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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MEDICINA
A terra da Caridade (12)

Inúmeras instituições dignificam o lema da cidade que ensinou à Pátria a caridade
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Texto publicado na edição especial comemorativa do cinqüentenário do jornal santista A Tribuna, em 26 de março de 1944 (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda - grafia atualizada nesta transcrição):
 
Santos - terra onde a caridade é lei

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Albergue Noturno
Foto publicada com a matéria

Albergue Noturno - Como uma das parcelas do rico patrimônio filantrópico de nossa terra, contamos com o Albergue Noturno, casa acolhedora, mantida pela Sociedade Amiga dos Pobres, instituição que surgiu da congregação de almas caritativas, tendo à frente a figura veneranda do coronel Joaquim Montenegro.

A Sociedade Amiga dos Pobres foi fundada em 7 de abril de 1916. No mesmo ano, ou seja, em 12 de outubro, a instituição inaugurava à Rua da Constituição, 66, o primeiro Albergue Noturno em nosso Estado. O coronel Joaquim Montenegro, então prefeito municipal, teve como colaboradores nessa esplêndida obra os srs. cel. Cincinato Costa, senador Azevedo Júnior, J. Dias Martins, Bernardo Browne e outros, além de Alberto Veiga, cuja pena fulgurante contribuiu eficientemente para a concretização da altruística iniciativa.

O primeiro presidente da entidade foi o coronel Joaquim Montenegro. Depois, o dr. Artur Costa Filho. E desde 1932 preside a Sociedade Amiga dos Pobres o comendador Aristides Cabrera Corrêa da Cunha, que vem consagrando o melhor de seus esforços para o desenvolvimento do lar dos pobres, hoje magnificamente instalado à Rua Braz Cubas, 289, em edifício próprio.

Muitas dificuldades teve que enfrentar a Sociedade Amiga dos Pobres, inclusive um débito hipotecário de 80 mil cruzeiros contraído em 1926, aliás, resgatado e por antecipação, mercê da tenacidade e devotamento do comendador Aristides Cabrera Corrêa da Cunha e seus dedicados companheiros.

Em 1921, por iniciativa ainda do saudoso Alberto Veiga, foi fundada uma escola para instrução aos pequenos jornaleiros; essa escola, que era noturna, suspendeu seu funcionamento, por falta de freqüência. Em 1940 foi ela restabelecida e assim a Sociedade Amiga dos Pobres vem mantendo os seus serviços normais ininterruptamente, e a Escola "Alberto Veiga", devidamente registrada no Departamento do Ensino do Estado, em pleno funcionamento, com uma freqüência de 40 alunos de ambos os sexos; o ensino, que é primário, é ministrado inteiramente gratuito.

A manutenção da Sociedade está confiada à benevolência do povo e do comércio santista, que tem sabido reconhecer os benéficos auxílios que presta à coletividade. Dos poderes públicos, a Sociedade só conta com um auxílio da Prefeitura local de Cr$ 7.200,00 anuais; o Departamento do Serviço Social tem destinado um pequeno auxílio anual, variável, que não foi além de Cr$ 3.000,00; em 1942 foi de Cr$ 800,00 o quinhão destinado por aquele Departamento. No exercício passado não foi esta Sociedade contemplada com qualquer auxílio.

O Albergue é uma das instituições que relevantes serviços presta às autoridades locais. A Delegacia Regional de Polícia freqüentemente se vale do Albergue para agasalhar menores envolvidos em casos afetos à polícia; o Juízo de Menores, em condições idênticas, encontra, no Albergue, o agasalho para os menores à sua disposição; casos há, em que permanecem menores por vários dias e noites seguidos, até que uma solução final seja encontrada.

Para que se possa avaliar do volume de serviços que o Albergue Noturno presta aos necessitados, basta referir o movimento de albergados desde sua fundação (12 de outubro de 1916) até 31 de dezembro do ano passado: homens, 405.981; mulheres, 37.947. Total de albergados, 441.928. Desse total, 266.090 eram nacionais e 175.838 estrangeiros; 377.796 maiores de idade e 64.132 menores; 355.652 solteiros, 562.725 casados e 33.561 viúvos; da cidade, 160.014 e de fora, 281.914.

É a seguinte a atual diretoria da Sociedade Amiga dos Pobres: presidente, com. Aristides Cabrera Corrêa da Cunha; vice-presidente, dr. Jacinto Reis; 1º secretário, dr. José da Costa e Silva Sobrinho; 2º secretário, Genaro Milás; 1º tesoureiro, Amadeu Pereira Brandão; 2º tesoureiro, Galiléu G. Monteiro. O sr. João Batista de Azevedo, que serviu na primeira diretoria e sempre fez parte da mesma, sem interrupção, era ultimamente membro do Conselho Deliberativo, do qual era 1º secretário o sr. Álvaro Pinto da Silva Novais, ambos recentemente falecidos. É presidente do Conselho Deliberativo o dr. Pérsio de Sousa Queiroz. A administração interna do estabelecimento está confiada ao dr. Alberto Tibiriçá Passos, que vem exercendo essa função desde 1931. A escola "Alberto Veiga" está sob a regência da professora Cici Gomides Passos, desde a sua reabertura, em 1940.


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