Monumento-mausoléu santista tem o nome Filhos de Bandeirantes
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Mausoléu do Soldado Santista de 1932
Ao fim da Revolução Constitucionalista de 1932, cujos ideais foram consagrados com a
promulgação da Constituição Federal de 1934, teve início na Cidade uma campanha visando à construção do Mausoléu do Soldado Santista de 1932,
movimento que se estendeu por longos anos. Mas em 26 de janeiro de 1956, aniversário de Santos, o prefeito Antônio Feliciano inaugurava, na Praça
José Bonifácio, a grandiosa obra Filhos de Bandeirantes, de Anselmo Del Debbio, destinada a abrigar os santistas heróicos que tombaram na
patriótica jornada.
Muito antes, em 1935, uma Comissão Executiva - da qual faziam parte os drs. Antônio
Teixeira de Assunção Neto e Nicanor Ortiz, juntamente com Giusfredo Santini e o padre João Batista de Carvalho - se reunia no Salão Nobre de A
Tribuna para tomar conhecimento do projeto escolhido para o mausoléu, conforme o Edital de Concorrência Pública lançado em 1934.
De acordo com o júri - do qual faziam parte a pintora Guiomar Fagundes e o arquiteto
Waldemar Knese Ferreira, pela Municipalidade; o professor Francisco Leopoldo da Silva, pela Comissão Pró-Mausoléu; e ainda o arquiteto Luís de
Anhaia Melo e o escultor Eugênio Pratti, pelos concorrentes -, o primeiro lugar coube ao projeto denominado Filhos de Bandeirantes, ficando
em segundo IX de Julho, de Galileu Emendabilli. Os trabalhos Glorificação, de Caetano Fraccarolli, e Non Ducor Duco, de J. B.
Ferry, receberam menção honrosa.
Descrevendo sua obra, o autor cita textualmente: "... no alto do monumento, de granada
na mão, o soldado destemido empunha para o mais alto a chama da liberdade. É o soldado presente projetando luz sobre o futuro, apontando para as
gerações dos paulistas um destino de grandeza e glória".
O Brasão de São Paulo figura na face principal, tendo acima a inscrição IX-VII-MCMXXXII,
e numa grande lápide gravados em relevo negativo e em ouro os nomes dos combatentes santistas mortos na revolução: Abel de Carvalho, Afonso de
Simone Netto, Alfredo Schammas, Alfredo Ximenes, Álvaro Pires, Amadeu dos Santos, Anacleto Bernardes, Antônio de Araújo, Antônio A. Araújo, Antônio
Damin, Antônio Gomes, Antônio N. Prado, Benedito G. Ricardo, Benedito A. do Nascimento, Carolino Rodrigues, Dagoberto Gasgon, Edgard de Vasconcelos,
Eduardo A. dos Santos, Emílio Ribas, Eloy Fernandes, Firmino Barbosa, Godofredo Fraga, Indalécio Costa, Isaías Gomes, Ivampa Duarte Lisboa, Januário
dos Santos, Joaquim Alves, João Maria, João Pinho, Lúcio Paim, Manoel Gonçalves, Othoniel M. Ferreira, Pedro Alba, Pérsio S. Queiroz Filho, Roberto
Fernandes, Sebastião Chagas, Thiago Ferreira e César Mateus. |
Uma rua e uma praça em Santos
têm seus nomes em homenagem à Revolução Constitucionalista. As histórias dessas homenagens foram citadas assim pelo jornalista e escritor Olao
Rodrigues, na obra Veja Santos! (edição do autor, 2ª edição, 1975, Santos/SP):
9 de Julho
Rua - Bairros: Vila Belmiro/Marapé
C: Rua José Gonçalves da Mota Júnior
F: Avenida Dr. Nilo Peçanha
Quem propôs a denominação foi o vereador Felipe Folganes na sessão da Câmara Municipal realizada a 16 de setembro
de 1948, ao justificar que os próprios moradores da então Projetada nº 105, em homenagem à Revolução Constitucionalista de São Paulo, requereram que
a via pública viesse a receber o nome de 9 de Julho.
O vereador Isaac de Oliveira, alegando que o evento merecia consagração pública de maior destaque, ofereceu emenda
em que era outorgado o nome de 9 de Julho à Avenida Ana Costa - emenda, aliás, rejeitada após demorada discussão.
Tinha o nº 145 o projeto de lei aprovado em segunda discussão naquela mesma sessão. Daí surgir a lei nº 988, de 30
de setembro de 1948, sancionada pelo prefeito municipal, sr. Rubens Ferreira Martins. É a homenagem pública à Revolução Constitucionalista de São
Paulo que irrompeu a 9 de julho de 1932.
Voluntários Santistas
Praça - Bairro: Boqueirão
Encontrada na Rua Itapura de Miranda junto ao nº 1
Lei nº 906, de 21 de agosto de 1937, sancionada pelo prefeito municipal, sr. A. Iguatemi Martins, denominou
Voluntários Santistas a Rua Projetada nº 303. Projeto de lei nº 43, aprovado em segunda discussão e sem debate na sessão da Câmara Municipal de 16
daquele mês e ano, sob a presidência do Dr. João Carlos de Azevedo.
Lei nº 3527, de 10 de abril de 1968, do prefeito municipal, engenheiro Sílvio Fernandes Lopes, em seu artigo 5º,
determinou que a Rua Voluntários Santistas passasse a ter início na Rua Itapura de Miranda e término na Rua João Pinho, de acordo com o projeto de
lei aprovado pela Câmara Municipal na sessão havida a 4 de abril de 1968.
Reflete homenagem de reconhecimento e exaltação de Santos aos voluntários do Município que participaram da
Revolução Constitucionalista de São Paulo de 1932. Expressa, ademais, o preito de saudade aos soldados de Santos que tombaram no campo da honra,
eternizada sua memória no monumento que se ergue na Praça Patriarca José Bonifácio. |