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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Deguste Santos

Açúcar e café são produtos importantes na história de uma cidade que todavia não tinha um referencial culinário próprio

Qual a receita culinária que se identifica com a cultura santista, do mesmo modo que a moqueca capixaba, o acarajé baiano, o pato no tucupi paraense? E que bebida serve como referencial da centenária cidade, além da quase esquecida - embora famosa em sua época - aguardente artesanal conhecida como morrão santista?

Cidade cosmopolita por excelência, Santos não tinha uma identidade culinária própria, e em seus restaurantes são servidos pratos de todas as procedências, como a feijoada completa à moda carioca, as comidas nordestinas em geral, a bacalhoada portuguesa, a macarronada italiana, o arroz à grega e a paella valenciana, para citar alguns exemplos.

Em 2003, um concurso público definiu o prato ("Docecafé") e a bebida oficial de Santos ("Caminho do Café"). O fato foi relembrado na edição especial de aniversário da cidade publicada pelo jornal A Tribuna em 26 de janeiro de 2004:

Doce oficial de Santos ganha mercado mundial

Da Reportagem

São produzidos cinco mil doces por mês, somando um total de 100 quilos do docecafé, o doce oficial da Cidade. Desde que foi criada, em 2000, através da realização de concurso promovido pela União das Entidades da Baixada Santista (Uebs) e com apoio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), a deliciosa mistura de chocolate e café vem conquistando degustadores em todo o mundo.

"Estamos com propostas de exportar o docecafé para a Suécia, Noruega, Emirados Árabes e Japão. Além disso, o doce já foi levado para Portugal, Espanha e Estados Unidos", destaca Maria Ignês Adurens, criadora da receita. Santista, mas morando em Jundiaí, no Interior, ela já conta com 18 funcionários para ajudá-la na confecção.

O sucesso do confeito, que é um creme de café com avelãs moídas e banhado de chocolate, tem levado o nome e a história do Município para várias partes do País e do mundo. Pessoas ilustres como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Papa João Paulo II e a rainha Elizabeth, da Inglaterra, já provaram o docecafé.

"O doce vai para as lojas Duty Free do Aeroporto de Guarulhos; para as lojas H. Stern; para os bancos Real e Citybank, de São Paulo, além de mandarmos mil caixas mensais para os vôos de primeira classe da Varig. Todo mundo que precisa de um chocolate especial nos procura", diz Maria Ignês.

Em Santos, o docecafé pode ser encontrado na Bolsa do Café.

Prato - Santos também tem, desde novembro do ano passado, um prato oficial da Cidade. De autoria de Eraldo Cardoso, chef do restaurante Manacá, em Camburi, São Sebastião, a receita leva filé de pescada amarela grelhado, quenelle (espécie de farofa) com camarão e palmito pupunha, encontrado na região. O prato leva ainda vinagrete de banana da terra e café.

A idéia da receita é a simplicidade, reunindo equilíbrio entre guarnição, tempero e cozimento do peixe (ver quadro). O prato foi escolhido por jurados da Associação Brasileira da Alta Gastronomia (Adaga), durante o encerramento da Feira Internacional de Hotelaria, Alimentação e Turismo (Fihat).

A receita foi servida pela primeira vez no Baile Oficial da Cidade, realizado no último sábado.

Drinque - Também no encerramento da Fihat foi definido um drinque oficial para a Cidade: Caminho do Café. Feito à base de creme de leite, suco de manga, leite condensado, granadini (xarope de romã) e café, a bebida foi elaborada pelo barman Anailson Pinheiro da Costa, do Terraço Itália, de São Paulo.

Receita
7 filés de pescada amarela de aproximadamente 180 gramas com pele;
1 colher (sopa) de azeite;
280 gramas de camarão rosa médio;
500 gramas de palmito pupunha em conserva;
1 cebola grande ralada;
2 cebolas micro picadas;
1/2 talo de alho poró;
5 tomates sem pele e sem sementes, cortados em cubos;
2 colheres (sopa) de manteiga;
1 colher (sopa) de salsinha micro picada;
250 gramas de farinha de mandioca crua e fina;
3 bananas da terra;
1 colher (sopa) de ceboulete picada;
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco;
7 colheres (sopa) de azeite extra-virgem;
1 colher (chá) de pó de café;
Sal e pimenta do reino.

Modo de preparo:
Cozinhe uma das bananas e amasse com um garfo e misture os tomates, a cebola, a salsinha e a cebolinha, o vinagre e o azeite. Corte as outras 2 bananas em rodelas, grelhe e reserve. Refogue a cebola e o alho poró com a manteiga até que murche bem. Acrescente os tomates e, em fogo médio, deixe cozinhar.

Acrescente a pupunha em pedaços pequenos, refogue bem e incorpore os camarões. Deixe ferver por dois minutos, acrescente a farinha, as ervas e o azeite. Desligue e reserve. Tempere os filés de pescada com sal e pimenta do reino e grelhe-os com o azeite.

Montagem:
Com a ajuda de 2 colheres de arroz, monte uma grande quenelle no centro do prato. Apóie o filé de pescada sobre a quenelle e disponha em sua volta o vinagrete. Salpique com o pó de café e distribua as rodelas de banana à volta. Enfeite com ramos de ceboulete e sirva imediatamente.

A escolha do prato e da bebida oficial de Santos ocorreu durante a Feira Internacional de Hotelaria, Alimentação e Turismo (Fihat), em 2003, sendo assim registrada na edição de 22 de novembro de 2003 do Diário Oficial de Santos:


Cardoso comemorou a vitória
Foto: Cândido Gonzalez, publicada com a matéria


TURISMO
Simplicidade prevalece na escolha do Prato Oficial da Cidade

Com apenas 24 anos, o jovem Eraldo Cardoso, de São Sebastião, litoral Norte do Estado, é o autor da receita do Prato Oficial da Cidade. De preparo simples, o prato é filé de pescada amarela grelhado, queneli (espécie de farofa) com camarão e palmito pupunha, encontrado na região. A receita leva ainda o vinagrete de banana da terra e café.

Curiosamente, o vencedor anda não é chef. Ele competiu com profissionais do Hotel Hyatt, resturantes Terraço Itália e O Leopoldo, todos da capital. Chefs dos restaurantes Zeca da Campora, em Florianópolis (SC) e Mar&Bar, em São Vicente, também estavam entre os finalistas.

Bastante emocionado, Cardoso não conteve as lágrimas ao receber o prêmio. "Ainda não acredito. É tudo muito novo". Segundo o vencedor, a idéia da receita é a simplicidade. O preparo do Prato Oficial da Cidade leva duas horas, incluindo o tempo gasto em descascar e cortar os ingredientes.

Par os seis jurados, chefs de cozinha da Associação brasileira da Alta Gastronomia (Abaga), a receita vencedora é a mais prática. "Cardoso foi o que melhor entendeu a proposta do que é ser o prato de uma cidade", explica Frederico Frank. Na opinião do chef Emmanoel Bassoleil, a receita reúne equilíbrio entre a guarnição, tempero e cozimento do peixe.

O prato oficial
Foto: Cândido Gonzalez, publicada com a matéria

Cardoso foi premiado com R$ 2 mil. O segundo lugar, José Carlos Alves Santos, do Terraço Itália, recebeu R$ 800,00 e José Nilson dos Santos, do Mar&Bar, R$ 500,00.

Outros premiados - Os vencedores dos concursos do Drink Oficial da Cidade e Gastronomia Amador Prêmio Ofélia Anunciato são, respectivamente, Anailson Pinheiro da Costa, do Terraço Itália, e Maria Aparecida Amaro, da cidade de Praia Grande. Os vencedores desses dois concursos receberam R$ 1.000,00.

Em segundo lugar no drink está Carlos Felix, do restaurante Senzala Grill, de São Paulo. Vanderlei Marcolino de Souza Jr., da Cafeteria do Museu, da Bolsa Oficial de Café, é o terceiro colocado.

Amador - No concurso de Gastronomia Amador, Helena Whitney Fucks ficou com o segundo lugar, seguida por Cláudio Luiz Batista de Souza, ambos de Santos. Os segundos e terceiros colocados dos dois concursos receberam R$ 500,00 e R$ 300,00, respectivamente.

O drink oficial é composto de café, creme de leite, suco de manga, leite condensado e granadini (licor de romã). "Acredito que o diferencial foi a apresentação do meu drink e a combinação do café com creme de leite", afirma o barman Costa, que veio poucas vezes a Santos. Já a receita do prato amador é feita de salmão defumado com pimenta e chá de darjeeling.

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