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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Igrejas
Igrejas no século XXI: Basílica do Embaré (3)

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Elevada à condição de Basílica Menor, a capela e depois igreja de Santo Antonio do Embaré é um marco desse bairro, situando-se defronte à praia do Embaré. Em 11 de abril de 2013, foi tema de matéria do jornal santista A Tribuna (páginas A-1 e A-8):
 


OBRA SACRA - Faz algum tempo que as reformas começaram. Mais precisamente, em 1988. Entre trabalhos de recuperação e atos litúrgicos, a Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré, na praia de mesmo nome em Santos, vai lutando para manter sua tradição, história e apego dos fiéis. Até o momento, foram gastos R$ 2,5 milhões com a revitalização do patrimônio. Mas os trabalhos estão longe de terminar

Foto: Cláudio Vitor Vaz, publicada com a matéria, na página A-1

Única e grandiosa

Justamente por esses diferenciais, a Basílica do Embaré continua em obras

Matheus Müller
Da Redação

Desde 1988, a Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré, no bairro de mesmo nome, passa por obras de reforma e restauração. Até o momento, foram gastos R$ 2,5 milhões com a revitalização do patrimônio. Mas os trabalhos estão longe de terminar.

Segundo o arquiteto Fernando Gregório, responsável pelo serviço desde o início, a intervenção é necessária por causa de problemas como rachaduras e perda de cores de toda a pintura decorativa interna.

Na Basílica, a maior preocupação é manter toda a originalidade do patrimônio. "Primeiro, fizemos um estudo histórico e juntamos os documentos para começar esse processo de recuperação e restauro", explica o arquiteto.

Agora, é realizada a obra na lateral do convento, avaliada em R$ 200 mil. Após a conclusão dessa etapa, a igreja volta a buscar recursos para dar continuidade à recuperação do templo, priorizando a parte dos fundos e o interior.

Mesmo assim, Gregório pondera que os serviços não terminarão com a saída dos operários do local. "Quando acabar tudo, voltaremos ao ponto de onde começamos e arrumaremos aquilo que for preciso. E por aí vai, as reformas não se esgotam".


Os trabalhos de reparo e restauração da igreja são realizados desde 1988, sempre com a ajuda da comunidade para reunir a verba necessária. Disputada para os casamentos, já não tem mais datas para este ano

Foto: Cláudio Vitor Vaz, publicada com a matéria, na página A-8

 

Finanças - Há três anos responsável pela Basílica do Embaré, frei Claudemir conta como é feita a captação de verba para financiar esse projeto. "Nosso maior apoio financeiro para conseguir continuar o restauro vem da própria comunidade. Existe todo um trabalho de conscientização com as promoções e os eventos que fazemos".

Ele informa que atualmente é feita uma campanha pela qual as pessoas colaboram mensalmente e, ao final, concorrem a um sorteio. "No ano passado foi um cruzeiro e este ano são oferecidas sete noites em Porto de Galinhas (PE)".

Frei Claudemir consegue esses incentivos através de uma parceria com uma agência de turismo, que promove e concede a premiação. "É dessa forma que motivamos os fiéis para que colaborem e também, quem sabe, possam usufruir desse prêmio".

Segundo o religioso, essa não é a única maneira encontrada para obter recursos. A paróquia também arrecada com a tradicional quermesse, casamentos, entre outros.

No próximo dia 17, às 14h30, haverá a promoção Bingo com Chá, com sorteio de prendas para captar mais fundos destinados à reforma. O evento será realizado no Salão de Mármore do Santos Futebol Clube.

 





Reforma abrange áreas externas (1 e 3) e internas (2) da igreja, cujo padroeiro é Santo Antônio (4), com fama de casamenteiro

Foto: Cláudio Vitor Vaz, publicada com a matéria, na página A-8

 

Curiosidades

Origem - Em 1875, o então Barão do Embaré, Antônio Ferreira da Silva, inaugurou a capela dedicada a Santo Antônio, em terreno de sua propriedade, em frente à praia do Embaré. Após sua morte, em 21 de dezembro de 1887, a construção religiosa ficou abandonada por 20 anos. O imóvel foi reconstruído e inaugurado em 1911, sendo ampliado e transformando em igreja no ano de 1915. Em 1922 foi entregue aos frades Capuchinhos e uma nova edificação começou a ser erguida em 1930. Concluída em 1945, ela foi finalmente inaugurada, sendo elevada à categoria de basílica pelo Papa Pio XII, em 1952.

Matrimônios - A Basílica do Embaré é uma das igrejas mais cobiçadas para a celebração de casamentos. Frei Claudemir adianta que não há mais vagas disponíveis para este ano. E para 2014, as marcações já são feitas e os dias preenchidos. "Temos uma agenda muito procurada pela beleza da igreja. Tornou-se uma tradição na Cidade: se a avó e a mãe casaram aqui, as outras gerações também têm esse desejo, além da relação estabelecida com Santo Antônio. As pessoas fazem promessas (para o santo casamenteiro) e se conseguirem o casamento, vêm se unir aqui".

 


SINOS - Há aproximadamente 30 anos, os cinco sinos da Basílica do Embaré não soam todos os dias. "É preciso fazer o restauro deles e colocá-los para funcionar, mas, no momento, outros problemas têm mais prioridade", reconhece o frei Claudemir. Os sinos têm um sistema mecânico para funcionar e esta engrenagem está danificada. Para arrumar esse problema seriam gastos cerca de R$ 25 mil. O reparo também está no cronograma de melhorias. "Em algumas ocasiões, nós tocamos os sinos manualmente, como na Páscoa, na eleição do papa, festa de Santo Antônio e em outras solenidades"

Foto: Cláudio Vitor Vaz, publicada com a matéria, na página A-8

 

Quarta, 11 horas e... casamento

 

A Basílica do Embaré é realmente um ponto muito tradicional para casamentos. Depois de atender A Tribuna, ontem, o frei Claudemir celebrou um matrimônio, marcado para as 11 horas, na Capela do Santíssimo, um espaço reservado e que fica dentro do próprio templo.

A noiva, Heloísa Ribeiro de Aguiar, é brasileira e o noivo, Thomas Berger, austríaco. Eles se conheceram no Nordeste do Brasil, começaram a namorar e decidiram sacramentar a união.

O casamento aconteceu na Basílica devido à ligação da família da noiva com a igreja do Embaré. "É uma tradição. Foi aqui que meus pais e avós casaram, e eu também fui batizada".

Os parentes do noivo estrangeiro compareceram ao matrimônio. A noiva adianta que eles ainda irão fazer uma festa na Áustria, especialmente para os amigos que não puderam vir.

O pai de Heloísa confessa que a experiência foi um tanto estranha, mas estava muito feliz. "O casamento é uma coisa tão importante, tão religiosa e familiar, que eu gostei muito da ideia de ser uma cerimônia bem simples".

Já casado, Thomas não escondia a alegria. Com um sorriso tímido nos lábios, saiu da Basílica afirmando que estava muito contente com tudo. "É um sonho casar no Brasil, com minha linda esposa, nesta igreja muito bonita e que fica em frente à praia. Está tudo perfeito".

 


Heloísa e o noivo austríaco mantiveram a tradição da família dela, mas com uma cerimônia bem íntima

Foto: Cláudio Vitor Vaz, publicada com a matéria, na página A-8

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