HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
CLIMA
De ressacas a tromba d'água (1)
Cidade litorânea, Santos registra fenômenos meteorológicos curiosos
Com os ventos e as tempestades que por vezes se formam, Santos às vezes fica irreconhecível, para quem vê as fotos
resultantes, que às vezes lembram cenas do litoral do Caribe devastado por tufões ou mesmo uma tempestade de areia no deserto. Como nas imagens a
seguir, de fortes ventos e início de temporal, registradas pela TV Tribuna na tarde de 23 de maio de 2003:
Outro caso curioso foi registrado pelo jornal santista A Tribuna em 30 de março de 2004:
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Foto: Ivan Carlos Wille, especial para o jornal A Tribuna, publicada com a matéria
METEOROLOGIA
Fenômeno chama a atenção no mar
Da Reportagem
Um fenômeno meteorológico ocorrido no mar, no início da
tarde de ontem, nas proximidades da Ilha das Palmas, chamou a atenção de muita gente da Cidade. Oficialmente, o fato - que aconteceu por volta das
14 horas e durou cerca de cinco minutos - não foi registrado por nenhum instituto meteorológico do País ou mesmo pela Base Aérea de Santos, que fica
em Guarujá.
A única informação confirmada por meteorologistas do Centro de Previsão do Tempo e de
Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é que o fenômeno santista não tem nenhuma relação com o evento
registrado no Sul do País, no final de Semana (N.E.: referência ao ciclone Catarina, que devastou o litoral
catarinense e gaúcho alguns dias antes, com violência incomum, causando uma morte e destruição de várias casas).
De acordo com a meteorologista Kelen de Andrade, do Cptec, o possível ciclone que
atingiu 26 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina se dispersou ainda no último domingo. Os especialistas, na realidade, ainda estão
estudando o fenômeno pela raridade da ocorrência.
Tromba d'água - Apesar de também não ter sido registrado pelo Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), o órgão classificou o fenômeno santista de tromba d'água, onde os ventos agem verticalmente, como em todos os
fenômenos deste tipo, mas sugando a água do mar para cima. O evento é considerado raro e atípico, por ter acontecido próximo dos centros urbanos.
Já de acordo com o Cptec, a ocorrência foi um pequeno tufão, não tão raro e possível
de acontecer somente no mar. O que quer que tenha sido, o fenômeno atraiu a atenção de comerciantes de praia, moradores dos prédios da orla e de
pessoas que estavam na avenida e no calçadão naquele momento.
Para os vendedores de sorvete Tiago Nunes Pedrosa, Severino Domingos Ramos e Dorcas
Santos Pereira, que se encontravam na altura do Canal 3, junto aos quiosques da praia, o fenômeno parecia um grande funil de nuvens, que diminuía
seu diâmetro conforme se aproximava do oceano.
"Ele surgiu do nada e desapareceu rápido", comentou Pedrosa, que garantiu nunca ter
visto nada parecido com aquilo na linha do mar. "Achei que ele viria na nossa direção e levaria até os carrinhos (de sorvete)", emendou Pereira.
Segundo o vendedor Ramos, o evento apareceu perto da Ilha das Palmas e foi dispersando em direção ao Guarujá.
| DIFERENÇA DE ALGUNS FENÔMENOS
(Fonte: Cptec/Inpe)
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| Tornados - São formados por ventos verticais em forma de ciclos, que giram com uma velocidade muito
grande (mínima de 117 km/h), dentro de um centro de baixa pressão. São menores que os furacões e duram menos tempo quando estão ativos. Podem se
formar sobre a terra ou sobre a água. |
| Ciclone - Formado por uma circulação fechada de ventos verticais, que concentram mínimos valores de
pressão relativa aos pontos de vizinhança. Também conhecido como baixa ou centro de baixa pressão, que gira no sentido dos ponteiros do relógio
(horário) no Hemisfério Sul e no sentido oposto no Hemisfério Norte. Geralmente, está associado a tempo instável com muita nebulosidade e
chuvas. |
| Tufão - São os fortes ventos que podem compor os ciclones e tornados, por exemplo. Também são
conhecidos como vendavais. |
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Tais fenômenos são bastante raros, valendo registrar o que rememorou o jornalista Hamleto
Rosato na coluna Santos em 1957, publicada em 27/2/1998 no jornal A Tribuna:
| "Bóris Kauffmann, conhecido fotógrafo, em anúncio, convidava os interessados em ver
fotos, em seqüência, da tromba d'água que desabara em Santos, no sábado. Todavia, o fotógrafo amador Horst Platan, que se encontrava na Ilha das
Palmas, conseguiu bater várias fotos e três delas, em seqüência, foram cedidas a A Tribuna, pelo sr. Gabriel F. Gomes, que revelava que o
fenômeno se manifestou exatamente às 12h30. A tromba-d'água, como era natural, foi o assunto de alguns dias e muitas pessoas ainda temiam que algo
pudesse acontecer".
Foto: reprodução do jornal A Tribuna de Santos, de 27/2/1998
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Mais comuns são as ressacas do mar, no final do inverno, quase todos os anos: a força das
ondas quebrando na Ponta da Praia chega a obrigar à interdição de uma das pistas ao trânsito de veículos, e por vezes danifica partes da amurada que
protege o passeio, como registrou o Diário Oficial de Santos na edição de 3 de setembro de 2002, com fotos de Marcelo Martins:
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Parte relevante da notícia do D.O.U.:
"Trecho da Avenida Bartolomeu de Gusmão a partir do Canal 6 e até próximo ao Canal 7,
sentido José Menino/Ponta da Praia, esteve interditado ao tráfego de veículos durante praticamente toda manhã de ontem e até o final da tarde,
devido à ressaca que fez com que águas do mar invadissem a pista. O ponto mais crítico da maré alta foi registrado por volta das 12h50, com 1m20. No
meio da tarde, a força da maré já havia diminuído, mas a liberação do trecho interditado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ocorreu
apenas às 17 horas, depois de providenciada a limpeza da pista pela Prodesan".
No dia seguinte, 4/9/2002, o mesmo Diário Oficial de Santos registrava - com
foto de Benê Pontes - o grande trabalho da Prefeitura para retirar a areia que em conseqüência da ressaca havia assoreado completamente os
principais canais:
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http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0218a.htm
