ONDE ESTÃO OS RESTOS DO NAVIO – O navio Ais Giorgis sofreu um incêndio a bordo, em 8 de janeiro de 1974, que culminou com
seu naufrágio, o maior da história do Porto de Santos. O navio estava atracado no cais dos armazéns 30 e 31 quando pegou fogo. As chamas atingiram
até 50 metros de altura, com explosões que assustaram toda a população
Arte: Alex Ponciano, publicada com a matéria
Retirada do Ais Giorgis começará no próximo mês
Operação custará R$ 17,9 mi e tem de ser concluída em 7 meses
Lyne Santos
Da Redação
A
retirada dos restos do navio Ais Giorgis, submersos no canal de navegação do Porto de Santos há quase 40 anos, terá início na primeira
quinzena do próximo mês. A ordem de serviço foi assinada na última quarta-feira pela Codesp. Os trabalhos serão realizados pela empresa Dratec
Engenharia Ltda., vencedora da licitação promovida pela Docas.
O contrato entre as partes foi firmado no último dia 1º. O custo total da obra será de R$ 17,9 milhões, quantia a ser paga com recursos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de sete meses.
De acordo com o diretor da Dratec, Marcio Brando Batalha, a retirada do Ais Giorgis será feita com técnica proposta pela própria estatal e
aprovada pelo órgão ambiental, nesse caso a Cetesb, ligada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
O processo será dividido em quatro fases: a retirada de resíduos armazenados na embarcação, o içamento do casco com um guindaste flutuante de alta
capacidade, o encaminhamento do material para uma área cedida pela Docas, na Margem Esquerda (Guarujá) do complexo, e a divisão do casco em partes
menores, que serão enviadas a usinas em Cubatão. Parte dos trabalhos será executada por mergulhadores.
"Essas etapas serão aplicadas a diferentes partes do navio, por isso são necessários vários meses para que o serviço seja finalizado", destacou
Batalha, que está providenciando a entrega, para a Codesp, de documentos relacionados à qualidade e aos cuidados com saúde, meio ambiente e
segurança a serem tomados durante o projeto. "Temos que apresentar um plano de contingência (para a retirada do navio)", completou.
Atualmente, os restos da embarcação estão submersos próximos à Margem Esquerda, na direção do Armazém 20, onde funciona o Terminal Açucareiro
Copersucar. O trecho é delimitado por bóias de sinalização, para indicar por onde os navios podem trafegar.
Segundo a Codesp, ainda não foi definido se haverá necessidade de paralisação da navegação do canal durante a execução do serviço. A decisão será
tomada pela companhia no decorrer dos trabalhos.
A retirada do que restou do Ais Georgis é considerada fundamental para melhorar as condições de segurança à navegação e, sobretudo, viabilizar a
dragagem de aprofundamento para 15 metros e o alargamento para 220 metros da via navegável do canal. A dragagem está prevista para ser encerrada
no final do próximo mês.
Área do Canal do Estuário onde estão submersos os restos do cargueiro é sinalizada por uma bóia
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria
Incêndio
– O navio Ais Giorgis sofreu um incêndio a bordo em 8 de janeiro de 1974, que culminou com seu naufrágio, o maior da história do Porto de
Santos. O navio estava atracado no cais dos armazéns 30 e 31 quando pegou fogo. As chamas atingiram até 50 metros de altura, com explosões que
assustaram toda a população.
O cargueiro foi puxado para o meio do estuário, encalhando na altura do Armazém 25 (hoje, o Terminal de Passageiros). Cinco anos depois, a empresa
Jommag fez o navio reflutuar e o rebocou para suas instalações em Vicente de Carvalho (em Guarujá, na Margem Esquerda do Porto), para ser
desmontado. Na madrugada de 8 de julho de 1979, um vendaval arrebentou as amarras da embarcação, arrastando-a para o meio do estuário.
Em 1999, a Codesp chegou a retirar a maior parte da embarcação, restando ainda uma parte do casco submersa no estuário.
Em 8 de janeiro de 1974, o navio, ainda em chamas, foi rebocado até o meio do canal de navegação
Foto: arquivo, publicada com a matéria |