Enguaguaçu, a futura Santos, possuía para suprimento
imediato de três ou quatro mil habitantes, talvez mais, e ao pronto alcance dos moradores,
a cachoeirinha
das "Duas Pedras" (ao lado do atual Corpo de Bombeiros),
a cachoeirinha
"de Itororó", (de bom volume, formadora de pequeno rio de águas doces até junto à maré),
a de "São
Jerônimo", também formadora de pequeno rio ou ribeirão, nas mesmas condições,
a "do Desterro"
(futuramente conhecida como "do Macaia" e "São Bento"), matriz de outro riozinho mais caudaloso (mais tarde conhecido como "rio dos Pelames", por
servir ao futuro Curtume de Braz Cubas, e rio "São Bento"), saindo no Valongo;
a 2ª cachoeirinha
"do Desterro" ou "S. Bento" (mais tarde conhecida como "do Pacheco"), duzentos metros distante da primeira, e entrando também na formação do
riozinho citado;
a cachoeirinha do
Saboó-Guaçu (entre os morros do Saboó-Guaçu - depois chamado de "Penha Grande" - e Saboó-Guaçu (entre os morros do Saboó-Mirim), saindo em riacho ao
lado do atual Parque Infantil "Maria Patrícia"
e, finalmente, a
cachoeirinha do "Saboó-Mirim" ou "do Saboó" saindo em riacho ao lado do Reservatório da City, entre este e a atual Escola "Martins Fontes",
além de algumas
nascentes intermediárias e de outras cachoeirinhas e nascentes mais distantes, que só mais tarde iriam sendo incorporadas ao consumo santista,
notadamente a cachoeira da "Água Branca", depois conhecida como "de São Jorge", que de 1535 em diante passaria a servir ao Engenho do Governador ou
do Trato, depois "São Jorge" e "São Jorge dos Erasmos", já na virada da Caneleira e Caminho Antigo para S. Vicente.
Enquanto isso acontecia em Santos (ou Enguaguaçu), a Vila capital de
S. Vicente só possuía, para uso pronto e imediato, as duas cachoeirinhas do morro de Tumiaru (mais tarde "dos Barbosas"),
uma conhecida
depois como "Biquinha" e "Biquinha de Anchieta" (até hoje em uso público)
e a outra,
formadora do antigo riozinho "do Sapateiro", na grota "dos padres" ou "do Colégio", onde se acha atualmente o reservatório municipal que serve à
cidade.
Além destas, só
existia mais, no mesmo morro e ao lado do portinho velho (de Tumiaru), a cachoeirinha do "Paquetá", hoje desaparecida com o desmatamento daquele
morro.
Muito longe, a
seis quilômetros da Vila, e então quase sem aproveitamento, é que ficava a cachoeira "do Votutuvá" ou "Voturuá".
Outras nascentes
menores só existiam, ao longo dos morros florestados e então pouco acessíveis, do outro lado do mar, nas distâncias do Japuí e do Xixová.
Foi esta a razão real e pouco percebida pelos historiadores do rápido abandono de São
Vicente, em favor de Enguaguaçu ou Porto de Santos. A água, aliás, sempre foi o grande problema vicentino, e a grande causa do seu atraso e quase
total abandono nos séculos XVIII e XIX. |