Sempre gostei de desenhar, a lápis, ou pintar, óleo sobre tela, tendo participado de exposições de quadros. De desenhista artístico, passei a desenhista técnico: fiz um estágio trabalhando na antiga Deartp - Desenho Artístico, Técnico e Publicitário, em São Vicente, onde aprendi o Desenho Técnico, isso por volta de 1972, e fui trabalhar na Ultrafértil. Comecei também a fazer desenhos de projetos de arquitetura para os amigos: alguém tinha um terreno e queria construir ali, então eu fazia a planta, dava até para "entrar" na casa acompanhando as imagens no papel. E não usava computador naquela época!

São desse tempo diversas invenções, como o compasso traçador de elipses e o arcógrafo (instrumento para cálculo de áreas (hoje superados pelos recursos gráficos do computador) e a multirégua, hoje fabricada pela Trident. Também criei a escada de segurança para evitar acidentes na construção civil (uma escada montada num eixo vertical, mas com barras curvas que passam pelas costas da pessoa, protegendo-a contra quedas). São onze invenções e quatro patentes registradas, sendo que no início, por falta de melhor orientação, cheguei a perder patentes: não sabia que precisavam ser renovadas constantemente...

Agora, estou escaneando todos os desenhos artísticos e as telas, e passando o material para um CD-R, para preservá-los, e estou envolvido mais em desenho técnico via computador, especialmente usando o programa AutoCAD. Consegui me adaptar bem à mudança da prancheta para o micro, e hoje consigo ajudar quem está entrando na área, para que faça seu trabalho da forma mais rápida possível. 

Essencial – Nos desenhos de projetos usando programas CAD, é de grande importância para a agilização do trabalho contar com bibliotecas de imagens prontas, que possam ser agregadas ao projeto. Por exemplo, se estamos fazendo o projeto de uma casa, ganhamos tempo se dispusermos de modelos prontos de portas, janelas, telhados, móveis etc. Aí, é só buscar o modelo preferido na biblioteca eletrônica e aplicar, fazendo as adaptações necessárias quanto ao tamanho e outros parâmetros.

Com a facilidade de desenhar que tenho, sou rápido, em média 10 a 20 minutos para realizar um desenho mais complexo. Assim, tenho armazenados mais de 1.500 desenhos em escala, para uso em projetos elétricos, arquitetônicos e de estruturas metálicas, compondo cinco CDs diferentes que já estou comercializando. O desenho é projetado em AutoCAD e completado (fase de renderização) no programa MicroStation.

Também estou planejando abrir, numa casa que adquiri na Rua Almeida de Moraes, 50, uma escola de aperfeiçoamento em AutoCAD, pois as empresas exigem um certo desenvolvimento técnico do "cadista" (antes chamado de desenhista-copista - profissional que copia no computador o que o projetista fez, mas não tem geralmente o conhecimento técnico, e se o rascunho estiver errado ele não saberá corrigir, embora ainda assim seja importante para as empresas, porque o projetista não pode perder tempo com esse trabalho).

As escolas normalmente dão apenas o conceito, e é na prática que a pessoa aprende. Por exemplo, é muito comum o desenhista fazer o desenho, tentar imprimir e descobrir que a impressão resultante ficou muito pequena, ou então, em vez de ocupar uma simples folha de papel, exige dezenas de folhas a serem depois montadas: houve erro de escala. Por isso, quero ensinar as pessoas a terem noções de projeto, evitando esses erros e aprendendo a aproveitar melhor os recursos dos softwares. Espero que os alunos saiam em condições de competir no mercado de trabalho.
 

Veja mais:
Santista cria biblioteca de imagens CAD