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HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - Trem
Antigas estações ferroviárias vicentinas

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A história desta estação foi assim registrada por Ralph Mennucci Giesbrecht no site Estações Ferroviárias do Brasil (atualização: 27/4/2013. Acesso: 14/5/2013):


Imagem: reprodução parcial da matéria original

E. F. Sorocabana (1937-1971) - Fepasa (1971-1998)

Pai Matias

Município de São Vicente, SP

Mairinque-Santos - km 83,913 (1960)

SP-2646

Inauguração: 10/11/1937

com trilhos

Uso atual: abandonada

Data de construção do prédio atual: 1937

HISTÓRICO DA LINHA: Projetada desde 1889, a Mairinque-Santos, linha que quebraria o monopólio da SPR para ligar o interior ao litoral foi iniciada em 1929 e terminada em 1937, com a ligação das duas frentes, uma vindo de Santos e outra de Mairinque. É uma das obras ferroviárias mais reportadas por livros no Brasil. Já havia, no entanto, tráfego desde 1930 nas duas partes, e o trecho desde Santos até Samaritá havia sido adquirido em 1927 da Southern São Paulo Railway, operante desde 1913.

Com o fim da Sorocabana e a criação da Fepasa, em 1971, a linha foi prolongada até Boa Vista, no fim dos anos 80 (retificação do antigo ramal de Campinas). Houve tráfego de passageiros entre Mairinque e Santos até cerca de 1975, e mais tarde entre Embu-Guaçu e Santos, até novembro de 1997. A linha opera até hoje sob a administração da Ferroban.


Trem que seguia de Embu-Guaçu para Santos e vice-versa, uma versão mais curta do "trem dos índios" da velha Sorocabana, depois Fepasa, parado na estação de Pai Matias, provavelmente durante a primeira metade dos anos 1990. Este trem acabou em 1997

Foto: Alberto del Bianco, publicada com a matéria

A ESTAÇÃO: A estação de Pai Matias foi aberta em 1937, e seu nome teria origem, segundo alguns, no aguadeiro da região que trazia água para os operários que construíam a linha. Segundo outros, ele seria o nome de um dos morros da serra do Mar. A estação não pode ser alcançada por carro. Está na descida da serra do Mar.


A estação, à direita a sua plataforma, em 1983

Foto: Nilson Rodrigues, publicada com a matéria

"(...) Chegamos ao pátio de Pai Matias, última estação antes de Paratinga. Como a maioria dos pátios dessa região, também foi desativado depois que o licenciamento passou a ser feito via satélite. Completamente abandonado, o lugar dá arrepios. Ótimo cenário para um filme de terror (...)".

Este é o relato do jornalista Fábio Borges, na Revista Ferroviária, de janeiro/2000, descrevendo um passeio com os trens da Ferroban na Mairinque-Santos, em fins de 1999, no qual desceu a serra durante a noite. Ele cita a estação como sendo a última antes de Paratinga, num trecho em que, apenas vinte anos atrás, ainda existiam pelo menos quatro estações e paradas. Pai Matias está hoje tomada por um grupo de índios da região (11/2002).


Estação de Pai Matias, ainda mostrando alguma vida, em 1983

Foto: Nilson Rodrigues, publicada com a matéria

"Quando meu pai era telegrafista em Pai Mathias, o chefe da estação o convidou, numa dessas folgas, para irem "caçar" (cortar) palmitos. Na época, meu pai tinha 15/16 (hoje tem 81) anos e topou imediatamente. Pois bem, foram os dois e após algumas horas de picadas abertas no facão e também algumas pilhas de palmitos, o chefe da estação falou: 'Castro, vamos embora'. Meu pai não entendeu e começou a coletar os palmitos à beira da trilha. Imediatamente o chefe, em pânico, falou: largue tudo, vamos, vamos. Meu pai, vendo a expressão do amigo, largou e voltaram correndo para Pai Mathias.

"Lá chegando, imediatamente o chefe fechou tudo. Meu pai então perguntou o que tinha acontecido. E o chefe, perguntou: 'você não escutou o estalar?' Meu pai: 'que estalar?' 'Das orelhas da onça', respondeu o chefe. Aí meu pai falou que não. E o chefe falou parece um estalar dos nossos dedos polegar e indicador. Conheces aquele movimento que faz barulho, tec.... tec... tec... Meu pai conta que aquela noite, a onça os rondou o tempo inteiro na estação, estalando as orelhas. E ele jura que é verdade. E deve ser, já que escuto essa história desde pequeno, ou seja ela é repetida periodicamente, há mais ou menos 40 anos" (José David de Castro, 11/2002)


A estação, em 1986

Foto: Carlos E. Campanhã, publicada com a matéria

(Fontes: Nilson Rodrigues; Antonio A. Gorni; Carlos Roberto de Almeida; Carlos Campanhã; Alberto del Bianco; Ricardo Koracsony; José David de Castro; Fábio Borges; Revista Ferroviária, 2000; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais, 1920-69; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)


Vista do trem, a estação de Pai Matias, em 1 de dezembro de 1991

Foto: Carlos Roberto de Almeida, publicada com a matéria

 


A estação em novembro de 2002

Foto: Antonio A. Gorni, publicada com a matéria

 


A estação em março de 2003

Foto: Ricardo Koracsony, publicada com a matéria

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