"ELES PARECEM GENTE DE VERDADE!"
Essa foi a exclamação mais ouvida durante todo o final de semana, por parte das pessoas que foram visitar
o bonde turístico do Gonzaga. Entre as inúmeras novidades do veículo, totalmente restaurado pela CET e Prefeitura, uma chamou a atenção e
surpreendeu pela fidelidade na reprodução: são as figuras do “motorneiro” e do “condutor”, que eram, respectivamente, aquele que conduzia o bonde e
o que cobrava as passagens. As crianças e os idosos, com a curiosidade especialmente aguçada, queriam tocar bem de perto os bonecos. Dezenas de
pessoas quiseram ser fotografadas ao lado deles.
Os responsáveis pela reprodução do motorneiro e do condutor são os artistas plásticos
santistas José Carlos Figueira Jr., de 27 anos e Cristiano Nery Figueira, de 24. Os irmãos são formados pela Escola Panamericana de Arte, de São
Paulo, e atuam há vários anos na área de cenografia e decorações temáticas. Seu ponto forte é a escultura em materiais semelhantes aos empregados
nos bonecos da Disney World (EUA), técnica aprendida com americanos que estiveram recentemente no Brasil. Em tamanho natural, os bonecos foram
esculpidos em poliuretano coberto com resina de poliéster, num trabalho que demandou 25 dias, “tempo recorde”, segundo os autores.
"A Prefeitura nos chamou para fazer o trabalho e passamos a
pesquisar tudo sobre a época do bonde, os figurinos, a postura dos operadores do bonde, e até mesmo a forma de o condutor segurar o dinheiro entre
os dedos", explicou José Carlos. Ele conta que quem o ajudou muito no resgate da história foi o antigo funcionário e ex-condutor de bonde da SMTC,
Secundino Duarte Vaz, que desceu a detalhes dos botões dos paletós, o apito, a cor do tecido, a placa nos bonés etc. No sábado, ele foi homenageado
pelo prefeito Beto Mansur, autor da idéia de criar os bonecos. A mãe dos artistas, Laura Alice Nery Figueira, que já trabalhou com confecção de
roupas, também contribuiu na elaboração dos detalhes dos figurinos. |