Durante sua construção, o conjunto habitacional General Dale Coutinho, situado no Jardim Castelo, na Zona Noroeste de Santos, enfrentou vários problemas, inclusive a concordata da empresa construtora Engeral, em 1979.

As duas fotos aéreas a seguir, da época de sua construção, pertencem ao arquivo do extinto jornal Cidade de Santos, mantido na Universidade Católica de Santos (Unisantos), onde foram encontradas pelo pesquisador Waldir Rueda:

Sobre esse conjunto, consta na obra Santos-Obras 74/79, editada pela Prodesan ao término da gestão do prefeito Antônio Manoel de Carvalho:

Conjunto Habitacional

De acordo com a Política Habitacional do Estado de São Paulo, o desenvolvimento urbano no Estado deverá encaminhar-se em direção de um maior equilíbrio da rede urbana e de um maior conhecimento da situação interna da cidade, procurando melhorar a qualidade de vida urbana das populações que nelas vivem e prepará-las às suas condições como integrantes da rede.

A carência de áreas livres no município de Santos-Ilha e o alto custo da terra surge como o maior impedimento a uma política mais agressiva no setor habitacional. Todavia o volumoso investimento em infra-estrutura na Zona Noroeste e a utilização de novas técnicas construtivas permitiram a realização de Conjunto Habitacional projetado e fiscalizado pela Prodesan, sob a responsabilidade da Cohab-Santista, em construção no Jardim Castelo.

O Conjunto Residencial Gen. Dale Coutinho compõe-se de 75 blocos de quatro pavimentos, contendo cada bloco 16 unidades - 4 por andar - somando 1.200 unidades habitacionais para atendimento de uma população que apresenta renda familiar até cinco salários mínimos. Os blocos ocupam área de 1,4 hectares (19,4% do terreno), 4,2 hectares (58,3%) de áreas verdes equipadas, 0,9 hectares (12,5%) para centro comunitário e 0,7 hectares (9,8%) de ruas.

A preocupação maior do projeto se concentrou na obtenção da maior área possível destinada a equipamentos comunitários e áreas verdes, que deverão servir grande parcela da população da Zona Noroeste.

Outro dado importante a ressaltar no empreendimento é o prazo de execução da obra - 600 dias - definido a partir de um criterioso estudo de viabilidade econômica e que condicionou as diretrizes para seleção de um método construtivo que permitisse a execução de duas unidades habitacionais por dia. Entre as técnicas modernas que permitem agilizar a construção está o método de moldagem in loco - no canteiro de obras - com vários processos em utilização no Brasil.

A empreiteira que executa a obra optou por um processo de origem sueca que se denomina Gell-System e que consiste no uso de formas de aço reutilizáveis, tantas vezes quantas forem necessárias, barateando conseqüentemente o custo da obra, visto que permite, a cada desforma, a obtenção do conjunto estrutural das duas unidades previstas, que são complementadas, a seguir, com utilização de métodos construtivos tradicionais - alvenaria, eletricidade, hidráulica, acabamentos - ao mesmo temo em que novas unidades estruturais estão sendo executadas.

Enquanto nos métodos tradicionais, ou seja, sem o uso de aditivos ou técnicas de cura do concreto mais modernas, são precisos 28 dias para desforma de uma peça estrutural em concreto armado, o método utilizado no conjunto habitacional Gen. Dale Coutinho dá condições de desforma de paredes em 12 horas e de laje em 36 horas. No decorrer da obra esse prazo foi otimizado, reduzindo-se para 9 horas e 25 horas respectivamente. Vários programas de financiamento viabilizaram o Conjunto, todos eles provenientes do BNH (N.E.: Banco Nacional da Habitação).