O Cine Macuco estreou com dois filmes que já estavam em cartaz no circuito santista de cinemas, Dois Fantasmas-Vivos e Os Desafios de Lassie
Jornal A Tribuna, 13/10/1951, pág. 15.
Cartaz do filme: Acervo IMDB
13/10/1951 a 27/10/1968 – Cine Macuco – Av. Pedro Lessa, 196, lembrado pelos santistas pelas cortinas cor-de-rosa. Foi inaugurado com os filmes Dois Fantasmas-Vivos, da 20th Century Fox, com Stan Laurel e Oliver Hardy (o Gordo e o Magro) e o mágico Dante, e Os Desafios de Lassie, dirigido por Richard Torpe.
Esta foi a última programação divulgada pelo Cine Macuco
Publicado no jornal santista A Tribuna, em 27/10/1968, página 11 do terceiro caderno |
Em outubro de 1968, o Cine Macuco exibiu no dia 27 seu último filme, A Queda do Império Romano, com Sophia Loren, Stephen Boyd, James Mason, Mel Ferrer e Alec Gainnfe, publicando no dia seguinte lacônica informação de duas linhas sobre o encerramento das suas atividades. |
"Acompanhado de um nacional', o filme estadunidense Sinfonia de Paris (Um Americano em Paris) foi exibido na estreia do Cine Caiçara, em 1952
Jornal A Tribuna, 15/5/1952, página 11
15/5/1952 a 31/1/1986 – Cine Caiçara – Av. Conselheiro Nébias, 849, Boqueirão, ex-Cine Miramar.Inaugurado em 15 de maio de 1952, como sucessor do Cine Miramar, manteve-se em atividade até janeiro de 1986, sendo os últimos meses dedicados à exibição de filmes pornográficos. Em 31 de janeiro de 1986, apresentou-se em seu palco a artista Dercy Gonçalves.
Dercy Gonçalves apresentou seu espetáculo no Caiçara em 31 de janeiro de 1986 Jornal A Tribuna, 31/1/1986, página 25
Em seguida, o cinema mergulhou no silêncio. Descobriu-se deois que havia um mutivo para isso: em 17 de janeiro de 1988, os vizinhos denunciaram que ele estava sendo clandestinamente demolido há quatro meses, com risco à segurança dos moradores do Edifício Caiçara. [[Mais...]].
Vizinhos denunciaram: há quatro meses ocorria a demolição clandestina do cine Caiçara, com risco aos moradores do edifício
Jornal A Tribuna, 17/1/1988, página 8
24/9/1952 a 28/2/1967 – Cine Marapé – Av. Pinheiro Machado, 671, Campo Grande (devido à forma de divisão dos bairros santistas!). Foi inaugurado em 1952, pela Empresa Cinemas de Santos Ltda., com os filmes Os Filhos dos Mosqueteiros (com Cornel Wilde e Maureen O’Hara) e Você já foi à Bahia?, desenho-animado de Walt Disney.
Além de lançar o filme junto com o Cine Atlântico, o Cine Marapé divulgou o espetáculo de samba Jornal A Tribuna, 3/2/1955, página 15
No Carnaval de 1955, o bloco carnavalesco Dengosas do Marapé organizou neste cinema um espetáculo misto de palco e tela, com avant-première do filme Sangue por Sangue (The Man from the Alamo, com Glenn Ford e Júlia Adams) e um show carnavalesco com cartazes do rádio nacional. Pela proximidade, o cinema passou a ser escolhido também para as formaturas dos alunos da escola Olavo Bilac. E quando o Clube Sírio-Libanês comemorava seu terceiro aniversário, em setembro de 1955, os associados foram brindados pela diretoria com a exibição de um filme árabe naquele cinema.
Nota lacônica informava em 28/2/1967 ser o último dia de atividades do Cine Marapé Jornal A Tribuna, 28/2/1967, página 19
Em 8/4/1966, o jornal A Tribuna divulgava que o cinema exibiria em matinée e soirée o desenho-animado de longa-metragem A Guerra dos Dálmatas, de Walt Disney. O cinema continuou funcionando, até que em 28/2/1967 comunicou laconicamente ao público ser o último dia de atividade, com a exibição à noite dos filmes Vem Voar Comigo (com Dolores Hart) e Os Velhos Tempos do Magro e o Gordo. Em 3/9/1971, após grande reforma no prédio, foi ali instalada a loja 67 dos Supermercados Pão de Açúcar.
Cine Cacique foi inaugurado em 1953 com o filme O Rei do Samba, protagonizado por Benê Nunes Jornal Correio da Tarde, 30/6/1953, página 3
30/6/1953 a 2/1/1966 – Cine Cacique – Av. Rodrigues Alves, 139, perto da Av. Senador Dantas, Macuco. Ex-Cine Popular, teve as instalações modernizadas e reabriu em junho de 1953 com o novo nome e os filmes O Rei do Samba (com Bené Nunes) e Amarga Esperança (com Farley).
Cine Cacique encerrou as atividades com uma nota sobre a entrega do prédio a partir do dia 2 de janeiro
Jornal A Tribuna, 1-2/1/1966, página 11/2º caderno
Seu final foi registrado por uma nota lacônica em A Tribuna de domingo/1 e segunda-feira/2 de janeiro de 1966: “Segunda-feira – Às 20 horas – Atividades cinematográficas definitivamente encerradas para entrega do prédio”. No próprio dia 2, operou normalmente, com a matinê às 14 horas e soirée às 20 horas com os filmes Quando Amar Não é Pecado (com John Mills) e O Tesouro dos Renegados, com Lex Barker.
Com erro de composição no anúncio, o Iporanga estreou em 1953 com Jennie, estrelado por Jennifer Jones
Jornal Correio da Tarde, 7/8/1953, página 3. Cartaz do filme: acervo IMDB
7/8/1953 a 4/3/2001 – Cines Iporanga/Iporanga 1/2/3 – Av. Ana Costa, 469, Gonzaga. O Iporanga surgiu em 1953 com o filme Jennie (O Retrato de Jennie), produzido por David Selznick, dirigido por William Dieterle e protagonizado por Jennifer Jones, Joseph Cotten e Ethel Barrymore. Nessa data, o anúncio no Correio da Tarde salientava as "poltronas estofadas e ar condicionado perfeito".
Em fevereiro de 1954, o Iporanga suspendeu as atividades para apurar um boato de risco estrutural
Jornal Correio da Tarde, 5/2/1954, página 3
O cinema interrompeu as atividades em 5/2/1954 para solicitar que a fiscalização da Prefeitura apurasse boatos de que o prédio poderia ruir. Feitos os testes estruturais e liberado, foi reaberto em 13/5/1954, quando exibiu O Maior Espetáculo da Terra, com Betty Hutton.
O Maior Espetáculo da Terra reabre o Iporanga, comprovada a segurança estrutural pelo laudo do IPT
Jornal A Tribuna, 13/5/1954, página 13
Conta o site Overmundo que "o cinema apresentava uma decoração composta por painéis artísticos que ao apagar das luzes se transformam em símbolos do zodíaco, salão de espera com luxuoso bar e televisão e plantas tropicais colocadas sobre adornos de mosaicos coloridos".
Dia 6, criado o Iporanga Music Hall. Dia 7, o Novo Iporanga inicia atividades com o filme Papillon
Jornal A Tribuna, 6/1/1975, página 11 e 7/1/1975, página 23
Após reforma, foi reaberto em 7/1/1974 como "Novo Iporanga", exibindo o filme Papillon, estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman. Um dia antes (6/1/1974), foi inaugurado o Iporanga Music Hall (Iporanga 3), com a cantora Maria Bethânia e Terra Trio.
Um Casal Perfeito, de 1979, inaugurou o cine Iporanga 2, naquele mesmo ano Jornal A Tribuna, 25/10/1979, página 22
O Iporanga 2 foi inaugurado em 26/10/1979, no extinto pullman do Cine Iporanga, que passou a dispor de 1.100 lugares. Com capacidade para 550 pessoas, teve projeto do decorador Ademir Fontana – que revestiu a sala nas cores marrom e bege, dentro do propósito de destiná-lo a filmes alegres e românticos, como o da estreia, Um Casal Perfeito, de Altman, com Paul Dooley e Marta Heflin.
Este Crime Chamado Justiça (In Nome Del Popolo Italiano) inaugurou o Iporanga 3, em 1976 Jornal A Tribuna, 27/5/1976, página 28. Cartaz do filme: Acervo IMDB
Já o Iporanga 3 tinha sido inaugurado em 28/5/1976, com 170 lugares, destinando-se a ser um ponto de encontro de jovens e adultos, com filmes de bom nível, como o exibido na estreia: Este Crime Chamado Justiça, de Dino Risi.
O fim destas três salas de projeção ocorreu em 4/3/2001, data que marca também o fim da participação da firma Freixo na cinematografia santista. [[Mais...]].
Círculo Operário do Embaré apresenta o filme Joanna D'Arc para os associados, em 1954 Jornal A Truibuna, 28/7/1954, página 4
...28/7/1954 a 22/11/1969... – Principalmente nesse período, o Círculo Operário do Embaré (C. O. E.) promovia em suas instalações na Rua Padre Visconti, 12 e depois na Rua Conselheiro Lafayette, 35, Embaré, sessões de cinema longa-metragem para os associados e familiares, entre outras atividades artísticas, teatro, palestras, bailes e excursões.
O chamado Cine Operário, como veio a ser denominado com a continuidade das projeções, era uma das atividades mais constantes de um clube que, mesmo não mais destacando agora essas projeções, continua no século XXI promovendo eventos em suas instalações.
Em 1964, o C. O. E. apresentava um longa-metragem colorido, na sede da Rua Conselheiro Lafayete, 35
Jornal A Tribuna, 15/2/1964, página 7
19/3/1953 a 1979 – O já tradicional Centro Português de Santos inaugurou em sua sede, em março de 1953, o Cine Centro Portuguez, exibindo o filme Coração Ingrato, com Carla del Poggio cantando a música-tema. Filme para o público adulto, que seria a tendência deste cinema nas décadas seguintes. Em 1956, transformou seu salão-teatro em Cine-Teatro Júlio Dantas, na Rua Amador Bueno, 188.
O filme Coração Ingrato iniciou as atividades do novo Cine Centro Português, no espaço depois batizado como Teatro Júlio Dantas Jornal A Tribuna, 19/3/1953, página 13
11/1/1958 a c.1973 – Cine (Teatro) Santos F.C. – Rua Princesa Isabel, esquina de Rua Tiradentes (dentro do Estádio Urbano Caldeira, com entrada também pela Rua José de Alencar, 26), na Vila Belmiro. Começou com exibições de cinema em seu ginásio, para os associados, como em 9/10/1953 (O Diário, página 2). Na estréia do cinema, em 1958, exibiu o filme O Mundo da Fantasia, em cinemascope. Nos meses seguintes, passou por várias mudanças no nome e no desenho da logomarca e das peças publicitárias.
Em janeiro de 1958, surgiu o Cine-Teatro Santos Football Club, que nos anos seguintes mudaria várias vezes de nome e logomarca Jornal A Tribuna, 11/1/1958, página 13
A partir de 1/7/1961 passou a atuar como Cine Teatro Santos, tendo vínculo empresarial com os controladores do Cine Santa Helena, em São Vicente. Reapareceu com o nome original em 27/11/1965; interrompeu as atividades como cinema em 3/3/1967 e reabriu brevemente em 7/9/1968, usando nos períodos inativos aquele espaço para espetáculos artísticos.
"A melhor projeção – O melhor som": o lema se manteve quando em 30/6/1961 o Cine Santos F.C. desapareceu para no dia seguinte surgir o Cine Teatro Santos, ligado ao vicentino Cine Santa Helena
Jornal A Tribuna, 1/7/1961, página 13
Em 28/8/1969, o cinema estava atuando na sede social do Santos F.C., então instalada no antigo Parque Balneário Hotel, onde projetou o western A Volta dos Sete Homens, da United Artists, com Yul Bryner. Em 1973, o clube previa terminar o salão de festas que substituiria o "velho" cinema. [[Mais...]].
Anúncio da abertura ao público do Teatro Independência, com a peça famosa de Ariano Suassuna Jornal A Tribuna, 19/1/1958, página 41
18/1/1958 a 1/5/1982 – Cine Teatro Independência, Av. Ana Costa, 525. Pertencente aos irmãos Dias Marcelino, foi inaugurado no dia 18 pelo prefeito santista Sílvio Fernandes Lopes, entre outras autoridades, com a peça teatral A Compadecida, de Ariano Suassuna, e no dia 20 teve abertura inaugural para o público. Na divulgação, a nota: "O 1º e único, no estado, com ar condicionado".
No dia 21 de agosto, o Teatro Independência passou a também exibir filmes Jornal A Tribuna, 21/8/1958, página 19
Meses depois, para reduzir custos de manutenção, passou a funcionar como cinema em 21/8/1958, com o filme A Angústia de Tua Ausência (também denominado Dádiva de Amor e The Gift of Love), com um complemento nacional e o curta-metragem Ilhas Mitológicas.
Em janeiro de 1960, o Independência iniciou a Temporada de Verão, com filmes diferentes todos os dias
Jornal A Tribuna, 21/8/1958, página 19
Em 5/1/1960, o Independência ampliou sua atividade como cinema, organizando um festival "Temporada de Verão", marcado pela exibição de filmes diferentes todos os dias, em sessões infantis, juvenis e adultas.
Filmes com nomes muito semelhantes, exibidos no mesmo horário e pela mesma rede Cinemas de Santos Jornal A Tribuna, 1/5/1982, página 27e cartaz do filme no Acervo IMDB
No primeiro dia de maio de 1982, a Cinemateca de Santos realizou sessão especial da meia-noite com o filme Reed – México Insurgente, do diretor Paul Ledue (era espaço periodicamente reservado em condições especiais para a Cinemateca de Santos). Outro cinema da rede, o Studio II, anunciava na mesma página a exibição de um filme com nome parecido: Red's, do diretor Warren Beatty, igualmente sobre a história de uma revolução! E no mesmo horário (ou melhor: "meia-noite e 15", se considerada a divulgação principal de Red's)!
O dia 15/1982 marcou também o fim da divulgação das exibições cinematográficas no Independência
Jornal A Tribuna, 1/5/1982, página 27
Detalhe: este 1º de maio foi o último dia com programação exibida pelo Independência: na mesma página, no bloco de anúncios da empresa Cinemas de Santos, era citado como em exibição nas sessões normais o filme Os Caçadores da Arca Perdida!
No lugar dos filmes e das peças teatrais, as instalações do Independência eram em abril de 1984 usadas para uma promoção beneficente pascoalina do Lar Mensageiros da Luz Jornal A Tribuna, 3/4/1984, página 4
Em 3/4/1984, as instalações do já "antigo" cine-teatro estavam ocupadas por uma promoção beneficente do Lar Mensageiros da Luz. No lugar do Independência, em 21/11/1985, foi inaugurada a Discoteca Zoom.
Ex-Cine Campo Grande, o Ouro Verde reabriu as portas em outubro de 1958 Jornal A Tribuna, 15/10/1958, página 17
15/10/1958 a 11/9/1977 - Cine Ouro Verde – Rua Carvalho de Mendonça, 395, Campo Grande - (ex-Cine Campo Grande, fechado em 6/4/1958), foi reaberto com um festival de sete filmes inéditos, começando por A Donzela de Ouro, estrelado por Joan Crawford e Rossano Brazzi.
Nestas imagens de 1973, o Ouro Verde exibia o filme Divórcio à Brasileira Fotos: Acervo FAMS - coleção 024/Pedrolandi Fernandes Sestari/001 e 002. Cartaz do filme: acervo IMDB
Na apresentação de suas instalações nesse dia, o cinema destacava "Dotado de todo o conforto, com poltronas estofadas, perfeito sistema de renovação de ar, decoração deslumbrante, aparelhos de som e projeção ultra-modernos para exibições de Cinemascope, Vista-Vision, SuperScope', 'Naturama', 'Tela Panorâmica' etc. - Um verdadeiro brinde ao distinto povo de Santos!"
Em 11 de setembro de 1977, quem foi às 22 horas assistir ali um filme com Mazzaroppi não sabia que era a última sessão do Ouro Verde
Jornal A Tribuna, 11/9/1977, página 42
Já os cerca de 200 espectadores que em 11/9/1977 viram o filme Jecão um Fofoqueiro no Céu, com Mazzaroppi, não sabiam que era a última sessão daquele cinema de cerca de 1.000 lugares.
Nota redacional informava sobre evento de apresentação do novo espaço pelo grupo Mansur Jornal A Tribuna, 18/3/1959, página 5
18/3/1959 a 2/7/1962 – Cine Rádio Cultura São Vicente, na Rua 7 de Setembro, esquina da Avenida Conselheiro Nébias, no lugar do Cine Astor, que fechara pouco antes. Nota da redação publicada no dia 18/3 sobre a inauguração do cinema informava que a "Organização Paulo Mansur - Rádio e Cinema programou para o próximo dia 21, sábado, várias solenidades referentes à inauguração do Cine-Rádio Cultura. Às 16 horas, haverá visita às instalações da Rádio Cultura de São Vicente, no Cine-Rádio Cultura. Em seguida, será servido um coquetel à Imprensa e convidados especiais e, às 17 horas, sessão cinematográfica e show artístico".
No dia 22/3, a primeira programação do cinema divulgada nos jornais destacava o filme Matar para Viver, (Cattle Empire, no Brasil Homens sem Lei - em 1957 fora lançado The River's Edge, que no Brasil ganhou esse nome Matar para Viver, com elenco diferente), com Joel Mc Crea, Glória Talbott e Don Haggerty, em matinê às 16 horas e sessões noturnas às 19 e 22 horas), sendo que à noite estavam previstas também apresentações artísticas por astros e estrelas de rádio e da televisão. |
Primeira programação de filmes divulgada pelo Cine Rádio Cultura Jornal A Tribuna, 22/3/1959, página 41
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Em 4/5/1960, o Cine Cultura exibiria Convite para Matar, em cinemascope, com Richard Todd, Betsy Drake, Herbert Lom e Warren Stevens, em duas sessões noturnas.
Último anúncio do Cine Rádio Cultura no endereço da Rua Sete de Setembro
Jornal A Tribuna, 5/4/1961, página 18
O cinema permaneceu nesse endereço até 15/4/1961, passando a novas instalações, enquanto o imóvel antigo era reformado para sediar, já no dia 29/4, o Cine Alvorada.
Cine Rádio Cultura anuncia festival de filmes para janeiro/1962 Jornal A Tribuna, 31/12/1961, página 14/2º caderno
Em janeiro de 1962, promoveu um festival de exibição diária de filmes e no domingo, 1/7/1962, foi publicado em A Tribuna o último anúncio da programação, com sessões dos filmes Desfiladeiro do Diabo, com Joseph Kessel, e Um Sábado Violento, com Victor Mature e Richard Egas, prevendo para o dia seguinte sessão única às 20 horas.
Desffiladeiro do Diabo e Um Sábado Violento foram os últimos filmes exibidos pelo Cine Rádio Cultura Jornal A Tribuna, 1/7/1962, página 16/2º caderno
18/3/1959 – Uma amostra da diversidade de formas como as exibições cinematográficas penetraram na vida cultural e social santista pode ser dada por um trecho da coluna 'Cinema em todas as dimensões' (publicada regularmente pelo jornal A Tribuna) do dia 18/3/1959 (página 6): além das atividades do Clube de Cinema de Santos e das inúmeras outras salas de cinema santistas, anotava-se que dois clubes também realizavam projeções cinematográficas em suas sedes:
A diversidade de formas como os santistas absorviam a cultura cinematográfica pode ser vista nesta amostra jornalística Jornal A Tribuna, 18/3/1959, página 6
A Associação Atlética Banco do Brasil "promoverá hoje, em sua sede social, com início às 20,30 horas, mais uma sessão cinematográfica, dedicada aos seus associados e familiares, com a exibição do filme Música e Lágrima, com James Stewart".
Já o "It Clube fará realizar hoje, com início às 20,30 horas, mais uma sssão cinematográfica dedicada aos seus associados. Será projetado um filme de longa metragem, Império de Balas, em technicolor. Acompanha um Jornal da Tela n. 4 e um documentário The Big City".
Outro clube a oferecer cinema aos associados foi o Internacional de Regatas Jornal A Tribuna, 9/9/1955, página 2
Diversos outros clubes de lazer (como o Clube Internacional de Regatas) e associações passaram também a oferecer aos associados esta nova opção de lazer.
Santos Cine Foto Clube promovia em 1959 eventos educativos com projeções de filmes, desenhos e fotos Jornal A Tribuna, 28/7/1959, página 28/7/1959
28/7/1959 – Como parte de suas atividades rotineiras, o Santos Cine Foto Clube promovia projeções de filmes e fotos de caráter educativo para escolas ou por solicitação de igrejas e outras instituições. Nesta data, "dentro do seu programa de incentivo à arte, o Santos Cine Foto Clube está promovendo projeções de fotografias coloridas, de caráter instrutivo e educativo. Ontem, por solicitação da Escola Dominical da Igreja Presbiteriana Independente, foi efetuada uma sessão para mais de 300 jovens, que frequentam aquela Escola Dominical. Para que uma entidade de ensino possa ter uma projeção desse caráter, basta solicitar ao Santos Cine Foto Clube, através da Caixa Postal n. 2054, para que seja reservada data".
Esse registro do jornal A Tribuna seria recordado 21 anos depois, pelo jornalista Hamleto Rosato, em sua coluna 'Santos em 1959', acrescentando que aquela entidade "sempre procurou cooperar com a comunidade, o que vem fazendo hoje o seu irmão Clube Foto Amigos (...)".
Em meados do século XX, o Grêmio do jornal A Tribuna também realizava sessões regulares de cinema
Jornal A Tribuna, 17/1/1960, página 10
1960 – Cinema no Grêmio A Tribuna, no auditório do jornal A Tribuna, na Rua João Pessoa, 129, 10º andar, promovia sessões de cinema conjuntas com o United States Information Service (USIS). Em 6/5/1960, sessão dupla em homenagem ao Dia das Mães com um longa-metragem e um curta-metragem, ambos coloridos, e sorteio de brindes entre os participantes.
Em 1967, já era costume a projeção de filmes em dependências do USIS, com entrada franqueada ao público
Jornal O Diário, 17/1/1967, página 2
8/1953 - 1/10/1999 – Vale notar que, com a chamada política da "Guerra Fria" que sucedeu à Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos sentiram a necessidade de estreitar laços culturais com países ocidentais como o Brasil e, através de suas representações, ampliaram as atividades do Serviço de Informações dos Estados Unidos da América (USIS, na sigla inglesa).
Esta agência de notícias norte-americana começou a atuar em 1953, fornecendo serviços de rádio, textos e fotos de Imprensa, sobre curiosidades, notícias e aspectos do modo de vida estadunidense e passou também a atender pedidos de empréstimo de livros e filmes para associações, escolas e clubes, funcionando como um tipo de propaganda que atraia o interesse do público e ajudava a fomentar parcerias econômicas. Suas atividades prosseguiram até 1999, com a sigla refletindo ajustes internos no serviço, como USIA e USICA.
Além do USIS (com sede brasileira no Consulado Americano da capital paulista, situado no Edifício Nacional, na Av. Paulista), várias empresas de origem estadunidense passaram a oferecer serviços semelhantes na década de 1960, como as companhias petrolíferas. A Inglaterra e outros países europeus tiveram operações semelhantes.
Praia Palace chegou para ser um cinema de luxo no Gonzaga, completando a "Cinelândia Santista" Jornal A Tribuna, 7/5/1960, página 16
Cartaz do filme da estreia. Imagem: Acervo IMDB
7/5/1960 a c.1988 – Cine Praia Palace – Av. Ana Costa, 410, Gonzaga. Foi inaugurado em 7 de maio de 1960 com a exibição do já clássico A Ponte do Rio Kwai, lançado em 1957. O Praia Palace completava a chamada Cinelândia Santista.
Com a redução no afluxo de público aos cinemas verificada na década de 1980, começou a decair na qualidade, o que se refletiu na sua programação de filmes, que passou ao gênero pornográfico, ao ponto de sofrer questionamentos policiais e jurídicos em 1985 por conta dos grandes cartazes com cenas explícitas que já então ocupavam sua fachada.
No dia seguinte à inauguração, um croquis de sua fachada
Jornal A Tribuna, 8/5/1960, página 7
O Praia Palace encerrou suas atividades em 1988, quando nem mais divulgava a programação e seu nome tinha se tornado apenas uma referência de localização urbana, usada em anúncios classificados. O prédio, com descaracterização parcial, foi usado desde então por outras empresas de diversões e de alimentação.
Em 1967, O Trouxa era levado à tela do Cine Praia Palace, que parabenizava o jornal Cidade de Santos pelo seu primeiro número. Em 1985, o cinema era questionado por fazer exibição explícita de pornografia
Jornal Cidade de Santos, 1/7/1967 * Jornal A Tribuna, 21/7/1985, página 14/AT Especial
14/12/1960 a 1/8/2005 – Cine Indaiá e Cine Indaiá Arte – Av. Ana Costa, 429, esquina de Rua Luís de Faria. Em 12/10/1979, com a divisão do cinema em dois, o Indaiá Arte foi aberto, com 272 lugares, "lâmpadas xênon – som transistorizado – ar condicionado perfeito" e sessões do filme Pretty Baby (Menina Bonita), de Louis Malle, com Keith Carradine, Susan Sarandon e Brooke Shields.
Completadas as reformas, o cinema principal Indaiá foi reaberto, com 1.100 lugares, em 29/10/1979, sendo então apresentado o filme O Ovo da Serpente (The Serpent’s Egg), de Dino de Laurentis, roteiro de Ingmar Bergman, Liv Ullmann, David Carradine e James Whitmore, entre outros. Ocomplexo de cinemas fechou em 1/8/2005, sendo as instalações posteriormente adaptadas como um condomínio residencial, entregue aos moradores em julho de 2024. [[Mais...]].
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Sala de projeção do Indaiá (acima) e acesso ao salão principal de projeções (abaixo)
Acervo FAMS, imagens de 22/11/2005
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"Um cinema que tem classe" foi o slogan dado pelos proprietários ao Cine Indaiá, que abria as portas em 1960 para exibir Os Dez Mandamentos, que totalizava 3h45 de projeção
Jornal A Tribuna, 22/12/1960, página 21 |
Dias antes da demolição, foram registradas imagens das instalações do Indaiá Acervo FAMS, imagens de 22/11/2005
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