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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RADIOFONIA
Rádio Clube de Santos (3)

Prefixo: PRB-4
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Na edição de domingo, 9 de junho de 1968, o antigo jornal Cidade de Santos registrou:
 


O troféu "Policial do Ano" foi uma homenagem àqueles que se destacaram no ano que passou
Foto publicada com a matéria

Melhores policiais têm troféu

O programa "Movietone Policial", da Rádio Clube, comemorando seu 8º aniversário, homenageou, na última sexta-feira, os policiais que mais se destacaram no ano que passou, por seus feitos no cumprimento do dever.

A solenidade foi no auditório da rádio, às 22 horas, e o troféu "Policial do Ano", instituído pela equipe do programa, foi entregue ao delegado Tácito Pinheiro Machado, ao escrivão Osvaldo Leite Ribeiro, ao investigador João de Souza Neri, ao guarda-civil Antonio Pires, ao policial rodoviário Jaime Miranda e ao bombeiro Elias Mariano de Azevedo, dos serviços de salvamento. Na ocasião, também foram homenageados os delegados Ari José Bauer e Hélio Pantaleão.

Também o Cidade de Santos recebeu um troféu, pelas mãos de seu diretor, Sérgio Freddi, por ter sido o que mais se destacou na crônica policial da Baixada Santista em 1967.

Os homenageados - O radialista Aldo dos Santos, diretor e produtor de "Movietone Policial" foi quem apresentou os homenageados, chamando o delegado Ari José Bauer para receber um troféu das mãos do major Eduardo Falcão, representante do comandante da praça militar de Santos. O radialista destacou, na ocasião, as atividades exercidas pelo homenageado na cidade, no intuito de melhorar a segurança pública, e aperfeiçoar o sistema policial de toda a Baixada Santista. O delegado Hélio Pantaleão, cujos trabalhos como assistente da delegacia auxiliar foram considerados de destaque, não compareceu à cerimônia por motivos de saúde.

O delegado de 1967, sr. Tácito Pinheiro Machado, atualmente chefe da 16ª Circunscrição de Trânsito (Santos), teve suas atividades ressaltadas através de um relato dos pontos principais de sua carreira, antes de receber seu troféu das mãos do delegado Bauer.

O escrivão Osvaldo Leite Ribeiro recebeu seu troféu do major Adauto Maria Cotrim, representante do comandante do 6º BP da Força Pública e, em seguida, foi a vez do investigador João de Souza Neri, que, no ano que passou, exercendo a função de investigador de homicídios e casos misteriosos, conseguiu esclarecer 54 ocorrências.


Os delegados Tácito Pinheiro Machado e Ari José Bauer foram alvo
das homenagens do programa "Movietone Policial"
Foto publicada com a matéria

Com 22 anos de Guarda Civil e prêmios de bom comportamento, Antonio Pires recebeu das mãos do seu comandante, inspetor Osvaldo Machado, o prêmio de melhor guarda-civil do ano de 1967. Atualmente, o guarda-civil Pires está no controle de comunicações da Rádio Patrulha.

A Polícia Rodoviária teve no sargento Jayme Miranda o seu destaque. No ano retrasado, durante as fortes chuvas que caíram sobre a cidade, conseguiu salvar várias pessoas que estavam no edifício Vista Linda (São Vicente), que desabou. Quem entregou o troféu ao sargento foi o capitão Carlos Aderbau Lorenz, ex-chefe da Polícia Rodoviária em Santos.

O "bombeiro do ano de 1967" foi o sargento Elias Mariano de Azevedo, que se destacou por um serviço de salvamento feito com sua equipe na Praia das Pitangueiras, em Guarujá. Na ocasião ele socorreu quatro pessoas que morriam afogadas. O sargento Elias também já obteve, por seus feitos, outros prêmios conferidos pela Força Pública do Estado.

O radialista Aldo dos Santos saudou nosso jornal, dizendo que o troféu cabia ao Cidade de Santos pela sua imparcialidade, critério e destemor com que orienta o seu noticiário policial. O troféu a que fez jus foi entregue pelo diretor da Rádio Clube, Correia Júnior, e em rápida alocução, falando em nome da equipe policial do Cidade, o jornalista Sérgio Paulo Freddi manifestou-se surpreso:

"Às vezes, a gente vai buscar lã e volta tosquiado. Mas aqui, vim trazer a minha lã, o calor da amizade, estímulo e solidariedade. E findo por levar este troféu, honroso sem dúvida, sinônimo do reconhecimento dos que cuidam dos problemas policiais, diante do esforço constante de toda nossa equipe, sempre preocupada em prestar serviço à comunidade em que vivemos".


O radialista Correa Júnior entrega ao jornalista Sérgio Paulo Freddi o troféu
que foi conferido à reportagem policial do Cidade de Santos
Foto publicada com a matéria

No dia 25 de dezembro de 1977, o antigo jornal Cidade de Santos publicou:

50 anos de rádio e uma homenagem

O mais antigo dos diretores de rádio no Brasil, ainda em atividade, foi homenageado ontem, pelos funcionários da Rádio Clube de Santos, em comemoração aos seus cinquenta anos de trabalho ininterrupto: Hermenegildo Rocha Brito. A homenagem-surpresa foi realizada na sede da Rádio, onde Hermenegildo recebeu uma placa de prata, ilustrada por uma torre transmissora, simbolizando a radiodifusão.

Ele começou a trabalhar na Rádio Clube em 1927, três anos após a sua fundação, acompanhando-a sempre em cargos de diretoria e, atualmente como presidente, toda a evolução técnica sofrida. Sob a sua orientação, foram lançados vários valores artísticos e radiofônicos, como Cacilda Becker, Lenny Eversong, Lolita Rodrigues, Antonio Rago, maestro Edmundo Peruzzi e os locutores Ribeiro Filho, Mota Neto, Querubim Correia, Teixeira Filho e Silvino Neto.

A construção e transferência da sede para a atual, na Rua José Cabalero, também aconteceu durante a sua gestão. Provavelmente, dentro de um ano, a potência de ondas da emissora passará de 5 para 10 kilowatts, já alcançando várias regiões do Estado. De acordo com os vinte e dois funcionários da casa, "todo este patrimônio foi basicamente construído por Hermenegildo".

As palavras em homenagem ficaram a cargo de uma das mais antigas funcionárias da Rádio, Maria Dumond: "Em nome de todos nós, ofereço-lhe esta lembrança, que representa o reconhecimento por tantos anos de dedicação". Um dos radialistas também prestou sua homenagem, frisando a importância do bom relacionamento do antigo diretor com todos os elementos da empresa, "desde o faxineiro até os outros diretores".

Treze anos depois, em 29 de julho de 1990, o jornal paulistano Folha de São Paulo publicou, na página 12 de sua Revista D:


AOS 95 ANOS, PRESIDENTE DA RÁDIO CLUBE DE SANTOS NÃO PENSA EM SE APOSENTAR

Hermenegildo da Rocha Brito trabalha há 78 anos: começou em 1912, como office-boy
Imagem: reprodução da página 12 da Revista D do jornal Folha de São Paulo de 29/7/1990, enviada a Novo Milênio pelo produtor multimídia Eduardo Fernandes, em 21/1/2014

Avis Rara

A vida no trabalho

Todos os dias, a rotina se repete. Às 5h ele acorda, "para ver se a rádio foi ao ar na hora certa". Depois de cumprido o ritual, veste-se, inevitavelmente com terno e gravata, toma o café da manhã. nos dias de semana, pontualmente às 8h, desembarca na porta de um prédio anos 40 no bairro do Gonzaga, o centro comercial de Santos (65 km a Sudeste de São Paulo). Começa mais um dia de trabalho de Hermenegildo da Rocha Brito. Como presidente da Rádio Clube de Santos, é centralizador, controla detalhes. E gosta de recitá-los aos visitantes. Fala de todos assuntos da empresa, técnicos ou patrimoniais, de memória. A jornada de trabalho dura até as 17h30, com um intervalo para o almoço em casa. Tudo normal, não fosse o detalhe da idade: Hermenegildo completou 95 anos em junho.

Até hoje chama a empresa de "o Rádio Clube". Não se trata de um erro de português, mas lembrança de um tempo onde os proprietários de aparelhos receptores de rádio - então um gadget high-tech - tinham que se cotizar para custear as despesas do transmissor Pekan de 50 watts instalado numa sala do Cassino Miramar. "Naquela época tinha uma fila de gente em casa para ver a novidade", rememora Hermenegildo. Para garantir que os programas chegassem regularmente aos proprietários de aparelhos foi criado o Rádio Clube, em 1927 (N. E.: na verdade, em 1924), e Hermenegildo, que era gerente de uma casa de café, foi nomeado diretor.

No cargo desde então, montou um grande patrimônio imobiliário com base numa filosofia própria de negócios a longo prazo: "Fui comprando devagar, à medida que podia". Hoje, segundo diz, "a empresa vai assim assim, como os negócios do país". Hermenegildo não bebe, não fuma, não joga, faz check-up uma vez por ano. Incomoda-o uma catarata, que mantém sob controle. Tem mandato até 1992, não pensa em parar: "Se eu ficar em casa, morro", diz sorrindo.

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