ENFOQUE
Mudanças no agenciamento marítimo
Christian von Lachmann (*)
O mercado
marítimo e portuário sofreu alterações significativas
a partir da Lei de Modernização dos Portos (Lei nº 8.630,
de 25/2/1993) e, com a sua implementação, foram criadas várias
entidades, entre elas o operador portuário, que passou a ser responsável
pela estiva, função exercida anteriormente pela agência.
Este fato se deu pela necessidade do operador portuário assumir
responsabilidades como avarias a cargas e navios e a contratação
de mão-de-obra e seguros.
Assim, as agências passaram
a focar seu trabalho no agenciamento portuário e comercial para
os armadores. Com o aumento do comércio exterior, houve um incremento
de companhias de navegação operando no Brasil e um crescimento
na quantidade das escalas dos navios. Este cenário foi propício
ao surgimento de pequenas agências de navegação, que
conquistaram uma parte do mercado.
O excesso de ofertas gerou uma queda
no valor dos fretes e as empresas de navegação tiveram que
mudar a postura de negócios, formando-se parcerias que visavam o
aumento do valor dos fretes e seu poder de negociação.
Com este encolhimento do mercado,
algumas agências quebraram, e as que ficaram já vinham investindo
em tecnologia para aumentar a produtividade. Com o fechamento de algumas
agências, muitos profissionais da área comercial destas criaram
empresas non-vessel operators common carriers (NVOCCs), acarretando
uma grande oferta de serviços.
Aliado a isso, muitos armadores,
com os custos divididos entre os membros das parcerias, lançaram
novas linhas, gerando um conflito comercial entre os clientes de uma mesma
agência. O lançamento dessas novas linhas, e esse conflito
comercial, levaram as companhias de navegação a abrirem suas
próprias agências, primeiramente só comerciais, posteriormente
operacionais (portuárias), o que reduziu ainda mais o mercado das
agências marítimas independentes (não pertencentes
às companhias de navegação).
As agências marítimas
- entre elas a Wilson, Sons Agência Marítima -, ao longo dos
últimos anos, vêm investindo em tecnologia e treinamento de
pessoal, devido à certeza de que o aumento da produtividade pode
propiciar preços mais competitivos, sempre agregando valor para
seus clientes.
(*) Christian
von Lachmann é diretor do grupo Wilson
Sons. |