Imagem: reprodução parcial da matéria original
Homenagem a s.a. o príncipe Aimone e ao comandante Capon
Recepção solene na Municipalidade - O banquete que a Câmara e a Prefeitura ofereceram a s. a.
no Parque Balneário Hotel
A visita do comandante Capon às autoridades municipais - Conforme noticiamos, o sr.
capitão-de-mar-e-guerra Augusto Capon, comandante do couraçado italiano Roma, acompanhado do sr. conde Ottavio Gloria, dirigiu-se ontem, às
10 horas, ao Paço Municipal, a fim de apresentar os seus cumprimentos às autoridades do município.
S. s. foi recebido pelos srs. dr. B. de Moura Ribeiro, presidente da
Câmara; coronel Joaquim Montenegro, prefeito municipal; Alfredo Freire, João Gonçalves Moreira e dr. Heitor de Moraes,
vereadores; capitão João Salermo, diretor da secretaria da Câmara, e Francisco Paino, 1º oficial da Presidência.
Conduzidos ao gabinete do sr. presidente, os distintos visitantes mantiveram uma breve palestra,
sendo-lhes servida uma xícara de café.
O sr. comandante Capon deixou impressas no livro de visitas as seguintes impressões:
"Fiero de parlare il saluto dell'Italia alla
nobile nazione ed alla cittá di Santos dove furono ospetati tanto italiane e dove queste hanno sempre trovato aiuto e protezione. - A. Capon -
Commandante la R. Nave Roma."
O conde Ottavio Gloria escreveu no mesmo livro o seguinte: "Nel
giorno in cui la visita della Roma a Santos affirma ancora ua volta i vinculi di fratellanza fra i due popoli latini. - 13 settembre 1920 - Ottavio
Gloria - Vice-consule de S. M. il Ré d'Italia."
Ao retirar-se, o comandante Capon foi acompanhado até a porta do edifício pelas autoridades
municipais.
Às 13 horas, os srs. presidente da Câmara e prefeito municipal retribuíram, a bordo do Roma,
a visita feita, convidando, ao mesmo tempo, o príncipe Aimone, o comandante Capon e oficiais do estado-maior para a recepção solene em honra de sua
alteza.
A recepção solene no Paço Municipal - O velho edifício, onde está
instalada a nossa municipalidade, apresentava um aspecto belíssimo e deslumbrante.
A escadaria de entrada achava-se coberta de palmeiras, e todas as dependências destinadas a abrigar
as autoridades se achavam floridas.
A sala das sessões da Câmara foi a escolhida para o ato solene. Nessa sala, no gabinete da
presidência, no gabinete do prefeito, nas secretarias da Câmara e Prefeitura e Biblioteca viam-se sobre as respectivas mesas belos tufos de
violetas, cravos, variada coleção de rosas esparsas, goivos, palmas contendo espécies de lírios e crisântemos, artisticamente adornados com
aspáragos e fitas.
As grades, lustres e arandelas achavam-se todas ornamentadas de musgos e folhagens.
O aspecto interno era suntuoso.
À proporção que chegavam as autoridades, eram estas conduzidas ao gabinete da Presidência e
secretaria da Câmara.
Às 15 horas chegou ao Paço Municipal sua alteza o príncipe Aimone, que foi recebido pelas
autoridades, sendo introduzido na sala das sessões. Aí, o duque de Spoleto tomou assento na cadeira presidencial, ocupando a sua direita os srs.
comandante Capon e dr. Moura Ribeiro, e a sua esquerda os srs. coronel Joaquim Montenegro e conde Ottavio Gloria.
No tablado fronteiro a sua alteza, ocuparam as cadeiras ali dispostas os representantes
consultares.
Os srs. vereadores e demais autoridades permaneceram no recinto.
Feito silêncio, o sr. dr. Moura Ribeiro, presidente da Câmara, usando da palavra, proferiu o
seguinte discurso:
"Alteza Real - Exmo. sr.
capitão-de-mar-e-guerra Augusto Capon - Distinta oficialidade do couraçado Roma:
"A Municipalidade e a cidade de Santos, que ela representa, agradecem, penhoradíssimas, a insigne
honra que lhes é conferida por v. a., pelo exmo. sr. capitão-de-mar-e-guerra Augusto Capon e pela distinta oficialidade do Roma.
"De há muito nós nos habituamos às provas de simpatia e de afeto que a gloriosa nação italiana nos
dá e que sinceramente retribuímos. A afinidade de sangue, de língua e dessa gloriosa civilização latina que felizmente recebemos, são um liame
perene entre os nossos países. A comunhão de interesses, a comunhão de vida que temos, ainda mais fortalece essa união. Cada italiano que aqui
aporta é um amigo que nos chega, um colaborador inteligente do nosso futuro.
"O notável tribuno Enrico Ferri disse uma verdade quando aqui afirmou que o mais rústico camponês
italiano era um fator de progresso, porque trazia armazenados no cérebro dois mil anos de civilização.
"No Estado de S. Paulo, os italianos fraternalmente têm trabalhado conosco para que, com justiça,
possamos considerar São Paulo a glória da nossa Federação, o orgulho de todos nós que vivemos na livre pátria brasileira.
"Saúdo v. a. r. e o exmo. capitão-de-mar-e-guerra Augusto Capon, e peço um viva à gloriosa nação
italiana".
Uma salva de palmas abafou as últimas palavras do orador.
Falou, agradecendo, o sr. comandante Capon, que teve palavras de carinho para o Brasil,
principalmente para o nosso Estado, que muito admirava e considerava como uma segunda pátria, pela hospitalidade generosa e auxílio que nele
encontram os filhos de sua pátria.
Ao terminar a sua peroração, o sr. comandante Capon foi aplaudido.
A seguir, foi servida uma taça de champanha a todos os presentes, e logo as autoridades foram
apresentadas a s. a., no gabinete da presidência da Câmara.
A apresentação das autoridades era feita a s. a. pelo cone de Gloria, e a este pelo sr. Francisco
Paino, 1º oficial da presidência da Câmara.
No livro dos visitantes inseriram os seus nomes as seguintes pessoas:
S.a. Aimone de Savoia, A. Capon, E. Accorretti, dr. L. Baldovino, G. Bossato, Carlo Simen, Almasio
Smelio, oficiais do estado-maior; conde Ottavio Gloria, vice-cônsul da Itália; Oscar Lundqwist, vice-cônsul da Suécia; Francisco José Castro, cônsul
do Uruguai; deputado A. S. Azevedo Júnior, presidente do comitê de honra brasileiro; tenente-coronel José Pacheco de Assis, chefe da comissão de
Defesa de Santos; cap. Alberto Baker, comandante do forte Duque de Caxias; Manuel Augusto de Oliveira Alfaya, cônsul do Paraguai; Júlio Doneux,
vice-cônsul da Bélgica; C. O. Kenyon, vice-cônsul da Inglaterra; capitão José Martiniano de Carvalho, comandante do Corpo de
Bombeiros; capitão José Pedroso de Oliveira, comandante do destacamento de polícia, representando o sr. dr. Ibrahim Nobre, delegado regional;
Armando Lichti, vice-cônsul da Noruega; W. H. Lawrence, vice-cônsul dos Estados Unidos; Arthur Gerard Parsloe, 2º vice-cônsul dos Estados Unidos;
tenente Innocencio da Costa Cruz, capitão Fianguido Bordol, do couraçado Roma; Alvise Emo, 2º tenente do Roma; tenentes Marcellino
Cruz e Américo Moretti, deputado dr. A. Bias Bueno, procurador judicial da municipalidade; Ernesto Braga, pelo inspetor e pelo guarda-mor da
Alfândega; dr. Oscar Loefgren, inspetor de Imigração; Carmine Neri, pela Sociedade Italiana de Beneficência; Augusto
Marinangeli, Braz Barone, Paschoal Caruso, Saverio Angrisani, dr. Giuseppe Schizzi, dr. Henrique Ricci di Sant'Agostino, membros do comitê italiano;
Nicolas Fernandes Esteves, encarregado do consulado espanhol; Antonio De Maria, Michele Leonetti, João Baptista Cardoso, dr. Albertino Moreira, dr.
Augusto M. Barbosa, juiz federal seccional; Joaquim Eugênio de Lima Júnior, Dermeval da Cunha Brito, pela Agência Americana; Gomes dos Santos, A.
Perillo, Antonio Xande, administrador da Recebedoria de Rendas, e Benedicto Calixto.
Estiveram presentes à recepção os vereadores srs. comendador João Manuel Alfaya Rodrigues, Arnaldo
Ferreira de Aguiar, Alfredo Freire, Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, João Gonçalves Moreira e dr. Heitor de Moraes.
À saída de s. a., a banda do Corpo de Bombeiros, que se achava em frente ao edifício da
municipalidade, executou a Marcha Real Italiana e o Hino Nacional.
O príncipe Aimone e o comandante Capon regressaram a bordo na limusine da Presidência.
O banquete no Parque Balneário
No salão nobre do Parque Balneário Hotel realizou-se ontem, às 20 horas, o
banquete que a Câmara e a Prefeitura Municipal ofereceram a s. a. o príncipe Aimone de Savoia-Aosta, duque de Spoleto e ao comandante Capon, do
couraçado Roma, da Marinha de guerra italiana.
Antes da hora determinada para o início do banquete, achavam-se presentes todos os convidados.
Grande massa popular enchia o jardim do Parque, e o terraço do hotel era ocupado por gentis e
encantadoras senhorinhas da nossa melhor sociedade.
Defronte ao terraço, no jardim do hotel, a banda do Corpo de Bombeiros executava escolhidas peças
do seu repertório.
Às 19,45 horas, deu entrada no Parque o príncipe Aimone, acompanhado do comandante Capon, do
vice-cônsul da Itália e oficialidade do estado-maior.
A banda de Bombeiros executa o Hino Nacional Italiano, anunciando, assim, a chegada dos
ilustres hóspedes.
No saguão do hotel, s. a. é recebido pelas autoridades e conduzido para um dos salões.
Precisamente às 20 horas, o príncipe, o comandante e oficialidade são levados para o salão do
banquete, onde já se achavam todos os convivas.
O aspecto dessa dependência era verdadeiramente deslumbrante e encantador.
Quatro mesas, em forma angular, simetricamente dispostas, formavam um quadrado, ficando ao centro a
mesa principal.
Pequenas e elegantes lâmpadas, de grande efeito estético, estendiam-se ao longo das mesas, em
grupos de três, com as cores da bandeira italiana.
As mesas estavam engalanadas, ao redor, com fitas tricolores.
Belas palmas de rosas encarnadas e buquês de cravos faziam sobressair a estupenda ornamentação.
Os lustres achavam-se cobertos de crisântemos e finas folhagens, apresentando raro aspecto.
Por toas as portas, um contingente de gentis senhoritas do escol santense e senhoras da nossa elite
estacionavam, contemplando o lindo aspecto que ofereciam o luxuoso salão e o banquete, ao mesmo tempo que admiravam alegremente as personalidades
homenageadas.
No camarim situado no plano superior do salão, onde foi localizada uma excelente orquestra,
viam-se, entrelaçadas, as bandeiras brasileira e italiana, cobertas de raras e custosas flores.
Ocupou o lugar de honra, na mesa central, s. alteza o príncipe Aimone de Savoia.
À sua direita sentaram-se os srs. dr. Moura Ribeiro, presidente da Câmara; dr. Francisco de Paula e
Silva, juiz de direito da 1ª vara; deputado A. S. Azevedo Júnior, presidente do comitê de honra brasileiro; tenente-coronel José Pacheco de Assis,
chefe da Comissão de Defesa Militar; dr. José Ribeiro de Mello, cônsul de Portugal; Júlio Doneux, vice-cônsul da Bélgica; Manuel Augusto de Oliveira
Alfaya, vice-cônsul do Paraguai; Rulf Silvestson, vice-cônsul da Dinamarca; G. A. Honning, vice-cônsul da Holanda; conde Ottavio Gloria, vice-cônsul
da Itália; e Arnaldo Ferreira de Aguiar, vice-prefeito municipal.
À esquerda, tomaram assento os srs.: coronel Joaquim Montenegro, prefeito municipal; dr. Mário de
Almeida Pires, juiz de direito da vara criminal; cav. Augusto Marinangeli, presidente do comitê executivo italiano; d. Francisco José de Castro,
cônsul do Uruguai; C. O. Kenyon, vice-cônsul da Inglaterra; capitão-tenente Aronetti; Armando Lichti, vice-cônsul da Noruega; Oscar Lundqwist,
vice-cônsul da Suécia; Arthur Gerard Parsloe, vice-cônsul dos Estados Unidos; dr. Ibrahim Nobre, delegado regional; comendador João Manuel Alfaya
Rodrigues, vice-presidente da Câmara; e capitão-de-mar-e-guerra Capon, comandante do couraçado Roma.
Nos outros lugares sentaram-se os srs.:
1ª mesa - Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, vereador; dr. Souza Dantas, dr. A. Bias Bueno,
procurador judicial da Câmara; dr. J. Carvalhal Filho, sub-procurador fiscal do Estado; cav. dr. Vito Celli, major-médico C. Baldoino; dr. Victor de
Lamare, presidente da Associação Protetora da Infância Desvalida; dr. Estácio Correa, juiz de paz; João Baptista Cardoso, membro do comitê italiano;
capitão-de-corveta Batta Tossati, do couraçado Roma; dr. Roberto Simonsen, diretor das Companhias Construtora e Frigorífica de Santos; dr.
Antonio Assumpção, presidente do Jockey Club de Santos; Carmine Neri, membro do comitê italiano; capitão-tenente Gian Guido, do couraçado Roma;
Charles Murray, da Associação Comercial; o capitão José Pedroso de Oliveira, comandante do destacamento de polícia.
2ª mesa - Srs.: Alfredo Freire, vereador; dr. Heitor de Moraes, vereador; Olívio Alves
Ferreira da Silva, da Associação Comercial; dr. Jovino Faria, 1º tenente Rocco Simen, do couraçado Roma; dr. Enrico Ricci de Sant'Agostino, do
comitê italiano; Wallace Simonsen, da Câmara Sindical dos Corretores de Café; capitão Alberto Eduardo Baker, comandante do forte Duque de Caxias;
dr. Norberto Cerqueira, promotor público; dr. Alberto Bianchi, do comitê italiano; 1º tenente Alvise Emo, do couraçado Roma; José da Silva
Gordo, do comitê italiano; Olegário Lisboa, presidente do Tiro Naval; dr. Oscar Loefgren, inspetor de Imigração; 1º tenente Sílvio Marescalchi, do
couraçado Roma; José Candido Cavalcanti, guarda-mor da Alfândega, interino; e Trajano Lyra, da Câmara dos Corretores de Café.
3ª mesa - Srs.: João Gonçalves Moreira, vereador; Eduardo Monteiro dos Reis, da Associação
Comercial; 1º tenente Giorgio Foscari, do couraçado Roma; dr. Attilio Soraroli, do comitê italiano; Felippo Tomaselli, do comitê italiano;
Antenor da Rocha Leite, juiz de paz; dr. Raul Mocchi, do comitê italiano; 2º tenente Aurélio Almasio, do couraçado Roma; José Pagano, do
comitê italiano; Delfino Stockler de Lima, inspetor da Instrução; capitão José Martiniano de Carvalho, comandante do Corpo de Bombeiros;
representantes do Fanfulla; dr. José Schizzi, do comitê italiano; Jayme Diniz, presidente da Sociedade União Operária; e Armando Canongia,
pelo Jornal da Noite.
4ª mesa - Srs.: Luiz Alves de Carvalho, presidente da Federação Paulista das Sociedades do
Remo; Henrique Soler, presidente da Associação Santista de Esportes Atléticos; Alberto de Carvalho, pela A Nota e Commercio de Santos;
tenente Carmelo Messini, do couraçado Roma; Ugo Carraresi, do comitê italiano; capitão Amando Stockler, diretor geral da Prefeitura
Municipal; Edistio Camargo dos Santos, Eduardo Barra, do comitê italiano; guarda-marinha Francesco Catteschi, do couraçado Roma; Nino
Paganetto, Heitor Bellache, secretário do Santos F. Club; Francisco Andrade, pela A Platéa; Dermeval Brito, pela Agência Americana; cav.
Mamferoci, capelão militar; Álvaro Rodrigues dos Santos, pela Sociedade H. dos Empregados no Comércio; e Francisco Paino, pela A Tribuna.
O menu foi excelentemente organizado e constou do seguinte:
Galantina di perniciotti
Consummato Savoiardo
Marinara di Ragno
Boccatine di Sfogliata
Filleto di bue Reggenza
Asparagi salsa Maltese
Tacchino alla Brasiliana
Bomba "Etna"
Torta Marguerita
Frutta in ghiaccio
Champagna - Cinzano - Acqua Minerale - Caffe.
Uma esplêndida orquestra executou, durante o ágape, o seguinte programa:
1 - Serenata Araba - Frontini.
2 - Sinfonia - G. D'Arco - Verdi.
3 - Loreley - Danza delle Ondine - Catalani.
4- Gavotta - Rolanda - Leon-cavallo.
5 - Intermezzo - La Serenade - Tosti.
6 - Sinfonia - Il Guarany - C. Gomes.
7 - Marcia - A passo di soldato - Barbieri.
Nos intervalos da orquestra, a banda do Corpo de Bombeiros tocava variadas peças.
Durante o banquete, a alegria, o júbilo reinava francamente, estabelecendo-se animada palestra
entre os comensais.
Ao dessert, usou da palavra o sr. coronel Joaquim Montenegro, que disse:
"Exmo. sr. comandante
"Alteza
"A cidade de Santos acolhe com respeito e simpatia a visita dos representantes oficiais da grande
gloriosa nação italiana.
"Associando-se às homenagens que lhes forem tributadas, ela faz votos sinceros para que sua alteza
e a brilhante oficialidade do couraçado Roma tenham grata permanência neste pedaço de terra brasileira - o primeiro em que se fez sentir,
pelos mais sugestivos exemplos de trabalho, a ação inteligente e operosa e honesta do elemento italiano.
"Em nome da cidade, levanto a minha taça em honra da Itália, nobre e generosa, personificada no
vulto ilustre de sua alteza o príncipe Aimone".
O sr. prefeito municipal recebeu entusiástica salva de palmas ao terminar a sua oração.
Levantou-se, em seguida, o sr. comandante Capon, para agradecer o brinde.
O distinto oficial disse, em resumo, que agradecia, penhorado, a manifestação de apreço e simpatia
das ilustres autoridades municipais. Cada instante que passava, a comoção aumentava em si, na pessoa de s. a. e demais oficiais, pelo carinho com
que o povo desta boa e generosa terra recebia os filhos da Itália, terra que honra o grande Estado de São Paulo e que eleva sobremaneira o nome
deste hospitaleiro país.
Sentia-se feliz naquele momento, que jamais olvidaria, por ver confraternizados brasileiros e
italianos, representantes da raça latina, na mesma comunhão de pensamentos.
Terminou dizendo que, ao trazer aos seus compatriotas distantes da Mãe-Pátria a saudação do seu
governo, encontrou no Brasil, principalmente no Estado de S. Paulo, uma segunda pátria, que considera e estima com o mesmo ardor e sentimento
patriótico, por ver que aqui vivem, felizes e contentes, os seus compatriotas.
Aceitava e ao mesmo tempo agradecia, em nome de s. a. e em seu próprio nome, profundamente
desvanecido, mais aquela manifestação de simpatia das nossas autoridades.
Uma salva de palmas abafou as últimas palavras do comandante do Roma.
Momentos depois, os comensais levantaram-se, para dirigirem-se a ouro salão, onde se realizou uma
belíssima parte dançante, que decorreu animadíssima.
Assim terminou a estupenda e expressiva festa de ontem, em que o poder público municipal de Santos,
mais uma vez, registrou um grande acontecimento na intensa vida administrativa-social santense.
Outras notas
O programa de hoje - Grande baile no Hotel do Parque
O príncipe Aimone di Savoia-Aosta visitará hoje, às 14 horas, as escolas que funcionam na sede da
Sociedade Beneficente Italiana.
Em seguida s. a. percorrerá, em companhia do comandante Capon e demais autoridades, em visita,
vários estabelecimentos de comércio, armazéns de café etc.
À noite, às 22 horas, terá início, nos luxuosos salões do Parque Balneário Hotel, o grande baile
promovido pela colônia italiana em honra a s. a., para o qual foram convidadas todas as autoridades, corpo consular, pessoas gradas, diretorias das
várias instituições que compõem o comitê de honra brasileiro, sócios, e suas famílias, do Club XV, Eden Santista e Parque-Club, membros da colônia
italiana e imprensa.
O baile de hoje será registrado, nos anais da sociedade santense, como um extraordinário
acontecimento.
O concurso da banda de música da Sociedade Colonial Portuguesa - Ao noticiarmos, ontem, as
festas promovidas em homenagem a s. a. o príncipe Aimone di Savoia-Aosta, dissemos, por um lapso, que a Sociedade Musical União Portuguesa havia
tomado parte nas mesmas.
Retificando a nossa notícia, temos a aduzir que o concurso prestado pela Sociedade Musical Colonial
Portuguesa foi devidamente apreciado, não só pela nossa população, como pelas comissões de festejos, em virtude da sua contribuição para o
brilhantismo de que se revestiu a homenagem ao duque de Spoleto. |