Arquitetura
Roteiro valoriza
patrimônio
A história de Guarujá
contada a partir de projetos de arquitetos famosos
Com a
proposta de divulgar Guarujá, o secretário de Turismo Marcelo
Pedroso está discutindo o potencial da "Pérola do Atlântico",
tendo como foco a evolução da Arquitetura na Cidade. "A partir
da década de 30 do século passado, as grandes famílias
aristocratas da Capital e do Interior construíram casas de veraneio
em Guarujá", argumenta o secretário. "E para isso contratavam
os melhores e mais famosos arquitetos da época. Nossa expectativa
é mapear esses imóveis e elaborar um roteiro, para que as
pessoas possam conheçam a história e a importância
desses imóveis".
Edifício
Sobre as Ondas: projeto do arquiteto Jayme Fonseca Rodrigues Foto: Sandra
Netto
Foram relacionados vários
imóveis, da Praia das Astúrias à Praia da Enseada,
projetadas por arquitetos famosos, a maior parte constituída de
modernistas. Na Praia de Pitangueiras, destaque para o Edifício
Sobre as Ondas, do arquiteto Jayme Fonseca Rodrigues, e a Casa de Pedra,
incrustada nas rochas que dividem as Praias das Astúrias e Pitangueiras,
projetada pelo arquiteto italiano, Henrique Cristofani, conhecido como
Verona, do escritório de arquitetura de Gregori Warchavchik. Na
Enseada, foram identificadas inúmeras casas projetadas por Warchavchik,
entre outros.
Outro estudo da arquitetura em Guarujá
revela uma evolução nas edificações militares.
Quatro dos oito fortes do roteiro criado pela Secretaria de Estado de Turismo
estão no Município: Fortaleza da Barra, Vera Cruz de Itapema,
Forte São Luís e o Forte dos Andradas, que é o único
ainda em atividade militar, sediando a 1ª Brigada de Bateria Antiaérea
do Litoral brasileiro. Nesses locais será possível conhecer
a arquitetura militar desde o século XVI até o século
passado.
Marcelo Pedroso frisa que a ocupação
de Guarujá foi intensificada no final do século XIX. De acordo
com o professor Nestor Goulart Reis, no livro São Paulo e outras
cidades, em 1892 a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro
iniciou um plano de urbanização com a implantação
de conjunto turístico no local em que hoje se encontra o centro
do Guarujá. Para isso, importou dos Estados Unidos uma cidade completa
com peças de pinho de riga da Geórgia, com cassino, hotel,
igreja, além de 46 casas residenciais e de uma linha férrea,
que fazia a ligação da vila com o canal e o porto de Santos,
em frente ao terminal da São Paulo Railway. Infelizmente,
nada foi preservado. Como também não há vestígios
do Grand Hotel de la Plage, projetado pelo Escritório Ramos de Azevedo,
inaugurado em 1912, composto de quatro edifícios, com três
e quatro andares.
Casa de
Pedra, entre Astúrias e Pitangueiras Foto: Sandra
Netto
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