Os locais a serem preservados
Fotos: Paulo Freitas, publicadas com a matéria (cor acrescentada por Novo
Milênio)
HISTÓRIA
Condephasv completa um ano e pede 17 tombamentos à Prefeitura
Memória da Cidade pode passar a contar com proteção legal. Recomendação será encaminhada a
Tércio Garcia
Valéria Malzone
Da Redação
O Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arquitetônico, Artístico, Cultural e Turístico de São Vicente (Condephasv), que acaba de completar um ano de existência, quer tombar, em
âmbito municipal, 17 estruturas da Cidade.
Integram a lista (ver quadro) os principais monumentos históricos e
turísticos, como a Biquinha de Anchieta e o Marco Padrão, além de algumas fachadas de edificações e de imóveis de propriedade pública e também
privada, como a do Edifício Gáudio, na Praia do Gonzaguinha, cujo prédio conta com um bunker (abrigo antiaéreo da Segunda Grande Guerra).
Apesar de ser considerada a Primeira Cidade do Brasil (de 1532), São Vicente possui este paradoxo
de não ter ainda nenhum bem tombado em nível municipal. Há somente dois na esfera federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), e outros dois em caráter estadual pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do do
Estado de São Paulo, o Condephaat. (ver quadro).
Avaliação |
"Acredito que esta medida irá valorizar bastante a Cidade e também estes imóveis, sejam
eles de propriedade de pessoas físicas ou jurídicas" |
Tércio Garcia,
prefeito de São Vicente |
Valorização - Segundo o presidente do Condephasv, o historiador Marcos Atanásio Braga, a
relação dos bens será encaminhada ao prefeito Tércio Garcia (PSB) para análise. Questionado sobre o assunto, Tércio já adiantou que é totalmente
favorável a esta iniciativa.
"Vamos fazer os estudos necessários, inclusive pelo departamento jurídico da Administração
Municipal. Independentemente disso, acredito que esta medida irá valorizar bastante a Cidade e também estes imóveis, sejam eles de propriedade de
pessoas físicas ou jurídicas", disse o prefeito.
Tércio acrescentou que São Vicente ganhará tanto nos aspectos culturais e turísticos como
econômicos. "É um belo gesto do conselho no seu primeiro ano de aniversário", opinou.
O Condephasv tem 22 membros que representam entidades e secretarias municipais. O conselho foi
criado exatamente para defender e valorizar o pouco que resta dos monumentos e da arquitetura histórica de São Vicente. Conforme o presidente da
entidade, Marcos Braga, a proposta de tombamento visa principalmente resgatar e valorizar o passado do Município.
"Por estar perto da Capital, São Vicente sofreu a pressão do boom imobiliário do veranismo,
a partir da década de 60. Esse fator, aliado à insensibilidade para a questão da preservação de bens históricos, fez praticamente desaparecer
antigas construções que, de alguma forma, representavam o período da fundação da Cidade", analisou o historiador.
Otimismo - Braga disse que a proposta não deverá ter empecilhos, "já que a maioria dos
imóveis e monumentos da lista pertence ao Governo do Estado e à Prefeitura". Além disso, a idéia é tombar principalmente as fachadas, telhados e
volumetria dos imóveis. "Neste nível de tombamento, os proprietários ficam livres para promover alterações no interior destes bens, no caso dos
particulares".
Já o tombamento de monumentos tão conhecidos, como a Biquinha de Anchieta, por exemplo, irá suprir
para o historiador uma verdadeira lacuna. "A Ponte Pênsil, que também é muito conhecida, já é tombada em nível estadual (em 1982), mas a Biquinha,
que é outro símbolo vicentino, não tem ainda este reconhecimento". |