Aqui vê-se o altar após uma primeira reforma, após o término do Concílio, já sem o retábulo original. Foi nesta época que foram feitas as duas passagens em forma de arcos ogivais, uma primeira dura
alteração sobre a arquitetura original de Hehl. Vê-se que as cortinas que eram utilizadas nas laterais e no centro, ao fundo, já não acompanham o desenho arquitetônico original, dando ali um pequeno ar de improvisação. Nesta mesma época o
presbitério foi alongado. Primeiramente foi retirada a mesa de comunhão e colocado um tablado de madeira e posteriormente o tablado foi substituído por alvenaria revestida.
Lucas Pedro Pacelli comentou: "O altar retirado em 1969 por d. David Picão"
Aqui vemos em primeiro plano o ambão de madeira improvisado, empregado a partir das novas diretrizes conciliares que previam a sua utilização. Nota-se a ausência da mesa de comunhão, que foi
reconfigurada e reinstalada após a conclusão da reforma
As pinturas completavam as formas arquitetônicas. A técnica de pintura em profundidade gera a impressão de tridimensionalidade. Feita sobre superfície plana, está menos sujeita a deterioração do que
detalhes feitos em relevo. De qualquer modo, o projeto de Maximilian Hehl torna-se menos completo quando substitui-se um elemento fundamental de seu estilo. A pintura complementa a forma projetada tridimensionalmente. Assim, considera-se que grande
parte da arquitetura original da catedral perdeu-se sob sucessivas camadas de pintura feita com o passar dos anos sem o devido cuidado com a manutenção artística. Note-se também a cátedra do bispo, ornada com cortinas, simbolizando sua dignidade
Aqui vemos uma imagem que mostra o bispo entregando as fitas a neocongregados e grandiosa assistência dos fiéis. A catedral muito constantemente lotava, já naquela época, em eventos de grande
importância como este. Vemos o emprego de pequenas lâmpadas com soquetes, conferindo apenas a iluminação necessária para a dissipação do escuro. O projeto luminotécnico era pensado a partir dos grandes lustres que pendem na nave central. As nuances
eram todas tonificadas pelas pinturas. Não vemos grandes afrescos nas paredes, mas somente os detalhes arquitetônicos pintados de forma tridimensional, tão importantes para o estilo no qual a catedral foi construída. A riqueza de detalhes, além de
ser um elemento catequético, é também uma característica do estilo neogótico no qual Hehl projetou a Catedral.
Os púlpitos de madeira são marca da arquitetura de Maximilian Hehl. Semelhantes podem ser encontrados, ainda hoje, na Catedral da Sé de São Paulo, projetada pelo mesmo arquiteto. Note a figura do
Espírito Santo que 'paira' sobre a cabeça do pregador. A imagem é a mais simples e penetrante catequese
O altar-mor da catedral de Santos. A Centralidade de Cristo e o destaque para a cátedra, que ocupava a lateral esquerda do presbitério. Sobre a cátedra, o pálio. Atualmente, uma das cátedras que já
ocupou aquele local encontra-se exposta no museu de arte sacra de Santos.
Fotos: acervo da Congregação Mariana da Anunciação - Santos/SP, publicadas por Bruno Arena Scarfidi em
álbum na rede social Facebook, em 14/10/2014 (acesso: 19/10/2014)