caravelas, 52; e Andaraí, à Rua Barão de mesquita, 314, havendo mais, neste último local, uma vila operária e ocupando tudo uma área de 80.000
metros quadrados. A sede social da empresa fica à Rua 1º de Março, 66.
Companhia Brasil Industrial – Esta companhia foi fundada na cidade de Rio de Janeiro, em 13 de setembro de 1871, para a exploração da indústria de fiação, tecelagem e
estamparia de algodão. Foram seus fundadores e primeiros diretores os srs. dr. Francisco de Assis Vieira Bueno, Zeferino de Oliveira e Silva e
Joaquim Dias Custodio de Oliveira.
A fábrica fica situada a 2 quilômetros da Estação de Paracambi, na Estrada de
Ferro Central do Brasil, município de Itaguaí, estado do Rio de Janeiro, distante 70 quilômetros da capital federal. Pertence a esta companhia uma
antiga propriedade agrícola que tem a área de 13.500.000 metros quadrados, e na qual se acham os edifícios da fábrica, farmácia, hospital, casa de
isolamento, armazém de mantimentos, escolas para ambos os sexos, capela, clube, teatro, bilhares, casas e pequenos sítios em que vivem 6.000
pessoas.
As máquinas são acionadas exclusivamente por motores hidráulicos que
desenvolvem a força de 1.400 cavalos com a água que recebem do açude situado 205 metros acima da fábrica, por um encanamento de aço de 4 quilômetros
de extensão.
O capital da companhia é de Rs. 6.000:000$000, dividido em 30.000 ações do valor
nominal de Rs. 200$000 cada uma, atualmente cotadas na Bolsa a Rs. 320$000; e há um empréstimo por debêntures no valor de Rs. 2.400:000$000, ao juro
de 6% ao ano, para ser resgatado no prazo de 30 anos. O fundo de reserva compreende Rs. 600.000$000 de fundo de depreciação e Rs. 836.000$000 de
lucros suspensos.
Possui a fábrica todas as máquinas, as mais modernas, utilizadas nesta indústria
para suprir a sua fiação de 31.500 fusos, os quais permitem o funcionamento de 1.000 teares que produzem, trabalhando dez horas por dia, por mês de
25 dias, 1.200.000 metros de tecidos que são alvejados, tintos ou estampados conforme as conveniências.
O número de operários é de 1.220, sendo 509 homens, 435 mulheres, 141
meninos e 135 meninas. Os dividendos distribuídos até esta data representam o valor de cerca de Rs. 8.500:000$000. Os atuais diretores são os srs.
coronel Dominique Level, dr. Joaquim Guedes de Moraes Sarmento e Francisco Ignacio Botelho.
Cia. Brasil Industrial - A fábrica em
Paracambi, E.F.C.B.
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Companhia Fabril São Joaquim – Esta companhia manufatora de tecidos de algodão e lã tem, na sua fábrica, 220 teares e 1.500 fusos. A empresa foi fundada em 1893, pelos srs.
visconde da Cruz Alta e Joaquim Caetano Pinto Junior, começando a trabalhar com 150 teares. Todo o maquinismo atualmente montado na fábrica da
companhia é do tipo mais aperfeiçoado. A instalação para a manufatura de lã foi fornecida pela casa Ashworth, os teares para tecidos de algodão,
pelos conhecidos fabricantes Gregson & Monk, e a fiação pelos srs. Brook & Dovey. A força motriz é fornecida por um motor a vapor de 400 hp, da casa
Tarcot.
A fábrica fica situada à Rua Santa Clara, 17, na cidade de Niterói, e emprega
cerca de 400 operários, entre homens, mulheres e crianças de mais de 12 anos de idade. A companhia exporta a maior parte dos seus produtos para o
interior da República e mantém vários viajantes para o serviço de propaganda e venda dos mesmos produtos.
A empresa possui várias casas para moradia de seus operários, assim como uma
escola onde os filhos dos operários vão às aulas durante o dia, havendo também aulas noturnas para aqueles dos operários que desejem adquirir uma
ligeira instrução. A assistência médica é prestada gratuitamente aos operários que a necessitam, havendo também um Fundo de Beneficência, destinado
a socorrer os operários, em caso de doença, e as famílias dos mesmos, em caso de morte. O capital da companhia é de Rs. 1.200:000$000, havendo ainda
um fundo de reserva de Rs. 600:000$000.
A diretoria é atualmente formada pelos srs. José Antonio da Silva e João Athaide;
o gerente é o sr. Narcizo Fernandes da Silva Neves, grande acionista da companhia, sob cuja hábil administração muito tem prosperado a empresa. A
companhia distribuiu já seis dividendos, quatro de Rs. 5$000 e Rs. 6$000 e dois de Rs. 10$000.
Companhia de Fiação e Tecelagem Carioca – Esta companhia tem o capital realizado de Rs. 3.600:000$000, dividido em 18.000 ações nominais do valor de Rs. 200$000.
Emitiu também 17.500 debêntures de idêntico valor, o que perfaz Rs. 3.500:000$000 em obrigações, ao juro de 7% e com a amortização de 2% ao ano.
Numa das usinas é empregada a força vapor produzida por carvão Cardiff, e a
outra é acionada por corrente elétrica, fornecida pela Rio de Janeiro Light and Power Co. Há em ambas as fábricas 32.000 fusos e 1.070 teares, e são
empregados 1.300 operários, na maioria brasileiros. A fábrica produz panos crus, morim e fazendas de algodão, de cor e de todas as qualidades,
artigos esses que são vendidos nesta cidade. O algodão empregado na fábrica vem dos estados do Norte do Brasil, tais como Pernambuco, Paraíba,
Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas.
A companhia foi fundada em 2 de janeiro de 1886 para incorporar a fábrica
pertencente aos srs. Bandeira, Steel & Cia., à qual a segunda fábrica foi depois anexa. A diretoria é composta dos srs. Frederick Burrowes, Cecil E.
Hogg e Alfred M. Olivier.
A fábrica acha-se à Rua D. Castorina, 130, atrás do famoso Jardim Botânico e ao
pé do maravilhoso Corcovado. Os edifícios da fábrica ocupam a área de 540.000 metros quadrados. Os escritórios estão à Rua Primeiro de Março, 127. A
companhia possui 150 casas para operários e mantém uma escola para operários e seus filhos. Por uma soma insignificante é fornecido auxílio médico
aos empregados; e num dos edifícios existe um clube recreativo para gozo dos mesmos empregados.
Companhia Manufatora Fluminense – A Companhia Manufatora Fluminense,
instalada em 11 de abril de 1891, teve por organizadores os srs. J. J. Rodrigues Guimarães Junior, Antonio Domingues Teixeira Valle e Frederico L.
Youle, que, de acordo com a Assembléia Geral de Instalação e com os estatutos, foram os seus primeiros diretores.
A companhia foi instalada com o capital de Rs. 1.000:000$000 que, mais tarde,
por resolução da Assembléia Geral de 16 de julho de 1894, foi elevado a Rs. 1.500:000$000; por resolução de assembléia geral e extraordinária de 19
de novembro de 1904, elevado a Rs. 3.000:000$000, e por assembléia geral de 10 de outubro de 1908, a Rs. 4.500:000$000, capital este que está em
vigor.
As fábricas da companhia foram edificadas em grande terreno próprio, no Barreto,
Niterói, estado do Rio, e constam de dois edifícios. As fábricas são acionadas por motores elétricos dos fabricantes Brown Boveri & Co., de Baden,
Suíça, sendo a força fornecida pelas instalações da Companhia Brasileira de Energia Elétrica; e o consumo regula 1.300 cavalos por hora.
São empregados no serviço das fábricas cerca de 1.300 operários (600 homens, 300
mulheres e 400 crianças), para os quais a companhia mantém um posto médico com farmácia e uma escola, gratuitamente, e casas mediante módico
aluguel. A fábrica produz tecidos de algodão, brancos e estampados; a matéria-prima principal é o algodão do Norte do Brasil.
Para o aquecimento e vapor necessários para o preparo dos produtos, é consumido
o carvão Cardiff. As fábricas têm montadas as seções de fiação, tecelagem, alvejamento, estamparia, preparo e enfardagem, sendo os maquinismos de
Twedales & Smalley, Henry Lyversey Ltd., Mather & Platt e J. H. Riley.
A diretoria atual da companhia compõe-se dos srs. João de Deus Freitas, Carlos
Julio Galliez e Alfredo M. Ewbank. O escritório e depósito ficam à Avenida Central, 61, Rio de Janeiro.
Fábrica Aurora
– O sr. Frederico D'Olne, belga de origem, conhecendo a fundo a arte de tecelão e desejoso de montar no Brasil essa indústria, anunciou nos jornais
do Porto (Portugal) precisar de um capitalista para auxiliá-lo nesse empenho. O sr. José Leite da Cunha, que ali se achava repousando de lides
comerciais no Brasil, respondeu ao anúncio, assentou com o sr. D'Olne as bases da transação e ambos se transportaram para o Rio de Janeiro, para dar
início ao negócio.
Assim fizeram; ao princípio, em condições modestas, assentando a tenda de
trabalho no bairro do Barreto, em Niterói. E caminharam de dez teares a 14, depois a 20, em seguida 22, aumentando a 26 e por fim a 42, com 140
operários em trabalho.
A fábrica teve princípio em 1895, sob a firma Leite da Cunha & D'Olne, que se
transformou em 1898 para Fernandes, D'Olne & Cia., e em 1901, por fim, para Cruz, D'Olne & Cia., constituída pelos srs. Frederico D'Olne e Antonio
Soares da Cruz, como sócios solidários, e srs. J. J. de Souza Fernandes e José Leite da Cunha, como comanditários; atualmente a referida firma se
compõe só do sr. Frederico D'Olne e seu filho, sendo a razão social D'Olne & Cia. Data desse ano a franca prosperidade da Fábrica Aurora. Breve se
tornava insuficiente para a sua expansão a instalação no Barreto.
Em 1902, estando vago o edifício em que funcionara a Companhia Forjas nacionais,
à Rua da Real Grandeza, a Fábrica Aurora adquiriu-o por compra, transferindo para o vasto local toda a sua instalação fabril, e os seus negócios
tornaram-se ainda mais importantes, com a vantagem do mercado próximo.
A fábrica, sempre sob direção do sr. Frederico D'Olne, e de posse de ótimo e
moderno maquinismo, produz muito, sem ter necessidade de numeroso pessoal. Os seus produtos, exclusivamente de pura lã, dificilmente podem ser
distinguidos das melhores casimiras estrangeiras, e o seu fabrico é tão perfeito e está de tal forma acreditado nesta praça, que os consumidores se
satisfazem só com o primeiro desdobrar das peças, seguros de que todas elas mantêm a mesma superior qualidade. No Certame de 1908 a Fábrica Aurora
expôs os seus produtos, que alcançaram alta recompensa.
A Fábrica Aurora gira com o capital de Rs. 500:000$000 e a sua produção, que
pode ser aumentada, conforme a procura, vai a 100.000 metros de casimira por ano. O depósito fica à Rua de São Pedro, 49.
Fábrica Santo Aleixo – Esta fábrica, a primeira que se fundou no Brasil, é situada em Santo Aleixo, segundo distrito de Magé. Foi fundada por um cidadão
norte-americano que faleceu pouco tempo depois; e desde então tem ela passado a novos proprietários por diversas vezes.
Em 1º de junho de 1905, foi organizada a atual Companhia Nova Fábrica de Fiação e Tecidos Santo Aleixo, que a adquiriu com 140 teares. Desta
época para cá, começou a melhorar os seus tecidos e fabricação, pelo que a diretoria resolveu aumentá-la e melhorá-la e para este fim fez um
empréstimo de Rs. 600:000$000, metade emitido em 1907 e a outra metade em 1908. Este empréstimo foi aplicado ao aumento de casas para operários e à
compra de maquinismos. Atualmente trabalha a fábrica com 300 teares.
A fábrica, que era movida por uma roda e uma turbina hidráulica, depois de
aumentada exigiu o adicionamento de dois motores a gás pobre de 150 cavalos; e, em setembro de 1911, foi inaugurado um motor elétrico que aciona os
mecanismos, coadjuvado pelos motores hidráulicos e de gás pobre.
A atual diretoria cogita de elevar o número de teares a 500 e na mesma proporção
todas as seções, fazendo para isto novas instalações e mais moradias para os seus operários. Dispõe a companhia de muitas terras e espaço mais que
suficiente para todos os aumentos e melhoramentos que quer fazer e que venha a pretender fazer à proporção que os for julgando necessários.
Para este aumento e melhoramentos, emitiu a companhia, ultimamente, um
empréstimo de Rs. 800:000$000, ao juro de 7% ao ano, resgatando os dois primeiros que eram ao juro de 8% em primeira e segunda série e ficando assim
estes uniformizados. A sua produção é de brins, riscados e zefires,e também de barbante de algodão, este já muito conhecido e acreditado nos
mercados consumidores como um dos melhores fios do gênero.
Cia. de Fiação e Tecelagem Carioca
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Companhia Tijuca
– A fábrica de tecidos de lã da sociedade anônima Companhia Tijuca fica situada à Rua da Boa Vista, 39, na Tijuca, um dos melhores arrabaldes do Rio
de Janeiro, em lugar muito saudável, 300 metros acima do nível do mar. A empresa foi organizada pelo finado visconde Ferreira d'Almeida, no ano de
1900. Funcionou de 1900 a 1904 sob o título de Companhia de Tecidos de Lã da Tijuca, com o capital de Rs. 250:000$000 e Rs. 200:000$000 de
debêntures.
Em fins de 1904, cessou a companhia as suas transações, passando a outros
acionistas, que incorporaram a Companhia Tijuca com o capital de Rs. 500:000$000, dividido em 2.500 ações de Rs. 200$000 e resgatando os Rs.
200:000$000 de debêntures da companhia passada.
A diretoria da atual companhia é a seguinte: diretor técnico, dr. Carlos
Ferreira d'Almeida, engenheiro civil; diretor tesoureiro, J. R. Merian, comerciante.
Os artigos de sua produção são: casimiras, meltons, flanelas, cheviots,
panos, cordscrews etc. A produção anual de tecidos é de cerca de 135.000 metros, que representam o valor de Rs. 750:000$000. A matéria-prima
(fios de lã) é importada dos principais centros produtores da Europa; parte do fio vem tinto e outra em cru, para tingir em peça. O consumo anual de
matéria-prima é de Rs. 380:000$000.
A fábrica tem um motor a vapor de 30 cavalos. O maquinismo compõe-se de 26
teares, 2 urdideiras, 2 máquinas de preparação do fio, 16 para preparação e tintura dos tecidos e 6 na oficina.
A área dos terrenos da companhia é de 55.618 metros quadrados. Nestes terrenos
existem mananciais que fornecem água à fábrica. A diferença de nível da represa para a fábrica é de 70 metros; a água é abundante e de excelente
qualidade, o que representa grande vantagem para esta indústria. A empresa dispõe dum serviço próprio para extinção de incêndios. A companhia possui
24 habitações para o pessoal, instaladas com todo conforto e higiene: água, banheiros etc. Há um Fundo de Beneficência para os operários. Os
serviços da fábrica ocupam cerca de 90 pessoas, que trabalham 10 horas por dia.
Os dividendos pagos têm sido de 10%. No balanço do último semestre, junho de
1911, a verba de Depreciação de Material era de Rs. 58:538$120 e a de Fundo e Reserva de Rs. 49:530$580. São agentes gerais da companhia os srs.
Müller & Cia., à Rua 1º de Março, 100, no Rio de Janeiro.
A fábrica da Cia. Manufactora
Fluminense, em Niterói
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Companhia Fiação e Tecidos Cometa – Esta companhia, que tem a sua sede social na cidade do Rio de Janeiro, foi constituída por assembléia geral de 6 de maio de 1903, com
o capital de Rs. 2.400:000$000 e fundos de reserva da importância total de Rs. 1.200:000$000. É proprietária das fábricas situadas no Meio da Serra
e Alto da Serra, de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro.
Estas fábricas, que têm 501 teares e 12.786 fusos, ocupam 600 operários, mais ou
menos, entre homens, mulheres e menores. Sua produção, em 1911, foi de cerca de sete milhões de metros de tecidos de algodão, crus, trançados,
lisos, tintos, riscados e de xadrez, importando as vendas realizadas em soma aproximada de Rs. 2.800:000$000.
A diretoria atual da companhia compõe-se dos srs. M. J. Amoroso Lima, Isolabella
Italo e James Gibson. As duas citadas fábricas tinham sido edificadas, a do Alto da Serra pela Companhia Petrópolis Fabril, e a do meio pela
companhia Manufatureira Linha Estrela, ambas para produção de linha de algodão. Pouco tempo, porém, depois de iniciada a exploração dessa indústria,
ficou demonstrado que não poderia esta competir com o similar estrangeiro, não só por causa da qualidade inferior da matéria-prima nacional, como
também por ser impossível acompanhar os baixos preços de venda, estabelecidos, propositalmente, para aniquilar os novos concorrentes, pelos
fabricantes europeus, monopolizadores da produção do artigo.
À vista do seu insucesso, foram liquidadas as duas companhias, tendo sido
adquiridos os respectivos bens pela sociedade mercantil que se constituiu para tal fim, em 1897, sob a firma C. Pareto & Cia., composta dos srs.
Carlo Pareto,
Alexandre Claviez, Seraphim Clare, M. J. Amoroso Lima,
Cypriano de
Oliveira Costa e Bernardino Pinto da Fonseca.
A firma C. Pareto & Cia.
iniciou imediatamente os seus trabalhos, aproveitando as excelentes máquinas preparatórias
já montadas
para a fiação de algodão, e fez instalar 154 teares, dos mais modernos, na fábrica do Meio, e 142 na do Alto, para a transformação da indústria de
linha na de fiação e tecelagem de algodão, assim como montou uma completa seção de tinturaria, confiando toda a parte técnica ao competente
profissional sr. James Gibson.
Conquanto muito prósperos os negócios da firma, os seus sócios julgaram mais conveniente formar uma sociedade anônima, o que
realizaram, organizando a Companhia Fiação e Tecidos Cometa, que ficou constituída por assembléia geral de 6 de maio de 1903, com o capital de Rs.
2.400:000$000. Desde essa época, tem a companhia adquirido lucros suficientes para pagamento de dividendos, distribuídos semestralmente, e para
aumentar gradualmente os edifícios das fábricas e respectivos maquinismos, atingindo presentemente a 501 o número dos seus teares, 12.786 o número
de fusos, tudo isto conseguido com os seus elementos próprios, sem precisar recorrer a empréstimo por debêntures.
Além das propriedades já referidas, possui a companhia, no Meio da Serra, número
suficiente de casas para os seus operários; possui mais uma vasta área de terras cobertas de vegetação densa e um grande açude com a respectiva
canalização para a água que move a turbina assente na fábrica, a qual desenvolve a força de 300 cavalos.
A fábrica de lã Aurora, de D'Olne & Cia.
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Fábrica Santa Heloísa – Esta fábrica, propriedade da Sociedade Anônima Fábrica Santa Heloísa, gira com o capital de 1.000:000$000 e fica situada à Rua Saldanha da
Gama, 2 (Matoso), Rio de Janeiro. As suas instalações, modernas e aperfeiçoadas, compreendem 8.000 fusos e 300 teares.
A fábrica trabalha na fiação e tecelagem de algodão, manufaturando também
tecidos mistos de linho e algodão, toalhas etc. Entre as suas manufaturas, figuram: tecidos lisos e entrançados de linho, especialmente para
fardamentos militares, fazendas de fantasia, lonas para cadeiras, passadeiras etc. etc. O escritório da empresa fica à Avenida Central, 46.
Companhia de Fiação e Tecelagem Industrial Mineira – A Companhia de Fiação e Tecelagem Industrial Mineira foi organizada em 8 de março de 1889 com o capital de Rs.
600:000$000, tomando a seu cargo a fábrica de tecidos pertencente aos srs. Morritt & Cia., em Mariano Procópio, no estado de Minas Gerais. O seu
atual capital é de Rs. 1.200:000$000 e o empréstimo em debêntures sobe à mesma soma.
A companhia acaba de efetuar melhoramentos consideráveis na sua fábrica,
instalado novas máquinas para alvejar e tingir e aumentando o número de tares de 132 a 332 e o de fusos a 10.684. A fábrica pode agora fiar os
números de 4s. a 40s. Parte do maquinismo é movido por água aplicada a uma roda Pelton e a outra por duas máquinas sorvedoras de gás. Há também
maquinismos acionados a vapor, para serem usados nas estações de falta d'água, e aparelhos completos de irrigação Grinnell.
A estação de Mariano Procópio, onde se acha instalada esta fábrica, fica situada
no município de Juiz de Fora, mais ou menos a 170 léguas distante, por estrada de ferro, do Rio de Janeiro. A altitude é quase 2.000 pés acima do
nível do mar. A fábrica está estabelecida em terreno pertencente à antiga Companhia União e Indústria, a qual construiu um caminho macadamizado de
Juiz de Fora a Petrópolis que liga essas duas cidades com porto do mar. A sede da companhia fica na Rua Primeiro de Março, 118, no Rio de Janeiro.
Fábrica de Tecidos Bom Pastor – Esta companhia foi fundada em 1911, com o capital de Rs. 500:000$000, dividido em ações de Rs. 200$000 cada uma. A sua fábrica fica situada à
Rua Bom Pastor, 33, e ocupa uma área de 3.000 metros quadrados. Compreende a fábrica 45 teares movidos a eletricidade, empregando uma força total de
115 hp, dos quais 70 força elétrica e 45 vapor. O maquinismo da fábrica é moderno e proveniente dos mais afamados fabricantes europeus. Há uma bem
montada e moderna tinturaria.
As manufaturas do estabelecimento são constituídas para tecidos de lã, listados
e xadrezes do melhor tipo e xales de grane formato. A produção de tecidos de lã é de 900 metros diariamente e a de xales de 1.200 mensalmente. A
matéria-prima é importada da Europa e Estados Unidos e toda ela de primeira qualidade. O pessoal operário é de 120 pessoas.
A diretoria da companhia compõe-se dos srs. Conde de Avellar, presidente; Noé
Pinto de Almeida, secretário, e Francisco Graça, gerente. O gerente técnico é o sr. Augusto Graça, pai do gerente da companhia. O presidente da
companhia é uma das individualidades mais em destaque no mundo financeiro e industrial do Rio de Janeiro. Foi o fundador da conhecida firma Avellar
& Cia., de que hoje é sócio comanditário, e um dos principais iniciadores do Centro de Café do Rio de Janeiro e de várias outras instituições. É
proprietário e capitalista conhecido no Rio e presidente atual do Banco do Comércio. O sr. Graça, gerente técnico, que trouxe da Europa longa
prática da manufatura de tecidos de lã, está na companhia desde a sua fundação.
Procopio Oliveira & Cia. – Fundada em 1899 pelos srs. Conti & Cia., começou esta fábrica a funcionar com 12 teares e 6 máquinas diversas em que trabalhavam 20 operários.
Em 1901, foi a fábrica adquirida pela companhia Fábrica de Tecidos N. S. do Rosário, da qual foram organizadores os srs. barão de Águas Claras,
comendador João Augusto Belchior, dr. Alberto Sampaio, Alberto Bicalho e outros.
A companhia, no afã de melhorar o fabrico, elevou o número de teares para 34, 20
manuais e 14 mecânicos, os quais, com 9 máquinas diversas, perfaziam o total de 57 máquinas. Nessa ocasião, trabalhavam 30 operários e o consumo
mensal de matéria-prima era de 500 quilos de fio.
Não tendo obtido os resultados esperados, resolveram os acionistas adjudicar os
seus direitos ao acionista e credor hipotecário comendador João Augusto Belchior. Feita a adjudicação, a firma Procopio Oliveira & Cia., a quem
pertence a fábrica atualmente, adquiriu o acervo da companhia, então já liquidada, entrando nessa ocasião para sócio comanditário da referida firma
o comendador Belchior, que incluiu na sua cota de capital o valor do mencionado acervo pela importância de Rs. 20:000$000.
A firma Procopio Oliveira e Cia., dando nova e progressista feição ao negócio,
vendeu imediatamente os teares manuais, substituindo-os por mecânicos e adquirindo todas as máquinas necessárias ao acabamento perfeito dos tecidos
que a fábrica executava. Nessa ocasião, o total das máquinas se elevou a 50, começando então uma era de progresso para este estabelecimento fabril.
Os operários que então trabalhavam eram em número de 110. O fabrico mensal atingiu a 14.000 metros, para o qual se consumiam 6.500 quilos de fio.
A firma Procopio Oliveira & Cia., não satisfeita com o resultado obtido, pequeno
aos seus olhos de industriais convencidos da eficácia da boa orientação, mandou construir um magnífico prédio, em terreno próprio, no Itamarati, em
Petrópolis. A nova fábrica começou a funcionar em outubro de 1911, com o efetivo de 230 operários. A sua produção mensal é de 26.000 metros de
casimiras de diversos tecidos, para o que consome 13.000 quilos de matéria-prima. O valor aproximado deste importante estabelecimento é de Rs.
1.000:000$000.
Companhia Fábrica de Tecidos D. Isabel – A Companhia Fábrica de Tecidos D. Isabel foi fundada em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, em 8 de maio de 1889, com o
capital de Rs. 250:000$000, depois de terem os acionistas fundadores construído particularmente os edifícios primitivos e adquirido as primeiras
máquinas de fiação, preparação e teares. A fábrica recebeu o nome de D. Isabel em homenagem à então princesa imperial dona Isabel. Dos seus
fundadores, em número de 13, são falecidos oito e entre os cinco que sobrevivem, contam-se os seus atuais diretores, que administram a fábrica desde
a sua fundação.
O primeiro maquinismo compunha-se: o de fiação, de 2.460 fusos, e o de
tecelagem, de 52 teares, ambas as seções perfeitamente instaladas. O estado financeiro da companhia foi sempre progressivo, de modo que os edifícios
e maquinismos tiveram sempre aumentos sem que fosse preciso entrarem os acionistas com mais capital. Este foi elevado a Rs. 500:000$000, em 1894,
com as reservas destinadas para esse fim nos estatutos. Contam-se presentemente na fábrica 6.000 fusos e 180 teares. Há uma seção de tinturaria
moderna.
O terreno edificado é hoje de 5.000 metros quadrados, quando era apenas de 1.800
no princípio. O ativo da companhia é de Rs. 2.021:733$380, não havendo empréstimo ou qualquer outra obrigação passiva. A companhia tem uma casa de
moradia para o diretor, outra para o gerente e 12 para os operários. Para estes existe também um fundo de beneficência que já se eleva a Rs.
58:000$000 e uma caixa econômica, onde diversos operários possuem perto de Rs. 100:000$000. A produção diária da fábrica, na média, é de 10.000
metros de brins diversos, dos mais comuns até os mais modernos, em diferentes acabamentos. A sua venda anual de tecidos é de Rs. 1.700:000$000, mais
ou menos, e o consumo de algodão de 530.000 quilos.
A fábrica está situada no Palatinado de Petrópolis e é movida por máquinas a
vapor que breve serão substituídas por motores elétricos da Locomotiv Fabric Winterthur. Para o serviço da fábrica há um desvio próprio da The
Leopoldina Railway Co. Ltd.
Gasta o estabelecimento diariamente 5 toneladas de carvão, para diversos
misteres, força, preparação, alvejamento, mercerização e tinturaria. Dá trabalho a 350 operários, entre homens e mulheres, dos quais 2/3 são
nascidos em Petrópolis e 1/3 estrangeiros. Toda a produção da fábrica é destinada ao consumo do Brasil e paga de imposto anualmente Rs. 80:000$000.
Fábrica de Fiação e Tecidos Industrial Campista – Esta fábrica, de propriedade dos srs. Santos Moreira & Cia., foi fundada em 1891, mas só em 1906 a adquiriram os atuais
proprietários. Atualmente, está sendo reformado o material, a fim de aumentar de 2/3 a produção da fábrica, que ficará com 300 máquinas de tecer e
12.000 fusos. O capital da empresa é de Rs. 2.000:000$000.
A fábrica produz, por dia, 15 a 20.000 metros de fazendas estampadas. Todo o
algodão empregado no fabrico provém do Norte do país. O maquinismo é acionado por motores da força total de 150 cavalos. O estabelecimento é todo
iluminado à luz elétrica e provido de aparelhos de incêndio e grandes tanques de água. Para facilitar o transporte de mercadorias e material,
comunica-se a fábrica com a Estrada Leopoldina por uma linha Decauville, de 2 quilômetros.
Um dos prédios ocupados pela fábrica, que é o mais moderno, mede de frente 278
pés, 119 de fundo e 30 metros de altura. Este prédio foi edificado, por contrato, pela firma Henry Rogers Sons Bullough, de Accrington, Lancashire,
e o restante maquinismo dos srs. Mather Platts, de Manchester. Todos os serviços obedecem à superintendência do sr. A. S. Cartner. Os produtos da
fábrica são vendidos por intermédio duma filial do Rio de Janeiro. As vendas alcançam anualmente a média de Rs. 12.000:000$000.
Companhia Tecidos de Linho de Sapopemba – A Sociedade Anônima Companhia Tecidos de Linho de Sapopemba, foi fundada em 14 de agosto de 1906, com o capital de Rs. 1.000:000$000, dividido
em 5.000 ações de Rs. 200$000 cada uma. Nessa data trabalhava a fábrica com um pequeno número de teares, sendo esse número aumentado,
progressivamente, cada ano. Atualmente contam-se ali 500 teares. No corrente ano, foi a fábrica aumentada com uma seção de fiação de linho completa,
única no País.
Convém notar que esta fiação trabalha com a fibra de linho proveniente do estado
do Paraná, onde o presidente da companhia, sr. Antonio Fernandes dos Santos, é proprietário de grande número de fazendas, dedicando-se especialmente
ao cultivo da referida fibra.
Devido ao crescente desenvolvimento da empresa, foi o capital social aumentado
ultimamente para Rs. 3.000:000$000, dividido em 15.000 ações de Rs. 200$000 cada uma. A fábrica dedica-se ao fabrico de brins, atoalhados, toalhas
de linho, tecidos próprios para colchas etc. etc.; e melhora consideravelmente, dia a dia, o fabrico, com os seus maquinismos, que são de primeira
qualidade.
O estabelecimento possui todas as dependências necessárias a uma fábrica de
tecidos de primeira ordem, como sejam: salas de tecelagem, tinturaria, dobação, urdição, engomação, almoxarifado e outras. Além disso, mantém um
armazém de gêneros alimentícios denominado Cooperativa da Companhia de Tecidos de Linho de Sapopemba, para fornecimento dos seus empregados.
São também de sua propriedade grande número de casas, que edificou para
habitação dos operários. Há um consultório médico para os mesmos operários, montado com todos os requisitos de higiene, uma bem montada sala de
operações etc. Ocupa a fábrica em seus serviços cerca de 1.200 operários, entre homens, mulheres e crianças. A fábrica, que é movida à energia
elétrica, está situada na Estação de Deodoro (E.F.C.B.). O escritório central fica à Rua Visconde de Inhaúma, 36. São diretores da companhia os srs.
Antonio Fernandes dos Santos, presidente, e José Caetano Ribeiro da Silveira.
Companhia de Fiação e Tecidos Industrial Campista – Foi esta companhia fundada a 8 de junho de 1908, com o capital social de Rs. 1.000:000$000, dividido em 5.000 ações de Rs.
200$000 cada uma. Possui duas fábricas, Nossa Senhora da Conceição e São Salvador, situadas na cidade de Campos, estado do Rio de Janeiro. Dedica-se
especialmente a empresa à fabricação de tecidos de algodão, como sejam: brins diversos, riscados, zefires, atoalhados, toalhas etc.
A fim de desenvolver em maior escala os seus negócios, está a Companhia de
Fiação e Tecidos Industrial Campista aumentando consideravelmente o edifício das suas fábricas, montando novos e aperfeiçoados maquinismos, e
brevemente estará aparelhada para introduzir no mercado produtos reveladores de grande desenvolvimento industrial.
A fábrica, depois de terminadas as suas obras, será movida a eletricidade, com
força aproveitada de cachoeiras situadas nas suas vizinhanças. A companhia tem o seu escritório central à Rua Visconde de Inhaúma, 36. A sua
diretoria é composta dos srs. Antonio Fernandes dos Santos, diretor-presidente; Domingos Baptista da Gama, diretor-secretário; Carlos José Martins
Moreira, diretor-tesoureiro.
Instalações e operários da Cia. Nova
Fábrica de Fiação e Tecidos Santo Aleixo
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Müller & Cia. – Esta casa foi primitivamente estabelecida, sob a firma de Blum & Cia., em 1896, pelos srs. Max Blum, Jacques Müller, Werner Lindt, Albert
Waltz, F. Fischer e Antonio Francisco dos Santos Graça, começando a negociar no Rio como importadora de manufaturas têxteis, agente das fábricas de
tecidos de algodão nacionais e também como exportadora dos produtos do país.
Em 1900, 1903 e 1904, várias mudanças se deram na composição da firma, até que,
em 1908, a casa tomou o seu presente título, ficando como comanditário o sócio mais antigo sr. Max Blum e entrando, como solidário, um antigo e
competente empregado da firma, o sr. J. R. Merian.
O sr. Carlos F. Keller, de Paris, antigo sócio solidário, continuou a fazer parte
da firma.
Devido à enorme expansão do comércio brasileiro, na última década, os srs.
Müller & Cia. resolveram em 1911 desenvolver a sua seção de máquinas, que até então era conduzida em uma pequena escala. Para este fim,
entenderam-se com algumas das mais importantes casas manufatoras suíças e iniciaram a venda dos famosos maquinismos deste país, e hoje, por
intermédio dos srs. Müller & Cia., estão os maquinismos suíços muito acreditados no Brasil.
Entre outras, representam a Schweizerische Locomotion Maschinenfabrik,
Winterthur, fábrica de motores e locomotivas a gás, óleo e benzina; a Maschinenfabrik Oerlikon, motores, dínamos e material elétrico.
Maschinenfabrik Rueti, fábrica de teares; Aubert, Grenier & Cia., Cassonay-Gare; Sulzer Frères etc.
Representam também as afamadas fábricas alemãs: C. G. Hanbold Junior, Chemnitz;
Beno Schilde, Hersfeld; W. Schlafhorst & Cia., Munchen-Gladbach; J. E. Naeker, Chemnitz; Chemische Fabrik Griesheim Electron, Frankfort; etc. etc.
A firma se encarrega de enviar os seus próprios engenheiros a qualquer ponto do
país, para projetar, fazer estimativas e construir instalações de qualquer sorte, tendo já feito montagens importantes em Petrópolis, Magé etc.
O sr. José G. Boesch, engenheiro, conhecido no Brasil pelo projeto e construção
da Estrada de Ferro do Corcovado, está ao serviço dos srs.
Müller & Cia. A firma é agente única das fábricas nacionais de tecidos em algodão da tijuca e de Magé, e além de seus escritórios e armazéns, à Rua 1º de
Março, 100, tem agências em várias cidades do Brasil.
Henry Rogers, Sons and Co., Limited – A firma Henry Rogers, Sons & Co., Ltd., negociantes, manufatores e engenheiros de Wolverhampton, foi fundada em 1780, mais
ou menos, pelo sr. Henry Rogers. Existe ainda um contrato social, pelo qual o sr. Henry Rogers admitia dois sócios, introduzindo Companhia na
denominação da firma. O sr. Henry Rogers tinha três filhos, que todos foram sócios da firma, dando origem ao título Henry Rogers, Filhos & Cia.
Em 1885, casou-se o sr. Alfred Charles Twentyman, J. P., com a filha do sr. W.
H. Rogers, um dos filhos do fundador da firma. O sr. Twentyman, que era sócio da firma Twentyman & Sons, da Cidade do Cabo e de Londres, depois de
seu casamento com a senhorinha Rogers tornou-se chefe e gerente da firma Henry Rogers, Sons & Co., lugar que exerceu até a sua morte. Morreu em
Wolverhampton em 1908, deixando uma fortuna considerável.
A casa continua, porém, sob a forma de sociedade anônima, dirigida pelos três
filhos do falecido sr. Alfred Twentyman, os srs. Llewellyn
H. Twentyman, J.P., presidente; Alan H. Twentyman e Harold E. Twentyman, M.I.M.E., diretores. A casa Henry Rogers, Sons & Co. Ltd. tem sucursais em
Liverpool, Sheffield, Montreal, Sidney e Cidade do Cabo, e interesses nas firmas Rogers Twentyman & Co. Ltd., Londres, e Henry Rogers, Sons & Co.
of Brazil Ltd., Rio de Janeiro e São Paulo.
A princípio, negociava a empresa em ferragens e objetos metálicos; a pedido,
porém, de sua numerosa freguesia, por diferentes vezes se tem ocupado de trabalhos técnicos de Engenharia e quase exclusivamente se ocupa agora
deste ramo de negócio.
Em 1880, mais ou menos, começou a firma a voltar a sua atenção para a indústria
de algodão, que já então prometia tornar-se muito próspera, encarregando-se da agência dos srs. Howard & Bullough Ltd., importantes manufatores de
máquinas de fiação de algodão.
Mais tarde, tornaram-se os srs. Henry Rogers, Sons & Cia., também, agentes dos
srs. Henry Livesey Ltd., de Blackburn, reputados fabricantes de máquinas de tecelagem, tais como teares etc., tendo ultimamente também agência dos
teares Patent Automatic Northrop Loom Co., dos srs. Mather & Platt Ltd., de Manchester, conhecidos engenheiros-manufatores de maquinismo têxtil,
elétrico etc.
Em cooperação com estas firmas, têm os srs. Henry Rogers, Sons & Co., montado,
no Brasil, nestes últimos 25 anos, nada menos que 70 novas fábricas de tecidos de algodão.
Além da indústria do algodão, devemos mencionar a indústria de juta, como um dos
ramos de negócio de que se ocupam os srs. H. R. S. & Co. Ltd., que também são agentes dos srs. Chas. Parker & Sons, de Dundee, manufatores de
maquinismos para juta. H.R.S.& Co. Ltd. têm também experiência considerável na montagem de engenhos de açúcar, refinarias, fábrica de papel,
matadouros etc., e têm feito as instalações para abastecimento d'água e várias cidades do Brasil; negociam, mais, em máquinas para trabalhar a
madeira, extração de óleo, agricultura e outras.
O gerente de Henry Rogers, Sons & Co., no Brasil, é o sr. Walter E.
Clarkson, que está com a empresa há 20 anos, e que tem contribuído, mais que ninguém, para construção de fábricas de tecidos de algodão e respectivo
aparelhamento em maquinismo, de que tem resultado a expansão e o desenvolvimento desta grande indústria no país.
Companhia Tijuca, fábrica de tecidos de
lã
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