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SÃO VICENTE DE ANTIGAMENTE
Rio Sopeiro, Sapeiro ou Sapateiro
Mencionado em documentos do tempo da chegada de Martim Afonso, o Rio Sopeiro, Sapeiro ou Sapateiro desembocava na Prainha, de São Vicente. Ele é aqui visto neste cartão postal, das primeiras décadas do século XX:


Imagem: acervo do historiador Waldir Rueda Martins

 

Outro cartão postal desse local, possivelmente ainda mais antigo:


Imagem: cartão postal negociado no site de leilões Ebay-EUA, em 15/12/2010

Da mesma época, este postal tem foto obtida do mesmo ângulo de visão:


Imagem: acervo do historiador Waldir Rueda Martins

A Prainha vicentina, em cartão postal Wessel editado em meados do século XX, já se vendo à distância os primeiros edifícios da orla:


Foto: acervo do professor e pesquisador Francisco Carballa

Outro postal mostra a Prainha, ainda cheia de gado, na mesma época:


Foto: cartão postal negociado no site de leilões estadunidense Ebay, em 2 de abril de 2010

Matéria publicada no jornal santista A Tribuna, na terça-feira, 2 de junho de 1992, páginas A-1 e A-6:


Assoreamento – As últimas chuvas e o mato prejudicaram canais e córregos de São Vicente, como no Rio Sapateiro

Foto: Edison Baraçal, publicada com a matéria, na primeira página (A-1)

Assoreamento de canais causa enchente em SV

Da Sucursal de São Vicente

As chuvas que caíram durante todo o dia de ontem deixaram os 17 canais que cortam São Vicente no limite máximo de suas capacidades. O problema é provocado pelo assoreamento contínuo, que faz com que esses escoadouros das águas pluviais percam suas funções originais.

Por alguns centímetros, o canal que acompanha a Avenida Lourival Moreira do Amaral, no Parque São Vicente, não transbordou e atingiu as ruas próximas.A situação foi agravada pelo acúmulo de lixo em vários pontos.

O Rio Sapateiro, que corta vários bairros e deságua na Praia do Gonzaguinha, também estava tomado pelas águas. Na altura da Rua Travessa do Parque, onde existe uma ponte, havia até garças se alimentando de pequenos peixes.

Invasões – A área que recebe todo o volume de água do canal que corta o Parque São Vicente hoje está tomada pela Favela Santo Antonio. Com isso, o escoamento é mais lento. As palafitas e as obras de aterro realizadas por uma fábrica de blocos também contribuíram para reduzir o espaço antes ocupado pelas marés altas. Como resultado, os moradores da parte mais baixa do Jóquei Clube são prejudicados, pois várias ruas são invadidas pela água do mar.

A Prefeitura de São Vicente, que não consegue conter a invasão dessas áreas por favelas, precisará agora remover barracos para conseguir limpar canais assoreados, como o da Avenida Lourival Moreira do Amaral. A Administração informou que terá que retirar vários barracos construídos no canal para, então, enviar uma máquina para fazer a dragagem.

A solução definitiva para o problema, segundo a Prefeitura, seria revestir de concreto todos os canais. Assim, a vegetação não tornaria a crescer e as margens dos canais deixariam de receber palafitas, que necessitam de terreno mole para serem fixadas. Mas não há recursos para essas obras.


As ruas próximas à Lourival Moreira do Amaral ficaram alagadas

Foto: João Vieira Jr., publicada com a matéria, na página A-6

Matéria publicada no jornal santista A Tribuna, na sexta-feira, 12 de agosto de 2011, página A-12:


Segundo o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, até o final do Século 19 a população conhecia o Rio do Sapeiro, denominação provável devido à quantidade elevada de sapos no local. No entanto, ás suas margens foi instalada a primeira oficina de consertos de calçados da Cidade. Assim, logo a população mudou o nome do riacho de Sapeiro para Sapateiro

Imagem publicada com a matéria

Rio Sapateiro é reencontrado em São Vicente

Lendário Riacho é descoberto por acidente durante escavações

Victor Miranda

Da Redação

Após anos sem informações oficiais, a Prefeitura de São Vicente encontrou na última semana um dos principais vilões da Cidade. O mesmo tem recebido o tratamento adequado e, em breve, estará longe do convívio com a sociedade, gerando mais segurança para seus moradores.

Embora o parágrafo acima pareça mais apropriado para o noticiário policial, ele se refere ao Rio Sapateiro, uma espécie de lenda vicentina que, durante décadas, foi apontado pelos governantes como o maior responsável pelas enchentes na região central do Município.

Durante as obras de pavimentação e drenagem da Avenida Capitão-mor Aguiar, técnicos da Prefeitura se depararam com o córrego, escondido sob uma das vias mais movimentadas da Cidade.

Ressurgimento – Ao cavar o solo para providenciar a substituição das manilhas no trecho em que a avenida se encontra com a Rua Frei Gaspar, chamou a atenção dos operários a quantidade de água que corria por ali, por um estreito sistema de drenagem que aparenta ter mais de 80 anos (ao invés de sustentação de concreto armado, paredes de tijolinho protegiam o equipamento subterrâneo, o que indica uma antiga preocupação com as enchentes).

Não demorou muito para os mais atentos detectarem: aquele ali era o Rio Sapateiro (embora essa seja a denominação oficial, chamar de rio, aliás, é um exagero, sendo que o termo correto é córrego). A constatação confirmou a versão dos vicentinos mais velhos, que sempre disseram que as ruas do Centro escondiam esse curso d'água.

Até mesmo um mapa de 1852, assinado pelo pintor Benedito Calixto, confirma que o traçado do córrego serpenteia o Centro de São Vicente. O problema é que, como há apenas dois pontos em que a água é aparente – a fonte do Ipupiara e um pequeno corredor na lateral do Marco Padrão, na praia da Biquinha – sempre houve a dúvida sobre seu real traçado. Situação que fica ainda mais incerta graças às suas várias ramificações.

Nem mesmo a nascente é conhecida, podendo ser na região próxima da Avenida Capitão-mor Aguiar (mais provável), perto da Rua Aleixo Garcia, no Bairro Catiapoã, ou até mesmo em um terceiro lugar (veja em destaque o provável traçado do córrego).

Independentemente do ponto exato de onde surge seu traçado, o fato é que é provável que o curso esteja relacionado à Bacia do Catiapoã, que compreende os canais das avenidas Alcides de Araújo e da Lourival Moreira do Amaral.

Culpado – Justamente por ter seu traçado exato desconhecido e por possuir um status de lenda, em que todos acreditam que ele corre pelo Centro, mas poucos têm provas concretas, o Rio Sapateiro sempre foi relacionado às enchentes que assolaram o Município no decorrer de décadas. Não foram poucos os governantes que, ao encarar uma enchente, acusaram a baixa vazão e o sumiço do córrego como responsáveis pela cheia.

De fato, o sufocamento do rio, somado ao estado deteriorado das manilhas utilizadas em seu curso, podem contribuir para alguns alagamentos. Tanto que bastou o Rio Sapateiro ser detectado para que houvesse uma mudança no material utilizado na drenagem, que precisou ser mais específico e de dimensões mais largas.

"Para nós, de verdade, foi uma surpresa. Quando encontramos aquelas manilhas aterradas, não entendemos o que era. Depois é que a ficha caiu. Por conta disso, vamos utilizar manilhas de concreto ainda mais largas, para ver se reduz o impacto causado nesse rio no decorrer dos anos", explica o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Manutenção Viária, Léo Santos.

Segundo a secretaria, as obras de drenagem e pavimentação da Avenida Capitão-mor Aguiar não vão interferir diretamente no curso do rio. A única ação vai ser aumentar a vazão do mesmo, que será praticamente dobrada.


Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria 

CENTRO

Pavimentação – As obras da Avenida Capitão-mor Aguiar tiveram início há cerca de um mês. Em princípio, os serviços serão feitos no trecho compreendido entre as ruas Frei Gaspar e Marquês de São Vicente, onde os bloquetes de concreto sextavados serão substituídos por pavimentação asfáltica. O investimento no recapeamento do piso é de R$ 1.370.000,00.

Os recursos são originários do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), órgão da Secretaria de Turismo do Estado.

Posteriormente, o trecho da Rua Marquês de São Vicente com destino à Avenida Capitão Luiz Pimenta também será contemplado. Ao todo, serão 680 metros de via asfaltados, que devem levar seis meses para serem concluídos.

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