EDITORIAL
Apenas um passo
Luiz Carlos Ferraz
Iniciado oficialmente o processo eleitoral deste ano, que vai eleger deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República, o eleitor já pode ir se preparando para responder na urna ao espetáculo de corrupção que teve a infelicidade de acompanhar nos últimos meses, desde as denúncias sobre um funcionário dos Correios, que envolveu o deputado federal Roberto Jefferson, que envolveu dezenas de deputados federais com o mensalão, que envolveu o caixa 2 do Partido dos Trabalhadores, que envolveu o presidente Lula, que não sabia de nada.
De quem acompanhou o noticiário do período, e está indignado com a inércia do Congresso Nacional - que não vota a pauta e engaveta prioridades, agora atolado com as denúncias de sanguessugas -, e também estarrecido com a incompetência do Estado - que não viabiliza um sistema prisional eficaz, uma das causas do crescimento do poder dos bandidos e dos recentes atentados contra policiais -, a expectativa é que tenha consciência na escolha de seus candidatos.
Afinal, os eleitos terão a oportunidade de influenciar os rumos do Brasil nos próximos anos, propondo ou executando projetos para gerar progresso e desenvolvimento.
Mas, sinceramente, eleger governantes pretensamente honestos, compromissados com a ética e a probidade administrativa, será suficiente para solucionar nossos magníficos problemas? Efetivamente, não. Será um passo. Apenas um passo, mas que vale a pena ser dado, no longo caminho que teremos que trilhar se quisermos ser considerados, no mínimo, um País sério. |