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Notícias do bonde:

22/JAN/2002

RECLAMES DAS DÉCADAS DE 50 E 60 DECORAM O INTERIOR DO BONDE

Quem viveu verá de novo, quem não viu conhecerá um pouco da história dos comerciais das décadas de 50 e 60. Rhum Creosotado, Cera Colmeína, Brilhantina Glostora, Arroz Brejeiro, Biotônico Fontoura, fazem parte do cenário interno do novo Bonde 40, um modelo fechado, ou o camarão, que será entregue pelo prefeito Beto Mansur neste sábado, 26 de janeiro, às 11h30, na Praça Mauá. O material de propaganda foi cuidadosamente preparado pela Companhia de Engenharia de Tráfego e Secretaria de Comunicação da Prefeitura, com o apoio da Fundação Memória e Arquivo de Santos. Há reclames de produtos que ainda circulam no mercado, como o Nescafé, Melhoral, Creme Dental Kolynos, mas estão estampados no bonde no formato antigo.

Além das dezenas de detalhes reproduzidos exatamente como eram os bondes elétricos até o ano de 1971, quando deixaram definitivamente de circular, a recuperação realizada pela Companhia de Engenharia de Tráfego incluiu uma catraca de ferro fundido, datada de 1953, e que estava guardada no almoxarifado da CSTC. Ela foi latonada em dourado e polida. Os bondes fechados contavam com catracas para registrar a passagem dos usuários, diferentemente dos bondes abertos, onde a tarifa era cobrada pelo condutor, que equilibrava-se nos estribos com um apito na boca e o dinheiro no meio dos dedos.

O bonde camarão fará o mesmo trajeto do Bonde Turístico, que circula desde setembro de 2000 pelas ruas do Centro Histórico, fazendo um trajeto de 1.700 metros. Tanto no sábado quanto no domingo as viagens no bonde camarão serão gratuitas, e está programada uma grande festa com shows musicais, queima de fogos, exposição de fotos, soltura de balões etc.

Detalhes – Os últimos bondes em Santos deixaram de circular definitivamente em 28 de fevereiro de 1971. Até dezembro de 2000, o bonde 40 era apenas uma grande carcaça guardada no pátio da Creche Candinha Ribeiro de Mendonça, na Vila Mathias.

"A decisão de recuperarmos o último exemplar de bondes exigiu muito esforço do pessoal da CET, desde o transporte da creche para as nossas oficinas, até a pesquisa e execução dos detalhes", lembra o diretor de Operações, Eduardo Di Gregorio. O veículo estava sem motor, e não havia qualquer tipo de controle elétrico nem peças de mecânica. Algumas características originais foram copiadas do bondinho da Praça das Bandeiras.

Cleide Quintas