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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ASSISTÊNCIA
Cruz Vermelha Brasileira/Filial Santos


Entidade que teve importante papel na Santos do século XX, particularmente durante as catástrofes causadas pelas chuvas e desmoronamento de morros (como o do Marapé em 1956) ou durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a Cruz Vermelha Brasileira - que tem uma de suas filiais em Santos - comemora em 2008 o seu centenário. Matéria publicada no jornal santista A Tribuna em 3 de dezembro de 2007 (página A-4):


Cecile Delorme cuida dos trabalhos sociais da filial de São Paulo. O complexo da Capital foi inaugurado em 1912 e abriga hospital para defeitos da face e escola de Enfermagem

Foto: Rogério Soares, publicada com a matéria

 

TRABALHO HUMANITÁRIO

Cruz Vermelha completa 100 anos

Presente em 185 países, a instituição desenvolve projetos sociais no Brasil

Luiz Gomes Otero

Da Redação

Há 100 anos começava a ser organizada no País a Cruz Vermelha, seguindo os mesmos princípios humanitários adotados pela matriz da entidade, fundada na Suíça em 1859.

Apesar de ter uma imagem mais associada com atuações nos conflitos de guerra, assistindo feridos e refugiados, o trabalho social na verdade está bem próximo de nós. Seja no apoio de ações ligadas a Defesa Civil, seja através de palestras ministradas por voluntários voltadas para o bem-estar da sociedade, como a prevenção de acidentes domésticos, higiene e saneamento.

 

Parte da credibilidade da instituição se deve ao seu posicionamento de neutralidade e imparcialidade

 

A sede nacional fica no Rio de Janeiro, onde está sendo preparada uma programação a ser desenvolvida durante o ano de 2008. Para o subchefe nacional de Comunicação da entidade, Maurício Cabral, ainda há a necessidade de uma atenção maior por parte do governos. "Em outros países há uma cobertura maior na manutenção das estruturas. Aqui, no Brasil, sobrevivemos graças ao trabalho voluntário que é desenvolvido".

A estrutura da Cruz Vermelha no Estado de São Paulo conta com uma filial na Capital e mais quatro municipais, sendo duas delas na Baixada Santista: Santos, São Vicente, Jacareí e São José dos Campos.

A sede da filial da Capital paulista fica na Avenida Moreira Guimarães, 669, no Bairro Indianópolis. O complexo foi inaugurado em 1912 e inclui um hospital para defeitos da face, uma escola de formação de Enfermagem e um centro formador de aperfeiçoamento em ciências da saúde.

O trabalho social da unidade é gerenciado por Cecile Delorme, que atua diretamente na preparação e formação de novos voluntários. "Hoje temos um total de 200 voluntários formados que trabalham em conjunto com a Cruz Vermelha nas campanhas sociais. Também contamos com o apoio de entidades assistenciais e do poder público".

 

52 filiais estaduais atuam no Brasil

 

O trabalho é composto basicamente por palestras sobre primeiros socorros, higiene e saneamento e preparação contar desastres naturais e acidentes domésticos. Mas também há campanhas de arrecadação de alimentos não perecíveis e roupas para desabrigados e vítimas de enchentes, tanto no País como no exterior.

Recentemente, a Cruz Vermelha Brasileira arrecadou recursos que foram enviados para as vítimas de um terremoto no Peru. E a filial de São Paulo fez campanha para moradores do bairro Limoeiro, na Capital, que ficaram desabrigados depois de uma enchente.

"As pessoas se tornam agentes multiplicadores de informação e solidariedade. Hoje temos 200 voluntários que atuam diretamente nas nossas ações. Mas a adesão da sociedade acontece de forma espontânea, porque temos credibilidade junto à população", assinala Cecile.

Parte dessa credibilidade se deve ao posicionamento de neutralidade e imparcialidade que norteia o trabalho da entidade pelo mundo. "Nós não podemos ficar atrelados a um determinado regime político, porque senão o trabalho realizado corre o risco de não ter continuidade".

O telefone de contato da sede paulista é (11) 5056-8667. Os interessados também podem acessar o site da filial na Internet (www.cvsp.org.br).


Selma Lapa está buscando parcerias para melhorar filiais de Santos e SV

Foto: Francisco Arrais, publicada com a matéria

Entidade desenvolve atividades na Baixada

Atuando na coordenação das filiais de Santos e São Vicente, a professora Selma Lapa informa que as duas unidades contam com 36 voluntários que trabalham diretamente nos projetos sociais. Entretanto, em todas as atividades, constata-se uma adesão espontânea da sociedade, seja participando ou prestigiando os eventos, seja na arrecadação de mantimentos ou roupas.

"Acho que a sociedade tem uma vocação natural para o voluntariado. Nossa maior preocupação hoje é com a formação dos cidadãos, o sentimento de cidadania e de resgate dos princípios éticos", afirma a educadora.

Pensando nesse tema, a filial santista elaborou o projeto Vida Bem Supremo, que visa estimular um fórum permanente de discussão. "O planeta Terra vem, através da natureza, dando sinais que conseguimos atingir os limites de segurança para a sobrevivência de nossa espécie. Por isso, é preciso que a sociedade faça uma reflexão sobre o seu destino".

Outras atividades desenvolvidas foram os programas Cruz Vermelha nas Praias, que apóia na localização de crianças perdidas na faixa da orla e o Zeladoria da Cidade, que visa conscientizar os jovens sobre a importância de se preservar o patrimônio público. "Neste caso, a idéia é fazer com que as crianças se sintam responsáveis por cuidar da Cidade, sentindo-se parte dela".

Também faz parte das atividades o Programa Agentes da Paz, voltado para as redes estadual e municipal de ensino, onde os alunos são estimulados para usarem frases afirmativas de cooperação e fraternidade.

Selma está buscando parcerias para melhorar a estrutura das filiais em Santos e São Vicente. Quem estiver interessado em colaborar ou simplesmente conhecer o trabalho pode telefonar para 3022-8126 ou 3468-9605.

 

"Sempre procuramos atuar em conjunto com o Poder Público, porém, de forma autônoma e independente"

Cecile Delorme - gerente de projetos especiais da Cruz Vermelha na capital

Primeira mobilização foi no Rio de Janeiro

A Cruz Vermelha Brasileira começou a dar seus primeiros passos em 1907 no Rio de Janeiro, através da iniciativa de Joaquim de Oliveira Botelho, que havia testemunhado o trabalho realizado em outros países e sentiu a necessidade de desenvolver a experiência no País.

No final de dezembro daquele ano, Oliveira Botelho promoveu uma conferência que lançou as bases da organização da entidade. A diretoria provisória foi presidida pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz e elaborou propostas para o estatuto. A eleição do primeiro Conselho Diretor aconteceu no dia 5 de dezembro de 1908.

O complexo da Cruz Vermelha na Capital foi fundado em 1912. O terreno foi doado por um casal de médicos interessados no trabalho humanitário que a entidade desenvolvia na época. Cinco anos mais tarde, foi inaugurado o Hospital das Crianças, voltado ao atendimento pediátrico.

No período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a filial paulista montou uma seção para as vítimas do conflito em 65 pronto-socorros. Uma equipe de enfermeiras, sanitaristas e socorristas voluntárias foi enviada com o exército da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Também nesse período, em 1940 foi fundada a Escola de Enfermagem, que permanece ativa até hoje.

Parte dessa história ainda pode ser constatada pela arquitetura do complexo, que preserva as mesmas características do início do século 20 mesmo tendo passado por reformas de modernização e adaptação.

DESTAQUES
O início

Aconteceu em 1859, durante um conflito conhecido como a batalha de Solferino, entre soldados do Império Austríaco e da Aliança Francesa em um vilarejo na Itália. o comerciante suíço Henri Dunant fica comovido com a situação e resolve socorrer as vítimas do conflito com o auxílio de voluntários. Em 1864, durante a primeira conferência de Genebra, é criado o comitê internacional da Cruz Vermelha.

Os símbolos

O mais conhecido foi inspirado na bandeira da Suíça, que tem uma cruz branca sobre um fundo vermelho. As cores foram invertidas, dando origem ao símbolo reconhecido mundialmente. Nos países de religião muçulmana, foi adotado o desenho de uma lua crescente vermelha que acabou sendo oficializado em 1929.

Neutralidade

Em 1949, o comitê internacional da Cruz Vermelha consegui estabelecer a neutralidade das ambulâncias e hospitais em conflitos militares, bem como a proteção aos habitantes que prestam socorro aos soldados inimigos feridos.


Cruz Vermelha Brasileira - Filial Santos - 2008, Ano do Centenário
Anúncio publicado no jornal santista A Tribuna em 15 de dezembro de 2007 - página B-4


Cartão postal-convite do 90º aniversário da Cruz Vermelha Brasileira/Filial Santos, julho de 2007
Imagens enviadas a Novo Milênio pelo professor e pesquisador Francisco Carballa