O simpático Duque de Lafões (d. João Carlos de Bragança),
grande protetor de José Bonifácio, junto à Côrte Portuguesa (retrato a pena, de Paim)
Imagem publicada com o texto
Casamento
Antes de partir, casou-se José
Bonifácio com uma polida senhora de origem irlandesa, d. Narcisa Emília O'Leary, em cuja beleza física e moral seus delicados sentimentos afetivos
se tinham fixado duradouramente. "Era uma senhora de fino trato, que a todos atraía e
enfeitiçava pela sua amabilidade e bondade natural" [27].
A esposa - "uma amável e virtuosa
companheira que tenho", dizia ele ternamente, cerca de trinta anos depois, em artigo publicado no Rio de Janeiro
[28] -, foi, durante as lutas de sua mocidade, madureza e velhice, o que lhe tinha sido sua mãe
extremosa no período que vai da infância à adolescência - um incitamento para os seus trabalhos e um permanente consolo para as suas penas.
Estudos em Paris
Fixou em Paris, como não podia deixar de fazê-lo, o ponto inicial de seus
estudos complementares. Era ali o esplêndido foco de onde os conhecimentos humanos estavam surgindo, regenerados pela observação experimental a que
os modernos sábios os sujeitavam. Freqüentou os mais ilustres representantes da ciência nova, muitos dos quais se tornaram seus dedicados amigos.
Ouviu as profundas lições de Chaptal e Fourcroy, químicos que seguiam as pegadas de Lavoisier; estudou Botânica com Jussieu e Mineralogia com o
abade de Haüy, o verdadeiro fundador dessa ciência em França [29].
Um ano se passara nesse consciencioso aprendizado, e deveria com seus companheiros
voltar à Pátria. Mas os mestres o aconselharam a que estendesse a outros países europeus a sua viagem, para melhor e mais solidamente fortalecer os
conhecimentos especiais que tinha adquirido. Um deles, o diretor da Escola de Minas, interveio em tal sentido, empenhadamente, junto ao embaixador
português acreditado em Paris, d. Vicente de Sousa Coutinho, o qual conseguiu que o governo de seu país prorrogasse por mais longo prazo a comissão
de José Bonifácio e seus eminentes colegas e compatriotas.
Renovação científica da França
Ao jovem Andrada, mercê das inatas propensões de seu elevado espírito,
sorria agradavelmente o conselho de seus ilustrados mestres. A França era, em verdade, o centro excepcional onde se desenvolvia assombrosamente o
ramo superior das ciências propriamente abstratas, como a Química, que Lavoisier acabava de constituir definitivamente, e a Biologia, a que Bichat,
com suas luminosas investigações e descobertas, deu um cunho de completa positividade, operando a distinção entre os fenômenos da vida de relação e
os fenômenos da vida vegetativa, e ligando essa distinção às suas admiráveis observações sobre a simetria dos órgãos animais e a intermitência de
suas respectivas funções, em frisante contraste com a assimetria dos órgãos e a continuidade das funções nos vegetais [30].
Pouco depois, Broussais, partindo da Anatomia geral fundada por Bichat,
instituía a Patologia positiva, relacionando as perturbações orgânicas com a lesão dos órgãos e dos tecidos e subordinando-a à Biologia que
Blainville completou mais tarde [31].
Como resultante dessa elaboração monumental estavam a pique de ser descobertas as leis
fundamentais da Sociologia - coronide majestosa de todos os anteriores esforços da mentalidade francesa.
Cultura germânica
Nos países germânicos, porém, por uma inclinação peculiar à raça que os habitava, era
principalmente ao progresso das ciências denominadas concretas que os seus investigadores se dedicavam num pertinaz trabalho de paciência e de
observação. A Botânica, a Geologia, a Geognosia, a Oritologia, a Montanhística, absorviam a atenção desses laboriosos e incansáveis pesquisadores da
Natureza.
Partiu, pois, José Bonifácio, para a Alemanha, fixando-se primeiramente em
Freiberg, no Reino de Saxe, cidade famosa por sua reputada academia e propícia aos estudos objetivados, por ser um dos distritos metalúrgicos mais
opulentos que se conheciam então [32].
Ouviu aí as sapientíssimas lições de Abrahão-Gottlob Werner, êmulo do francês Haüy nos
estudos montanhísticos, e adjunto da cadeira dessa especialidade na academia local. Com Lempe estudou Matemática; com Khöller, Legislação das Minas;
com Freisleben, Química aplicada; e Metalúrgica, com Lampadius.
Suas relações com Alexandre de Humboldt
Cursava nessa ocasião os mesmos bancos acadêmicos Alexandre de Humboldt, cujas notáveis
experiências sobre a irritabilidade nervosa e muscular, e outros numerosíssimos trabalhos de extremo valor científico, haviam de elevá-lo mais tarde
ao fastígio da celebridade e da glória [33].
Os dois condiscípulos entreuniram-se pelos vínculos de uma nobre e sólida amizade, que
deveria perdurar sem interrupção através das distâncias que geograficamente os separaram depois e dos rumos que tomaram diversamente os destinos de
cada qual - o sábio prussiano desviando-se, por vezes, de seus absorventes labores teoréticos, para prestar serviços diplomáticos solicitados pelos
governos de seu país; e o sábio brasileiro, abandonando suas preocupações de ordem puramente científica para votar-se dedicadamente, de corpo e
alma, à obra da independência e da organização política de sua Pátria, coordenando assim em torno de sua egrégia personalidade os anelos e
aspirações de seus patrícios, cansados de tão longa sujeição ao domínio da Metrópole.
A verdade sobre os diamantes do Brasil
A Freiberg chegara, levando como
credenciais de sua cultura especial na matéria em que se ia principalmente aprofundar, a sua Memória sobre o erro em que estavam os europeus a
respeito das descobertas do diamante no Brasil, lida perante a Sociedade de História Natural de Paris, e depois publicada nas Actas da
referida sociedade, segundo escreve o sr. Daltro Santos [34], repetindo
Latino Coelho; ou nos Annaes do Museu de História Natural, da mesma Capital, conforme a informação bibliográfica do sr. Remígio de Bellido
[35]; ou ainda, como querem outros biógrafos, nos Annaes de Chímica, dirigidos por António
Francisco Fourcroy [36].
Versa tal Memória sobre os diamantes descobertos, pela primeira vez, no Brasil,
em 1727, por Bernardo da Fonseca Lobo, n'alguns ribeirões da Comarca do Cêrro Frio, em Minas Gerais. Os cientistas europeus formavam errôneos juízos
a respeito dos nossos diamantes. José Bonifácio, no seu notável trabalho, que lhe abriu acesso como sócio daquele instituto parisiense, não só dava
notícia extensa de todas as localidades onde esse mineral era encontrado em nosso país, e dos seus primeiros descobridores, como discriminava todos
os seus caracteres distintivos, em confronto com o produto similar de outros países. Foi só então que na Europa se fez uma idéia nítida da nossa
riqueza diamantina.
Na Lombardia. Na Áustria. Em Pavia
Concluído o seu curso na Academia de Freiberg, passou-se ele, com seus ilustres
companheiros, para outras regiões da velha Europa, a fim de observar diretamente na Natureza aquilo que aprendera nos livros, nas academias, nas
lições dos Mestres.
As minas do Tirol, ao Norte da Lombardia; e as da Estria e da Caríntia, na Áustria,
são objeto das mais cuidadosas investigações. Em Pavia ilustra-se com os ensinamentos do eminente Volta, que, depois de ter, na juventude,
cultivado, em italiano e latim, a Musa da Poesia, todo se dedicava então aos mais sérios problemas da Ciência, estudando especialmente os fenômenos
relativos à eletricidade atmosférica, os quais preocupavam também a Laplace e Lavoisier, na França.
O profundo cientista italiano, corrigindo as observações de Galvani, conhecidas pelo
nome de galvanismo, das quais se concluía que a eletricidade era um produto meramente animal, demonstrara vitoriosamente que os metais, mesmo quando
isolados de qualquer contato dessa natureza, podiam gerar uma força idêntica, pelo contato de metais diferentes sob a influência da ação química.
Anos depois, quando Andrada já não mais se abeberava nos seus grandes ensinamentos,
Volta construía a pilha, que tem o seu nome, e que se compõe, como é sabido, de discos sobrepostos, de cobre e de zinco, separados por uma rodela de
pano molhado em água alcalina ou acidulada.
Embora não estivesse mais ao lado do sábio italiano quando fez ele sua descoberta
capital, que transformara radicalmente a face da ciência, muito aproveitou o nosso ilustre conterrâneo durante o tempo que permaneceu estudando em
Pavia.
Em Turim
Examinou após, em Turim, na Província de Pádua, a
constituição geológica dos montes Eugâneos, grupo vulcânico que é uma ramificação dos Alpes Cadóricos [37],
escrevendo a respeito, em 1794, um interessante trabalho que só publicou em 1812, depois de ter feito sua leitura em sessão da Academia Real de
Ciências de Lisboa, em cujas Memórias saiu estampado [38].
Contrariando as conclusões doutrinárias de Ferber, de
Fortis e de Spallanzani, que anteriormente haviam feito rigorosos estudos no mesmo local, atribui, com fundamento, segundo opina Latino Coelho
[39], à sua formação, uma origem sedimentária [40].
Por essa ocasião relacionou-se proveitosamente com o fundador da Academia
de Turim, o conde Soluccio de Manusiglio, cientista de renome entre os seus colegas europeus de maior fama [41].
Na Inglaterra. Na Escandinávia. Upsala e Copenhague
Do continente transportou-se para a Inglaterra, demorando-se em Londres, onde
freqüentou aulas de Priestley, químico, filósofo e teólogo. A Escandinávia, porém, com as suas vastas florestas e as suas opulentas jazidas
metalíferas, o atraía sugestivamente. É na Suécia e na Noruega que estuda os fósseis e descobre as espécies e variedades minerais, que firmariam
depressa e definitivamente a sua reputação como um dos mestres mais cultos da especialidade respectiva.
Em Upsala, na Suécia; e em Copenhague, estuda com Bergmann, a quem se deve uma
apreciada classificação química dos minerais; e com Abilgrard, professor de Mineralogia na capital da Dinamarca e que mais tarde examinou
detidamente todas as espécies e variedades que José Bonifácio tinha descoberto, classificado e descrito.
Suas notáveis descobertas mineralógicas
Latino Coelho, no seu notável elogio acadêmico, a que nos estamos de contínuo
reportando, retifica o juízo precipitado de muitos biógrafos do eminente Andrada quando lhe atribuem a descoberta de nada menos de doze novos
minerais, porquanto a verdade é que ele descobriu apenas quatro, reconhecidamente autênticos, e oito variedades desconhecidas, que revelou e
descreveu, de espécies já conhecidas e observadas.
As espécies novas são a Petalite [42],
silicato de alumina, soda e litia; a Spoduméne, também silicato das mesmas substâncias; a Scapolite, semelhante, no aspecto e na
composição, aos feldspatos; e a Kryolithe, fluoreto de alumínio e sódio.
As variedades por ele descobertas na mesma época são: 1ª) a Akanthicone,
variedade do Epídoto; 2ª) a Salite, variedade da Augite; 3ª a Coccolite, variedade da Pyroxéne; 4ª) a
Ichthyophtalma, silicato de cal e potassa; 5ª) a Indicolite, variedade azul da Turmalina; 6ª) a Aphrizite, variedade também
da Turmalina; 7ª) a Allochrite, variedade da Glossulária; e, finalmente, 8ª) a Wernerite, variedade da Scapolite
ou Parauthina [43].
Apogeu de mineralogista
Atinge ele então o apogeu de sua carreira científica. Mas ainda não está plenamente
satisfeita a sua curiosidade na direta indagação da Natureza; ainda quer dilatar mais amplamente a área de seu saber e os primitivos limites
traçados à sua excursão.
E atravessa a Bélgica, e percorre a Holanda, e volta à Alemanha, e para na
Hungria e na Boêmia e vai, por fim, até a Turquia [44], sempre estudando,
sempre observando, sempre inquirindo, sempre acrescendo ao seu já respeitável patrimônio científico, novos conhecimentos, novos tesouros, redobrados
capitais.
Mais de um decênio emprega e consome nas suas laboriosas excursões por terra estranha.
Chega, afinal, o momento em que lhe é força regressar à Pátria, onde seus amigos, admiradores e compatriotas ansiadamente o esperam para tributarem
de perto as homenagens que mesmo de longe rendiam de há muito àquele que lá fora, nos centros ocidentais de mais intensa atividade mental, provara,
pelas prodigiosas manifestações de seu talento e de seu preparo científico, que nem tudo estava, como se dizia ou supunha, irremediavelmente perdido
em Portugal.
Alguma coisa restava ainda do velho organismo luso em decadência e adejava por sobre
as impressionantes ruínas da grandeza nacional desmantelada: era a alma da raça, o imortal espírito que presidira à sua formação histórica no
passado e que agora, no imanente esplendor de suas qualidades heróicas, radiava e vibrava ressurgente, na alta cerebração do ilustre sábio que vinha
aplicar praticamente em seu país a sabedoria teórica que lhe ministrara o estrangeiro, transmitindo-a, por meio de noções racionais e exemplos
concretos, à generalidade de seus patrícios mal preparados para a concorrência industrial com os outros povos.
Os resultados práticos dessas custosas aquisições doutrinais vão-se fazer sentir
brevemente em Portugal: José Bonifácio vai ensinar-lhe como aproveitar de novo, em exploração contínua e frutuosa, as riquezas de um solo outrora
feraz, e então improdutivo, graças à ignorância que lastrava por todas as classes da sociedade portuguesa; e patente se tornará que não fora
esterilmente gastada a sua atividade nessa peregrinação longe da Pátria, nem inutilmente empregado o dinheiro com que o Governo de d. Maria 1ª, e
depois o da Regência, custearam por prazo tão dilatado as despesas da Comissão de que fora ele a figura principal.
Regresso a Portugal
Não lhe bastava o saber; era preciso aplicá-lo: Non enim paranda nobis
solum, sed fruenda sapientia est [45]. Empenha-se então em estimular a
quase desaparecida indústria da mineração em Portugal, cujo solo abundava ricamente em minas diversas que tinham gozado, noutros tempos, de grande
reputação na Europa.
Depois de sua Viagem Minerográfica pela Província da Extremadura até Coimbra,
escreveu mais as seguintes memórias relativas ao mesmo assunto: Sobre as minas de carvão de pedra em Portugal, Sobre a nova mina de ouro
da outra banda do Tejo, Sobre as pesquisas e lavra dos veios de Chacin, Souto, Ventozello e Villar de Rey, na Província de Trás-os-Montes;
Sobre a minerografia da serra que decorre do monte de Santa Justa, até Santa Comba, e Sobre o distrito metalífero entre os rios Ave e
Zézere, e mais a Descrição minuciosa das minas de Salha, publicada em alemão no Jornal de Minas, de Freiberg, e reproduzida em
revistas francesas e inglesas.
Criação da cadeira de Metalurgia em Coimbra
Preocupado ao mesmo tempo, não só com o ressurgimento da indústria
metalífera na Metrópole, mas também com o seu desenvolvimento no Brasil, escreveu umas Instruções práticas e econômicas para os mestres e
feitores das minas de ouro de desmonte e lavagem, existentes em nosso país [46].
Doutoramento, por decreto, em Filosofia Natural
Diante do impulso prático que a tais estudos deu José
Bonifácio, o príncipe regente, mais tarde d. João VI, criou na Universidade de Coimbra uma cadeira de Metalurgia, que lhe confiou, por Carta Régia
de 15 de abril de 1801 [47], e como, pelos regulamentos em vigor, um mero
bacharel não podia reger cadeiras naquele Instituto, concedeu-lhe a graça e mercê especial do título de Doutor em Filosofia Natural, determinando,
por Carta da mesma data, que lhe fosse conferido o respectivo capelo gratuitamente, o que se verificou a 20 de junho do ano seguinte
[48].
Sua nomeação, quase simultânea, para vários cargos
Nomeou-o depois, sucessivamente, quase simultaneamente, para o exercício
de várias funções da maior e mais alta responsabilidade. É assim que, por Carta Régia de 18 de maio do mesmo ano de 1801, foi escolhido para membro
do novo Tribunal de Minas, com os encargos e o título de Intendente Geral das Minas e Metais do Reino, mas não chegou a tomar posse por não se ter
verificado a criação do referido Tribunal até a data em que pediu, pela segunda vez, aposentadoria do serviço real - 26 de agosto de 1816, segundo
ele próprio o declara, na sua petição [49].
Uma carta inexplicável
Diante dessa declaração categórica, torna-se inexplicável, ao mesmo
à primeira vista, a sua carta autógrafa, de 4 de janeiro de 1806, dirigida ao seu amigo e então ministro do Reino, António de Araújo e Azevedo,
citada por LATINO COELHO [50] e na qual, ao que diz o seu ilustre biógrafo
lusitano, queixava-se ele "amargamente de que o seu cargo professoral na Universidade lhe tolhia
a ação útil e eficaz no seu ofício de Intendente das Minas".
Ainda mais inexplicável parece-nos um trecho que se lê adiante na dita petição, e no
qual o signatário diz que, desde 1803, recebia os seus ordenados de Intendente Geral das Minas e Metais, a princípio pelo Real Erário, e depois pelo
cofre da Direção da Fábrica de Sedas e Águas Livres.
Documentos contraditórios
Mas, para melhor inteligência do assunto, convém transcrever na íntegra os trechos
que, por contraditórios, reputamos inexplicáveis: "Por outra Carta Régia de 18 de maio do mesmo ano foi V.A.R. servido
nomeá-lo para membro do novo Tribunal de Minas, que se propunha criar para direção das Casas de Moeda, Minas e Bosques de seus vastos domínios,
com o cargo e título de Intendente Geral das Minas e Metais do Reino; mas aquele Tribunal não se criou até hoje e até hoje não se verificou a
dita nomeação e mercê no suplicante", e depois: "De todos estes lugares e empregos com
que V.A. R. quiz honrar o suplicante, só tem recebido os ordenados dos seguintes: ...do de Intendente Geral das Minas e Metais desde 1803 por
diante, pelo Real Erário a princípio, e depois pelos cofres da Direção da Fábrica de Sedas e Águas Livres com interrupção, porém, de dois anos, que
foram 1808 e 1809".
O trecho de LATINO COELHO é o seguinte: "Em
uma carta autógrafa, que tivemos em nosso poder, e foi dirigida por José Bonifácio, nos primeiros anos deste século, a um ministro, seu amigo e
favorecedor, António de Araujo e Azevedo, queixava-se amargamente o ilustre mineralogista das contradições que lhe tornavam desagradável o cargo
professoral, que exercia na Universidade de Coimbra, e lhe tolhiam a ação útil e eficaz nos seus ofícios de Intendente das Minas e
Superintendente das Matas e Sementeiras" [51].
Poder-se-ia dizer que, quando José Bonifácio foi nomeado para o posto de membro do
Tribunal de Minas, já exercia o de intendente geral das Minas e nesse caráter e mesmo por causa dele é que o investiram daquelas funções. Mas o seu
longo requerimento de aposentadoria repele essa hipótese; sendo ele uma pormenorizada exposição de serviços, com a enumeração completa de todos os
empregos efetivos ou comissões temporárias desempenhadas pelo signatário, desde que iniciou sua carreira pública - não se compreende que da
minuciosa lista não conste a sua nomeação para intendente das Minas e a data da respectiva Carta Régia, Alvará ou Decreto, como se faz em relação a
todos os outros cargos.
Pode ser também - e nos inclinamos a esta suposição - que haja defeito de redação no
trecho referente ao Tribunal das Minas. O requerimento, como se vê do fac-símile publicado pelo Estado, não foi escrito de próprio
punho, tendo-lhe porém José Bonifácio feito posteriormente as necessárias correções e emendas: mas não é impossível que, apesar de todo o cuidado
que lhe devia merecer a redação de um documento assim importante, lhe tivesse escapado alguma frase ou período mal composto.
Acreditamos que, naquele trecho, queria o signatário dizer que a 18 de maio de 1801
fora nomeado para o cargo de intendente geral das Minas e Metais do Reino, com a obrigação de servir como membro do Tribunal das Minas, criado para
direção das Casas da Moeda, Minas e Bosques; e que desta última obrigação se não desempenhara por não ter sido instalado até então o referido
Tribunal.
Esta hipótese combina com a informação que nos dá LATINO COELHO
[52] de que a nomeação para intendente foi por Carta de 12 de novembro de 1801, e esta é a mesma que
instituiu o Tribunal de Minas, jamais instalado.
Por decreto de 8 de julho do mesmo ano foi nomeado administrador das minas
de carvão de pedra de Buarcos, emprego que vagara pela morte do tenente-general Bartholomeu da Costa; e administrador das antigas fundições de ferro
de Figueiró dos Vinhos e Avellar, fundadas por d. João 1º, e cujo funcionamento foi encarregado de restabelecer de novo; e ainda por decreto de 12
de novembro do dito ano foi provido na direção do Real Laboratório da Casa da Moeda de Lisboa, onde, não obstante seus numerosos e pesadíssimos
encargos técnicos e administrativos, dirige um curso especial de docimásia, de que foi o fundador, e no qual poderosamente o coadjuvou um outro
cientista brasileiro de mérito indiscutível - Manuel Jacintho Nogueira da Gama, lente da Academia de Marinha e futuro marquês de Baependy
[53].
Por Carta Régia de 1º de julho de 1802
[54], confiou-lhe o governo a direção da sementeira de pinhais nos areais das costas marítimas, a
começar por Couto de Lavos. Deu princípio a esse novo encargo em janeiro de 1805 e teve de suspendê-lo em 28 de março de 1806, "pela
falta dos dinheiros consignados, pela usurpação pérfida dos franceses e guerra devastadora que se lhe seguiu"
[55].
A 8 de agosto de 1806 foi nomeado
desembargador ordinário e efetivo da Relação e Casa do Porto [56], lugar que
serviu de graça [57] e por Alvará de 13 de julho de 1807
[58], superintendente do Rio Mondego e Obras Públicas de Coimbra, em substituição do Desembargador José
de Magalhães Castello Branco; diretor hidráulico das obras de encanamento do mesmo rio, na vaga do dr. Estêvão Cabral; e provedor da Finta de
Maralhões.
Destinadas às obras de canalização, que lhe tinham sido confiadas,
escreveu umas Instrucções para servirem de Regulamento a tais obras e sua necessária polícia e o governo, por decreto de 14 de maio de 1821,
reconheceu os bons serviços praticados e com muita inteligência pelo dr. José Bonifácio de Andrada e Silva, quer quanto àquelas obras, quer
quanto à plantação de sementeiras [59].
No desempenho acumulativo de todos esses cargos houve-se José Bonifácio com o
critério, a inteligência, o zelo inexcedível que punha sempre rigorosamente no cumprimento de seus deveres profissionais ou sociais.
O silvicultor
Não foi, pois, somente a extração de minerais de que o solo português era abundoso,
que preocupou fortemente o grande cientista. Havendo lá grandes porções de terras devastadas por causas naturais ou por incúria dos cultivadores,
mister se fazia replantá-las de bosques produtivos, mormente nas regiões descaroáveis onde não medravam, por falta de condições próprias, os
vinhedos e as árvores frutíferas.
Trabalhos teóricos e experiências práticas
Escreve, pois, e divulga, impressa na tipografia da Academia Real de Ciências, à custa
desta e com licença do Regente, a sua Memória sobre a necessidade e utilidade do plantio de novos bosques em Portugal, particularmente de pinhaes
nos areaes de beira-mar; seu méthodo de sementeira, costeamento e administração. Esse trabalho, um in-8º, de 187 páginas, escrito em 1812
e publicado em 1815, de aquisição dificílima, senão impossível atualmente, é mais uma notável revelação do enciclopédico talento de seu autor, que
nele se evidencia profundamente versado na chamada ciência florestal - a silvicultura.
Plantio de novos bosques
Depois de uma concisa e substanciosa Prefação explicando qual o tríplice fim
que o moveu ao escrever sua Memória e que foi: 1º) descrever e ensinar o método mais fácil e seguro de se fazerem e vingarem as sementeiras
dos novos bosques; 2º) diminuir quanto possível as despesas respectivas e 3º) concluir a sementeira da porção da costa que lhe parecia ter
necessidade mais urgente de aproveitamento e defesa; - depois dessa Prefação, entra a tratar da matéria em 13 longos capítulos, que ainda
hoje se lêem com o maio agrado e interesse, não só pelos conhecimentos científicos e agrícolas de que se acham repletos, senão também pela forma
simples e clara, atraente e correta com que foram magistralmente redigidos.
Logo às primeiras páginas do capítulo primeiro trata de enumerar as
utilidades e proveitos que a Portugal adviriam necessariamente da plantação de novos bosques em suas costas áridas, nos seus terrenos maninhos
[*] que não podiam servir para a lavoura e nos cumes e ladeiras
improdutivos.
São de duas ordens esses proveitos: os naturais e cósmicos, e os
políticos. Entre os primeiros, avultam, além de outros, o reaparecimento da caça, a abundância dos estrumes naturais oferecidos pelas folhas e
resíduos; a umidade necessária para a vida das plantas e dos animais; a purificação da atmosfera respirável pela absorção dos miasmas dos charcos; a
amenidade da temperatura na estação cálida.
Sem matas não há umidade; sem umidade não há chuvas nem orvalhos, porque são as matas
que chupam dos mares, dos rios e das lagoas os vapores que, dissolvidos em parte, caem em chuvas; e em parte decompostos em gases, vão limpar os
ares e alimentar a respiração dos animais. Sem chuvas e sem orvalhos não há fontes; sem fontes não há rios e sem rios não há navegação, perecendo o
comércio, a lavoura e a indústria.
Por todos esses motivos condena a inepta destruição das matas que converteu em
charnecas, terrenos outrora férteis; e aconselha e ensina a plantação de novos arvoredos.
As utilidades e proveitos políticos não são menos importantes que os proveitos e
utilidades naturais e cósmicas, a começar pelo aumento das rendas públicas, bastante escassas então. Tem-se depois a abundância de madeiras para
sortir os arsenais e estaleiros do Reino. Os produtos delas, tais como a potassa, a resina, a aguarrás, os ácidos, as cinzas para adúbio e para
sabão, fomentariam a prosperidade geral, não precisando recorrer a Nação aos artigos similares de procedência estrangeira. O próprio estado
encontraria nessa indústria meios para novos empréstimos e hipotecas que porventura fossem necessárias às precisões da Fazenda Real.
Nos doze capítulos que se seguem, trata minuciosamente dos areais em particular, das
disposições e trabalhos preliminares, dos remédios e preservativos, das sebes e coberturas da sementeira das árvores silvestres em geral, e dos
pinheiros em particular; das plantas arenosas, da sementeira e plantação de outras árvores, que devem criar-se em areais; da lavoura que pode e deve
haver em tais sítios, da extensão de costa que se devia defender e semear então e do número das Feitorias; das despesas que a obra requeria, e da
administração das matas.
Anexo ao capítulo 8º há um longo catálogo alfabético das plantas próprias dos areais
portugueses, com seus nomes, botânicos e vulgares; e ao capítulo 12 acompanha uma tabela justificativa das despesas a fazer. Só se lendo o seu
trabalho, se fará uma idéia exata da formidável erudição teórica e da soma colossal de conhecimentos práticos que o autor possuía a respeito da
matéria.
Aliás, ele mesmo confessava na Prefação: "Posso
affirmar que trato esta matéria com bastante novidade, e com maior exactidão que tudo o que vi praticado na Prússia e na Hollanda, e li nas obras
extrangeiras que della tratam".
E eis aí como ele mesmo, que fora incumbido pelo governo de dirigir trabalhos práticos
em tal sentido, e que começara, como dissemos há pouco, por salvar as terras do Couto de Lavos, ameaçadas de soterração pelas areias do oceano,
ensinava depois aos seus patrícios, por meio da excelente publicação a que nos referimos, os métodos mais prontos, mais fáceis e mais econômicos de
aproveitar todas as partes da costa marítima que se achassem porventura sob a pressão daquela ameaçadora calamidade.
Devem-se aos seus esforços e aos seus estudos, muitos dos extensos bosques de
pinheirais que guarnecem e protegem o litoral português, fornecendo à indústria grande parte da terebintina comum e das diferentes resinas usadas na
Medicina e nas artes. E assim se tornaram uberdosos e sadios, largos tratos de terra de antes havidos como estéreis e insalubres.
A Quinta do Almegue
No afã de aplicar prestadiamente a Portugal os conhecimentos que do estrangeiro
trouxera, arrenda a suas expensas, à razão de 600$000 anuais, soma vultosa para aquele país e aquela época, uma quinta pitoresca e ensombrada no
Almegue, arredores de Coimbra, e aí cria um verdadeiro campo de experiências agrícolas, plantando, além de vasto e cerrado pinheiral, arroz, trigo,
centeio, hortaliças, flores e ouros vegetais de útil produção.
Não obteve lucros, antes sofreu não pequenos prejuízos com essa
tentativa, pois em carta de 26 de maio de 1806 queixava-se a seu amigo, o conde de Linhares, de que a quinta o tinha "enriquecido
de conhecimentos práticos de agricultura e empobrecido a magra bolsa"
[60].
Nos montes de Santo Amaro, perto da Figueira da Foz, fez estudos especiais
sobre a lavoura melhor apropriada à natureza do solo respectivo [61].
Unânime glorificação
Estava então José Bonifácio no pleno zênite de sua glória intelectual. Apesar de ter-se escusado de aceitar o convite que lhe fizera o príncipe real
da Dinamarca [62] para inspetor das Minas da Noruega
[63], o que equivale a uma consagração pública meritória, foi escolhido para membro da Academia Real
das Ciências de Copenhague (1808), quando, aliás, já fazia parte da Sociedade Filomática de Paris, e da Sociedade de História Natural da mesma
cidade, desde 4 de março de 1791 [64]; da Sociedade dos Investigadores da
Natureza, de Berlim, em 1797 [65]; da Academia Real de Ciências de Estocolmo,
desde 25 de outubro do mesmo ano, e da Sociedade Mineralógica de Iena [66],
não sabemos em que época.
Em 1801 entrou para a Academia Real de Ciências, de Turim; em 1802, para a
Sociedade Werneriana de Edimbugo [67]; para a Sociedade Leneana, de Londres;
para a de Ciências Físicas e História Natural, de Gênova, e a de Ciências Filosóficas, de Philadelphia.
Em 1818, entra para o Instituto de França, como sócio
correspondente da respectiva Academia de Ciências. Já em 1812 fora eleito - e a isso nos referimos acidentalmente noutro lugar desta obra - para as
funções de secretário perpétuo da Academia Real de Ciências de Lisboa, funções que desempenhou com distinta competência e austeridade durante a
quadra mais trabalhosa e quiçá mais fecunda que até então atravessara o venerando Instituto.
NOTAS:
[27] VISCONDESSA DE
SEPETIBA - Carta citada.
[28] O Tamoyo, nº
5, de 2 de setembro de 1823, página 21.
[29] LATINO COELHO, obra
citada, página 15.
[30] J. H. BRIDGE - The
New Calendar of Great Men, London, 1892.
[31] ANDRÉ POEY - Le
positivisme (Deuxiéme Partie, Ch. 1er. pages 113-114).
[32] DALTRO SANTOS -
José Bonifácio, conferência realizada no Collégio Baptista do Rio de Janeiro (1918), página 8.
[33] "Um
dos mais notáveis companheiros de Humboldt, na Academia Mineira de Freiberg, foi um sábio, que pouco depois ilustrou com o seu nome e a sua glória,
a Portugal e ao Brasil" (LATINO COELHO, Elogio Acadêmico de Alex. de Humboldt (1876, pág. 90). "Os
companheiros de Humboldt em seus estudos (diz o astrônomo Karl Brens) eram, entre outros, estes que haviam de ser depois os mestres da ciência: ...
o português Andrada". (LATINO COELHO - Elogio Acadêmico de José Bonifácio, 1ª edição, página 16).
[34] Opúsculo citado,
página 9.
[35] Op. cit. pág. 17.
[36] CONS.º SILVA MAIA,
ob. cit. pág. 124 - SACRAMENTO BLAKE - Diccionário Bibliográphico Brasileiro, V. IV, pág. 346. PEREIRA DA SILVA - Obr. cit. V. II pág. 260.
HOMEM DE MELLO - Obr. cit. pág. 11.
[37] MALTE-BRUN -
Abregê de Géographie Universelle, 3ª edição, 1852, páginas 206 e 276.
[38] Viagem Geognóstica
aos Montes Eugâneos, no território de Pádua, na Itália.
[39] Obr. cit. página 17.
[40] SACRAMENTO
BLAKE (obr. cit. pág. 346), ao contrário, mas naturalmente por equívoco, diz que José Bonifácio considera de "origem
vulcânica a rocha que forma aqueles montes".
[41] LATINO COELHO -
Obr. cit. pág.17. N.E.: deixou de ser indicada no corpo do texto original a remissão a esta
nota. Não tendo havido oportunidade para o confronto com a obra citada de LATINO COELHO, não foi possível ao editor determinar com toda a precisão
desejada o trecho de Os Andradas a que se refere a nota de rodapé.
[42] Sobre esta notável
descoberta escreveu ele um esboço que foi publicado na Revue Scientifique, de Genebra (Suíça).
[43] LATINO COELHO,
na nota 8ª da obra citada (páginas 56 a 75) faz a descrição completa das espécies e variedades acima nomeadas; e diz textualmente: "José
Bonifácio não descobriu propriamente doze espécies... É verdade que deu o nome e a descrição de outros tantos minerais, que lhe
depararam como novos em vários jazidos... Entre os minerais nomeados e descritos há quatro espécies reconhecidas como autênticas".
E linhas abaixo: "A espécies dantes determinadas pertencem os oito minerais restantes".
E à página 60: "Descobriu o nosso antigo e ilustre compatriota quatro espécies bem determinadas, a Petalite, a
Spoduméne, a Kryolithe e a Scapolite, e oito minerais que podiam incluir-se como variedades, muitas delas desconhecidas e importantes, em espécies
já descritas pelos seus antecessores ou contemporâneos, se bem que a Ichthyophtalma se possa até certo ponto considerar como espécie nova por ter
sido mais exatamente determinada por Andrada do que pelo mineralogista Rimann, que primeiro a descobriu".
José Bonifácio, aliás, já tinha publicado, em 1797, no Journal de Physique, de
Paris, a descrição dos caracteres distintivos dos doze referidos minerais, descrição que foi traduzida e reproduzida no Journal de Chímica,
de Scherer, na Alemanha, nos Annaes de Chímica, de Fourcroy, e em vários jornais ingleses. Desse trabalho encontra-se um exemplar na
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
[44] DALTRO SANTOS -
Opúsculo citado, página 9.
[45] CÍCERO - De
Finibus Bonorum et Malorum, V. 1º pág. 1.
[46] O Sr. REMÍGIO DE
BELLIDO, na Bibliographia Andradina, já citada, não inclui estas Instrucções, referidas por LATINO COELHO, à página 25 do Elogio de
José Bonifácio.
[47] Requerimento
de José Bonifácio pedindo ao Governo de Portugal, em 1816, a sua aposentadoria (no Estado de S. Paulo, de 7 de setembro de 9121, página 3). É
documento inédito, com que o atual dr. Martim Francisco presenteou ao ilustre general Rondon.
[48] LATINO COELHO - Obr.
cit. página 76, nota 11. O sr. REMÍGIO DE BELLIDO (opúsculo citado, pág. 11) diz que o título conferido pela supra-citada Carta Régia foi de Doutor
em Direito. Não há tal. Foi-lhe conferido o capelo em Filosofia Natural, em cuja faculdade, após brilhantíssimo curso, José Bonifácio se colara no
grau de bacharel. Nem se compreende que para lecionar Metalurgia, um dos ramos da História Natural, fossem doutorá-lo previamente em Direito. É
justamente na Filosofia Natural que se estudam as chamadas ciências naturais, como a Botânica, a Geologia, a Metalurgia e demais especialidades
congêneres. O mesmo bibliógrafo (pág. 12 do mesmo opúsculo) data do ano de 1803 a nomeação do ilustre cientista para a Cadeira de Metalurgia - o que
é provadamente um erro.
Também o dr. DOMINGOS JAGUARIBE, na Oração que devia ser lida em Santos, no dia
em que se assentou a pedra fundamental do Monumento dos Andradas, diz, contra a expressa verdade dos fatos, que José Bonifácio foi proclamado doutor
em Filosofia Natural pelos professores da universidade, porque "sendo simples bacharel, sabia mais do que todos"
(Diário de Santos, edição de 22 de agosto de 1921, 2ª pág. 1ª col. in-fine). Já vimos do texto que não foi essa razão pueril que
determinou a doutoração do sábio Andrada em Filosofia Natural.
[49] Requerimento citado (O
Estado de S. Paulo, de 7 de setembro de 1921).
[50] Obra citada, nota
17ª, páginas 78 a 81.
[51] São nossos os grifos
das transcrições.
[52] Obra citada, página
77, nota 13ª. O sr. REMÍGIO DE BELLIDO na sua Bibliographia, não faz referência alguma a este importante cargo.
[53] Petição citada.
[54] Ibidem.
[55] Ibidem.
[56] Original existente no
Arquivo do Inst. Hist. Brasileiro.
[57] Petição citada.
[58] Ibidem. LATINO
COELHO (obra citada, página 76, nota 12ª) diz que a nomeação foi por Aviso Régio de 7 de julho de 18097, e só se refere aos cargos de "superintendente
e diretor do Encanamento do Mondego e das Obras Públicas de Coimbra".
[59] HOMEM DE MELLO -
Esboços Biográphicos, pág. 14, nota 5.
[60] CONS.º SILVA MAIA -
Opúsc. citado, apêndice.
[61] CONS.º SILVA MAIA,
ibidem, pág. 126.
[62] ANÔNIMO - Esboço
citado, página 305.
[63] A Noruega, até 1814,
como se sabe, fez parte da Dinamarca. Tendo, porém, este reino aderido à política de Napoleão 1º contra a Inglaterra, a esquadra inglesa bombardeou
sua capital, Copenhague; e, após a queda daquele déspota, a Santa Aliança desintegrou do seu território a Noruega, incorporando-a à Suécia.
[64] Os diplomas de sócio
da Sociedade de História Natural de Paris e da Academia Real de Ciências de Estocolmo estão guardados no arquivo do Instituto Histórico Brasileiro,
na capital da República. O sr. REMÍGIO DE BELLIDO (opúsc. cit. 4ª parte, pág. 79) dá notícia de que aquele instituto guarda esses e outros diplomas
e títulos de José Bonifácio; mas, provavelmente, nunca os viu, senão teria publicado as datas certas dos mesmos, em vez de se limitar vagamente a
assinalar-lhes tão-somente os anos, como faz na 1ª parte de seu trabalho, págs. 11 e 12.
[65] O mesmo bibliógrafo
denomina esta sociedade da seguinte forma: Sociedade dos Amigos das Ciências Naturais (op. cit. 1ª parte, pág. 11).
[66] No opúsculo citado
omitiu-se esta sociedade.
[67] O sr. BELLIDO (op.
cit. pág. cit.) dá como localizada em Londres esta sociedade de Edimburgo.
N.E.:
[*]
maninhos - terrenos inférteis, infecundos, não aproveitados para cultura. |