FUTEBOL
O primeiro brasileiro na Europa
José Roberto Torero
Ari Patuska era filho do primeiro presidente do clube
(N.E.: o Santos Futebol Clube), Sizino Patuska. Seu pai, como era
costume naquele tempo, havia mandado o filho para estudar na Suíça. Lá, ele não se dedicou apenas aos livros, mas também à bola. Entrou para o F. C.
Bruhl e foi bicampeão suíço de futebol, chegando até a jogar na seleção helvética. Depois de quatro anos na Europa, voltou à cidade natal no dia 9
de junho de 1915, e em menos de uma semana já entrava em campo com a camisa do Santos. Mesmo chegando no meio do ano, foi o artilheiro do time em
1915, com 19 gols.
Naquele ano o Santos estava filiado à Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea),
mas resolveu disputar novamente o campeonato da Liga Santista. A Apea liberou, mas impôs uma condição: o time teria que usar outro nome no
campeonato da cidade.
Assim, rebatizado como União, o Santos conquistou o bicampeonato da Liga Santista.
Naquele tempo, o Santos tinha o ataque dos cinco "A": Adolfo Millon, Anacleto Ferramenta, Ari Patuska, Agostinho Marba e Arnaldo Silveira. No final,
contra o SPR, todos cantavam:
Tá na hora da parada
Do, ré, mi, fa, sol, lá, si
Treme-treme, oh, macacada
Com a cabeça do Ari
No final, 8 a 0 para o União, seis gols de Ari Patuska, quatro de cabeça. Quando o
jogo acabou, a torcida cantava:
Eu não disse que era canja?
Ri melhor quem agora ri
Vamos pôr louros na franja
Da cabeça do Ari
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