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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Santos, 1913: antes e depois (da eleição) - 1

Corria o ano de 1913. Grande disputa eleitoral entre o Partido Municipal (no poder) e o grupo oposicionista do dr. Cesário Bastos. Grandes acusações de parte a parte, como em qualquer disputa política. Para garantir a eleição de seus candidatos (que venceram no pleito marcado para o dia 30 de outubro daquele ano), os municipalistas iniciaram a publicação, na semana anterior à das eleições, de uma série de reportagens fotográficas tipo antes-depois, mostrando as suas realizações na cidade, com o título "Contra fatos não há argumentos".

A primeira publicação ocorreu em 22 de outubro de 1913, no jornal santista A Tribuna, página 5:


A Rua XV de Novembro no início de sua remodelação

 


A Rua XV depois de remodelada

 

"...A parte que hoje nos ocupa e que o leitor verá dos presentes clichês pertence à primeira via pública de Santos, a Rua 15 de Novembro. um deles retrata esta rua no início das obras executadas pela nossa municipalidade em prol de sua transformação. O segundo nos mostra a mesma rua tal como ficou depois das referidas obras, despida, enfim, do seu antigo, esburacado, anti-higiênico e arcaico calçamento, do sistema de iluminação a lamparina, passeios tortuosos e coberto de depressões, casario de feição colonial e ameaçado pela Comissão Sanitária. Hoje, patente ao exame de todos, a Rua Quinze, como por milagre, se encontra transformada numa via pública de inegável elegância e escrupulosa higiene. Não mais a Rua Quinze de outros tempos, arcaica e tristonha, arrancando as solas e enlameando as botas dos transeuntes, que fugiam dela..."


No dia 23 de outubro de 1913, continuava (na página 5) a série em A Tribuna, destacando o Largo do Rosário, que mais tarde ganharia a denominação de Praça Rui Barbosa:

 


O Largo do Rosário transformando-se

 


O mesmo Largo depois de transformado

 

"...dois clichês do nosso Largo do Rosário. Num deles, não obstante o apreciável aspecto do moderno edifício que serviu em tempos de Correio, vê-se ainda muito do que era o coração de Santos há alguns anos atrás. Já havia sido então iniciada a sua completa transformação, constante da demolição do arcaico e anti-higiênico quarteirão, atravessado pelo prolongamento da Rua Frei Gaspar. Nessa fotografia vêem-se operários trabalhando na derrubada do último aborto da arquitetura colonial que enfeava a nossa principal praça.

 

"No segundo clichê, já completamente transformada, vêem-se o novo jardim, o calçamento de primeira ordem, cruzado pelas linhas dos bondes elétricos, que nos outros tempos não existiam nem por hipótese. A transformação importou, como está bem de ver, no completo remodelamento das construções que o circundam. Consideravelmente aumentado com o derrubamento do velho quarteirão da Rua Frei Gaspar, que por sua vez passava também a ser alargada e calçada a asfalto, o Largo do Rosário possui hoje bons e modernos edifícios, apresentando aspecto confortável e atraente".


Em 24/10/1913, na página 3, o alvo da publicação em A Tribuna foi Rua do Comércio, então denominada Rua de Santo Antonio:

 


A Rua Santo Antonio em remodelação

 


A mesma rua depois da reforma

 

"Hoje é a vez da nossa principal artéria comercial, a Rua de Santo Antonio. Quem conhece Santos a fundo terá avaliado, certamente, a importância dessa via pública no plano geral da nossa cidade. Além de ligar o Largo Monte Alegre, ponto obrigado do embarque e desembarque dos passageiros de S. Paulo e interior, visto como está situada nele a estação da S. Paulo Railway, com o largo do Rosário, de onde irradiam todas as linhas dos elétricos, a Rua de Santo Antonio é de ponta a ponta constituída pelo nosso alto comércio, que nela tem os seus escritórios e armazéns. Assim, o trânsito de pedestres e veículos nessa via pública é intenso, chegando mesmo, em certas horas do dia, a ser extraordinário.

 

"Pois bem! Ainda não há muito a famosa artéria comercial de Santos era, como tantas outras, então, um verdadeiro atentado à higiene, à estética e ao conforto. Prédios antiqüíssimos, casarões pavorosos, emprestavam-lhe deprimente aspecto. O leito da rua, coberto de colossais depressões e de espessa camada de lama escorregadia, era repugnante. As administrações daquele tempo descuravam por completo da reforma dessas bagatelas para cuidarem exclusivamente de rançosa política de campanário.

 

"E foram estes e outros fatos, quiçá mais vergonhosos, que determinaram a interferência do nosso alto comércio na política local. Era um direito que lhe assistia como principal contribuinte e o dever iniludível de trabalhar pela reabilitação da terra em que empregava o melhor de seus esforços...".


Fotos publicadas com as respectivas matérias. Ortografia atualizada nestas transcrições

Cor acrescentada por Novo Milênio

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