BICO-DE-PENA
Desenhos de Francisco Carballa [124]
O professor Francisco Carballa registrou no papel, com lápis e caneta esferográfica, imagens de uma cidade que aos poucos foi desaparecendo, com ênfase nos detalhes
arquitetônicos, característicos de um encontro de culturas que se manifestou na primeira metade do século XX.
São edificações de uso comum, comerciais e residenciais, muitas delas demolidas, raramente preservadas, e que nesses detalhes captados pelo professor revelam aspectos curiosos de uma
época já desaparecida. Quando existente, a linha do bonde é registrada nos desenhos, e uma marca registrada desses trabalhos costuma ser a existência de um vidro quebrado numa janela, sempre da mesma forma:
Rua Marechal Pêgo Júnior, 60/58/vila 56, demolidos em março de 2017 (desenho realizado em 24 de abril de 2017)
Imagem cedida a Novo Milênio pelo autor, o professor Francisco Carballa
Conforme registrou o autor, trata-se de uma "vila de sobrados típicos do final do século XIX até os anos 1930, casas para operários; com o corredor onde se lia o nome de Vila Predial, onde havia casas seguindo o mesmo estilo. O número 58 tinha uma porta para esse corredor, que contava com uma porta de ferro trabalhada, substituída depois por uma porta simples de madeira (no final, nem isso). A construção escapou da explosão do gasômetro em 1967, mas desabou a fachada dos números 60/58, onde funcionou o Bar do Bodega em meados de fevereiro de 2017. Os batentes de portas e janelas, assim como o madeiramento do telhado, eram de peroba. As bandeiras de porta eram do estilo neoclássico comum".
Este grupo de casas se articula com uma construção vizinha:
Sobreposição dos desenhos da Rua Marechal Pêgo Júnior, 62 e 60/58/vila 56
Imagem cedida a Novo Milênio pelo autor, o professor Francisco Carballa
O local em abril de 2011, fotografado pelo programa Street View (acesso em 6/8/2017)
O mesmo local, em agosto de 2015, fotografado pelo programa Street View (acesso em 6/8/2017)
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