Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Francisco Carballa
CURIOSIDADES SOBRE A IGREJA
A visão de uma imigrante - Esta história foi contada por Ludivina Salgado Cerdeirinha ou Dona Nena, como é conhecida (nasceu em 1929 em Santos), e que com as dificuldades
da idade ainda freqüenta a igreja, onde faz suas devotas preces a Deus e seus Santos. Afirma ela que quando sua mãe chegou no navio que a trazia da Espanha com muitos patrícios seus, no início do século XX, teve dificuldade para desembarcar, pois o
local onde o navio aportou era ainda um trapiche e balançava muito (aproximadamente em 1912).
Ao sair da embarcação, os imigrantes foram passear pela parte central da cidade, que tinha por igrejas com títulos marianos somente a Igreja do Rosário, a capela do Monte Serrat, Nossa
Senhora do Desterro (Mosteiro de São Bento), as Igrejas do Carmo da Ordem 1ª. e da Ordem 3ª., sendo que as demais, com títulos voltados para a mãe de Deus, eram muito afastadas da região central ou estavam em construção.
Sendo os viajantes um povo devoto (pelo menos nessa época), entraram na igreja e nesse momento Avelina Salgado Cerdeirinha Villa Lobos disse: "Mira! La Virgen nos está sorriendo,
vamos a tener suerte!", ou seja: "Vejam! A Virgem nos está sorrindo, vamos ter sorte!" - o que realmente sucedeu: sua mãe foi abençoada sendo uma família instalada em nossa terra onde conheceu o progresso.
Quando Ludivina dizia que a igreja do Rosário ela linda - pois já estava reformada e com a fachada recuada - sua mãe replicava: "Ela não conheceu o Rosário", como quem lamenta que
perdemos uma beleza singela feita em talhas e adornos, que ela descrevia à sua filha.
Início das obras de reforma da igreja, por volta de 1940
Foto cedida a Novo Milênio pelo professor e pesquisador Francisco Carballa
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