Da posse à exoneração
Após completar cinco anos e trinta e quatro dias de governo, o prefeito Antônio
Manoel de Carvalho foi exonerado ontem do cargo, pelo governador Paulo Maluf. Nesse tempo, a cidade viveu momentos de inaugurações prioritárias,
como as de obras de urbanização da Zona Noroeste e do Distrito de Bertioga, e conheceu insucessos como as tentativas de recuperação financeira e
operacional de sua empresa de transportes, a CSTC, afundada em dívidas de Cr$ 140 milhões.
O elevado sobre o túnel e o Centro de Cultura marcaram sua gestão, simultaneamente com
a implantação do sistema de estacionamento rotativo. Mas houve também o crescente endividamento municipal, por empréstimos a serem pagos
futuramente, o desgaste não reparado das avenidas à beira-mar, compensados, no entanto, pela significativa ampliação, em número e capacidade, dos
postos de assistência à maternidade e infância, de escolas de primeiro grau e de ensino a excepcionais, bem como de pronto-socorros, e vias de
acesso aos morros.
Ainda durante a administração de Carvalho, a presença dos presidentes Geisel e
Figueiredo e de ministros federais não desativaram as forças da Oposição, que venceu as eleições municipais e parlamentares mais recentes, enquanto
a Cidade não conseguia resposta ao seu apelo unânime e maior, pela volta da autonomia política.
Por alguns dias, a Cidade viverá os momentos desconfortáveis incômodos da vacância,
uma situação vexatória, porque deposto um prefeito, ainda não foi colocado outro em seu lugar. Neste final de semana, o prefeito exonerado não tem
poder de governar, inclusive porque o ato figura na primeira página do Diário Oficial do Estado e a situação, nesse aspecto, é um fato
consumado. Enquanto não for consagrada a nomeação, no mesmo DOE, do novo prefeito, só em casos muito graves, como os de calamidade pública,
poderá funcionar o gabinete do Executivo municipal. Mas esse é um outro caso de exceção.
Carvalho e Mimi cumprimentaram-se (ontem), depois da frustrada transmissão do cargo
Nunca, como ontem, o telefone do prefeito funcionou tanto com Brasília
Desafetos políticos, Carvalho e Sílvio Fernandes Lopes nem sempre brigavam
Quando o presidente eleito Figueiredo veio a Santos,
Carvalho foi cumprimentá-lo protocolarmente
Del Bosco (em primeiro plano) foi inimigo constante e atuante do prefeito. Ei-los no
Fórum
Antônio Manoel de Carvalho foi o anfitrião do presidente Ernesto Geisel, numa tarde
chuvosa
Em abril de 1974, Carvalho assina o termo do cargo, depois da posse em São Paulo
Também em abril de 1974, Carvalho, familiares e auxiliares chegam ao Paço, no primeiro
dia
Na inauguração do Centro de Cultura, uma de suas obras,
Carvalho homenageia Rosinha Mastrângelo
Fotos publicadas com a matéria
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