Flávio considera a agilidade imprescindível na comunicação
Foto: Mingo Duarte, publicada com a matéria
Região é notícia a partir de amanhã na programação da TV Mar
Da Reportagem
A partir de amanhã mais uma emissora de televisão estará
atuando a pleno vapor na Baixada Santista e região. Trata-se da TV Mar, afiliada da TV Manchete. Na verdade, a emissora já opera desde dezembro
último, transmitindo a programação normal da Manchete e incluindo material de publicidade, gerado na região> Durante o Carnaval, porém, já irão ao
ar flashes jornalísticos.
A TV Mar atingirá Baixada Santista e Litoral Sul até Bertioga, com previsão de no prazo de dois
anos chegar a Ubatuba, São Sebastião e Caraguatatuba. A programação será transmitida pelo Canal 8 (VHF), para Santos, Praia Grande, Cubatão e São
Vicente; canal 27 (UHF), para Guarujá e Bertioga e Canal 14 (UHF) para o Litoral Sul.
À frente da emissora estão dois jovens, Flávio Henrique Cuoghe, 30 anos, e seu irmão Sérgio
Henrique Cuoghe, 29 anos. O primeiro responde por todo o processo administrativo, enquanto Sérgio é o responsável pelas áreas técnica e artística.
A base da operação da TV Mar será o jornalismo. Tanto que já estão sendo preparadas as equipes
externas, que integrarão a Central de Jornalismo. Além do destaque para a informação, a emissora terá também programas de entrevistas e esportes,
bem como sobre outros assuntos de interesse para a Baixada Santista.
Ampla programação - Flávio Cuoghe faz mistério quanto ao tempo que a TV Mar terá para seus
programas. Mas garante: "O tempo que temos disponível é suficiente para exibição de ampla programação".
Ele diz também que dentro de um ano a emissora já deverá estar com toda a programação no ar.
"Nesta primeira fase já deveremos ter espaço fixo para jornalismo, que deverá ser apresentado à noite".
Para garantir a qualidade de seus programas, a TV Mar conta com o sistema beta, um equipamento de
videoteipe considerado o melhor, que, segundo Flávio, a Globo usa para suas novelas e programas nobres, como o Jornal Nacional. Além de três
conjuntos betas, a emissora trabalha também com o mesmo número de equipamentos Super VHS, mais leves e ágeis que o beta, e de qualidade também
considerada das melhores.
Ilha de edição - Completando o sistema, há uma ilha de edição com computação gráfica para
produção de comerciais, de última geração, e geradores de caracteres, "que não perdem para nenhuma produtora de Santos", garante Flávio.
Para ele, é difícil dissociar a TV do Sistema Mar de Comunicação, que inclui as Rádios Enseada e
Serra do Mar. "Já estamos montando uma central de jornalismo computadorizada, onde todos esses veículos se comunicam entre si. Uma empresa de
comunicação tem, antes, que se comunicar entre si. Temos, basicamente, para dois funcionários um terminal de computador. E todos conversam:
departamento comercial com administrativo, com o financeiro, com o jornalismo etc. Essa estrutura ainda está para ser terminada, mas os equipamentos
já estão à nossa disposição".
Câmeras beta, ponto de apoio da área técnica da emissora
Foto: Mingo Duarte, publicada com a matéria
Apaixonado pela comunicação
Flávio Henrique Cuoghe tem 30 anos e é formado em Direito pela PUC de São Paulo. Possui
experiência de sete anos no ramo da comunicação. Sérgio Henrique Cuoghe, 29 anos, é formado em Rádio e Televisão pela Fundação Armando Álvares
Penteado (Faap). Segundo Flávio, "a comunicação é quase como uma doença, quando se entra é muito difícil sair".
Ele diz que acabou se apaixonando pelo trabalho no ramo, e por isso procura se especializar cada
vez mais. Fez vários cursos de administração e freqüenta feiras internacionais de equipamentos para comunicação.
"A cada seis meses os equipamentos evoluem, com rapidez incrível; precisamos estar atentos a todas
as mudanças. Nós estamos sempre aprendendo. Nunca vai chegar o momento em que concluiremos que sabemos tudo, pois isso significará que nossas
emissoras estarão estagnadas", diz Flávio.
Como não poderia deixar de ser, as expectativas dele são excelentes. "A Baixada Santista está
vivendo uma nova era, aliás, atrasada em relação a outras cidades, como Campinas e Ribeirão Preto, mas vamos resgatar tudo o que ela tem de melhor.
Em Campinas, com emissora há 14 anos, e Ribeirão Preto, há 10, a televisão contribuiu muito não só como informação regional, mas também no resgate
da cultura. É o que nós vamos fazer também nesta região".
A ilha de edição da TV Mar inclui equipamentos de última geração
Foto: Mingo Duarte, publicada com a matéria
Mercado é suficiente para todos
Com quatro emissoras operando na região - TV Tribuna, TV Brasil, TV Litoral e agora
TV Mar -, há mercado suficiente para todas? Flávio acha que sim: "O mercado publicitário cresce à medida que surgem os veículos de comunicação. Nós
contamos com o maior parque industrial do Estado de São Paulo, o maior porto da América Latina e temos a região turística mais rica do País. Cabe
aos veículos de comunicação explorarem todas essas possibilidades publicitárias".
Acostumados ao meio, Flávio e seu irmão, apesar de jovens, estão prontos para o novo
desafio. "Acho a televisão um veículo moderno, rápido e ágil, que necessita de cabeças jovens para ser tocado", acredita Flávio. "É preciso ser
dinâmico e ter jogo de cintura. Não pode haver indecisão, é preciso agir, produzir e divulgar rapidamente".
Ele também acredita que as emissoras locais vão contribuir para o desenvolvimento e
divulgação da região. "A TV Mar está absorvendo mão-de-obra local. Somente alguns funcionários são de foram, principalmente os de nível técnico,
porque a televisão é um veículo novo na Baixada Santista. Muitos profissionais que trabalhavam em São Paulo, mas moravam em Santos, nós estamos
aproveitando também".
Pesquisa de mercado - A direção da TV Mar não se preocupou com pesquisas sobre
a programação que o público da região gostaria de ver. "Não fizemos pesquisas, mas já sabemos que são de interesse do público os programas
esportivos e o jornalismo. Todo o aspecto de turismo e de serviços nós também pretendemos desenvolver".
Ele reafirma que as televisões por si só já desenvolvem o mercado. "Uma pessoa que
tem negócio em Santos e anuncia para a Baixada Santista vai sentir necessidade de montar outra loja em Guarujá ou outra cidade da região. Dessa
forma, diminuirá o custo da publicidade, pois de uma só vez estará anunciando seus dois estabelecimentos comerciais. Esse comportamento foi
observado em outras praças, como verificamos em visita a outras emissoras".
Flávio reafirma o porto de Santos como uma das maiores fontes de informação, ao lado
do Parque Industrial de Cubatão. "Esses setores são notícia todos os dias, tanto de interesse local como nacional. Já estamos vendo algumas
emissoras da região entrando em rede nacional, porque nós temos matéria permanente nos setores de porto, turismo e serviços".
A programação da TV Mar será variada, com o objetivo de atender a interesses
diversos. "Uma emissora não deve tomar partidos. Tem que dar a informação exata e precisa do que está acontecendo para que a população tenha
consciência dos fatos. Um veículo de comunicação tem que ser também democrático, aberto e voltado para informar bem".
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