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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - REPÚBLICA
Cidade também foi precursora da República (2)

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Na sua edição especial de 15 de novembro de 1939, comemorativa do cinqüentenário da Proclamação da República - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda -, o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 
Meio século de República

Luís Silveira
Para A Tribuna

As revoluções democráticas no Brasil foram influenciadas pelas conquistas liberais de fins do século XVIII, no continente europeu. Os jovens brasileiros que estudavam em Portugal e em outros países acompanharam com o maior interesse as grandes lutas pela liberdade de pensamento e a repercussão que elas tinham nos países da América do Sul, que romperam os laços coloniais, transformando-se em democracias independentes.

A Inconfidência Mineira recebeu fortemente a inspiração dos países triunfantes, consagrando as legítimas aspirações de liberdade e outorgando os direitos do homem. As forças mentais que formataram essa conjuração republicana foram educadas nas escolas superiores da Europa.

Relembrar os pródromos da Proclamação da República do Brasil, na data do seu cinqüentenário, é fazer também a história de Santos, cujos filhos ilustres defenderam sempre os anseios de independência e liberalismo, que animaram por tantos anos o pensamento nacional. A terra santista foi um ninho de infatigáveis e corajosos construtores da nacionalidade e impertérritos lutadores em prol dos direitos garantidores da livre ação do homem.

Se Bartolomeu de Gusmão deu ao mundo os meios de praticar a navegação aérea, outros filhos eminentes desta abençoada terra tiveram influência decisiva na independência da Pátria, na redenção dos escravos e na propaganda republicana, manifestações de elevados sentimentos cívicos, animando a alma de um povo que se formava e que estava destinado a gloriosos feitos da história do universo.

Pedro Calmon, com a sua fulgurante inteligência e sólidos conhecimentos de historiador, falando no nosso Instituto Histórico, teceu um poema encantador a propósito da influência de Santos na civilização do Brasil. Não somos, pois, regionalistas reivindicando para nós a comparticipação valorosa de insignes santistas nos fastos gloriosos da Pátria.

***

A publicação do notável manifesto político de 3 de dezembro de 1870 robustece os ideais republicanos, dando origem à formação, em quase todo o Brasil, de núcleos propagadores da democracia. Esse notável documento, redigido por Quintino Bocayuva, Saldanha Marinho e Salvador de Mendonça, cerrou as fileiras democráticas para o ataque ao regime monárquico, abalado pela desorganização dos partidos existentes e gravíssimos erros políticos dos últimos ministérios do segundo império.

A famosa questão militar, provocada pela censura de dois oficiais, que gozavam de incontestável prestígio nas classes armadas - os coronéis Cunha Mattos e Senna Mendonça - por que haviam protestado contra acusações feitas ao Exército na Câmara dos Deputados, esse ato do governo abalou profundamente o espírito dos grandes mentores dos quartéis. O marechal Deodoro da Fonseca, vulto venerado pelas tropas e oficialidade, pela pureza de seus sentimentos, declarou-se solidário com os oficiais punidos, atitude que colocou o governo em grandes dificuldades. Operou-se, então, a aproximação do Exército dos elementos civis que pugnavam pelo ideal republicano, facilitando a revolução de 15 de novembro de 1889.

Campos Salles afirmou que o Exército não se colocou ao lado dos revolucionários democratas por um simples despeito, como pretendem adversários da República, para derrubar o Segundo Império. O que se deu foi "a harmonia de fatores, não obstante a própria diversidade da natureza de cada um deles, para o fim comum".

Por outro lado, Benjamim Constant, caráter impoluto e inteligência dotada de cultura superior, era o apóstolo da mocidade militar que o adorava. De tal sorte a vitória republicana foi conseqüência da obra tenaz e corajosa da propaganda alimentada pelos núcleos liberais que surgiram com a Inconfidência Mineira e que o regime dominante, tanto no tempo colonial como no primeiro e no segundo império, não conseguiram jamais extinguir.

As forças republicanas arregimentaram-se depois do manifesto de 1870, que declarou formado no país um partido para falar aos brasileiros, realizando uma obra de patriotismo, para a qual aceitaria o concurso leal de todos, repudiando a solidariedade de interesses ilegítimos: "Somos da América e queremos ser americanos".

Deram extraordinário prestígio ao manifesto as assinaturas de eminentes políticos, de larga projeção na vida social do Brasil. Saldanha Marinho, Lafayette Pereira, Quintino Bocayuva, Christiano Ottoni, Eduardo Salomonde e tantos outros nomes ilustres deram a sua solidariedade às idéias da proclamação de 1870.

A seguir reuniu-se a Convenção de Itu, em 18 de abril de 1873, com a presença de representantes prestigiosos das classes conservadoras da província, notadamente a da lavoura, a maior força econômica existente e que tinha sido criada pelo gênio dinâmico da gente paulista, a mesma que, heroicamente, alargara o território pátrio, com as cruzadas bandeirantes, e formara o Brasil independente, dirigido por um povo livre.

A memorável assembléia foi presidida por João Tibiriçá Piratininga, cientista ilustre e adiantado agricultor em Indaiatuba, município onde não havia monarquistas. Ao lado desse emérito paulista estiveram Américo Brasiliense, Bernardino de Campos, Américo de Campos, Rangel Pestana, Campos Salles, Cesário Motta Júnior, José Vasconcellos de Almeida Prado e seu irmão Carlos, Antonio F. Paula Sousa, Francisco Glycério, Martim Francisco, Manoel de Moraes Barros, José Luís Flaquer, Francisco de Paula Cruz, Ignácio Mesquita, Francisco E. da Fonseca Pacheco, Antonio Carlos C. da Silva Telles, Gabriel de Toledo Piza e Almeida e tantos outros elementos propagandistas da província.

Revestiu-se de excepcional solenidade a assembléia de Itu, cujas deliberações ecoaram por todo o Brasil, conclamando os espíritos para a campanha liberal, que culminaria com a implantação do regime republicano federativo.

Pedro Calmon declara, na sua História da Civilização Brasileira, que a força dos republicanos civis, realmente, era ainda de pouca valia, exceção feita dos seus pujantes arraiais de São Paulo, onde, desde 1872, vinte e um jornais lhes propagavam as idéias e à frente destes estavam homens de real prestígio intelectual e social.

A Convenção de Itu foi mais uma afirmação da coragem dos propagandistas de São Paulo. Na expressão de Washington Luís, o conclave "nasceu serenamente da convicção forte, em que estavam homens de todas as idades e de todas as classes, de que o Brasil só encontraria a sua forma definitiva de governo numa república democrática federativa. Foi ao claro sol brasileiro, em plena luz meridiana, diante do povo, com o conhecimento amplo das autoridades, que se fez a Convenção de Itu, com a qual os republicanos paulistas se organizaram para o novo regime que viria dentro de alguns anos. Ela realça esplendidamente as características do gentio paulista: a iniciativa tenaz, o tranqüilo espírito das realizações, a lealdade inquebrantável.

"O resultado imediato da Convenção foi a reorganização dos clubes republicanos existentes em diversos municípios e a intensificação dos trabalhos da propaganda e das quais Silva Jardim, com a sua oratória vigorosa e convincente, foi uma força poderosa. Benjamin Constant, referindo-se ao valor mental do fogoso tribuno, declarava ser ele 'um homem perigoso'. 'Dez iguais a ele', confirmava Rangel Pestana, 'e teríamos a proclamação imediata da República'".

Durante o período de 1873 a 1889, os republicanos foram incansáveis na conquista de prosélitos para os seus credos. Tomaram parte em eleições provinciais e gerais e, por vezes, alcançaram significativas vitórias, enviando ao Rio delegados de estatura moral de Prudente de Morais e Campos Salles, e à assembléia provincial vultos eminentes do novo partido, como Martinho Prado, Cesário Motta Júnior, Moraes Barros e outros. Entre os candidatos figuravam também Américo Brasiliense, Luís Pereira Barreto, Rangel Pestana, José Silveira Bulcão e outros propagandistas.

Na campanha abolicionista, na qual Santos teve marcada preponderância, concentração que foi dos escravos perseguidos e que se tornavam livres ao pisarem o chão do município, nessa luta humanitária os republicanos tomaram parte ativa. Além de Santos, diversos outros municípios decretaram a libertação dos escravos: Itatiba, a histórica cidade seiscentista, reuniu nas praças públicas a sua edilidade e proclamou a liberdade do negro.

E assim prosseguiram as lutas liberais até 1889. Em 11 de junho desse ano, o gabinete Ouro Preto, formado para reagir contra as idéias democráticas e preparar o Brasil para receber o terceiro império, com a princesa Isabel no trono, apresentou-se à Câmara, sendo recebido com demonstrações entusiásticas de hostilidade. Aos republicanos aliaram-se elementos dos partidos monárquicos desorganizados: o conservador, liberal, progressista, histórico e radical, mas formados com elementos descontentes de outros e quase todos digladiando-se continuamente.

Essa união transformou a sessão da Câmara numa convenção revolucionária, na qual se ouviram gritos de "Viva a República!", "Abaixo a monarquia!", proferidos pelo intrépido padre João Manoel, com aplausos gerais. A impressão deixada no espírito dos elementos ponderados do parlamento era de que os dias do império estavam contados.

Abreviou a vitória republicana o descontentamento das classes militares, sob a opressão do governo, que perdera a confiança no exército.

Foi sob esse ambiente que surgiu a aurora do dia 15 de novembro e, com ela, o triunfo integral dos republicanos. O povo não esperava tão rápida transformação política e, di-lo Aristides Lobo, que, então, escrevia para o Diário Popular, de São Paulo, assistiu o desenrolar da revolução "completamente bestificado".

O Brasil pensante aspirava sinceramente a mudança política pregada pelos democratas, mas, venerando, como venerava, o seu imperador, aguardava a sua abdicação ou o seu desaparecimento, para operar a transfiguração da fisionomia social da nação. Daí porque a parada militar do campo da Aclamação causou a maior surpresa. Não se ouviu um só grito pela República, até o momento em que Sampaio Ferraz, subindo a uma tribuna improvisada, diante da tropa formada, conclamou os soldados a aderirem à República:

"O sol que ilumina estes canhões hiantes, estas espadas limpas de sangue, não se esconderá atrás de nossas montanhas, no seu ocaso, sem que primeiro se resolva a empolgante mudança do regime político do Brasil. Soldados! Peço me acompanheis num brado uníssono e vitorioso: Viva a República!"

O marechal Deodoro pediu ao ardoroso orador que não falasse demais, pois ainda não era chegado o momento decisivo da revolução, que se processava sem maiores incidentes. Apenas o barão de Ladário, ex-ministro da Marinha, reagira, disparando alguns tiros de revólver contra um ajudante de ordens de Deodoro, sem conseqüências funestas, felizmente.

E, de tal modo, se fez a República, cujos primeiros tempos foram agitadíssimos.

D. Pedro II não quis reagir, e muitos afirmam até que recusou sugestões de amigos dedicados para tentar um contragolpe, para o que contaria com valiosos elementos. Curvou-se o saudoso imperador, diante dos desejos da maioria da nação. No dia seguinte, a bordo do Alagoas, partiu, banido da pátria que ele tanto amara.

***

Os primeiros governos republicanos tiveram que enfrentar gravíssimos problemas e sérias perturbações da ordem pública. Deodoro, amargurado com as desilusões do poder, teve sacrificada a sua saúde, já bastante combalida. Dissentiu de velhos camaradas e amigos e foi levado a dissolver o Congresso, ato que provocou reação entre os melhores elementos que sustentavam o seu governo. Seguiram-se revoluções, que teriam comprometido o novo regime, se não tivesse havido a agremiação de valorosos elementos em defesa do poder constituído.

Floriano consolidou a República, graças ao concurso desses elementos, entregando o governo ao primeiro presidente civil, Prudente de Morais, que realizou a pacificação geral do país e iniciou a obra de regeneração financeira, obra completada, com a abnegação de um crente, por Campos Salles.

No terceiro quadriênio coube ainda a São Paulo dar o presidente da República. Rodrigues Alves operou a transformação geral do porto e da capital da República, que é, hoje, a Cidade Maravilhosa, inteiramente saneada por Oswaldo Cruz, uma das maiores glórias científicas do nosso continente.

No último quadriênio da República velha, teve ainda São Paulo um seu delegado, Washington Luís, à frente do governo da Nação. As suas realizações confirmaram os méritos da escola administrativa paulista, contribuindo para a grandeza e glória do Brasil unido. O eminente político promoveu, como já havia feito em S. Paulo, a abertura de modernas rodovias no Distrito Federal e em diversos Estados, completando também o embelezamento do Rio de Janeiro.

Resumindo este esboço histórico da República, reconhecemos que, tanto na primeira fase republicana, como neste último decênio, os esforços dos governantes têm sido orientados no sentido de se fazer com que o Brasil acompanhe o ritmo da civilização dos povos mais adiantados em conquistas sociais, sob os princípios do cristianismo, que tem influenciado a formação de grandes e poderosas pátrias.

Na mesma edição:

A propaganda republicana em São Paulo e Santos

A. Passos Sobrinho
Para A Tribuna

São Paulo e principalmente a cidade de Santos tiveram papel saliente na constituição da grande República Federalista Brasileira. A propaganda republicana em São Paulo já vinha desde a organização, ali, do Partido Liberal-Radical, em 1868, e da instituição de clubes e conferências na capital do Brasil, partindo desses acontecimentos a idéia de ser desfraldada a bandeira republicana no Brasil.

O histórico Manifesto Republicano, de 1870, publicado no jornal A República, do Rio de Janeiro, assinado pelos próceres democratas de então - Saldanha Marinho, Christiano Ottoni, Francisco Rangel Pestana, Aristides Lobo, Quintino Bocayuva, Limpo de Abreu, Miranda Azevedo, Ferreira Vianna, Salvador de Mendonça, Lafayette Pereira e outros -, fez com que aumentassem as adesões nas províncias do Império, principalmente nas de São Paulo e de Minas Gerais, as quais eram dirigidas ao Clube Republicano, na capital do país.

Em São Paulo foi organizado, mais tarde, um outro partido, chefiado pelo dr. Américo Brasiliense de Almeida Mello, que, para tal fim, convocou uma reunião, que se realizou a 7 de janeiro de 1872, em sua residência, e a ela comparecendo, entre outros republicanos, Campos Salles, Quirino dos Santos, Jorge Miranda, Bernardino de Campos, Luís Gama e Américo de Campos.

O esforço e a propaganda eficiente dessa plêiade de democratas e de outros republicanos continuava, assim, a produzir os melhores efeitos em todos os recantos do Brasil.

Em 18 de abril de 1873, teve lugar em Itu uma reunião dos representantes de diversos municípios paulistas, a que deram o nome de Convenção de Itu, e que foi presidida pelo conhecido democrata João Tibiriçá Piratininga, servindo como secretário o sr. dr. Américo Brasiliense e, na qual, entre outras providências tomadas, ficou assentada a criação de uma assembléia de representantes de todas as localidades paulistas, cuja primeira reunião teve lugar na capital da então província de São Paulo, em 1º de julho daquele ano, com a denominação de Congresso Republicano, cabendo a presidência desse congresso ao dr. Américo Brasiliense, e a ele comparecendo 24 representantes daquelas localidades.

O nome do grande saudoso paulista, dr. Américo Brasiliense, aparece, assim (e com muita razão), na história republicana, como uma das figuras de maior destaque na organização dos partidos a que acima nos referimos, sem contudo esquecermos os nomes de outras individualidades paulistas que, abraçando o mesmo ideal democrático, se encarregaram da propaganda republicana pela imprensa e nas tribunas, por meio de conferências e comícios, estes muitas vezes bem agitados, em favor da transformação política do nosso país, sendo dignos de menção os seguintes: Francisco Rangel Pestana, no seu jornal A Província de São Paulo; Silva Jardim, Júlio Ribeiro, Vicente de Carvalho e Hyppolito da Silva, entre outros periódicos e por meio de folhetos revolucionários; Francisco Glycério, que engrossou poderosamente o partido republicano, graças à sua influência, prestígio e popularidade, e ainda ao seu gênio alegre e expansivo para com todos e até para com os adversários; Prudente de Morais, Campos Salles, Quirino dos Santos, Bernardino de Campos, Jorge Miranda, Cerqueira César, Cesário Motta, Martinho Prado Júnior, Alfredo Ellis, Muniz e Sousa, Américo de Campos, Júlio Mesquita, Victorino Carmillo, L. de Oliveira e muitas outras figuras democráticas, havendo todas concorrido grandemente para fazer baquear o regime monárquico no Brasil.

E assim, comemorando-se festivamente na data de hoje - 15 de novembro de 1939 - o cinqüentenário da fundação da República dos Estados Unidos do Brasil, é justo que também se recorde hoje, nestas colunas, com as nossas sinceras homenagens de respeito e veneração a todos os nomes dos principais vultos santistas que, adeptos do belo e grandioso ideal democrático, concorreram igualmente para a implantação do governo republicano em nosso país, uns com o seu valioso prestígio, engrossando as fileiras do Clube Republicano Santista, e outros, fazendo eficiente propaganda pela imprensa e na praça pública - propagandas estas que se tornaram bem agitadas nos últimos tempos da Monarquia.

Faziam parte do Centro Republicano de Santos os seguintes cidadãos, alguns dos quais ainda sobreviventes: Henrique Porchat, Vicente de Carvalho, Américo Martins dos Santos, Ricardo Pinto de Oliveira, Guilherme Souto, dr. Cesário Bastos, Augusto Teixeira de Carvalho, José Moreira Sampaio, dr. Martim Francisco Filho, dr. Manoel Maria Tourinho, Joaquim Montenegro, José Domingues Martins, Narciso de Andrade, Antonio Bento de Amorim, Luís Ayres da Gama Bastos, Augusto Mesquita, Antonio Augusto do Couto, Guilherme de Mello, Pedro de Mello, Cândido de Carvalho, Benedicto Pinheiro, Alexandre Mello, Francisco Antonio de Sousa Júnior, João Vicente Marcondes, Gabriel Soares, Leonardo de Castro, Elisiário de Arruda Castanho e outros.

Proclamada a República, a 15 de novembro de 1889, Santos foi governada por uma junta governativa provisória, composta dos seguintes cidadãos: Antonio Lacerda Franco, Antonio Carlos da Silva Telles, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, José Azurém Costa Júnior, Ernesto Cândido Gomes, Leão Luís Ribeiro, Walter Wright, Guilherme José Alves Souto, Henrique Porchat e Manoel Franco de Araújo Vianna.

Os principais órgãos republicanos santistas, que muito trabalharam em prol da fundação da República no Brasil, foram: O Raio (depois substituído pelo Pyrilampo), O Alvor, O Patriota, A Idea Nova, A Procellaria, A Evolução, o Diário de Santos e o Piratiny, colaborando neste último Martim Francisco e Vicente de Carvalho e, naqueles, Guilherme Mello, Antonio Augusto Bastos, Felix Carneiro, Constantino Mesquita, Cândido de Carvalho, Alberto Sousa, Júlio Ribeiro, Sylvério Fontes, Aprígio de Macedo, Martim Francisco, João Guerra e outros.

Nos comícios da praça pública, e nas conferências faladas ou escritas, sobressaíam, pelos seus reconhecidos dons oratórios e palavras convincentes e arrebatadoras, as figuras de Martim Francisco, Silva Jardim e Rubim César, tendo Silva Jardim - cognominado o "Tribuno da República" -, se conduzido de tal maneira na campanha republicana que, a 15 de agosto de 1888 - um ano e quatro meses antes de ser proclamada a República, mereceu dos republicanos santistas um rico Álbum, confeccionado em papel acetinado, contendo inúmeras assinaturas, como testemunho do estímulo e admiração à sua coragem cívica, principalmente por ocasião do seu célebre comício realizado no Teatro Guarany, desta cidade, no dia 28 de janeiro de 1888, em favor do regime republicano no Brasil.

"A Pátria em Perigo" era a divisa de Silva Jardim! Com o título "A salvação da Pátria" publicou ele, naquela época, um pequeno opúsculo de propaganda republicana, o qual teve grande repercussão em todo o país.

O Clube Nacional de Santos, de que faziam parte outros vultos republicanos santistas, só foi fundado depois de proclamada a República no Brasil.

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