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V)
ADVERTÊNCIA (da 1ª edição)
Os primeiros
capítulos que se vão ler - Capitania de São Vicente e Capitania de Santo Amaro - nada mais são que compilação dos antigos cronistas
que se ocuparam deste velho assunto, conforme explicaremos no correr desta memória.
Os demais capítulos que se seguem - Capitania de Itanhaém e Capitania de S. Paulo -
bem como os que relatam as questões suscitadas entre donatários de São Vicente (Capitania de Santo Amaro) e donatários de Itanhaém, constituem a
parte mais importante deste trabalho, pois estes pontos tão notáveis da História das Capitanias Paulistas foram inteiramente esquecidos pelos
cronistas, e continuam, infelizmente, a ser postos de parte, claudicados, falseados e desprezados pelos historiadores de nossos dias.
O nosso intuito, pois, publicando estas Memórias sob o título, talvez
pretensioso, de Capitanias Paulistas e após o aparecimento da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo - 1915 - da
Capitania de Itanhaém [I],
com a série de documentos e mapas inéditos, não é, está bem visto, fazer literatura, nem tampouco ostentar erudição, mas simplesmente procurar
esclarecer esses pontos primordiais de nossa história, tanto mais nesta época memorativa, em que, com tanta efervescência e entusiasmo, se procura
investigar nos vetustos anais, agora amplamente publicados pelo Governo de S. Paulo e pelos demais estados da Federação, os fastos, as glórias de
gerações passadas, no longo período colonial de nossa Pátria.
O modesto trabalho, agora apresentado, não agradará talvez ao público em geral, nem tampouco à
maior parte dos historiógrafos.
Poderíamos ser menos enfadonho nas enumerações desta memória; quisemos, entretanto, ser bastante
minucioso, a fim de que fiquem convenientemente esclarecidos e comprovados todos estes pontos obscuros e olvidados da história paulistana...
Pouco nos importa o juízo bom ou desfavorável, que se venha a fazer deste nosso trabalho.
Visamos apenas, com a publicação, um tanto tardia, destas linhas, prestar
um serviço ao nosso país, sobretudo ao rico e próspero estado de São Paulo e, particularmente, à nossa humilde e pobre "terra natal", sempre tão
menosprezada e esquecida na história de São Paulo e, quiçá, na história do Brasil.
[I]
O dr. J. Capistrano de Abreu, que leu parte desta Memória e nos animou na sua publicação, comprometeu-se a mandar vir de Portugal, por intermédio do
historiador J. Lucio de Azevedo - a Carta Régia de D. Maria I - pela qual se fez a adjudicação à Coroa Lusitana, da Capitania de Itanhaém, de 1777
em diante.
Infelizmente, este documento deixa de fazer parte deste livro, por não
ter chegado às nossas mãos.
B. Calixto
S. Vicente, 8 de dezembro de 1924. |