O serviço de Correio funcionou primeiro no prédio do antigo Colégio dos Jesuítas, no
século XIX
Foto: Indicador Santense - 1912, publicado em Santos/SP por Laercio Trindade
Serviço Postal de Santos
Até o final do século XVIII, não existia em Santos
nenhum serviço regular de correios, quer marítimos ou terrestres, fato que prejudicava não só os interesses locais, como os de toda a Capitania de
São Paulo, concorrendo para a decadência progressiva de todas as atividades de produção, pela falta de comunicação entre o interior paulista e a
praça santista com o seu porto.
O estabelecimento do serviço de correios na Capitania de São Paulo foi terminantemente
proibido por Ordem Régia de 26 de abril de 1730, por D. João V, no tempo em que Antônio da Silveira Caldeira Pimentel era o capitão-general da
Capitania.
Depois de várias tentativas de estabelecimento do serviço de correios na Capitania -
como a nomeação a 16 de dezembro de 1734 de João de Azevedo Loureiro para o cargo de Correio-Mor, entre a Vila de Santos e a Capitania de S. Paulo
para o Reino, cargo que ocupou somente a 28 de fevereiro de 1736 -, foi no reinado de D. Maria I, sob a regência do seu filho D. João, que, por
alvará de 20 de janeiro de 1798, ficou instituído - em caráter permanente - um serviço postal entre a Metrópole e o Brasil e entre as diversas
capitanias deste.
O Correio no prédio do antigo Colégio dos Jesuítas, na atual Praça da República
(detalhe da foto superior)
O correio da Capital a Santos foi inaugurado a 27 de julho de 1798. A correspondência
devia seguir por via marítima de Santos até o Rio de Janeiro. Entretanto, o governador Antônio Manuel de Mello Castro estava empenhado em instalar
um outro que fosse por terra, de São Paulo ao Rio de Janeiro, de modo a facilitar as comunicações entre o interior paulista e os principais portos,
nos quais se achavam embarcações para levar a correspondência recebida destinada à Metrópole.
Depois da instalação dos correios entre a Capital e Santos - a 27 de julho de 1798 -,
no dia seguinte, 28 de julho, por decreto do capitão-general Antônio Manuel de Castro e Mendonça, foi nomeado administrador para o Correio da Vila
de Santos o capitão João da Costa Aguiar.
A 14 de outubro de 1800 o mesmo capitão-general Antônio Manuel de Mello estabelecia as
linhas postais entre as vilas de São Paulo, Itu, Paranaguá e S. Sebastião, favorecendo a comunicação de Santos com esses pontos da capitania.
O serviço de entrega de correspondência em domicílio, em Santos, foi iniciado a 21 de
dezembro de 1844, pelo decreto nº 399. Embora o quadro de carteiros se encontrasse instituído pelo decreto nº 255, de 29 de novembro de 1842, só
começou a funcionar com a vigência desse regulamento.
Prédio dos Correios no Largo do Rosário (atual Praça Rui Barbosa), cerca de 1910
Foto: coleção Werner Vana/SP
No começo deste século (N.E.: século XX),
o correio santista estava localizado na Praça Rui Barbosa, onde funcionou até a inauguração do seu prédio próprio, a 30
de novembro de 1924, localizado na Praça Mauá, entre as ruas D. Pedro II e Augusto Severo, onde funciona ainda hoje (N.E.:
esse trecho de rua tem o nome de Cidade de Toledo; já na Praça Mauá funcionou, até a década de 1970, o serviço de recepção e expedição de
telegramas).
O "Colix Posteaux" foi instalado em 23 de dezembro de 1924, pelo decreto-lei que
regulamentou este serviço, autorizando a sua execução diretamente à administração de Santos, assim como ao de outras localidades.
A 20 de março de 1969 foi criada a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT),
em substituição ao antigo Departamento de Correios e Telégrafos (DCT) do Ministério da Viação.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos se caracteriza por ser uma empresa
pública, vinculada ao Ministério das Comunicações, regida pela legislação federal e por estatuto próprio, aprovado em 17 de julho de 1969, através
do decreto-lei nº 72.897, de 9 de outubro de 1973.
A antiga denominação de Zona Postal de Santos foi extinta em 1990, passando a ser
chamada Região Operacional-11-Santos (Reop-11-STS), subordinada à Diretoria Regional de São Paulo. Em 1990, foi incorporada à subordinação da
Reop-11-STS a região correspondente ao Litoral Norte do Estado de São Paulo (Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela), anteriormente
subordinada à Região Operacional de São José dos Campos.[...]
Atualmente (N.E.: 1996), na
cidade de Santos, são entregues diariamente, em média, 270.000 objetos por dia (encomendas, cartas, telegramas etc.), com um efetivo de 134
carteiros e 11 mensageiros. A Região Operacional de Santos abrange, na atualidade, a Baixada Santista, Litoral Sul e Norte de São Paulo e o Vale do
Ribeira. [...]
Prédio atual dos Correios e Telégrafos na Rua Cidade de Toledo, inaugurado em 1924
Foto: cartão postal da década de 1930, coleção Laire Giraud
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