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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - VISITANTES
Presidente Alessandri do Chile, em 1925 (A)

Arturo Fortunato Alessandri Palma (nascido em 20/12/1868 e falecido em 24/8/1950) foi duas vezes presidente da República do Chile, de 1920 a 1925 e depois, de 1932 a 1938. No final de seu primeiro governo, o grupo dissidente conhecido como Comitê Militar se colocou contra o Congresso, solicitando que o presidente fechasse tal casa de leis. Arturo preferiu renunciar e auto-exilar-se na Europa. Em 1925, após um golpe de estado liderado por Marmaduque Grove, foi pedido que Arturo regressasse e cumprisse o resto de seu mandato. Ele aceitou, reformou a Constituição chilena, mas se desentendeu com Carlos Ibañez del Campo, um dos golpistas que lhe haviam cedido o poder e que era então seu ministro da Guerra. Ante a possibilidade de novo golpe de estado, Arturo renunciou.

Sob o regime de Ibáñez, foi exilado à Europa, de onde voltou em 1932. Com a dissolução do Congresso por uma nova junta militar, que promoveu eleições em outubro desse ano, Arturo se reelegeu para outro período presidencial, que terminaria em 1938.


Arturo Alessandri, no Palácio de La Moneda (na capital Santiago),

logo após assumir a presidência em 1920

Foto: Arquivo fotográfico do Museo Histórico de Chile

O noticiário publicado na primeira página do jornal santista A Tribuna, numa quinta-feira, 12 de março de 1925, destaca a passagem por Santos na volta de Arturo ao Chile, para completar seu primeiro período como presidente daquele país (ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução parcial da primeira página do jornal santista A Tribuna, em 12/3/1925

ARTURO ALESSANDRI

O presidente da República do Chile chegará, hoje, a Santos, a bordo do Antonio Delfino

As homenagens da cidade - Partida para São Paulo - A recepção do grande estadista sul-americano na capital da República - Outras notas

O sr. Arturo Alessandri, presidente constitucional do Chile, passa hoje por esta cidade.

Alguns meses atrás fez o mesmo trajeto o grande cidadão chileno, que se dirigia à Europa, forçado a essa viagem pelas circunstâncias de seu país, cuja política, numa reviravolta inesperada, lhe dizia adeus.

Recordamos essa primeira viagem, porque foi em semelhante ocasião que pudemos analisar a têmpera rija e firme de que é feito o caráter do grande cidadão chileno. A bordo, era Arturo Alessandri a pessoa menos interessada com a sua situação de presidente exilado.

Havia em sua fisionomia a mesma tranqüilidade que nunca abandona os fortes. Estudava calmamente os grandes problemas de sua nacionalidade, interessando-se apenas por notícias que revelassem moderação por parte da junta governativa que deixara em sua pátria. A sorte dos pobres, das classes laboriosas, dos que comem amanhã com o dinheiro ganho nas horas de trabalho de hoje, sempre teve para o grande cidadão real importância.

Como bom patriota, gosta Arturo Alessandri de falar do Chile, não para enegrecer as lacunas e faltas de sua nação, e que existem, como em todos os povos, mas para deixar viva a impressão das virtudes adquiridas pelo grande povo que contempla as águas do Pacífico.

Nem tristeza nem amargor em suas palavras. Tinha ele a certeza de que agira bem, seguindo os ditames de uma consciência honesta e elevada. Os inimigos não encontraram crimes civis ou políticos com que o melindrassem. Uma gota de sangue não correra, quando o seu braço, que, agitado, poderia ter trazido a seu país horrores e crueldades, se manteve calmo e apenas se moveu para dar adeus e exprimir os desejos de ventura e prosperidade que sempre formaram o fundo e a essência de sua alma boa e patriótica.

Agora, os que o viram na atitude altaneira dos homens invulgares, folgam de render homenagem ao espírito incorruptível de Arturo Alessandri. Ele atende simplesmente ao chamado de seu povo e vai, como o homem necessário do momento, impedir que a discórdia abra riachos de sangue na pátria amada e continuar o seu programa de governo, publicado e conhecido, o único que responde às necessidades atuais da justamente orgulhosa nação chilena.

Educado em sãos princípios de democracia, pairando acima das ambições vulgares, Arturo Alessandri demonstra, em duas ocasiões críticas, que só a vontade de um povo o movimenta, que só a ela dá satisfações e que se julga muito feliz, quando essa vontade soberana, livre de peias, se manifesta sem medo algum, a favor dele ou a favor de outro...

Apenas agora, povos que o não conheciam, ficaram sabendo de seus dotes excepcionais de jurista, homem de letras e orador.

Os seus discursos são obras primas de literatura e lógica; os seus conhecimentos gerais revelam a sua apurada educação e, na sua especialidade jurídica, pode comparar-se aos mais respeitados professores.

Felizmente, o povo chileno, compreendendo a estatura moral e intelectual de seu presidente, mandou chamá-lo, para que s. exa. leve a cabo as reformas planejadas, algumas já em princípio de realização.

***

Logo que o Antonio Delfino atracar ao cais, o que se dará, provavelmente, entre 14 e 15 horas, irão a bordo os srs. presidente da Câmara, vice-prefeito em exercício, vereadores, corpo consular, autoridades locais e de S. Paulo, membros da colônia e outras pessoas, a fim de apresentar cumprimentos de boas vindas ao ilustre viajante.

Em seguida, s. exa. desembarcará, recebendo então as homenagens do povo, que estacionará no cais.

O sr. Alessandri ocupará, depois, a limousine da presidência da Câmara, posta à sua disposição pelo sr. dr. B. de Moura Ribeiro, seguindo para o Paço Municipal, a fim de agradecer as homenagens da cidade.

À chegada de s. exa., a banda de música do Corpo Municipal de Bombeiros executará os hinos nacional e chileno.

Comparecerão, ainda, comissões de alunos das escolas municipais e de outros estabelecimentos de ensino.

No Paço Municipal, o sr. presidente do Chile será saudado, em nome da Municipalidade, pelo vereador sr. dr. Samuel Baccarat, depois do sr. presidente, dr. Moura Ribeiro, oferecer à senhora Alessandri uma corbelha de flores, em nome da Câmara.

Terminada a cerimônia, o sr. dr. Arturo Alessandri dirigir-se-á à gare da Inglesa, onde embarcará, em trem especial, com destino a S. Paulo, a fim de receber ali as homenagens que o povo paulistano prepara, carinhosamente, ao grande estadista sul-americano.

Às demonstrações de apreço que o presidente do Chile receberá em Santos, associar-se-ão a Sociedade Beneficente dos Chauffeurs, várias instituições esportivas, instrutivas e de beneficência.

O alto comércio e outros estabelecimentos embandeirarão as respectivas fachadas, dando, assim, à cidade, um aspecto festivo.

Todos os navios surtos no porto embandeirarão em arco, em homenagem ao ilustre hóspede.

O presidente Alessandri, após receber, na capital, as demonstrações de apreço do governo, das autoridades e do povo, regressará a esta cidade, acompanhado do mundo oficial, a fim de embarcar a bordo do Antonio Delfino, que zarpará hoje mesmo, à noite ou pela madrugada, com destino a Montevidéu.

Naquele porto, o presidente Alessandri passará para bordo do cruzador Uruguai, da marinha de guerra oriental, posto à sua disposição pelo governo da vizinha república, continuando então a sua viagem até Buenos Aires, onde será recebido com as honras devidas ao seu alto cargo.

O governo argentino está tomando desde já todas as providências para tributar ao presidente do Chile as mais significativas demonstrações de apreço.


Presidente Arturo Alessandri

Foto publicada com a matéria

A recepção do grande estadista no Rio - RIO, 11 - A bordo do Antonio Delfino, que entrou às primeiras horas da manhã de hoje, como fora previamente anunciado, chegou a esta capital o sr. Arturo Alessandri, presidente do Chile, que viaja acompanhado de sua exma. esposa.

Às 9.30 horas, a bordo da lancha Olga, do Ministério da Marinha, partiram ao encontro do ilustre viajante os srs. general Santa Cruz, representando o sr. presidente da República; sr. Jorge Matte, ministro do Exterior do Chile; sr. Felix Pacheco, almirante Alexandrino de Alencar, sr. Cruchaga Toccornal, embaixador do Chile; general Azevedo Costa e contra-almirante Júlio César de Noronha, que estão à disposição do presidente do Chile; embaixador Abelardo Rosas e cônsul Joaquim Eulálio.

A essa hora já se encontravam no cais do Arsenal de Marinha, onde se faria o desembarque, as seguintes pessoas: dr. Estácio Coimbra, vice-presidente da República; senador Antonio Azeredo, vice-presidente do Senado; dr. Arnolpho Azevedo, presidente da Câmara; drs. Francisco Sá, ministro da Viação, e Affonso Penna Júnior, ministro da Justiça; marechal Setembrino de Carvalho, ministro da Guerra; Miguel Calmon, ministro da Agricultura; Alaor Prata, prefeito do Distrito Federal; marechal Carneiro da Fontoura, chefe de polícia; general Carlos Arlindo, comandante da brigada policial; ministro do Uruguai, embaixador Régis de Oliveira, ministro Epaminondas Chermont, almirante Machado Dutra, chefe do Estado-Maior da Armada; general Tasso Fragoso, chefe do Estado-Maior do Exército; almirante José Penido, generais, ministros, deputados, senadores, representantes do Clube de Engenharia, da Associação Comercial, da Confederação dos Escoteiros, de diversas sociedades operárias, da imprensa e muitas outras pessoas.

Recebido a bordo e trocados os cumprimentos protocolares, o sr. Arturo Alessandri passou-se para o galeão D. João VI, que o conduziu a terra.

Ao aproximar-se do cais do Arsenal de Marinha, o ilustre presidente do Chile teve seu nome aclamado pela enorme multidão que ali se comprimia, desembarcando sob estrondosa salva de palmas, ao mesmo tempo que as inúmeras lanchas que coalhavam o mar abriam as sirenes, numa atoarda festiva.

Uma vez em terra, o presidente Arturo Alessandri foi apresentado às altas autoridades, pronunciando, nessa ocasião, o prefeito Alaor Prata, o seguinte discurso:

"No momento em que, de retorno à pátria, sopitando, a custo, decerto, a nobre ânsia de a rever, v. exa. houve de penetrar, novamente, no seio carinhoso da nossa Guanabara, para, de novo, pisar esta terra tão sua amiga, não escondo o orgulho de caber a mim a grande honra de vir apresentar a v. exa., com os meus próprios, os cumprimentos mais efusivos da cidade do Rio de Janeiro.

"Entretanto, ainda que eu veja em v. excia, como toda a gente, o estadista emérito, tido, sem favor, no consenso geral de vozes entusiásticas, como uma das figuras de escol no cenário político americano, e, em quem, com legítimas razões de envaidecimento, o Chile de ufana de contar um dos seus mais preclaros homens de governo, noto que me fora impossível, se eu quisesse, oferecer apenas a v. excia. esse testemunho de nossos sentimentos de consideração e simpatia. Com a devida vênia, sr. Arturo Alessandri, confesso que eu não conseguiria excluir desta manifestação o nosso distinto apreço à digníssima senhora, que é a exma. esposa de v. excia., a cujas peregrinas virtudes, síntese encantadora dos fulgurantes dotes da mulher chilena, peço permissão para render as homenagens de meu maior respeito.

"Seja bem-vindo o casal ilustre, embora não possamos fruir a ventura do seu honroso convívio, senão durante a breve escala de um transatlântico impaciente, sequioso de retomar a solidão dos mares. É-me grato afiançar-lhe que o tempo será bastante para verificar que, achando-se conosco, não deve sentir-se em terra estranha. Nestas curtas horas de rapidíssimo contato com o nosso povo, é só querer sondar-lhe o espírito e auscultar o coração, para poder forrar-se à aflitiva sensação de ser estrangeiro, angústia inclemente, que as longas viagens comumente geram e entretêm. Seja bem-vindo o casal ilustre. Não se sintam em terra estranha, o eminente presidente do Chile e mme. Arturo Alessandri, a quem a população do Rio de Janeiro, pelo órgão de seu prefeito, ora tem a particular satisfação de assegurar a afetuosa acolhida, que por todos os títulos merecem.

"Entrem confiantes na festiva hospedagem de irmãos. Entrem, com alegria e desembaraço de gente de casa, porque a estreita, velha, tradicional - e porque não? - eterna amizade entre o Chile e o Brasil paira tão alto, que das alturas onde paira já não distingue fronteiras entre os dois países. Vê-os em íntima comunhão, confundidos no mesmo bloco de aspirações harmônicas, ambos pugnando, com o ânimo cada vez mais resoluto, pela solidariedade cada vez mais perfeita dos países americanos, pelejando, ambos, com ardor e com fé, sem desfalecimentos nem descuidos, ao serviço permanente dos mais alevantados desígnios de concórdia universal, para felicidade dos povos, para prosperidade das nações, para própria glória da espécie humana. Verifiquem-no, hóspedes queridos. A cidade está aberta a vv. excias.; entrem, sem demora".

O sr. Arturo Alessandri, sem desmentir a fama, que o faz um grande orador, respondeu com breves frases, brotadas de grande emoção. Disse que agradecia, em nome de sua pátria, onde era um culto a estima pelo Brasil e a admiração pelos seus filhos.

Revia, com prazer, a nossa linda cidade, que não é apenas uma jóia da natureza, senão também jóia trabalhada pela nossa atividade, pelo nosso engenho e amor ao progresso.

Em nome da sua pátria, em seu nome pessoal e no da sua companheira, repetiu - era com profunda satisfação que apresentava seus agradecimentos pela gentil e generosa acolhida.

Sabia que, como bem lembrava o sr. prefeito, entrando no Rio, entrava em sua casa. Ia fazê-lo, portanto, com o coração aberto, abrindo-o como o abria num viva que erguia ao Brasil.

E assim fez, sendo muito prolongadas as salvas de palmas que coroaram a sua saudação.

Em seguida, formou-se o cortejo, tomando o sr. Arturo Alessandri lugar no auto da presidência, ao lado do sr. vice-presidente da República, general Santa Cruz, e contra-almirante Júlio César de Noronha. O seu carro foi escoltado por um piquete de cavalaria, seguindo-se os demais automóveis com as demais autoridades e as comissões que o foram receber.

Desde os portões do Arsenal da Marinha até o palácio Guanabara estendiam-se forças federais, do Exército e da polícia, em duas alas, guarnecendo o itinerário por onde ia passar o cortejo presidencial, que desfilou pela Rua Visconde de Inhaúma, Avenida Rio Branco, Avenida Beira-Mar e Rua Paissandu. Os contingentes de tropas, que se apresentaram em uniforme de parada, eram constituídos do 1º e 2º regimentos de infantaria; 1º e 3ª companhias de metralhadoras pesadas; 1º regimento de cavalaria divisionária; regimento de cavalaria de polícia, dos batalhões de polícia, e o 1º grupo de artilharia pesada.

Em pontos diversos do trajeto,notadamente no Monroe, ouviram-se aclamações ruidosas ao presidente Arturo Alessandri, que correspondia às saudações populares, cumprimentando para um e outro lado, onde o povo se aglomerava.

Vieram nesta ordem os automóveis que formavam o cortejo:

1º carro, presidente Arturo Alessandri; vice-presidente da República, dr. Estácio Coimbra; general Santa Cruz e almirante Noronha; 2º carro, exma. sra. Alessandri, exma. sra. Félix Pacheco, general Azevedo Costa, embaixador Abelardo Rosas; 3º carro, embaixador Cruchaga Toccornal, senador Antonio Azeredo, embaixador Regis de Oliveira; 4º carro, mme. Cruchaga Toccornal, dr. Adolpho Azevedo e Otto Prazeres; 5º carro, senador Saavedra; 6º carro, o sr. ministro do Exterior, sr. Barbosa Lima e sr. Jorge Alessandri; 7º carro, mme. Zanartú, o sr. ministro da Justiça e o sr. Mário Alessandri; 8º carro, o sr. ministro da Fazenda e o sr. Miguel Roccoan, encarregado dos negócios do Chile; 9º carro, ministro da Marinha; 10º carro, ministro da Guerra; 11º carro, ministro da Viação; 12º, ministro da Agricultura; 13º, prefeito do Distrito Federal, acompanhado do dr. Francisco Jardim; 14º, presidente do Conselho Municipal; 15º, marechal Carneiro da Fontoura, chefe de polícia; 16º, dr. A. Carneiro Leão, diretor da Instrução; seguiam-se outros automóveis.

Passava de 11 horas e meia, quando o clarim de carros de assalto deu o sinal de sentido. Uma guarda, composta de um batalhão do 3º regimento, em grande uniforme, apresentou armas, enquanto que a banda de cornetas e tambores executava a marcha batida.

Deu entrada, então, no jardim do Palácio, o landeau conduzindo s. excia., dr. Arturo Alessandri. O ilustre viajante desceu do auto na escadaria principal do palácio, em cujo primeiro lanço se encontravam os srs. dr. Joaquim Eulálio e o cônsul Bastos, pelo Ministério do Exterior. O dr. Arturo Alessandri encaminhou-se para o salão de honra, onde foi introduzido por aquele representante de nossa chancelaria, e ali se conservou, recebendo os cumprimentos das pessoas que tomaram parte no cortejo.

Nesse momento, o piquete de lanceiros, que escoltava o landeau de s. excia., desfilou em rente ao Guanabara. Em seguida aos cumprimentos que lhe foram apresentados, o dr. Arturo Alessandri dirigiu-se aos aposentos presidenciais, que foram destinados a s. excia., no palácio Guanabara, retirando-se, então, os que haviam acompanhado s. excia.

Meia hora depois de ter-se recolhido aos aposentos, s. excia. o presidente do Chile saiu acompanhado do sr. embaixador, dr. Cruchaga Toccornal, para um passeio em automóvel pela cidade.

O percurso foi, então, Rua Paissandu, Avenida Beira-Mar e Oswaldo Cruz, e praia do Botafogo, onde s. excia. se demorou cerca de 20 minutos, na sede da embaixada de seu país, conferenciando com o dr. Cruchaga Toccornal.

Voltando ao automóvel, s. exa. foi até Copacabana e Leblon, regressando, depois, ao Guanabara.

A exma. sra. Arturo Alessandri, logo após a saída do presidente do Chile, foi, igualmente, ver alguns pontos da cidade.

No mesmo auto ia, ao seu lado, a exma. senhora Cruchaga Toccornal, esposa do embaixador chileno junto ao nosso país.

Às 14 horas, o sr. Arturo Alessandri almoçou no palácio Guanabara, tomando parte no ágape 30 pessoas, inclusive o dr. Estácio Coimbra, vice-presidente da República, e o embaixador brasileiro no Chile, atualmente nesta capital.

À tarde, chegou ao Guanabara a exma. senhora Arthur Bernardes, acompanhada do sr. Arthur Bernardes Filho, em visita ao sr. Arturo Alessandri e exma. esposa, sendo o encontro realizado no salão de honra, servindo de introdutor o chefe do protocolo, sr. Abelardo Roque. Ao eminente chefe da nação amiga foram, durante todo o dia, prestar homenagens pessoas de representação oficial, associações, grêmios etc., em uma verdadeira romaria de admiração e afeto.

Às 16,20 horas, foi recebido, em audiência especial, pelo sr. Alessandri, o dr. Epitácio Pessoa; os dois estadistas mantiveram, durante longo tempo, amistosa palestra. Foi igualmente recebido, em audiência especial, o dr. Torres Dias, embaixador do México, que proferiu uma bela saudação, em homenagem ao sr. presidente do Chile. - A.

O grande banquete realizado no Catete, em honra do sr. Arturo Alessandri e exma. esposa - RIO, 11 - (Tribuna) - Realizou-se, às 21 horas, no palácio do Catete, o banquete oferecido pelo sr. presidente da República ao sr. Arturo Alessandri, e exma. esposa, realizando-se o banquete no grande salão de festas daquele palácio.

Na mesa, em forma de C, lindamente adornada de flores naturais, os principais lugares foram ocupados pelas senhoras Arturo Alessandri, Arthur Bernardes, Cruchaga Toccornal e pelos srs. Arturo Alessandri, Estácio Coimbra e Cruchaga Toccornal.

NOTA - Devido à interrupção das linhas telefônicas para o Rio de Janeiro, deixamos de transmitir o final deste despacho, assim como outros que deviam ser transmitidos para S. Paulo.

Em S. Paulo - As homenagens que serão prestadas ao sr. presidente do Chile - Grande manifestação popular - O Antonio Delfino chegará a Santos às 14 horas - O sr. secretário do Interior virá receber o sr. Arturo Alessandri - S. PAULO, 11 (Tribuna) - O paquete Antonio Delfino, a cujo bordo viaja o sr. Arturo Alessandri, deverá chegar a Santos, das 14 às 14,30 horas.

Acompanham o ilustre estadista chileno sua exma. esposa e dois filhos; os srs. Cornélio Saavedra, major Merino Benitz, adido militar, e o dr. Luís Vargas, juntamente com duas filhas.

Na vizinha cidade, o presidente do Chile será recebido, em nome do governo, pelo dr. José Lobo, secretário do Interior, ficando, como oficial às suas ordens, o coronel Eduardo Lejeune.

Às 11 horas, descerá para Santos a comissão representativa da Câmara Municipal, que será acompanhada pelo sr. Carneiro Malla, secretário geral das comissões da Câmara. Em automóvel, o presidente Alessandri e sua comitiva virão para esta capital. A chegada a S. Paulo está marcada para as 16 horas. O grande estadista chileno será conduzido ao Hotel Esplanada, em frente ao qual formarão tropas da Força Pública para prestar as devidas homenagens ao ilustre hóspede.

Em nome da cidade, saudará s. exa., dando-lhe as boas vindas, o deputado sr. Armando Prado. No edifício da Municipalidade paulista, o distinto visitante receberá a grande manifestação popular em sua honra. No saguão da Câmara tocarão as bandas de música da Força Púbica e do 4º batalhão de caçadores.

O cortejo popular será formado no largo da Sé, falando, em nome do povo, saudando o sr. Arturo Alessandri, o sr. Antonio Covello. Desta capital, o sr. Arturo Alessandri regressará, em trem especial, a Santos, embarcando, em seguida, para o seu país. O presidente da Câmara Municipal, em homenagem ao sr. presidente do Chile, resolveu considerar ponto facultativo, amanhã, para os funcionários da Municipalidade.

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