Construção
Drywall - Sistema
gera economia
Comparação com
método convencional aponta economia de 20 a 25%
O seminário
"Drywall maximiza resultados na construção civil" foi realizado
no dia 8 de dezembro de 2005, em Santos, numa promoção da
Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall.
O sistema construtivo drywall - tradução literal para
parede seca - se caracteriza pela montagem industrial em substituição
aos tradicionais métodos artesanais, e é aplicado nas vedações
internas de quaisquer tipos de edificações, como paredes,
forros e revestimentos.
O evento em Santos encerrou o ciclo
de seminários que a associação Drywall fez durante
2005 nas principais cidades brasileiras. A entidade é composta por
produtores europeus de chapas para drywall com fábricas no
Brasil – Lafarge Gypsum, Placo e Knauf –, e executa um trabalho de divulgação
do sistema construtivo, tentando maximizar o seu uso, como ocorre em outros
países. Em Santos, o seminário contou com apoio do SindusCon-SP,
Assecob e as Associações de Engenheiros e Arquitetos de Santos,
de São Vicente e de Praia Grande.
Encontro
encerrou um ciclo de seminários da Associação Drywall Foto: Sandra
Netto
O tema "Impacto econômico-financeiro:
maior rentabilidade e adequação do fluxo de caixa" foi apresentado
por José Francisco Pontes Assumpção, professor da
Ufscar/USP (MBA) e diretor da Analisy’s Gerenciamento de Processos, Assessoria
e Planejamento. Ele mostrou como podem ser avaliados os ganhos na construção
civil, mais especificamente no mercado imobiliário, e demonstrou
que inovações tecnológicas, do tipo drywall,
trazem ganhos para o empreendedor e vantagens para o consumidor.
Assumpção detalhou
uma forma de cálculo, que aponta a margem de lucro que pode ser
obtida com o uso do sistema. De forma didática, ele traçou
comparações entre fazer a obra com paredes tradicionais,
de blocos de concreto ou blocos cerâmicos, ou fazê-la com drywall,
e concluiu que aquela que utiliza drywall tem uma economia na construção
em torno de 20 a 25%.
Tal economia leva em conta que, além
das paredes, o sistema envolve os elementos que vão embutidos, como
as instalações hidráulicas e elétricas. "O
uso de drywall permite se construir a obra de uma forma diferente,
potencializando os ganhos financeiros", enfatizou, ao lembrar que, além
de ser uma obra seca e mais limpa, ela gera ganhos indiretos, pois oferece
menos risco de acidentes de trabalho.
Ao comparar as duas alternativas,
uma construção tradicional e outra com as vedações
internas em drywall, ele tomou como exemplo um terreno com 1.300
metros quadrados, no valor de R$ 1,3 milhão, para implantação
de um projeto com 64 apartamentos, cada com três dormitórios,
sendo uma suíte, com duas vagas de garagem, 85 metros quadrados
de área privativa, com o empreendimento totalizando 9 mil metros
quadrados área construída.
Por meio de gráficos, Assumpção
demonstrou que o drywall possibilitou um aumento da margem de lucro
e um crescimento da taxa interna de retorno, ou seja, a rentabilidade do
dinheiro, passando de 1,75% ao mês para 2,37%. Ele também
constatou uma melhora no fluxo de caixa durante as fases de construção
e vantagens apenas com a mudança da maneira de fazer a obra.
Numa das simulações,
o professor apurou inclusive ganho de área útil: assim, o
apartamento que era de 85 metros quadrados de área útil,
passou a ter 87,5 metros quadrados, o que vai se refletir no preço
de venda, significando a possibilidade de ter mais receita para o mesmo
custo. Noutra simulação, constatou a redução
de custos de manutenção e de custos indiretos.
Ao concluir que o drywall
possibilita ganhos substanciais, ele deixou a mensagem: "Ao se analisar
a evolução tecnológica em construção
civil, é importante aplicar o enfoque sistêmico, e não
ficar só na comparação pura de uma para outra alternativa.
Quanto analisamos a solução drywall sob vários
fatores, chegamos a conclusão de que o ganho potencial é
grande".
Outra palestra do seminário
focalizou o "Impacto tecnológico: da concepção do
projeto ao usuário final" e foi proferida por Carlos Roberto de
Luca, membro da Comissão Técnica da Associação
Drywall. Ele frisou que o sistema utiliza placas de gesso que revestem
toda a parte interna da construção, proporcionando a divisão
de todo e qualquer ambiente, com bom resultados no isolamento acústico
e término. Na aplicação em áreas úmidas,
como banheiro e cozinha, é utilizada uma chapa especial.
De Luca recordou que no Brasil o
sistema drywall existe desde 1972, mas sempre foi usado sem muita
intensidade. A situação começou a mudar a partir de
1995 com a entrada no mercado das três multinacionais fundadoras
da associação. Elas vieram com tecnologia, suporte técnico
e financeiro. Num primeiro momento, o drywall teve mais aceitação
nos empreendimentos comerciais, shoppings, escritórios, sendo muito
utilizado na construção de flats e hotéis.
Mais recentemente passou a ser também utilizado na área residencial,
crescendo, de forma especial, no mobiliário, na confecção
de armários, estantes, prateleiras, e nas reformas, para retrofit
em construções antigas.
De Luca também detalhou o
funcionamento da Astic, da qual é presidente. Trata-se da Associação
de Tecnologias Integradas na Construção, que congrega fabricantes
de novos sistemas construtivos e integrados na construção
civil, e que tem a Drywall como uma das associadas. Outras sócias,
por exemplo, contemplam tecnologias diferentes, como as tubulações
flexíveis, tipo Pex, um sistema muito utilizado na condução
de água quente e fria. Há também associadas que focam
a utilização de madeira tratada, de reflorestamento, em várias
fases da construção, como na parte estrutural.
Já o tema "Impacto mercadológico:
consumidor final: da compra à utilização" foi desenvolvido
pela arquiteta Maria Elisa Miranda, membro da Comissão de Comunicação
da Associação Drywall. Ela destacou os esforços mercadológicos
da associação, para dar apoio, tranqüilidade e segurança
aos investidores que optarem pela nova tecnologia, e detalhou que por meio
de seminários a entidade apresenta as vantagens do sistema.
Maria Elisa fez uma retrospectiva
do trabalho da associação nos últimos cinco anos,
desde a sua fundação, com ênfase em 2005: "Há
um pacote de ações, com o objetivo de disseminar a tecnologia
drywall, seu impacto no mercado, focando os diferentes públicos
da associação, como o mercado especializado, imobiliário,
parceiros comerciais, canais de vendas, através de distribuidores
e instaladores e consumidores finais".
O ciclo incluiu Florianópolis,
Londrina, Curitiba, Vitória, Recife, Fortaleza, Goiânia, Distrito
Federal. "Nossa receptividade está sendo muito boa, com um índice
de adesão em torno de 70%", avaliou Maria Elisa, citando que Santos
e os Municípios que compreendem a Região Metropolitana da
Baixada Santista possuem representantes comerciais das empresas associadas
à entidade, projetando um mercado muito grande para ser trabalhado:
"Alguns empreendimentos, em especial os comerciais, já adotam o
sistema. Mas estamos dando uma ênfase maior, pelo potencial do mercado
imobiliário da região".
Os parceiros
Knauf, Imcon e Angelmar: Paulo Mauro Rodrigues Torres, Angelina
de Lourdes T. Marcondes dos Santos, Marcelo, Valéria Eiras e Lito Foto: Sandra
Netto
Residencial
pioneiro em Praia Grande
Confiante na economia proporcionada
pelo sistema drywall, a Angelmar Engenharia e Construções
vai aplicá-lo na obra do Residencial Saint Germain, em Praia Grande.
O empreendimento está sendo implantado na Avenida São Paulo,
a 600 metros da Praia, e será o primeiro residencial na Baixada
Santista a adotar o drywall.
Conforme detalhou a engenheira Angelina
de Lourdes T. Marcondes dos Santos, diretora da Angelmar, a empresa atua
há 18 anos em Praia Grande, período em que entregou vários
prédios residenciais. "O drywall é o futuro da construção.
Tenho certeza que o sistema facilitará o meu empreendimento", afirmou,
na expectativa de ter serviços mais rápidos, racionalização
no transporte de material e mão-de-obra, economia no consumo de
massa, menos desperdício e mais limpeza depois de pronto.
Para viabilizar a utilização
da tecnologia, a Angelmar está fazendo parceria com a Imcon, de
Santos, representante comercial da Knauf, um dos principais fabricantes
de gesso acartonado. Segundo a engenheira Angelina, o empreendimento iniciará
em breve o fechamento externo, com blocos de concreto, e a partir daí
poderá começar a aplicação do sistema drywall
internamente, na divisão dos ambientes. Na parte hidráulica,
também será adotado o sistema flexível Pex.
Antes de conhecer as vantagens do
sistema de construção a seco, uma das preocupações
da engenheira Angelina foi com o conceito que o drywall desfruta
no mercado imobiliário, já que muitos corretores o desconhecem.
Ela participou do seminário promovido pela Associação
Drywall, e foi informada de que a entidade faz um trabalho junto aos profissionais
de venda de imóveis, desmistificando o sistema e destacando suas
vantagens.
Ao mesmo tempo, teve o compromisso
da Imcon de que serão programadas palestras exclusivas para esclarecer
o segmento dos corretores de imóveis. A partir dos resultados no
Residencial Saint Germain, a Angelmar pretende adotar o sistema drywall
nos empreendimentos seguintes.
Palestrantes
Drywall: De Luca, Assumpção e Maria Elisa Foto: Sandra
Netto
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