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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PROCISSÕES - 5
Senhor do Bom Fim

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Uma procissão que deixou de ocorrer é a do Senhor do Bom Fim, no domingo seguinte à festa da Padroeira de Santos, no Monte Serrate:
 


Procissão em 9 de setembro de 1990 - a última
Foto: acervo de professor e pesquisador Francisco Carballa

A procissão do Senhor do Bom Fim

Francisco Carballa (*)

A imagem de Nosso Senhor do Bom Fim, até 1906, ficava no pequeno altar mor da capela do Monte Serrat, na parte de cima do retábulo, ficando a Virgem Maria no nicho logo abaixo e acima do sacrário. Com a demolição desse altar que, segundo alguns, estava arruinado pelo tempo, e a necessidade de se reformar a igreja, inclusive retirando seu piso de madeira, foi feito um novo altar em mármore e a imagem do crucificado foi colocada na parede lateral esquerda da nave da capela.

Sempre ocorreu em Santos no Monte Serrat a procissão chamada dos barraqueiros ou do Senhor do Bom Fim (7º passo da Paixão), quando o crucifixo que é venerado no santuário era conduzido pelos Congregados Marianos pelo cimo do monte.

Sempre era realizada no domingo mais próximo do dia 8 de setembro e seu horário mudava conforme o padre responsável da capela, mas na maioria das vezes ocorreu tradicionalmente às 16 horas.

Quando começavam a repicar os sinos em tom festivo, a imagem secular de Jesus Crucificado era descida com cuidado, amparada por duas longas varas com argolões de ferro nas pontas. Então começava o povo a entoar o popular hino "Queremos Deus", e assim saía o cortejo pelo lado direito da igreja, dando a volta por todo o cimo do monte. Já na parte esquerda, após muitas orações, era entoado o hino da Padroeira. Assim retornando, com o mesmo repique de sinos, a procissão adentrava a capela e a imagem de Cristo era colocada em seu lugar, na parede direita da capela. Logo após começava a celebração da Santa Missa, encerrando assim os festejos da padroeira de Santos.

Quanto à sua origem, foi esclarecido pelos mais velhos que o objetivo era pedir que as pestilências e epidemias fossem afastadas da região da Baixada Santista, por isso o compromisso de se fazer tal manifestação de fé pública com a imagem de Nosso Senhor. Realmente, a cidade foi vítima, até o início do século XX, de muitas epidemias sanadas pela Comissão Sanitária de Santos - que, na visão popular, foi o instrumento que Deus achou para atender seu povo.

Contavam as pessoas mais velhas que antes saía acompanhando a procissão a imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat. Sua última realização foi em 1990.

(*) Francisco Carballa é professor e pesquisador em Santos.


Procissão em 9 de setembro de 1990 - a última
Foto: acervo de professor e pesquisador Francisco Carballa

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