Terça-Feira, 13 de Junho de 2006, 09:44
Crânio de baleia é levado para Centro Náutico
Da Sucursal
Os ossos do crânio da baleia azul que eram mantidos por determinação judicial no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV)
foram levados para o Centro Náutico, na Esplanada dos Barreiros. Até ontem, no entanto, o autor da ação popular movida no sentido de manter o fóssil
na Cidade, Lourenço Secco Júnior, desconhecia o paradeiro da ossada, encontrada em setembro de 1989, no Itararé, e guardada no instituto desde 1992.
Sua permanência na Cidade acabou na Justiça, no ano passado, depois que foi sugerida uma doação para o Instituto de Pesca de Santos.
Conforme a Prefeitura, os ossos foram transportados para o Centro Náutico em abril.
"Está sendo preparada a sua restauração para posterior exposição", informou a Administração Municipal, por meio de sua Assessoria de Imprensa.
No último mês de dezembro, o juiz da 2ª Vara Cível de São Vicente, Leandro de Paula
Martins Constant, concedeu liminar e determinou que o fóssil ficasse no local onde se encontrava, atendendo ao pedido do munícipe, que moveu a ação
popular para garantir a permanência dos ossos na Cidade. O magistrado chegou a fixar multa diária de R$ 2 mil em caso de desobediência.
Na ocasião, o titular da 2ª Vara Cível justificou a decisão afirmando que a ossada
deveria permanecer em São Vicente até que se fizesse "prova sobre o efetivo valor local da ossada", em detrimento do valor regional ou nacional.
A ação popular, movida pelo advogado Lourenço Secco Júnior, foi impetrada depois que o
autor tomou conhecimento de um ofício enviado pelo vice-presidente em exercício do IHGSV, Antonio Teleginski, ao então secretário de Turismo e
Cultura da Cidade, Pedro Gouvêa, no último dia 10 de novembro.
Sem saber - Ontem, o advogado afirmou que desconhecia o paradeiro da ossada. De
acordo com o autor da ação popular, durante a visita ao IHGSV, os guardas municipais que estavam de plantão não souberam explicar quando a ossada
teria sido levada, tampouco quem a teria retirado de lá.
"A ordem do juiz está sendo desrespeitada, ninguém sabe onde está (o fóssil) e em que
condições", reclamou o advogado.
Em conversa com o prefeito Tércio Garcia no início de 2006, o historiador Waldir Rueda
teria pedido que a ossada fosse removida do quintal do Instituto Histórico e Geográfico para um recinto fechado e que preservasse o material que
estava há cerca de dez anos exposto ao relento.
Em nota oficial, a Prefeitura informa que: "O prefeito providenciou, então, a remoção
da ossada, incluindo partes já separadas do crânio que estavam no quintal, para um recinto fechado e coberto no Centro Náutico, equipamento público
frequentado diariamente por dezenas de estudantes da Rede Municipal de Ensino que lá praticam esportes aquáticos".
"Além de ter colocado a ossada sobre uma plataforma que permite sua melhor
visualização, a Prefeitura já mandou fazer cobertura transparente de policarbonato para sua melhor exibição ao público", completa a nota da
Assessoria de Imprensa da Prefeitura.
Memória - No documento enviado no dia 10 de novembro de 2005 ao então
secretário municipal de Turismo, Pedro Gouvêa, o vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV), Antonio Teleginski,
escreveu: "Consultamo-lo quanto à conveniência desse fóssil ser transferido à Prefeitura, para que seja colocado em praça pública (coberto), com um
histórico analítico e temporal. Se houver desinteresse da municipalidade, ofereceremos o crânio aos museus especializados de Santos". A resposta
assinada pelo secretário de Turismo e Cultura no dia 17 do mesmo mês foi a seguinte: "Informamos que lamentavelmente não temos espaço para acolher o
fóssil. Outrossim, concordamos com a doação do mesmo a museus especializados de Santos". |