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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Embeiçou-se

Martins Fontes (*)

"O corpo de delito revelou ferimentos contusos em toda a região glútea" - noticiou a imprensa.

- Assim, com ar carrancudo,
olhando por um canudo,
espio, analiso, estudo
tudo.

Existe, em Santos, um moço,
dono de um beiço colosso,
que é tal um grande e grosso
osso.

Ora, esse nosso sujeito,
protegido do prefeito,
tem asneiras, com efeito,
feito.

Namorando uma menina,
prometeu-lhe uma botina...
porém a tal Serafina,
fina.

Contou ao pai, velho brabo,
que, do nosso pobre diabo,
quase dá, por menoscabo
cabo.

A mil pontapés enxota
o irresistível janota.
Por trás prega-lhe a cambota
bota.

Deixando-o coxo e corcunda
dá-lhe a primeira e a segunda,
pespega-lhe uma rotunda
tunda.

Matou-o. Tudo comprova,
que ele morreu desta sova,
Mas fez do beiço corcova,
cova.

(*) Célebre poeta e médico santista, José Martins Fontes nasceu em 23/6/1884 e faleceu em 25/6/1937, também em Santos. Suas principais obras: Arlequinadas, Verão, Rosicler, Nos Rosais das Estrelas, A Canção de Ariel, Nós e as Abelhas e Decameron. O texto desta página foi publicado em Antologia de Humorismo e Sátira, de R. Magalhães Jr.

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