- Assim, com ar carrancudo,
olhando por um canudo,
espio, analiso, estudo
tudo.Existe, em Santos, um moço,
dono de um beiço colosso,
que é tal um grande e grosso
osso.
Ora, esse nosso sujeito,
protegido do prefeito,
tem asneiras, com efeito,
feito.
Namorando uma menina,
prometeu-lhe uma botina...
porém a tal Serafina,
fina.
Contou ao pai, velho brabo,
que, do nosso pobre diabo,
quase dá, por menoscabo
cabo.
A mil pontapés enxota
o irresistível janota.
Por trás prega-lhe a cambota
bota.
Deixando-o coxo e corcunda
dá-lhe a primeira e a segunda,
pespega-lhe uma rotunda
tunda.
Matou-o. Tudo comprova,
que ele morreu desta sova,
Mas fez do beiço corcova,
cova. |