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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - NAVIO SINISTRADO
Ais, ais... uma novela de 38 anos (6)

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Um dos maiores exemplos de como a burocracia e a negligência das autoridades podem manter uma situação de risco permanente até mesmo durante décadas, o navio sinistrado Ais Georgius permaneceu semi-submerso no porto santista, mesmo diante dos grandes riscos que isso representava para o porto e a comunidade, e dos constantes protestos contra essa situação. Apenas em 2010, 36 anos após o sinistro, os restos do navio foram levados para desmanche na margem esquerda do estuário do porto.

Em 12 de agosto de 2011, o jornal santista A Tribuna noticiou na página C-6 (seção Porto & Mar):

ONDE ESTÃO OS RESTOS DO NAVIO – O navio Ais Giorgis sofreu um incêndio a bordo, em 8 de janeiro de 1974, que culminou com seu naufrágio, o maior da história do Porto de Santos. O navio estava atracado no cais dos armazéns 30 e 31 quando pegou fogo. As chamas atingiram até 50 metros de altura, com explosões que assustaram toda a população

Arte: Alex Ponciano, publicada com a matéria

Retirada do Ais Giorgis começará no próximo mês

Operação custará R$ 17,9 mi e tem de ser concluída em 7 meses

Lyne Santos

Da Redação

A retirada dos restos do navio Ais Giorgis, submersos no canal de navegação do Porto de Santos há quase 40 anos, terá início na primeira quinzena do próximo mês. A ordem de serviço foi assinada na última quarta-feira pela Codesp. Os trabalhos serão realizados pela empresa Dratec Engenharia Ltda., vencedora da licitação promovida pela Docas.

O contrato entre as partes foi firmado no último dia 1º. O custo total da obra será de R$ 17,9 milhões, quantia a ser paga com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de sete meses.

De acordo com o diretor da Dratec, Marcio Brando Batalha, a retirada do Ais Giorgis será feita com técnica proposta pela própria estatal e aprovada pelo órgão ambiental, nesse caso a Cetesb, ligada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

O processo será dividido em quatro fases: a retirada de resíduos armazenados na embarcação, o içamento do casco com um guindaste flutuante de alta capacidade, o encaminhamento do material para uma área cedida pela Docas, na Margem Esquerda (Guarujá) do complexo, e a divisão do casco em partes menores, que serão enviadas a usinas em Cubatão. Parte dos trabalhos será executada por mergulhadores.

"Essas etapas serão aplicadas a diferentes partes do navio, por isso são necessários vários meses para que o serviço seja finalizado", destacou Batalha, que está providenciando a entrega, para a Codesp, de documentos relacionados à qualidade e aos cuidados com saúde, meio ambiente e segurança a serem tomados durante o projeto. "Temos que apresentar um plano de contingência (para a retirada do navio)", completou.

Atualmente, os restos da embarcação estão submersos próximos à Margem Esquerda, na direção do Armazém 20, onde funciona o Terminal Açucareiro Copersucar. O trecho é delimitado por bóias de sinalização, para indicar por onde os navios podem trafegar.

Segundo a Codesp, ainda não foi definido se haverá necessidade de paralisação da navegação do canal durante a execução do serviço. A decisão será tomada pela companhia no decorrer dos trabalhos.

A retirada do que restou do Ais Georgis é considerada fundamental para melhorar as condições de segurança à navegação e, sobretudo, viabilizar a dragagem de aprofundamento para 15 metros e o alargamento para 220 metros da via navegável do canal. A dragagem está prevista para ser encerrada no final do próximo mês.

Área do Canal do Estuário onde estão submersos os restos do cargueiro é sinalizada por uma bóia

Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria

Incêndio – O navio Ais Giorgis sofreu um incêndio a bordo em 8 de janeiro de 1974, que culminou com seu naufrágio, o maior da história do Porto de Santos. O navio estava atracado no cais dos armazéns 30 e 31 quando pegou fogo. As chamas atingiram até 50 metros de altura, com explosões que assustaram toda a população.

O cargueiro foi puxado para o meio do estuário, encalhando na altura do Armazém 25 (hoje, o Terminal de Passageiros). Cinco anos depois, a empresa Jommag fez o navio reflutuar e o rebocou para suas instalações em Vicente de Carvalho (em Guarujá, na Margem Esquerda do Porto), para ser desmontado. Na madrugada de 8 de julho de 1979, um vendaval arrebentou as amarras da embarcação, arrastando-a para o meio do estuário.

Em 1999, a Codesp chegou a retirar a maior parte da embarcação, restando ainda uma parte do casco submersa no estuário.

Em 8 de janeiro de 1974, o navio, ainda em chamas, foi rebocado até o meio do canal de navegação

Foto: arquivo, publicada com a matéria

Mais algum adiamento. A notícia a seguir foi publicada no jornal santista Diário do Litoral, na página 4 da edição de 29 de outubro de 2011:

A expectativa é que a conclusão da obra ocorra até março de 2012, a fim de se atingir a profundidade de 15 metros e o alargamento do canal de navegação para 220 metros

Foto: Lucas Baptista/DL, publicada com a matéria

CIDADES – PORTO DE SANTOS

Codesp inicia retirada dos destroços de navio

A obra é fundamental para o aprofundamento e alargamento do canal de navegação do Porto de Santos

A Codesp iniciou, nesta semana, os serviços para remoção dos destroços do Ais Giorgis, embarcação que naufragou no estuário do Porto de Santos na década de 1970. A obra é mais uma ação da Secretaria de Portos para melhorar e adequar toda a infra-estrutura portuária do país e envolve recursos da ordem de R$ 17,9 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Codesp.

A obra foi iniciada dia 26 de outubro, com a sinalização do local dos trabalhos. Os restos do Ais Giorgis (casa de máquinas e partes do casco) encontram-se no fundo do estuário, em frente aos armazéns 15 e 16, próximos à Margem Esquerda, parcialmente cobertos por sedimentos.

A primeira fase – A retirada é precedida pela remoção dos sedimentos acumulados nos destroços do navio, a ser executada em duas etapas. Primeiramente será removido um volume de 150 m³ de sedimentos contaminados, identificados por coordenadas. Este material será transportado por tubulação interligada a um canteiro de obras especialmente preparado, na Margem Esquerda do porto, em frente ao local onde serão realizados os trabalhos.

A dragagem dos sedimentos será feita através de bomba de sucção, instalada em embarcação de apoio, ancorada na área onde estão os destroços. O tubo, amparado pela embarcação, estará em grande parte fora da água, acompanhando sua superfície. No fundo do estuário, a sucção será conduzida por mergulhadores, a fim impedir a dispersão dos sedimentos.

O material é direcionado para duas caixas, onde ocorre a separação das partes sólidas e líquidas. Os resíduos sólidos serão acondicionados em um geotube, onde passam por um processo de secagem, através do esgotamento da água, ao ser comprimida e isolada do ambiente pela trama de alta resistência do bag acondicionador. Após análise, esse material, juntamente com os resíduos líquidos (que passam por tratamento), recebem destinação apropriada.

Um volume de sedimentos de, aproximadamente, 3.500 m³, a ser dragado, está em conformidade com os padrões estabelecidos para descarte dentro do polígono oceânico, licenciado para receber material proveniente de processos de dragagem. Esta segunda retirada de sedimentos é necessária para viabilizar os trabalhos de corte e içamento das partes do Ais Giorgis.

A retirada dos destroços – A retirada tem início com o corte dos destroços, pelos mergulhadores, com uso de eletrodos de corte. Os serviços ocorrem somente durante o dia e dependerão das condições das correntes marítimas.


Imagem: reprodução parcial da matéria original

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