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Inauguração do Salão Comunitário em 1970
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Década de 70 e a parceria com a Missão aos Marinheiros - Em 15 de novembro de 1970, foi
inaugurado o Salão Comunitário da Igreja, obra construída pela Fundação Diedrichsen Stiffungen da Empresa Theodor Wille de Hamburg, administrada na
época pelo sr. Lorenz Meyer. A obra do salão coroou os reze anos da diretoria da Igreja presidida pelo cônsul Emil Wohlmann.
A primeira atividade realizada no salão foi o Volkstrauertag, dia de homenagem aos mortos da
Segunda Guerra mundial. Neste salão funcionou também uma biblioteca com literatura alemã, que atendia luteranos e não luteranos. No mesmo ano, a
Igreja Evangélica Alemã de Santos aderiu à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, tendo como ministro o pastor Dietrich Otto.
Na reunião realizada dia 19 de novembro de 1972, foi discutida e aceita a proposta de alteração do
nome de Igreja Evangélica Alemã de Santos para Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Paróquia de Santos, pois a igreja tornava-se
predominantemente brasileira, alternado-se os estatutos e adequando-se em todos os aspectos à legislação do País. Num sinal de abertura para a
comunidade em que estava inserida e também para participação de membros não oriundos da colônia alemã, o pastor Dietrich Otto sugeriu e a comunidade
aprovou a realização regular de cultos em alemão e português.
Em 1975, a paróquia, sempre com dificuldades financeiras para se manter, firmou convênio com a
Missão Alemã aos Marinheiros (Fachverband Deutsche Seemannsmission) de Bremem, a qual alugou o salão e se prontificou a edificar as instalações
necessárias (quartos, banheiros e cozinha) para o seu pleno funcionamento no terreno junto ao templo. O contrato seria de dez anos e, caso não
houvesse interesse na renovação, as edificações passariam a pertencer à paróquia.
Em 15 de junho de 1975, o pastor Manfred Liebig assumiu os pastorados na Missão aos Marinheiros e
na Paróquia de Santos, começando um trabalho de buscar os membros que se ausentaram e a trazer novos, abrindo a comunidade para a população local,
que acreditava ser esta, por uso e costume, uma igreja exclusiva para alemães e descendentes.
Em 1975, o estudante de Teologia, Friedrich Gehring, foi designado para realizar o estágio em
Santos, sendo monitorado pelo pastor Manfred Liebig. Em 1976, um fato traumático abalou a comunidade. Por motivos que nunca puderam ser
esclarecidos, pois vivíamos ainda uma época politicamente turbulenta em que a censura era muito forte, o pastor Manfred Liebig foi obrigado a se
afastar a partir de 20 de outubro. Friedrich Gehring assume o pastorado, tutelado pelo pastor Guido Tornquist que atuava na Paróquia do ABCD.
Em 21 de novembro de 1976 foi anunciada a vinda do pastor Reinaldo Seibel, para assumir os
trabalhos na Paróquia de Santos e na Missão aos Marinheiros. O pastor Reinaldo incentivava várias atividades sociais, entre as quais o "Café das
Senhoras", que se tornaria mais tarde o embrião da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (Oase).
Diante do aumento do trabalho junto à Missão aos Marinheiros, o pastor Reinaldo não estava
conseguindo atender adequadamente as atividades da paróquia. Diante disto, decidiu-se a instalação de um pastorado específico para a paróquia.
O pastor Bruno Seibel foi chamado para assumir as atividades junto à Paróquia de Santos. Ele
chegou na comunidade em 20 de março de 1979 e foi instalado oficialmente no dia 20 de abril de 1980. As atividades sociais foram ampliadas.
Organizaram-se churrascos para arrecadação de fundos e confraternização. A Oase foi instalada oficialmente e assumiu tarefas como a realização de
bazares e enfeites na Igreja. O pastor Bruno iniciou programa de visita a todos os membros cadastrados e os cultos passaram a ser semanais. Por
intermédio da IECLB, a Paróquia de Santos recebia uma subvenção financeira para fazer frente a todas as despesas.
O número de membros chegou a 150, dos quais cerca de 50 compareciam e contribuíam regularmente. O
aluguel das instalações à Missão aos Marinheiros, as contribuições dos membros e o resultado das festas (churrascos), que se tornaram mais
freqüentes, não eram suficientes para todas as despesas, de forma que continuava a haver necessidade da ajuda financeira externa para a manutenção
das atividades.
Em 1983, estuda-se a compra de um órgão para os cultos, embora a situação econômica em geral no
País estivesse ruim e a IECLB informasse não poder manter os subsídios no mesmo nível para os anos seguintes. A Missão aos Marinheiros sinalizava
também com a não continuação do convênio, pois reduziu-se muito o número de navios alemães que escalavam em Santos e, conseqüentemente, o de
marinheiros a serem assistidos.
Em 1985, com o fim próximo do convênio e a redução dos subsídios, a Paróquia de Santos procurava
alternativas para a sua sobrevivência, pois o nível de contribuição dos membros, apesar dos esforços do pastor em buscar os membros dispersos e
trazer novos, não era suficiente. Nessa época, 75 eram membros contribuintes.
Santos sediou o XVIII Concílio Distrital, nos dias 24 e 25 de maio de 1986, evento que contou com
a presença de 100 participantes. Em reunião do Conselho Paroquial, realizada em 25 de novembro de 1986, foram tomados os primeiros passos para a
reforma da casa do pastor e das instalações, com o estudo de propostas e orçamentos, visando a busca de meios financeiros para a concretização do
projeto.
O pastor Bruno Seibel transferiu-se para Salvador (Bahia), deixando Santos no final de 1987, após
realizar um trabalho aglutinador na comunidade, que agora realizava mais atividades sociais, como reuniões, cafés, churrascos e bazares
beneficentes, neste caso organizados e incentivados pela Oase.
Inauguração do Salão Comunitário em 1970
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Década de 90 em busca de novos caminhos - Até poder instalar um pastor, a comunidade foi
atendida pelos pastores da União Paroquial. Na busca por viabilizar financeiramente as atividades da Paróquia de Santos, em 8 de julho de 1988, foi
apresentado o projeto do Centro de Formação Missionária para Leigos, com o apoio da União Paroquial de São Paulo, à qual a Paróquia de Santos passou
a integrar oficialmente a partir de 1987.
O projeto previa adaptar as instalações da comunidade em Santos, transformando o espaço num Centro
de Formação para Leigos da União Paroquial de São Paulo, para realização de cursos para lideranças leigas das paróquias, como Culto Infantil,
dirigentes de estudos bíblicos, pregadores leigos, presbíteros, lideranças juvenis, entre outros.
Para viabilizar o projeto, seriam realizadas reformas nas instalações da comunidade, com a
construção de cozinha, banheiros, refeitório, casa pastoral e adaptação do prédio anteriormente usado pela Missão aos Marinheiros em dormitórios,
que serviriam de alojamento durante os cursos de formação. O pastor da comunidade assumiria a função de coordenador do centro de formação, dividindo
a sua atuação entre as atividades da Paróquia de Santos e do Centro de Formação para Leigos.
O pastor Antonio Roberto Monteiro de Oliveira foi apresentado ao Conselho Paroquial no dia 10 de
setembro de 1988 e assumiu o pastorado em Santos em 1989. O conjunto de obras, compreendendo a adaptação das instalações num Centro de Formação para
Leigos, foi batizado de "Projeto Gaivota". O projeto foi viabilizado graças ao auxílio financeiro, da ordem de US$ 39.000,00 (trinta e nove mil
dólares) da Igreja da Bavária (Bayerische Landeskirche), da Alemanha.
Na reunião do Conselho Paroquial de 19 de outubro de 1989 formou-se uma comissão para acompanhar e
coordenar as obras. Esta comissão enfrentou grandes desafios, em especial durante o governo do presidente Fernando Collor de Mello, que - para
combater a inflação galopante - decretou o congelamento das poupanças e aplicações financeiras. Parte do dinheiro da obra foi bloqueado e a comissão
enfrentou grandes desafios para dar continuidade às obras até conseguir a liberação dos recursos.
O Centro de Formação de Leigos foi inaugurado no dia 14 de outubro de 1990, e dentre as atividades
de formação desenvolvidas, a que obteve um melhor resultado foi o curso por correspondência, chegando a alcançar cerca de 500 inscritos.
Paralelamente, o Centro de Formação abrigou em 1992 um Núcleo Avançado de estudantes de Teologia, da Escola Superior de Teologia de São Leopoldo
(RS). Aconteceram alguns retiros e atividades de formação nas dependências do Centro de Formação, mas não na dimensão necessária para manter o
projeto.
O pastor Antonio ampliou o atendimento na Igreja. Iniciou programa de visitas e buscou membros
novos para a comunidade local. O número de membros brasileiros aumentou a ponto dos cultos em português serem mais freqüentados que os em alemão.
Deu especial atenção aos cursos bíblicos, ensino confirmatório e formação de pontos de pregação em cidades próximas como Guarujá, Praia Grande,
Itanhaém e Peruíbe. Nestas cidades os cultos eram celebrados na casa de famílias luteranas, dos quais alguns se mantêm nos dias de hoje.
Neste período, dois estudantes de Teologia atuaram na comunidade. Andreas Gross, da cidade de
Uelzen, Alemanha, veio concluir o seu estudo de Teologia realizando estágio prático em Santos durante um ano, a partir de setembro de 1993. Ele veio
acompanhado de sua esposa Cristina e a filha recém-nascida. Em 1995, a estudante de Teologia Karen Bergesch fez estágio na comunidade e na Missão
aos Marinheiros.
Em fevereiro de 1996, o pastor Antonio transferiu-se para a Paróquia de Colombo, na região
metropolitana de Curitiba, no Paraná.
Nos dias 4 e 5 de maio de 1996 foi realizado o XXVIII Concílio do Distrito Eclesiástico de São
Paulo em Santos, durante o qual foram instalados o casal de pastores Eduardo Paulo Stauder e Rosane Zirbes. Eles deram continuidade aos trabalhos e
atividades em andamento e ampliaram as ações de revitalização da comunidade. O desafio para viabilizar financeiramente a Paróquia de Santos, que não
contava mais com nenhuma ajuda externa, concentrou os esforços da diretoria e lideranças.
O Centro de Formação Missionária não apresentou os resultados esperados. Em comum acordo com a
União Paroquial, o "Projeto Gaivota" foi descontinuado. Os dormitórios foram novamente transformados em salas, que passaram a ser alugadas a
terceiros, como forma de obter recursos financeiros para ajudar na manutenção das atividades. Paralelamente, foi realizada uma parceria com a União
Paroquial de São Paulo, na qual o pastor Eduardo assumiu a diagramação do jornal A Cruz do Sul. As atividades sociais para gerar recursos
financeiros - e também um espaço de confraternização - foram ampliadas, destacando-se a realização dos churrascos mensais e da noite alemã em
outubro, Oktoberfest.
Em 1997, Adelar Schünke fez o seu Período Prático de Habilitação ao Pastorado, na Comunidade e na
Missão aos Marinheiros, orientado respectivamente pelos pastores Eduardo e Rosane e pelo missionário da Missão aos Marinheiros, Michael Rousseau.
Em fevereiro de 2000, a União Paroquial, por ocasião de seu jubileu, perdoou a dívida de todas as
comunidades e paróquias para com a mesma. A Paróquia de Santos foi beneficiada, permitindo um novo fôlego em sua caminhada.
A história da Igreja Evangélica Luterana em Santos revela uma comunidade num processo de formação
contínuo. A cada dia pessoas chegam e vão. A comunidade formada originalmente por imigrantes alemães, hoje vai sendo constituída por pessoas e
famílias de origem luterana que, vindas em especial do Sul do País e do Estado do Espírito Santo, se integram à Igreja local, bem como diversas
pessoas de outras tradições religiosas que descobrem na Igreja Evangélica de Confissão Luterana um espaço aberto e acolhedor para viver a fé.
Grupo de confirmandos da década de 1980
Foto: arquivo do pastor Bruno Seibel, publicada com o texto
Grupo de confirmandos da década de 1980
Foto: arquivo do pastor Bruno Seibel, publicada com o texto
Na década de 80 as confraternizações e churrascos passaram a acontecer...
Foto de Antonio Alfredo Matthiesen, publicada com o texto
... com maior regularidade, reunindo membros e amigos da comunidade
Foto de Antonio Alfredo Matthiesen, publicada com o texto
Lançamento da pedra fundamental do Centro de Formação para Leigos, "Projeto Gaivota"
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Lançamento da pedra fundamental do Centro de Formação para Leigos, "Projeto Gaivota"
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Lançamento da pedra fundamental do Centro de Formação para Leigos, "Projeto Gaivota"
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Turma de confirmandos na década de 1990
Foto cedida por Nívio Costa, publicada com o texto
Turma de confirmandos na década de 1990
Foto cedida por Paulo Littig, publicada com o texto
Concílio Distrital realizado em Santos, maio de 1996
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Mulheres do grupo de Oase em intercâmbio com o grupo de Valinhos, em Vinhedo
Foto de Gotthard Otto Georg Geise, publicada com o texto
Cenas da noite alemã, Oktoberfest, revelam momentos de confraternização na década de 90
Montagem de fotos publicada com o texto
Culto com a posse da diretoria eleita em março de 2006
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
O grupo de mulheres (Oase) celebrou em 2005 os seus 25 anos. Para comemorar a data, o grupo
realizou um culto no qual presentou a comunidade com Bíblias e hinários novos
Foto de Miguel Fernandes Neto, publicada com o texto
Crianças marcam presença nos cultos de Natal
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
Crianças marcam presença nos cultos de Natal
Foto: arquivo da comunidade, publicada com o texto
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