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SÃO VICENTE - BAIRROS - Núcleos habitacionais  <<-- escolha o retorno

México 70 (1)

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Matéria  publicada no jornal santista A Tribuna na segunda-feira, 8 de dezembro de 2008, páginas A-1 e A-8:

 

SÃO VICENTE - Região afetada é conhecida como Fazendinha Geral. Ocorrência não deixou vítimas

Fogo destrói 160 barracos e assusta Vila Margarida

Incêndio atingiu ontem à noite área de 4 mil metros quadrados. Corpo de Bombeiros contou com ajuda dos moradores para controlar as chamas

Entre assustados e resignados, moradores olhavam cenário de destruição. Sete viaturas foram usadas para controlar chamas, que devastaram área em pouco mais de uma hora

Foto: Luiz Fernando Menezes, publicada com a matéria, na página A-1

FATALIDADE - Fogo levou pânico à Vila Margarida na noite de ontem, atingindo área de quatro mil metros quadrados

Incêndio destrói 160 barracos em SV

Tatiana Lopes e Pedro Cunha

Da Redação

Em pouco mais de uma hora, centenas de moradores da área conhecida como Fazendinha Geral, na Vila Margarida, em São Vicente, perderam tudo, em um incêndio que teria consumido cerca de 160 barracos, segundo estimativa preliminar da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Enquanto algumas pessoas choravam desoladas pela perda repentina, outras trabalhavam sem descanso, auxiliando as autoridades no controle do fogo e no socorro aos desabrigados. Conforme a Defesa Civil, as vítimas que não tinham para onde ir seriam levadas para as escolas municipais mais próximas, Lúcio Martins e República de Okinawa.

Segundo moradores, as chamas teriam se espalhado por volta das 19h30, depois que um homem brigou com a esposa e ateou fogo no próprio barraco. Como o material básico das moradias da Fazendinha é a madeira, o incêndio tomou grandes proporções em pouco tempo e só foi controlado pelos Bombeiros perto das 21 horas.

Comandando as operações ontem, o capitão do 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros, Sandro Correia Coimbra Magosso, explicou que somente hoje a causa do incêndio será investigada. Ele antecipou que irá apurar a hipótese da discussão entre o casal de moradores levantada pelos vizinhos.

Conforme Magosso, o incêndio mobilizou sete viaturas dos Bombeiros, de São Vicente, Santos, Cubatão e Praia Grande, com participação de aproximadamente 30 homens. "Quando chegamos, só dez barracos estavam tomados pelo fogo. Mas estava ventando muito, o que acabou dificultando o trabalho e ampliando o estrago", lamentou o capitão, informando que uma área de quatro mil metros quadrados acabou destruída pelas chamas.

Tristeza e solidariedade - "Puxa, puxa... Pega mais balde... Pra trás, agora não dá..." Em meio às cinzas, a solidariedade da comunidade, esticando mangueiras, enchendo baldes e derrubando barracos para auxiliar os Bombeiros e salvar pessoas e bens das chamas, destacava-se. Apenas alguns tiveram tempo de retirar eletrodomésticos, roupas, móveis e documentos. Muitos deixaram a moradia só com a roupa do corpo. Para estes, restou apenas o lamento.

"Eu estava na casa de uma amiga quando recebi uma ligação no celular e soube do incêndio. Corri, mas não consegui salvar nada", contou, entristecida, a desempregada Alessandra Rodrigues, de 23 anos. Mãe de dois filhos e grávida do terceiro, ela revelou que esta foi a segunda vez que viu as chamas consumirem sua casa.

Em choque, a doméstica Márcia Freire da Silva, de 29 anos, relatou que morava "de favor" em um dos barracos queimados e não pôde nem pegar os sapatos. Ela estava com o marido e os três filhos pequenos, preparando-se para ir à igreja, quando ouviu um barulho: "A única coisa que pensei foi pegar as crianças, documentos e o botijão de gás para evitar explosões".

A atitude dela foi repetida por muitos vizinhos. Algumas pessoas, entretanto, ficaram paralisadas. "Normalmente, eu trabalho nesse horário e meus quatro filhos ficam sozinhos. Se eu não estivesse em casa, eles poderiam estar mortos", disse, tremendo e chorando, a auxiliar geral Gicelda de Oliveira, de 33 anos.

O feirante Edilson de Araújo Andrade, de 38 anos, agiu como verdadeiro herói. Coberto de fuligem, horas depois do incêndio, ele demonstrava satisfação por ter salvo os 12 filhos, a mulher e alguns vizinhos, utilizando um caminho pela maré.

Suspeita é que o incêndio tenha sido criminoso: briga de casal

Foto: Luiz Fernando Menezes, publicada com a matéria, na página A-8

 

FRASE

"Quando chegamos, só dez barracos estavam tomados pelo fogo. Mas estava ventando muito, o que acabou dificultando o trabalho e ampliando o estrago"

Capitão Sandro Correia Coimbra Magosso, comandante do Corpo de Bombeiros

Sete viaturas e mais de 30 bombeiros de quatro cidades da região participaram do combate às chamas

Foto: Luiz Fernando Menezes, publicada com a matéria, na página A-8

 

 

Na terça-feira, 9 de dezembro de 2008, o mesmo jornal A Tribuna publicou, nas páginas A-1, A-9 e A-10:


SÃO VICENTE - Prefeitura está recebendo doações. Santos também montou posto de arrecadação

Vítimas de incêndio podem ir para imóveis do CDHU

Conjunto habitacional, com 198 moradias, fica no Bairro Samaritá. No domingo, 166 famílias da Vila Margarida tiveram casas destruídas pelo fogo

 

Vista aérea mostra cenário de destruição da área conhecida como Fazendinha Geral, na Vila Margarida, ontem. Região atingida pelo fogo tem extensão de 4 mil metros quadrados

Foto: Tuffy Elias e Diego Rendeiro/especial para A Tribuna, publicada com a matéria, na pág. A-1

 

VILA MARGARIDA - As perdas materiais são totais e até ontem a Defesa Civil tinha cadastrado 166 famílias desabrigadas pelo fogo

Vítimas fazem o rescaldo de suas vidas

Valéria Malzone

Da Redação

Desolação, choque e tristeza. Estas emoções estavam estampadas na manhã de ontem nas faces dos moradores da comunidade que vivia na chamada Fazendinha Geral, no Bairro Vila Margarida. Uma área de palafitas amontoadas em São Vicente, que pegou fogo na noite do último domingo.

No rescaldo do incêndio - que desabrigou 166 famílias - amigos, parentes e moradores tentavam recuperar qualquer coisa, desde documentos, até roupas, utensílios ou mesmo móveis.

Apesar dos riscos, alguns - principalmente crianças e adolescentes - mergulhavam os pés na lama dos canais imundos do local, vasculhando madeiras incineradas, ferros retorcidos e equipamentos domésticos derretidos.

Fiscalização - Toda a ação foi monitorada pela Prefeitura, que levou funcionários, caminhões e guindastes para ajudar na limpeza do espaço. Não há registro de feridos por queimaduras e nem de mortos.

"Algumas pessoas pisaram em pregos espalhados pelo chão e naqueles de sobras de madeiramento", explicou o diretor da Defesa Civil de São Vicente, Alberto Junqueira.

Segundo ele, 12 pessoas estavam com estes ferimentos, entre o horário do acidente (por volta das 19h30 de domingo) e o final da manhã de ontem. Todas foram socorridas por unidades do Samu, na Emef Lúcio Martins Rodrigues (Rua Odair Miller Marques, 434, Vila Margarida), escola que foi improvisada como abrigo para as vítimas do incêndio.

"Também uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde ficará aqui (na Emef) à disposição dos desabrigados", confirmou Junqueira. De domingo para ontem (segunda), 64 pessoas dormiram na escola, segundo a Prefeitura. Lá, ocorreu durante todo o dia o cadastramento das famílias desabrigadas. Até o final da tarde de ontem, havia registro de 166 famílias.

A Administração Municipal não soube especificar quantas crianças, deste total, foram cadastradas. "No domingo, quem estava aqui recebeu jantar e hoje (ontem) pela manhã, tomou café", emendou o diretor da Defesa Civil.

Apesar do alto índice de cadastrados, pouca gente permanecia na escola-abrigo. "A maioria está preferindo ir para a casa de parentes", observou Junqueira, que não soube quantificar estas pessoas.

PERSONAGENS

Lusinete Castro Lourenço era outra vítima que ontem pela manhã vasculhava escombros no meio da área do incêndio. "Morava há três meses aqui com duas filhas grávidas, dos seis que tenho", lamentou a mulher, desesperada. "Agora não faço a menor idéia do que vai acontecer, porque só me sobrou a roupa do corpo, assim como das minhas filhas". Seu barraco também foi totalmente destruído pelas chamas.

Édson dos Santos é ajudante geral e foi uma das vítimas do incêndio do último domingo. "Hoje (ontem), voltei aqui para ver se dava para salvar alguma coisa. Mas, não tem mais nada a fazer", lamentou o morador, que vivia em um barraco com a mulher e dois filhos menores. "Estão falando em 160 famílias e, na realidade, aqui tinha uns 500 barracos que queimaram. Só quero ver o que vai acontecer com toda essa gente".

A visão aérea dá a dimensão do tamanho da área consumida pelo fogo que, por sorte, deixou apenas danos materiais e não fez vítima na Fazendinha Geral

Foto: Tuffy Elias e Diego Rendeiro/especial para A Tribuna, publicada com a matéria, na pág. A-9

 

VILA MARGARIDA - Empresa do Governo do Estado responde amanhã se vítimas do incêndio irão para conjunto habitacional

CDHU pode receber desabrigados

Valéria Malzone

Da Redação

As famílias desabrigadas pelas chamas poderão ocupar o Conjunto Habitacional São Vicente-I, da CDHU, que fica no Bairro Samaritá. A informação é da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura.

Entretanto, esta é só uma possibilidade, já que a CDHU ficou de responder amanhã sobre a viabilidade jurídica. O conjunto possui 198 moradias que já precisam de reparos e acabamentos. Estas casas são destinadas, originalmente, a outra leva de famílias carentes cadastradas da Vila Margarida.

Na tarde de ontem, o prefeito Tércio Garcia esteve reunido com uma comissão de moradores, vítimas do incêndio, e esta possibilidade foi bem recebida pelas partes.

Os moradores entrariam no conjunto, porém teriam que trabalhar na reforma das casas, em uma espécie de mutirão. Isso tudo, se a CDHU der uma resposta positiva para a solução do problema.

Já os moradores cadastrados originalmente para o conjunto, que recebem da Prefeitura um vale-aluguel, aguardariam mais seis meses para a conclusão da construção de outro conjunto habitacional, no Parque Bitaru, erguido com dinheiro do PAC do Governo Federal.

Solidariedade - O prefeito, que na manhã de ontem visitou o local dos escombros, valorizou a solidariedade das pessoas no acidente. "Se os moradores não tivessem agido, tudo poderia ter sido pior ainda".

Tércio garantiu que as famílias que não tiverem parentes ou não quiserem ir para os abrigos da Cidade (são dois no Centro) poderão ficar na escola Lúcio Martins Rodrigues.

"Estamos agora em época de férias escolares (o retorno é em fevereiro) e lá tem infra-estrutura para os desabrigados cadastrados", disse Tércio.

Na noite de domingo para segunda (ontem), quatro salas de aula foram disponibilizadas para que as famílias pudessem dormir em colchões cedidos pela Secretaria Municipal de Esportes. Outras salas foram usadas para alojamento e redistribuição de materiais e objetos.

O conjunto feito pela CDHU tem 198 casas, mas que precisam ser reformadas. os imóveis podem ser o novo endereço das vítimas do incêndio

Foto: Irandy Ribas, publicada publicada com a matéria, na página A-10

 

Investigação não terminou

A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros mantêm peritos investigando a causa ou as possíveis causas do incêndio do último domingo. Segundo o diretor da Defesa Civil do Município, Alberto Junqueira, há especulações sobre três hipóteses.

"Uma, seria um foco iniciado por uma briga doméstica de um casal; outra, sobre curto-circuito de ligações clandestinas de eletricidade (famoso gato) e, uma terceira versão, sobre acidente com fogos de artifício, devido ao jogo decisivo do Campeonato Brasileiro de ontem", disse Junqueira.

O incêndio, iniciado por volta das 19h30, tomou rapidamente grandes proporções também porque ventava muito naquele momento. Sete viaturas do Corpo de Bombeiros e mais de 30 homens foram utilizados no combate às chamas. Moradores solidários também ajudaram na luta contra o fogo.

Doações - Os desabrigados precisam de materiais de higiene pessoal, de absorventes femininos a pasta dental, toalhas de banho, roupas de cama, alimentos de todos os gêneros, água e mantimentos.

"Estamos concentrando tudo na sede do Fundo Social de Solidariedade de São Vicente (Rua Benedito Calisto, 205, Boa Vista) e também no Fundo Social de Solidariedade de Santos (Avenida Conselheiro Nébias, 162)", explicou ontem a secretária de Cidadania e Ação Social de São Vicente e presidente do Fundo Social da Cidade, Márcia Papa Garcia. Os telefones das entidades são: 3467-9118 (FSS de São Vicete) e 3222-8050 (FSS de Santos).

A Prefeitura, em seu site oficial (www.saovicente.sp.gov.br), também disponibilizou uma lista de postos de arrecadação para as vítimas. Os materiais recolhidos são catalogados, separados e distribuídos para as famílias desabrigadas. A Administração Municipal também agilizará, por meio do Poupatempo Móvel, a retirada de novos documentos dos desabrigados (VM).

Desabrigados reviraram os escombros em busca de algo pessoal

Foto: Fernanda Luz, publicada publicada com a matéria, na página A-10

ONDE DOAR

Sede do Jepom - Avenida Manoel de Abreu, 584 - Cidade Náutica

Poliesportivo Jepom -Avenida Martins Fontes, 735 - Catiapoã.

Prefeitura Municipal de São Vicente - Rua Frei Gaspar, 384 - Centro.

Fundo Social de Solidariedade - Rua Benedito Calixto, 250 - Boa Vista.

Escola Técnica Circuito - Rua Frei Gaspar, 2450 - Parque São Vicente.

Praça Coronel Lopes.

Praça Barão do Rio Branco.

Praça Tom Jobim.

Ponto de Informações Turísticas Itararé.

Ponto de Informações Turísticas Gonzaguinha

Supermercado Pirâmide - loja 1 - Rua Cornélio Pires.

Supermercado Pirâmide - loja 2 - Rua Franklin Casen de Moura.

Supermercado Casa Luanda - Avenida Antônio Emerich, 347.

Supermercado Ao Fiel Barateiro - Quinze de Novembro, 537.

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