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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MEDICINA
Santa Casa de Misericórdia (17)

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Matéria publicada no Almanaque de Santos - 1971 (editado pela Ariel Editora e Publicidade, de Santos/SP, em fins de 1970) pelo então jornalista responsável, Olao Rodrigues (páginas 298 a 300):
  

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Uma existência vetusta e gloriosa pelo bem dos humildes

Não é demais assinalar o elevado índice de assistência que a Santa Casa da Misericórdia de Santos tributa às criaturas sem recursos, não apenas do município, mas também do Litoral, dos municípios vizinhos e até do Planalto.

Ela atravessa o tempo, que é longo, fazendo bem aos que sofrem e não dispõem de elementos pecuniários, acolhendo-os e tratando-os com o mesmo desvelo assistencial dispensado aos pacientes economicamente capazes.

Abrindo suas portas, a qualquer hora, à pobreza que também padece de males físicos, a Santa Casa da Misericórdia de Santos, ontem e hoje, harmoniza-se com os postulados de benemerência e do verdadeiro amor cristão, que levam seus seguidores mais perto de Deus.

Na verdade, em sua gloriosa vivência de mais de quatro séculos, essa Casa jamais deixou de praticar a Caridade, que lhe é virtude inata, alçando-se à gratidão de quantos a ela recorrem e à admiração de todos que a reconhecem como instituição sobremodo utilitária no espaço social.

"Casa de Deus para os homens, porta aberta ao mar", a Misericórdia de Santos fundamente se integra no campo assistencial do Município pelos imensos serviços que propicia notadamente às criaturas desfavorecidas de recursos.

Mais ainda se eleva essa obra marcadamente cristã e social quando se sabe que a respeitável Irmandade jamais experimentou tranqüilidade em sua capacidade financeira.

Seus braços piedosos, todavia, em nenhum momento deixaram de estender-se àqueles que, enfermos e sem haveres, necessitam de socorro nesses lances aflitivos de perturbação da saúde.

Algarismos que se destacam – Como realce dessa obra verdadeiramente social, basta assinalar que nos últimos 6 meses nada menos do que 1.505 indigentes receberam desvelado tratamento, além de 3.088 outros socorridos no Ambulatório, em igual período.

Houve ainda prestação de exames a essa casta de criaturas economicamente desfavorecidas nos seguintes serviços:

Raios X – internos, 1.826; externos, 1.380.

Laboratório de Análises Clínicas – internos, 6.253; externos, 6.539.

Laboratório de Anatomia Patológica – internos, 554; externos, 62.

Unidade de Fisioterapia – internos, 2.035; externos, 7.901.

Verificou-se também completo atendimento médico-hospitalar àqueles pacientes em outros serviços, ainda nos últimos 6 meses, como os seguintes:

Gasoterapia – internos, 979; externos, 881.

Oftalmologia – internos, 46; externos, 219.

Otorrinolaringologia – internos, 25; externos, 207.

Centro de atividade científica – Acolhendo também pacientes do Litoral e de larga faixa do Planalto, como referimos, o hospital da Santa Casa ganhou condição de regional.

Abrangendo todas as especialidades médicas, com atendimento geral, portanto, o quadrissecular nosocômio adianta-se em recursos técnico-científicos, dos primeiros do País, impondo-se pelo elogiável padrão de serviços. Notadamente nos dias atuais, ele busca nos mais avançados centros hospitalares do mundo meios científicos e materiais que o colocam em situação invejável no esquema médico-cirúrgico e ambulatorial.

Por tudo isso, a Santa Casa de Santos tornou-se centro de larga atividade científica, em cujas dependências invariavelmente se realizam cursos, conferências, congressos e jornadas médicas e de Administração, além de servir de estágio a universitários de Medicina nacionais e estrangeiros, que lá observam eficiente aprendizado de especialização.

Ademais, é o tradicional hospital freqüentemente visitado por cientistas, professores e delegações de estudantes de todos os graus de faculdades médico-higiênicas.

Hospital moderno – A Santa Casa de Santos acompanha o progresso dos tempos atuais, tanto em aptidão técnica quanto humana.

Os seus serviços médico-cirúrgicos devem ser distinguidos pela proficiência e nível científico, como o Centro Cirúrgico, dos mais perfeitos e idôneos.

Em que pesem o equipamento e a aptidão profissional, que lhe conferem elevado padrão de serviços, a Santa Casa não vive folgadamente em termos financeiros, como enunciamos, com seu caminho eriçado de dificuldades e percalços. Nunca, porém, deu as costas à indigência, que dela sempre precisou. É a verdadeira Casa dos Pobres.

Neste rápido registro sobre o respeitável hospital, é de justiça ressaltar a obra desenvolvida pela Sociedade dos Colaboradores, coadjuvadora dedicada e inconcussa, que tem à frente essa dama de peregrinas virtudes cívicas e morais, que é d. Cândida Ribeiro de Mendonça.

Sucedendo ao dr. Ciro de Ataíde Carneiro, ocupa atualmente o cargo de provedor o dr. J. Gomes da Silva, que coloca sua inteligência, competência e dedicação ao nobre serviço do hospital dos humildes, que cresceu com Santos e é seu monumento de tradição e grandeza social.

Novas instalações e serviços – Considerado dos melhores do País, mesmo entre os de âmbito oficial, o equipamento da Santa Casa da Misericórdia de Santos, moderno e amplo, sempre se renova com a incorporação de unidades ultra-eficientes que o seu movimento reclama para o atendimento geral.

Se isso se observa no campo do equipamento, o hospital não pára no surto de criação, ampliação e remodelação de dependências julgadas úteis e adequadas ao seu desenvolvimento técnico-social.

Ainda recentemente, levando adiante os seus serviços nosocomiais, foram instalados o Museu de Anatomia Patológica, a Unidade de Terapia Intensiva, a Unidade de Medicina Nuclear, o Ambulatório Preventivo do Câncer Ginecológico e o Serviço de Electroencefalogia.

Houve igualmente reforma no Serviço de Gasoterapia, ampliado e remodelado para melhor atender à especialização.

Novos e modernos apartamentos foram instalados no 6º pavimento, Ala A, aumentando-se, por conseguinte, a capacidade de leitos, que é das maiores, tanto em casas particulares como oficiais, seja no Estado de São Paulo, seja no País.

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