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Relevantes serviços vem prestando o Lar Veneranda há 3 anos em Santos
Cerca de vinte e cinco crianças são assistidas, em regime de semi-internato pela entidade da
Rua Carvalho de Mendonça - Quer a diretoria adquirir sede própria
Santos, incontestavelmente, é a cidade
no país que, em proporção, maior número de entidades de assistência social possui. Integradas no espírito filantrópico do povo e do comércio, que as
auxiliam, as instituições de benemerência vêm prestando, no setor de assistência social, relevantes serviços.
Desde a criança desvalida, órfã, até o homem velho, desprovido de qualquer recurso, todos recebem
amparo, teto, alimentação e vestuário. Os serviços que essas entidades prestam à comunidade representam, em última análise, valiosíssima colaboração
ao governo, no grave problema social.
Comunidade Cristã Lar Veneranda - A Comunidade Cristã Lar Veneranda é uma dessas casas
beneméritas. Instalada à Rua Carvalho de Mendonça, 451, foi ela fundada em 5 de junho de 1954, sob o patrocínio da União Municipal Espírita de
Santos, da qual recebe orientação técnico-administrativa. É uma organização filantrópica de inspiração cristã, destinada a prestar assistência,
especificamente, à infância, e, de modo geral, a todos os necessitados, sem discriminação de sexo, crença, raça ou cor.
O Lar Veneranda tem, assim, as seguintes finalidades: a) dar assistência material e moral a
crianças reconhecidamente necessitadas, de ambos os sexos, até a idade máxima de 5 anos, inclusive, durante as horas de trabalho dos pais ou
responsáveis, em regime de semi-internato, tendo o caráter de lar-escola; b) amparar a infância e a velhice desvalidas, assistindo-as diretamente ou
abrigando-as em estabelecimentos que venha a manter; c) prestar toda e qualquer assistência a pessoas enfermas ou desprovidas de recursos.
A Comunidade obtém recursos de manutenção através de contribuições de associados, de mantenedores,
donativos, festivais e chás beneficentes.
Para o desenvolvimento do seu programa, a Comunidade, que luta ainda com dificuldades de manutenção
do seu primeiro núcleo, precisou recorrer ao poder público, recebendo, como único auxílio dessa espécie, uma subvenção municipal de 40 mil cruzeiros
por ano.
Necessidade de ampliação - O primeiro núcleo da Comunidade funciona, provisoriamente, em
casa alugada no endereço acima, e abriga uma média de 25 crianças, de recém-nascidas a cinco anos de idade, das 7 às 19 horas, prestando-lhes toda a
assistência material, moral e maternal, para o que conta com um corpo eficiente de colaboradoras femininas.
A casa, cujo contrato está a vencer-se, não corresponde às necessidades do Lar e, assim, cogita a
diretoria de adquirir sede própria, não só por motivos de melhor acomodação como pela necessidade imperiosa de economia, porquanto o custo elevado
da vida força a entidade a enfrentar cada vez despesas maiores, pois a assistência prestada às crianças é inteiramente gratuita para seus pais ou
responsáveis.
As despesas com o primeiro núcleo, que foram de Cr$ 103.460,70 nos sete meses de funcionamento em
1954, o que daria uma média de Cr$ 14.780,00 mensais, elevou-se em 1956 a Cr$ 323.508,70, ou seja, uma média de Cr$ 26.959,00 mensais, notando-se
uma diferença a mais, em dois anos, de Cr$ 12.179,00 mensais.
É ainda objetivo da diretoria da Comunidade abrir um Lar em cada bairro.
O dr. Lincoln Feliciano tem sido um grande amigo do Lar Veneranda. Já doou, de sua verba, no ano
passado, 20 mil cruzeiros.
A Comunidade é administrada por um Conselho Administrativo composto de 21 membros e uma Diretoria
Executiva, que está assim constituída: presidente, Antonio de Freitas Costa; vice-presidente, Helena Isaura Molini Perrone; 1º secretário, Arnaldo
Muniz; 2º secretário, Sebastião Alves Teixeira; 1º tesoureiro, Guilherme Gonçalves; 2º tesoureiro, Armando Martins Barros; procurador, Orlando
Nicodemos.
O cargo de diretora do Lar é exercido pela sra. Maria Angélica Miranda Costa, auxiliada por um
corpo de diretoras-visitadoras, que, abnegadamente, vêm contribuindo para o progresso da entidade e bem-estar das crianças.
Dois aspectos apanhados pela A Tribuna
no Lar Veneranda. Em cima, à hora do lanche, d. Maria Angélica Miranda Costa, diretora do Lar, em companhia de um diretor e serventes, observa a
pequena refeição dos menores; em baixo, três bebês no berçário, pouco antes de receber a sua alimentação
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