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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Desabamento do Monte Serrat em 1928 (3)
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Um grande desastre abalou Santos, em 10 de março de 1928: o desabamento de parte da encosta do Monte Serrate, soterrando muitas casas e várias dependências da Santa Casa de Misericórdia de Santos, que então estava instalada no sopé daquela elevação, em área onde a partir de 1950 foi construído o Túnel Rubens Ferreira Martins e três décadas depois a alça de acesso viário com viaduto sobre esse túnel. Continua aqui a cobertura jornalística dos fatos, que quase levaram à própria demolição do morro:


Ainda a mesma manchete
Imagem: jornal santista A Tribuna, na quinta-feira, 15 de março de 1928


"O hábil fotógrafo sr. Marques Pereira fotografou a parte do Monte Serrat que sofreu a dolorosa catástrofe, num dos seus mais interessantes aspectos: a parte soterrada em ligação com as ruas que abrem para a cidade. É o que o clichê nos mostra, pondo em relevo a distância que há entre o Monte Serrat e o centro, que os correspondentes dos jornais cariocas, realmente imaginosos, dizem ameaçado por novo deslocamento de terra"
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 15 de março de 1928


"Vê-se no clichê acima o terreno solapado, abrangendo extensão que ultrapassa o muro do Cassino. Uma parte desse muro já ruiu"
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 15 de março de 1928


"A barraca do Exército de Salvação, na sua generosa distribuição de café e pão aos que trabalham na remoção de escombros das casas soterradas. Vê-se o escrivão Plínio, da 1ª Delegacia, que bons serviços tem prestado, a tomar a sua xícara de café gratuito."
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 15 de março de 1928


"Vista apanhada pelo hábil fotógrafo sr. Marques Pereira, que gentilmente no-la cedeu. A parte desabada e o terreno em que outrora se erguiam as casas da Travessa da Santa Casa são vistos num corte transversal"
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 15 de março de 1928


A manchete, ainda a mesma
Imagem: jornal santista A Tribuna, na sexta-feira, 16 de março de 1928


Comunicado da Irmandade da Santa Casa:

"SANTA CASA DA MISERICÓRDIA - A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia comunica à população enlutada desta benemérita e generosa cidade que, em face da catástrofe dolorosa e inesperada que a atingiu, procurando na sua imensa dor agir com prudência mas sem hesitações, para evitar ainda maior infortúnio, resolveu, não sem dó profundo e forçada por circunstâncias imperiosas, abandonar temporariamente o velho e querido hospital, abrigando em lugar tranqüilo e seguro centenares de enfermos que se encontravam sob aquele teto acolhedor e tradicional.

"Decidida a remoção dos enfermos, abriram-se para recebê-los - num movimento consolador e emocionante de solidariedade e de carinho - todas as portas das instituições de caridade de Santos; e assim, a velha Santa Casa de Braz Cubas, quatro vezes secular, subsiste em várias casas santas da cidade.

"Estava pois quase normalizado o serviço hospitalar, quando o patriótico Governo do Estado de São Paulo, dirigido pelo eminente dr. Júlio Prestes, generoso e fidalgo, ofertou à Santa Casa seu Hospital de Isolamento, onde, a partir de amanhã, a pobreza desta terra encontrará lenitivo para suas dores.

"Dirigindo-se à população de Santos, a Mesa Administrativa serve-se deste ensejo para significar publicamente seu vivo reconhecimento a todos quantos vieram trazer-lhe, em transe tão doloroso, precioso concurso material e indispensável conforto moral: - a todas as autoridades civis, eclesiásticas e militares; aos poderes públicos federais, estaduais e municipais - e uma referência especial deve ser feita ao exmo. sr. Benedicto Pinheiro, vice-prefeito, em exercício, e ao dr. Ferreira da Rosa, delegado regional; - ao exmo. sr. bispo diocesano; à Associação Comercial e ao nobre e generoso comércio de Santos; ao Corpo Consular; à Imprensa; à dedicada classe médica; às nobres sociedades beneficentes; ao intrépido Corpo de Bombeiros; aos briosos Tiros de Guerra; aos grêmios recreativos: às empresas particulares, cujos serviços foram relevantes, sendo justo destacar a Companhia Docas de Santos, a City of Santos, a São Paulo Railway Co., a Companhia Construtora de Santos, a São Paulo Light & Power, a Companhia União dos Transportes; enfim ao concurso anônimo, dedicado e valoroso, ao povo desta terra magnânima, a todos, a Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia vem testemunhar sincero e comovido agradecimento.

"Santos, 16 de março de 1928. - Provedor - Alberto Baccarat; Vice-Provedor, dr. J. Carvalhal Filho; 1º Secretário, Benjamin de Mendonça; 2º Secretário, George Rosenheim; Tesoureiro, comendador Augusto Marinangeli; Mordomo Geral, Arthur Alves Firmino; Consultores, A. S. Azevedo Júnior, Carlos Luiz de Affonseca, Eduardo Monteiro Reis, Flamínio Levy, José da Silva Gomes de Sá."

Imagem: jornal santista A Tribuna, em 16 de março de 1928


"Esta fotografia dá uma idéia nítida do que foi a horrível catástrofe. No clichê vê-se a parte do edifício da Santa Casa, que ficou destruída, e onde se achavam instalados o necrotério e a sala de operações daquele estabelecimento de caridade"
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 16 de março de 1928


"Aspecto do local do desmoronamento, apanhado pelo hábil fotógrafo, sr. J. Marques Pereira, vendo-se os operários entregues ao afanoso trabalho de desentulho. A casa que está próxima ao aterro é a da Rua Rubião Júnior n. 17, onde se achava instalada a pensão de Mme. Fanny, viúva do dentista Masseran. A pensão é vista pela parte dos fundos."
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 16 de março de 1928


"Magnífico aspecto tirado pelo nosso fotógrafo, no alto do Monte Serrat, à beira do precipício.
O clichê mostra a parte da cidade que fica na encosta do morro"
Legenda e foto: jornal santista A Tribuna, em 16 de março de 1928

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